domingo, 10 de janeiro de 2010

Os meus livros antigos






"Longe" é um livro de sonetos de José Gomes Ferreira, em 2.ª edição, da Seara Nova,  de  MCMXXVII.
Tem, como curiosidade, o facto de apresentar o cartão do autor, Cônsul de Portugal na Noruega, dedicado ao seu amigo Alfredo Brochado.

NA CATEDRAL DA LAREIRA

Na Catedral da Lareira
há chamas ajoelhadas,
erguendo as mãos da fogueira,
esguias como as espadas.


São poentes os vitrais…
Ardem pinheiros… Perfume…
As chamas rezam missais
com letras feitas de lume.


Quero rezar com vocês!...
Ó Sol! Senhor português,
escuta o meu sonho, atende-o…


Vem ensinar-me a rezar
— tu que és o brando luar,
e a flor, o fruto, e o Incêndio…

José Gomes Ferreira

Centenário da República




Ética Republicana

Com as programadas celebrações da República Portuguesa, que envolvem, para já, cerca de 500 iniciativas, abrangendo os mais diversos campos, fala-se muito de ética e de ideais republicanos dos que, em Lisboa, em 1910, substituíram a Monarquia pela República.
Na minha adolescência li um livro, intitulado Proscritos, de Luís Gonzaga de Azevedo, que me deu uma triste imagem dessa ética, mais tarde corroborada por historiadores cultores da verdade histórica. Contava, com fotos ilustrativas, as perseguições que os republicanos protagonizaram, junto da Igreja católica, em especial do clero e da Companhia de Jesus, bem como de todos os que, mesmo republicanos, discordavam do pensamento dos vencedores e dos que ocupavam os cargos de liderança.
Mais tarde, ao ler a história da primeira república, fiquei admirado com a tirania e o caos em que caiu o País, abrindo as portas à segunda república, que nos deu quase meio século de ditadura.
Afinal, a República, que durante anos e anos muitos portugueses ignoraram, nada tinha de democracia e de fraternidade, muito menos de liberdade e de igualdade, como proclamavam os arautos do novo regime, que pescaram na Revolução Francesa os propósitos nobres que estariam na base de uma sociedade nova e mais justa.
Historiadores actuais, Vasco Pulido Valente e Rui Ramos, por exemplo, explicam bem o que foram esses tempos, de perseguições, assassínios, falta de liberdade, censura, manipulação de eleições, organização de bandos criminosos e outras tropelias indignas de gente civilizada. Aos jesuítas chegaram a medir a cabeça, ao jeito nazi.
É óbvio que tudo já lá vai e que hoje o importante é olhar o futuro, na certeza de que melhores dias virão, nesta terceira república que nos é dado viver.
Houve aspectos positivos? É claro que houve, os quais devem ser lembrados com respeito por todos os que procuraram levá-los à prática na construção do nosso País, na aurora do século XX. Mas também não podemos enterrar a nossa História, sob pena de passarmos, aos nossos jovens,  uma mensagem falsa da mudança de regime.

Fernando Martins

A Crónica Dominical de Bento Domingues no PÚBLICO



(Clicar na imagem para ampliar)

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 166

PELO QUINTAL ALÉM – 3




A COUVE

A
Senhora Mestra Joana Rosa
Ti Pluremes

Caríssima/o:

Com licença, hoje, apresento a couve.
Não preciso de dizer que há muitas variedades de couve... ou será que os nossos jovens já não distinguem a galega do repolho?
Não se dispensava na horta por mais pequena que fosse.



a. Ainda hoje é rainha no nosso Quintal.
E mal vai quando, como neste Natal, não arranjamos para a bacalhoada da Consoada: dias antes saraivada tremenda furou e destroçou as folhas de tal forma que tivemos que ir a outro quintal mais afortunado...

e. Terreno bem cavado e melhor adubado com o rico esterco do curral do reco, ela ia medrando e... Podia não haver muita coisa para um caldo, mas uma ou duas batatas, um olhinho de azeite quando o havia, e uma boa braçada de couves...
Parece que foi ontem...
A senhora mestra perguntou a doutrina a um catequizando e este houve-se tão bem que ela, como prémio, mandou-o a casa da ti Pluremes para lhe catar as couves... Aquilo era só bicharada: encheu uma caçarola com lagartas gordas.
E ninguém imagina a recompensa que recebeu por esta caçada: um prato de caldo cheio até às bordas! Foi uma merenda de truz!

i. Desta hortaliça tudo se aproveita, como sabeis...
Em tardes de fome e de penúria os talos sabiam que nem bolos da Comunhão!

o. No capítulo da”couve e a saúde” é uma fartura...
A couve é um vegetal muito rico em Cálcio, Fósforo e Ferro, minerais importantes à formação e manutenção de ossos e dentes e à integridade do sangue. Contém ainda vitamina A, indispensável à boa visão e à saúde da pele; e vitaminas do Complexo B, que tem por funções proteger a pele, evitar problemas do aparelho digestivo e do sistema nervoso.
Esta hortaliça é laxante pela sua grande quantidade em fibras; boa para a asma e bronquite. Além disso, a couve é muito boa para combater as enfermidades do fígado, como a icterícia e os cálculos biliares, assim como os cálculos renais, as hemorróidas, e as menstruações difíceis ou dolorosas.
E o suco? É um tónico excelente, muito recomendado às crianças em fase de desenvolvimento. E não digo mais senão parece que estamos na festa do S. Paio a ouvir as virtudes da banha da cobra: ele é o caldo da couve cozida que é indicado nas enfermidades da pele; a couve dissolve também os cálculos, combate a artrite e as dores reumáticas e as nevralgias, desinfecta o intestino, cura as úlceras gástricas e dá óptimo resultado no combate a vermes. Em caso de febre, aplica-se à cabeça do enfermo cataplasma refrescante de folha de couve, que serve, também, para tratar feridas inflamadas...

Hoje é dia de Cortejos dos Reis nas Gafanhas da Nazaré e Encarnação


No Palácio de Herodes (foto de arquivo)


As comunidades católicas das Gafanhas da Nazaré e Encarnação andam hoje envolvidas com os seus Cortejos dos Reis, respeitando tradições e devoção ao Menino Deus nascido a 25 de Dezembro. Depois dos cortejos, realizados mesmo debaixo de inverno, haverá os leilões das ofertas. Não poderei estar, que o tempo não mo permite, mas não serei gafanhão totalmente ausente destas manifestações da fé de um povo. Que tudo corra bem, apesar de tudo, são os meus votos.

sábado, 9 de janeiro de 2010

O Prior Sardo não quis ser juiz em causa própria?

O centenário da Gafanha da Nazaré, em retalhos, também passará por aqui e por ali

Crónica de um Professor: Porquê esta febre acerca da legitimação das uniões homossexuais?



Casamento gay

Sem pretender atirar mais uma acha para a fogueira, ou deitar água na fervura, de um tema tão quente e que está na ordem do dia, ocorreu-me fazer alguma reflexão.
Há já muito tempo, que o casamento entre pessoas do mesmo sexo está em debate aceso, tendo já feito correr rios de tinta e abrasado os espíritos mais inflamados.
Ainda bem que ontem foram assinados acordos entre o Ministério de Educação e os sindicatos, o que tendo acontecido veio aplacar os ânimos exaltados dos Professores e serenado os mais belicosos da classe. Fora isto, ganharia foros de exclusividade na Assembleia da República tendo ultrapassado assuntos e problemas de que enferma a sociedade portuguesa: desemprego, pobreza, vandalismo, marginalidade e até violência doméstica. Aqui, calam-se as estatísticas e apenas é dada visibilidade aos casos pontuais que emergem dos recônditos da sociedade. Quando algum caso gritante vem a lume, é escalpelizado nos jornais diários, a população estremece, comenta, protesta, mas vai dormir o sono dos justos, como se nada se passasse ao lado.
O tema referido em epígrafe, teve o dom de mobilizar tudo e todos.
Parece que Portugal está perante o problema mais premente de todos os tempos — o casamento!

Vasco Pulido Valente: Cozinha Política

Por outras palavras, se as negociações neste momento em curso produzirem por um Orçamento por flagrante milagre do Altíssimo, produzirão necessariamente um Orçamento do medo: medo da "Europa", medo da "comunidade" financeira internacional e, simplesmente, medo da reacção da populaça, já exasperada com as querelas dos políticos. Ora o medo, no fundo, quer dizer que o PS e o PSD nem se atrevem a dizer que sim, nem se atrevem a dizer que não; e que o equívoco em que vivemos continuará, entre a gritaria e o rápido apodrecimento do regime. Mau ano novo, como previu Cavaco.
Vasco Pulido Valente

No Público de hoje

PÚBLICO: "Enquanto houver quotas, não há paz nas escolas"

Um grande bico-de-obra está aqui: Enquanto houver quotas, não há paz nas escolas. E, afinal, os professores ainda se queixam de falta de informação, mas a que tinham não justificava manifestações de entusiasmo, lê-se no Público.

O que seria a Igreja sem esse Concílio?, sem ele, como seria o próprio mundo?




Libertação e política


Volto ao teólogo flamengo Edward Schillebeeckx, um dos mais notáveis e influentes pensadores católicos do século XX, que morreu, com 95 anos, no passado dia 23 de Dezembro, em Nimega (Holanda), em cuja universidade ensinou. Foi um dos principais mentores do Concílio Vaticano II, acontecimento determinante do século XX. De facto, aos seus críticos é preciso perguntar: o que seria a Igreja sem esse Concílio?, sem ele, como seria o próprio mundo?
E. Schillebeeckx fez parte de uma plêiade excepcional de teólogos - entre eles, M. D. Chenu, H. Urs von Balthasar, Yves Congar, Henri de Lubac, Karl Rahner, J. B. Metz, Hans Küng -, que ousaram pensar e que deram uma nova orientação ao cristianismo e à Igreja. Um dos problemas maiores da Igreja actual é que precisamente essa geração está a desaparecer e não tem substitutos à altura.
Acusado de pôr em perigo a ortodoxia, teve de enfrentar por três vezes a Congregação para a Doutrina da Fé - uma das vezes, porque defendeu que a comunidade poderia designar membros seus não ordenados para presidir à Eucaristia -, e denunciar os seus métodos inquisitoriais, constatando que a Igreja se ia desviando do Concílio e se tornava cada vez mais monolítica, confundindo unidade com uniformidade.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

João Ferreira do Amaral escreve sobre Astrologia e Televisão

A Astrologia e actividades afins, nos melhores dos casos, são um conjunto de banalidades. Nos piores, são chorrilhos de disparates a roçar a fraude. O espantoso é que já sabe isto desde há séculos. Mas a nossa portuguesíssima carapaça de ignorância, que embora menos espessa do que já foi, continua a ser um apetitoso mercado para estas actividades, leva, em consequência da guerra das audiências, a que o tempo dedicado a previsões astrológicas vá em crescendo.

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Animais das nossas vidas

O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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