sexta-feira, 11 de junho de 2021

A cultura do coração trespassado pela lança

Reflexão de Georgino Rocha
para a Solenidade do Sagrado Coração de Jesus


Como tudo seria diferente se houvesse na Igreja e no mundo uma autêntica cultura do coração, a sugerir no húmus do nosso coração atitudes de vida consoantes à Vida no Coração de Deus!

A melhor representação do Coração de Jesus é o Senhor crucificado, deixando sair do seu lado, aberto pela lança, o sangue e a água, figura dos sacramentos da Igreja e metáfora das feridas da nossa humanidade. Como figura exposta mostra o amor fonte de vida e de salvação; mostra, de forma sublime, a doação plena e perpétua de continuar na Igreja e de estar acessível a cada homem/mulher que, pela fé, O descobrem como salvador de quem se sente perdido e guia de quem procura um sentido digno para a vida, sua e de todos os humanos. Os sacramentos básicos da Igreja nascem de um facto histórico presenciado pelo autor do evangelho de São João: “Vendo-O já morto o soldado trespassou-lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água”. Estes sacramentos são a eucaristia e o baptismo, alicerces de toda a vida cristã.
José Manzano lembra que a mensagem deste dia espera resposta da nossa parte. “Hão-de olhar para Aquele que trespassaram”. Necessitamos ver com os olhos do coração e passar de cálculos e números a rostos humanos, com nome, voz e vez. Quando se olha com o coração, as pessoas deixam de ser estranhas e convertem-se em irmãos que reclamam, com a sua palavra ou com os seus silêncios, o nosso amor. Necessitamos viver de maneira nova, neste mundo e nesta hora, fazendo presente à nossa volta um amor parecido ao que Jesus mostra. Um amor desmedido, que não leve em conta os desprezos recebidos, mas que se viva com a força da generosidade; um amor paciente, um amor serviçal, um amor que tudo suporta e espera tudo…

segunda-feira, 7 de junho de 2021

Faltará muito?

 
A quantos dias estaremos deste ambiente de veraneio? Por ele anseio como de pão para a boca em dia de fome!

Por umas gotas

"Tanta conversa sobre vacinas, marcas, efeitos secundários, marcações e filas de espera, e nem uma palavra para nos preparar para o choque de sermos confrontados com a nossa mortalidade. A umas míseras, porém admiráveis, gotas de distância."

domingo, 6 de junho de 2021

Como se Deus não existisse

A oração, como diz o Papa Francisco, não é para converter a Deus, mas para nos convertermos ao Seu amor que excede tudo o que poderíamos desejar e pedir.

1. O autor do título desta crónica é um mártir cristão, o pastor luterano Dietrich Bonhoeffer (1904-1945). Deixo, aqui, um breve apontamento para situar essa expressão paradoxal que nada tem a ver com agnosticismo ou ateísmo.
No início de 1933, a ascensão de Hitler ao poder provocou uma disputa no seio da Igreja Evangélica Alemã, à qual Bonhoeffer pertencia. Muitos luteranos acolheram favoravelmente o advento do nazismo e, no Verão de 1933, alguns até propuseram uma resolução que impedia os “não arianos” de se tornarem ministros de culto ou professores de religião. Bonhoeffer opôs-se a essa tese, afirmando que a sua ratificação submeteria os ensinamentos cristãos à ideologia política: se os “não arianos” fossem impedidos de aceder ao ministério, então, os pastores teriam de renunciar, em sinal de solidariedade, e de fundar uma nova Igreja livre da influência do regime.
Em Maio de 1934, nasceu a Igreja Confessante, liderada pelo próprio Bonhoeffer em oposição aberta ao nazismo e ao silêncio da Igreja oficial. Em Agosto de 1937, foi publicada uma ordem de Himmler que declarava ilegal a actividade da formação de candidatos a pastores para a Igreja Confessante e, em Setembro, o Seminário de Finkenwalde foi fechado pela Gestapo.

Um poema de António Pina para este domingo

O Toti 

O NOME DO CÃO

O cão tinha um nome
por que o chamávamos
e por que respondia,

mas qual seria
o seu nome
só o cão obscuramente sabia.

Olhava-nos com uns olhos que havia
nos seus olhos
mas não se via o que ele via,
nem se nos via e nos reconhecia
de algum modo essencial
que nos escapava

ou se via o que de nós passava
e não o que permanecia,
o mistério que nos esclarecia.

Onde nós não alcançávamos
dentro de nós
o cão ia.

E aí adormecia
dum sono sem remorsos
e sem melancolia.

Então sonhava
o sonho sólido que existia.
E não compreendia.

Um dia chamámos pelo cão e ele não estava
onde sempre estivera:
na sua exclusiva vida.

Alguém o chamara por outro nome,
um absoluto nome,
de muito longe.

E o cão partira
ao encontro desse nome
como chegara: só.

E a mãe enterrou-o
sob a buganvília
dizendo: " É a vida..."



Manuel António Pina

primeiros poemas
todas as palavras
poesia reunida
assírio & alvim
2012

sábado, 5 de junho de 2021

Dia Mundial do Ambiente: Não deixemos um deserto aos nossos filhos

Das mãos de Deus recebemos um jardim; 
aos nossos filhos não podemos deixar um deserto.

Papa  Francisco 

Paisagem Açoriana 

Em mensagem em vídeo de lançamento da Plataforma de Ação Laudato si’, Francisco renova o apelo à humanidade para agir em prol de uma ecologia integral em favor da natureza e do homem na sua totalidade porque “o egoísmo, a indiferença e os estilos irresponsáveis estão ameaçando o futuro dos jovens”. Existe esperança, insiste o Papa, para “preparar um amanhã melhor para todos. Das mãos de Deus recebemos um jardim; aos nossos filhos não podemos deixar um deserto”.
O apelo do Papa será ouvido por todos os homens e mulheres do nosso tempo, numa perspetiva de garantirmos um mundo mais saudável, mais justo  e mais acolhedor? Ou continuaremos com uma economia desenfreada, consumista e mais poluidora? 
Confesso que não sei, nem estarei por cá para ver. Mas que gostaria de testemunhar alterações significativas nos nossos comportamentos, na linha de um ambiente mais saudável e mais solidário, lá isso gostaria.  

Amigos de Peniche


«Esta expressão fundamenta-se num facto histórico: quando do domínio filipino em Portugal, uma armada inglesa desembarcou em Peniche com a suposta intenção de avançar sobre Lisboa [para] ajudar o Prior do Crato a libertar a capital dos espanhóis. No entanto, por vicissitudes diversas, os ingleses nunca chegariam a Lisboa, pelo que a expressão "amigos de Peniche" passou a significar alguém que se diz amigo, mas não é de fiar.»

Nota. Confesso que não sabia... Estamos sempre a aprender.

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