sábado, 17 de dezembro de 2016

A revolução de Francisco: "Sou amado, logo, existo"

Crónica de Anselmo Borges no Diário de Notícias




1. Na perspectiva grega, o decisivo é conhecer a essência, por exemplo, o que é Deus? Na perspectiva hebraica, no que a Deus se refere, a perspectiva é outra: o que é que acontece quando Deus está presente? Foi assim que João Baptista, na prisão, mandou discípulos perguntar a Jesus se era ele o Messias. Jesus não deu nenhuma resposta teórica. Deviam eles próprios descobrir a verdade a partir do que viam que estava a acontecer: "Ide contar a João o que estais a ver e a ouvir: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciada a boa notícia." O Messias verdadeiro é aquele que está presente em nome de Deus a aliviar os tremendos sofrimentos das pessoas, a abrir horizontes de esperança para todos, sobretudo para os pobres e abandonados. Jesus está aí, libertando da opressão e da indignidade, anunciando e realizando um mundo novo de alegria e dignidade para todos. Ele é o enviado pelo Deus compassivo, que sara e cura as feridas e liberta a vida: "Sede misericordiosos como o vosso Pai celeste é misericordioso." Mais do que dogmas e doutrina, o decisivo no cristianismo é a prática libertadora.

A revolução de Francisco foi anunciada desde o início, ao proclamar que ninguém devia ter vergonha da ternura, sendo a missão da Igreja levar adiante o projecto de humanização que Jesus quer: "Vejo com clareza que do que a Igreja precisa é de capacidade para curar feridas. Devemos encarregar-nos das pessoas, acompanhando-as como o bom samaritano, que lava e limpa as feridas e consola", "caminhar com as pessoas na noite, saber dialogar e inclusive descer à sua noite e obscuridade sem nos perdermos".

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Estou sem tempo — um soneto para aliviar


Conta e Tempo

Deus pede estrita conta de meu tempo.
E eu vou do meu tempo, dar-lhe conta.
Mas, como dar, sem tempo, tanta conta
Eu, que gastei, sem conta, tanto tempo?

Para dar minha conta feita a tempo,
O tempo me foi dado, e não fiz conta,
Não quis, sobrando tempo, fazer conta,
Hoje, quero acertar conta, e não há tempo.

Oh, vós, que tendes tempo sem ter conta,
Não gasteis vosso tempo em passatempo.
Cuidai, enquanto é tempo, em vossa conta!

Pois, aqueles que, sem conta, gastam tempo,
Quando o tempo chegar, de prestar conta
Chorarão, como eu, o não ter tempo...


Frei António das Chagas, 
em Antologia Poética

Não temas, Jesus é o Deus connosco

Reflexão de Georgino Rocha



O Filho de Maria de Nazaré tem dois nomes por sugestão do anjo que Mateus regista no seu Evangelho (Mt 1, 18-24): Jesus, o Salvador; e Emanuel, Deus connosco. Designam a mesma pessoa realçando a sua entrada na história humana e a sua função messiânica. De facto, só Jesus salva como já se indicia a partir do seu nascimento. E José, o justo, surge como o homem providencial a quem é confiado o encargo de lhe dar o nome, inserindo-o na linhagem de David e assumindo a paternidade segundo a lei judaica. Protagoniza assim um dos momentos mais marcantes da vida de Jesus, que fica a ser conhecido por filho de José, o artesão de Nazaré.
Os nomes indicados deixam em aberto a possibilidade de outros surgirem ao longo da história, não para anular o seu alcance, mas para os configurar em situações especiais. Será o caso de uma relação existencial específica ou de outra circunstância peculiar. Assim, o nome de Jesus pode ser o misericordioso, o paciente, o manso e humilde, o homem das dores, o “meu Senhor e meu Deus”, a verdade e a vida, o que vai á-frente, o pastor solícito que pôe aos ombros a ovelha perdida, o garante da vida para além da morte. E muitos outros. Os discípulos estão chamados a dar-lhe um nome vinculativo da sua relação com Ele. Qual será o que melhor expressa a tua?

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Mensagem de Natal do Bispo de Aveiro













No “sim” de Maria, o Verbo fez-se carne e habitou entre nós. Ele é verdadeiramente o Emanuel, o Deus connosco. «Sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos», diz-nos Ele (cf. Mt 28,20). Em ocasiões de crise do povo de Israel (Is 7,14), Ele já tinha sido anunciado como o Deus que nunca abandona o seu povo, apesar das suas infidelidades.

Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, veio anunciar o Reino de Deus. Toda a sua vida e toda a sua obra são a realização deste novo tempo, a que todos estamos chamados a construir. É Jesus, o menino do presépio, o homem da cruz e o Cristo ressuscitado, quem entrega livremente a sua vida; e o sangue derramado sela a nova Aliança com o novo e verdadeiro Israel – a sua Igreja. Eis que fica, para sempre, no meio de nós e ao nosso dispor.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Não é lixo, não senhor!


Não... não é lixo. Pode parecer que é, mas não é. ,E simplesmente o reflexo do sol que caiu sobre a laguna aveirense. Ao fundo, num tom acinzentado como que a ameaçar chuva, vê-se a ponte que nos liga às nossas praias da Barra e Costa Nova, Mas o Sol lá descobriu uma nesga para nos saudar com magia. Quando quer, o astro rei fica sempre a ganhar.

Painéis cerâmicos de VIC na igreja matriz

Painel com sacrário

Painel dos Santos Óleos

As igrejas são, muitas vezes, repositórios de artes que nos enchem a alma, enquadrando de forma especial as diversas cerimónias litúrgicas, enriquecendo-as sobremaneira. E a nossa igreja matriz não foge à regra. Neste número do Timoneiro debruçamo-nos apenas sobre a capela do Santíssimo Sacramento e o pórtico dos Santos Óleos, ambos com painéis cerâmicos de um artista aveirense, Vasco Branco, que esteve ligado à Gafanha da Nazaré, tendo sido fundador, proprietário e diretor técnico da Farmácia Branco, na Cale da Vila.
Vasco Branco, que se notabilizou pela sua polivalência artística, em especial como escritor (contista, novelista e romancista), pintor, ceramista e cineasta, assumiu VIC como nome artístico. O nosso povo, decerto, ao olhar para os dois painéis, fixando os olhares em VIC, talvez nem saiba que se trata do Dr. Vasco Branco, que frequentemente ocupava o seu lugar de técnico responsável na farmácia que ostentava o seu apelido.
O nosso conterrâneo Armando Cravo informou-nos há dias que colaborou com o artista VIC, ao fazer «os moldes em papel de cenário, tamanho natural, com todos os cortes e recortes, especialmente o do Sacrário, por terem uma configuração mais complexa». 
Também projetou «os pórticos de granito que emolduram e servem de suporte a tão maravilhosas obras de arte».
Armando Cravo sublinhou ainda que Vasco Branco «era uma pessoa de trato afável, com quem dava gosto trabalhar, e com muita sensibilidade artística».

Fernando Martins

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Bombeiros Voluntários de Ílhavo esperam por nós

Lançamento de uma litografia
de António Neves
17 de dezembro, 15 horas


No próximo sábado, 17 de dezembro, pelas 15h, no Salão Nobre Dr. João Resende, os Bombeiros Voluntários de Ílhavo vão fazer a apresentação de uma Litografia da autoria do artista António Neves, que estará presente para as autografar.
Será possivelmente uma boa prenda de Natal e, desta forma, quem a comprar estará a ajudar os nossos Bombeiros.

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