sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Acolhe com satisfação o prazer que Deus nos oferece

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XIX do Tempo Comum

"A autenticidade do discípulo fiel está em saber conformar-se com Jesus Cristo, com o seu Evangelho e seus valores, o seu estilo de vida e escala de prioridades"

Jesus está preocupado em preparar bem os discípulos para o desempenho da missão que lhes quer confiar: O anúncio do Reino de Deus, isto é, que se promovam, na terra, relações de partilha e de fraternidade, espelho da dignidade comum de todas as pessoas e sementes do futuro definitivo da humanidade, na casa do Pai. Jesus acaba de chamar a atenção para a necessidade de buscar o que é fundamental no quotidiano, de acolher a vida como dom de Deus e tarefa nossa, de, sem medo, dar testemunho da verdade, de ser autêntico e transparente. Agora avança um passo mais: acolher o Reino que Deus nos confia, estar vigilantes face às circunstâncias, de ser responsáveis. Saborear a confiança que tem em nós, o prazer de nos servir como o administrador regressado da viagem de núpcias. E conclui este ensinamento afirmando pela “boca” de Lucas: “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido”. Lc 12, 32-48.

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

A melhor leitura para férias

Crónica de Bento Domingues
no PÚBLICO

“no Ocidente não se levantou outro modelo cultural (e, mais além do cultural, um modelo existencial) mais profundo e mais radical do que o modelo de Cristo. (…)"

Eduardo Lourenço

1. A partir de hoje até Setembro, suspendo estas crónicas. Costumava sugerir algumas leituras para o mês de Agosto. Não vou engrossar a ladainha de todos os que repetem que o cristianismo está em declínio irreversível. A história é o reino das surpresas. Muitas vezes, o que se julgava uma demonstração triunfante do catolicismo, nas viagens dos últimos Papas, veio a revelar-se uma grande manifestação de fraqueza.
Neste momento, o Papa Francisco não foi ao Canadá para recolher aplausos. Foi pedir perdão e penitenciar-se de crimes vergonhosos cometidos contra as famílias indígenas em instituições católicas. Que este gesto penitencial seja bem compreendido, rejeitado ou indiferente, para a opinião pública, não importa. Esta atitude do Papa Francisco não busca aplausos ou esquecimentos. Vale por si mesma ao repor a verdade. Nenhum outro motivo deve ser tido em conta.

sábado, 30 de julho de 2022

FÉRIAS


Respeitando apenas compromissos assumidos, vou fazer uma pausa, em jeito de férias. Retomarei a vida deste meu blogue já em Agosto. 
Obrigado pelo interesse de tantos amigos pelo meu Pela Positiva.

Que futuro para a Igreja?

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Nas sociedades, também na Igreja, o pior é o poder enquanto domínio. Jesus, a pedido deles, ensinou os discípulos a rezar. Ensinou-lhes o "Pai nosso", dirigindo-se a Deus como Pai/Mãe e não como Senhor, Rei ou Imperador, e o seu reino não é um império, mas a Humanidade toda enquanto comunidade de filhos e filhas. A revolução de Jesus está no novo encontro com Deus, omnipotente, mas não com a omnipotência do arbitrário e da dominação, mas enquanto Força infinita de criar e de servir, para que todos se possam realizar plenamente.
E volto a Jean Delumeau, historiador eminente, católico convicto, que deixou obras essenciais sobre o passado do cristianismo, e, como só quem conhece e reflecte sobre o passado pode projectar o futuro, uma, luminosa, sobre o futuro, em 2015: L"avenir de Dieu (O futuro de Deus). E lá está: no contexto da imagem terrífica de Deus, que tem de ser revista, "hoje, os cristãos podem mais seguramente afirmar: ou os homens perdoam uns aos outros ou criaram já muitas vezes e, ai!, criam hoje também o inferno na Terra." Hoje, quando já vivemos numa aldeia planetária, "descobrimos que somos forçosamente solidários uns com os outros e, para não perecermos, estamos condenados a unir-nos e a erguer uma governança mundial que deveria ter os meios de ser obedecida." E indo ao núcleo da questão: qual é o grande mal do cristianismo? A sua ligação ao poder.

sexta-feira, 29 de julho de 2022

A vida vale mais que todos os bens. Que bom. Aprecia

Reflexão  de Georgino Rocha 
para o Domingo XVIII do Tempo Comum

Jesus continua a viagem para Jerusalém e apresenta a sua mensagem em ensinamentos de vida, tirando partido das ocasiões que provoca ou aproveita. Os autores dos Evangelhos articulam, de forma literária bela, a sequência destes ensinamentos, desvendando o sentido mais profundo da viagem, enquanto escola de discipulado, itinerário de doação e espiritualidade, estágio de acção missionária. Lc 12, 13-21.
Uma das ocasiões surge ao ouvir o pedido de alguém anónimo que queria que ele interviesse numa questão de partilhas da herança familiar entre irmãos. Este pedido mostra que Jesus é reconhecido como rabino e, como tal, podia solucionar legalmente tais questões ( Dt 21, 15-17; Nm 27, 1-11). A resposta parece evasiva, embora afável, e tem a forma de uma interrogação: “Amigo, quem me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?” E a ilustrar a sua recusa, continua o ensinamento sobre o valor da vida que supera todos os bens. Termina com uma exortação: Guardai-vos de toda a cobiça; a vida não depende da abundância dos bens.

segunda-feira, 25 de julho de 2022

Não é Deus que precisa das nossas orações

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Não é Deus que precisa de ser convencido. Nós é que precisamos de rezar para nos abrir ao dom de Deus.

1. A oração faz parte de todas as religiões, de todos os povos e até de pessoas que se dizem sem religião. As formas da atitude religiosa podem oferecer variações de religião para religião, de país para país e de pessoa para pessoa. Os últimos inquéritos sobre a prática religiosa, a nível mundial, mostram que o reconhecimento da transcendência humana continua vivo. Deixo, em nota, algumas dessas abundantes referências [1].
Neste Domingo, muitos cristãos confrontam-se com um dos mais belos, imaginativos e bem-humorados textos do Antigo Testamento. Apresenta Abraão a “negociar” com Deus, que estava indignado com o imenso clamor que lhe chegava de Sodoma e Gomorra. Este Deus não actua por ouvir dizer: “Vou descer, a fim de ver se, na realidade, a conduta deles corresponde ao brado que chegou até mim. E, se não for assim, sabê-lo-ei.”

Histórias de Férias

Caramulo - Nada aprendemos nem saboreámos, porque não abriu

Um bom guia
Às vezes ainda falo de férias, como se tivesse tarefas profissionais com horários a cumprir e contas a dar a superiores hierárquicos. Hábitos que vêm de longe e criaram raízes profundas. Depois, caio em mim e até me rio sozinho. É que, realmente, sou um homem livre de compromissos profissionais, embora tenha assumido outros de livre vontade.
Esta sensação de férias também está relacionada com o tempo. Das férias escolares, no meu tempo de mestre-escola, ficámos ligados às férias do Natal, da Páscoa e depois as chamadas férias grandes do Verão. E estes hábitos, curiosamente, ainda estão instalados no meu cérebro, passados que são tantos anos.
Com a proximidade de Agosto, começo a conjeturar as férias. Há bons anos, o  hábito instalado na família era a certeza da partida de casa no dia 1 de Agosto, com tenda vistoriada e tudo revisto, o essencial e não só, para carregar o carro com a casa às costas. E lá partíamos, de manhã cedo, rumo a um parque de campismo, algures no país, longe de casa para não sermos tentados a visitá-la por esta ou aquela razão. Alguém ficaria encarregado de cuidar das coisas.
Em tempos sem telemóveis, recorríamos ao telefone fixo existente nos parques para os contactos mais urgentes. Usados com parcimónia que as chamadas eram pagas.
A vida ao ar livre era saudável e a roupa que vestíamos era prática. Comíamos numa sombra, fazíamos amigos, convivíamos com conhecidos de anos anteriores, não havia televisão, ouvíamos rádio e líamos o que calhava. O jornal logo de manhã e os livros que levávamos na bagagem. E registávamos histórias para mais tarde recordar. Também saíamos à descoberta dos arredores. Mas disso falarei de quando em vez no mês de Agosto. O mês de férias por excelência.

Fernando Martins

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