quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Na Linha Da Utopia

CLIMA, O PROCESSO!

1. Por estes dias um senador americano, Ernie Chamberes (do estado de Nebraska, EUA), apresentou um processo criminal contra “Deus”. A razão deste processo aberto no condado de Douglas é que, no pensar do jurista, “Deus” é o culpado pelas tragédias climáticas, tais como “inundações, furacões horríveis e terríveis tornados”. Nas terras do tio Sam em que tudo é possível, vem dizer, também, este processo, que a liberdade americana não tem limites, tendo mesmo a capacidade de apresentar um processo de tribunal contra “Deus”, esperando o jurista receber a resposta divina. (Há gente para tudo!)
2. Felizmente que este ridículo – tanto científico como teológico (na percepção sobre quem é Deus e sobre o que é a liberdade humana) - é facilmente destronado pelos comprovados dados científicos e (não sendo tal decisivo) mesmo pela opinião pública informada. O recente mega-inquérito da BBC em 21 países (a 22 mil pessoas) revela forte apoio popular no combate ao aquecimento global, sendo que a grande maioria sublinha ser preciso agir já e em escala global. A maioria das pessoas acha, assim, que o ser humano na sua ingerência é o responsável, não podendo os decisores (ainda que…) ficar de braços cruzados.
3. As verdades fundamentais não dependem nunca de inquéritos. Ainda assim, na base da razão e do bom-senso, o pensar colectivo hoje, felizmente, é de encarar a realidade, não desculpabilizando para outrem aquilo que é da responsabilidade humana. Bom seria que esse senador americano, em maturidade (humana, científica e teológica), não atirasse para a “serpente” aquilo que é determinado pela nossa liberdade (responsável ou não). E se ele fosse conversar com George W. Bush para “abrir” o entendimento do chefe de estado mais poluidor?! Assim não há condições!
4. Nestes dias o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, põe dezenas de chefes de Estado e de governo a debater estas questões na cidade cómoda de Nova Iorque. Não sabemos lá como estará o tempo, se chove granizo, vendaval ou não! Mas que o clima seja de decisão ambiental. Só ela compensa, só por aí teremos futuro. Não será preciso, sequer ver as verdades de All Gore para concluirmos que todos temos de mudar este paradigma de (sub)desenvolvimento ambiental. Quanto mais tarde, pior! (Vai doer mas terá de ser!)

Alexandre Cruz

Universidade de Aveiro


ESTUDANTES PRECISAM 
DE SER BEM ACOLHIDOS

Já lá vai o tempo em que havia um certo divórcio entre os estudantes da UA e a cidade. Gente nova que vinha para Aveiro e que não recebia da população o acolhimento que merecia. Por alguma indiferença de ambas as partes e porque muitos alunos, com as suas irreverências, perturbavam, de algum modo, o quotidiano das pessoas, sobretudo durante a noite. Hoje, que eu saiba, tudo está mais normalizado, havendo um bom relacionamento entre os aveirenses e os estudantes que vêm de outras regiões do País e até do estrangeiro.
Criaram-se estruturas universitárias e outras que programassem a integração de quem chegava, e Aveiro habituou-se a sentir que a UA era uma mais-valia para cidade. Até a Igreja Católica, numa visão clara da sua missão de acolher bem o migrante, construiu um espaço de raiz, o CUFC (Centro Universitário Fé e Cultura), para acolher quem, de alguma forma, possa sentir-se um pouco desenraizado.
Nesta altura em que a UA inicia mais um ano lectivo, penso que nos fica bem olhar, no dia-a-dia, com simpatia e estima os estudantes que optaram pela universidade aveirense. E se pudermos ajudar quem sente algumas dificuldades na integração, tanto melhor.

FM

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

ARES DO OUTONO


BEM-AVENTURANÇA


Há frutos de Setembro
no teu olhar
quando os lábios da noite
se cerram, aveludados.

Uma serena fulguração
brota então dos teus dedos
crescendo
como um fio de lua.

No teu rosto poisa
a bem-aventurança,
asa branca
de água e silêncio.

E uma quietude perfeita
respira na rosácea pura
do teu corpo,
como um aroma de maçãs.

Eugénio Beirão

In “Pétalas e Rubis”

Governo tem de olhar para o povo

O espiritual não terá lugar
nas sociedades de hoje?

É sabido que o Governo está a procurar alterar a legislação em muitos sectores, nomeadamente na Saúde e na Justiça. Diga-se, para já, com protestos vindos de todos os quadrantes políticos, inclusive do próprio partido que sustenta o executivo de José Sócrates. É legítimo que o faça, em obediência ao mandato que recebeu dos portugueses e às exigências que o défice das contas públicas impõe, já que caminhávamos, a passos largos, para o caos económico e financeiros. Importa, porém, questionarmo-nos sobre os limites que o Governo deve ter em conta, pois não se pode, de um dia para o outro, deitar a casa abaixo para depois se construir outra casa descaracterizada e onde não caiba toda a família.
Hoje e aqui gostaria de abordar uma consequência das leis em construção ao nível da Justiça e da Saúde, leis essas que pretendem relegar para segundo plano a importância do espiritual. Os padres da Igreja Católica e os ministros de outras confissões religiosas ficariam sem condições dignas para prestarem apoio às pessoas internados nos estabelecimentos prisionais e nos hospitais públicos. Quando o legislador pretende sugerir, por exemplo, que o apoio espiritual tenha lugar apenas durante o horário das visitas, em horas de alguma agitação, e a requerimento dos internados, vê-se logo que não faz a mínima ideia do que é uma missão dessas. Deve ser uma pessoa que nunca na vida precisou de ajuda a esse nível e que nem sequer reconhece o valor do espíritual e do religiosos na construção do homem todo e de todos os homens.
Há quem defenda que o legislador tem de ser um pouco cego, frio, insensível, posicionando-se acima de tudo e de todos. Não posso admitir tal posição. Legislar contra a maré, contra as pessoas reais que constituem, há séculos, este nosso País, indiferente aos seus valores e tradições, à margem do bom senso, é destruir a alma do povo que somos. Será, então, que o espiritual não terá lugar nas sociedades de hoje? Será que o Governo não quer olhar para o povo?

Fernando Martins

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Na Linha Da Utopia


AVEIRO É NOSSO!

1. Que seria de Aveiro sem os estudantes?! Esta pergunta simples – feita no presente – conduz-nos à visão que, ao longo de mais de três décadas passadas, faz hoje de Aveiro uma “cidade dos estudantes” voltada para o futuro.
A “hora” é a do melhor acolhimento de todos, no esforço dedicado de bem receber aqueles que chegam pela primeira vez e os que continuam o seu estudo. Associações de Estudantes e todos os múltiplos serviços abrem a casa para que todos (os que vêm de todo o país e de muitos outros países) se sintam em casa.
2. É formidável sentir o grito da cor e da expectativa dos que pela primeira vez abarcam em Aveiro. Do seu grito “Aveiro é nosso!” sente-se a rápida identificação e o gosto de logo viverem os ares desta dinâmica região aveirense.
O passar do testemunho das tradições da “faina académica”, especialmente também em tempos de curso mais concentrado (Bolonha) afirmar-se-á como tarefa fundamental para uma pertença dinâmica na vida de uma desejada comunidade plural aberta aos saberes universais.
3. Aos estudantes (que são a razão de ser e o centro de referência das instituições de ensino e do seu múltiplo acompanhamento), hoje é colocada em suas mãos a oportunidade de um curso que é sempre uma responsabilidade social.
Um curso que nunca será uma meta em si mesmo, mas aquela “ferramenta” para depois continuar a aprender fazendo. Por isso, será tanto maior o sucesso quanto a vida do curso tiver lugar para as mais variadas experiências de vida, criatividade e de serviço à comunidade.
4. Os números europeus não nos são famosos: os estudantes portugueses são dos que menos participam na vida social e cultural da comunidade. É um facto, é um hábito (ainda) que habita as entranhas de muita da nossa cultura portuguesa, onde o deixar andar é regra.
Tal como “Aveiro é nosso!”, venha esse “choque cultural” de uma dinâmica motivação, pertença e presença, na vida cultural muito para além da especialidade de cada um...Quanto mais conhecermos, melhor serviremos!

Alexandre Cruz

Ares do Outono




Ó minha terra, nos crepúsculos de outono!
Nuvens do entardecer, doiradas ilusões,
Quando fala comigo a alma do Abandono,
E o vento reza, no ar, penumbras de orações…

Teixeira de Pascoaes

In “Versos Pobres

Postal ilustrado — Castelo de Montemor-o-Velho



Nas minhas andanças de férias registei, para mais tarde recordar, sítios, monumentos, paisagens, pessoas, de tudo um pouco, afinal. O Castelo de Montemor-o-Velho é, todo ele, um monumento que nos desafia a memória do que lemos e ouvimos da História de Portugal. Se gostarem destas coisas de que eu gosto, aqui fica a sugestão para um fim-de-semana qualquer.

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