quarta-feira, 26 de abril de 2006

Um artigo de António Rego

Nova geração
de políticos Implacável é o tempo. Envelhece pessoas e factos, filtra histórias, reenquadra notícias, arrefece paixões, altera ângulos, abre panorâmicas, projecta luz, atravessa neblinas, cria e evapora mitos. Ingrato, por vezes, com heróis elege, por uma espécie de capricho, quem lhe apetece, para ser lembrado com emoção ou odiado por dever cívico. Perde tempo quem anda a juntar pedras para o seu monumento. A Revolução de Abril já se esfuma, como experiência, nas neblinas dos que não a imaginavam possível, foge aos afectos dos que estabeleceram directamente algumas sintonias com o seu espírito, perde-se raivosamente naqueles que mais directamente se envolveram e se julgam os únicos actores numa cena de aparência simples. Na realidade, ainda está por juntar e explicar a complexidade de factores que se conjugaram para que um acontecimento, ilusoriamente óbvio, correspondesse a uma fractura estrondosa das placas que sustentavam uma sociedade frágil e incerta face às mudanças que já se operavam no mundo. Poucos se aperceberam dessa correlação. Poucos sabiam alguma coisa e ninguém sabia tudo. E os heróis, tão vulgares como os cidadãos anónimos, não perceberam na sua grande maioria, no que se estava a desconstruir e a edificar quando se aventuraram a uma revolução com ferramentas entorpecidas. Sabiam dizer não a duas ou três coisas mas pouco entendiam dos subterrâneos telúricos que mudam a história. Nem por isso Abril deixou de ser para nós um marco decisivo do século XX. Uma nova geração recusa-se, de momento, a edificar o seu e nosso tempo, sobre esses dados. Acha, por isso, que os políticos em vigor, são fragmentos desse estrondo de sonhos e poemas, dessas baladas de palavras fortes, ideias desconexas, sons improvisados em vozes cansadas do passado. Há de facto uma nova geração que nada quer saber dessas idílicas quimeras e das cartilhas exaltantes de certa liberdade. Quer partir do agora e reportar-se a uma história mais alargada que se não estrangule em formulários revolucionários. A recente sequência de desaires parlamentares pode proporcionar uma reflexão sobre o excesso de anciãos de espírito que regem o nosso pequeno universo político. Não basta ter sabedoria, experiência e idade. É preciso energia interior renovada, mobilizadora e criativa. O protesto dos jovens tem razão de ser. Que sirva ao menos para refrescar os ideais e o entusiasmo dos mais velhos ou dos que continuam a partir dum passado cujos pressupostos pouco têm a ver com o mundo de hoje. Só lê bem a história quem junta inteligentemente todas as peças que a compõem. Homenagear Abril é colocá-lo na senda da evolução.

terça-feira, 25 de abril de 2006

25 de Abril na Assembleia da República

Cavaco Silva diz que há sinais de esperança em vilas e aldeias
do interior Nas comemorações do 25 de Abril, que decorreram na Assembleia da República, o Presidente da República, Cavaco Silva, garantiu que há sinais de esperança em vilas e aldeias do interior do País.
Adiantou que “Portugal precisa de olhar para esses sinais, identificar as boas práticas que os sustentam, reconhecer o esforço que os agentes económicos, sociais e políticos vêm desenvolvendo e, a partir daí, traçar um caminho para que todos se sintam responsáveis e mobilizados para a acção”. E Acrescentou: “Há que vencer os obstáculos que nos têm impedido de enfrentar com sucesso a dupla exclusão do envelhecimento e da pobreza que atinge as comunidades do interior de Portugal.” (Para ler todo o discurso, clique aqui)

Um poema de Sophia

25 de Abril Esta é a madrugada que eu esperava O dia inicial inteiro e limpo Onde emergimos da noite e do silêncio E livres habitamos a substância do tempo

25 de Abril

Portugal celebrou a revolução dos cravos
A revolução dos cravos foi celebrada hoje em Portugal com uma cerimónia na Assembleia da República e um pouco por todo o lado. Para gáudio dos mais idosos, dos que viveram, há 32 anos, a devolução ao povo português das liberdades fundamentais. Mas também para os que, na altura, estavam presos pela simples razão de quererem pensar e falar dos seus ideais de mais liberdade e de mais justiça social.
Os mais jovens não fazem ideia, de facto, do que era viver sem as liberdades inerentes à democracia, que não havia entre nós, nem do que era existir sem poderem manifestar as suas opiniões. Muito menos do que era sentir que não podiam participar na procura das melhores soluções políticas para o País e para os portugueses.
Hoje, que tudo isso é banal, sente-se que os portugueses vivem um pouco indiferentes às celebrações do 25 de Abril, talvez por falta do conhecimento pleno da importância histórica dessa data. Bom motivo, então, para que as escolas, as famílias, a comunicação social e as demais instituições assumam a obrigação de falar às gerações mais novas da revolução dos cravos de 1974.
F.M.

Livraria Bertrand em novo espaço

A maior livraria da Bertrand está em Aveiro Não pude estar na inau-guração da maior livraria da rede Bertrand por estar longe de Aveiro. Fui lá hoje e fiquei surpreendido pela ousadia que houve de criar na cidade dos canais um espaço que não pode deixar de entusiasmar os amantes dos livros e da leitura. Fica no Fórum e oferece livros para todos os gostos e para todas as idades. Há recantos para os leitores se debruçarem um pouco sobre as obras que pretendem adquirir e nem sequer falta um bar para o visitante tomar uma bebida. Ainda há jornais e revistas. Os livros estão bem expostos, mas os visitantes precisam de algum tempo para se familiarizarem com o espaço e para ficarem a saber onde podem descobrir a obra que pretendem. Eu fui lá para adquirir livros que tinha lido por empréstimo, há muitos anos, e que nem sempre se vêem nas livrarias que habitualmente frequento. Comprei "Poemas de Deus e do Diabo" de José Régio, "A correspondência de Fradique Mendes" de Eça de Queiroz e "Carta a um homem Religioso" de Simone Weil. Muitos outros por lá havia, mas não me faltarão ocasiões para me deliciar durante novas visitas e com novas compras de livros que me ficaram debaixo de olho.
F.M.

segunda-feira, 24 de abril de 2006

Hábitos de leitura

Portugal vai realizar estudos sobre mercado e hábitos de leitura

A ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, anunciou hoje o lançamento de dois estudos destinados a elaborar estatísticas sobre a publicação de livros em Portugal e os hábitos de leitura dos portugueses.

A ministra falava aos jornalistas durante uma visita às unidades de pediatria dos hospitais São Francisco Xavier, em Lisboa, e Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), por ocasião do Dia Mundial do Livro, em que esteve acompanhada pelo ministro da Saúde, António Correia de Campos. Um dos estudos a lançar pelo Ministério da Cultura, através do Instituto Português da Biblioteca e do Livro, em articulação com o Instituto Nacional de Estatística, a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros e a União dos Editores Portugueses, prevê a publicação, com regularidade, de dados sobre as tiragens e vendas para se conhecerem os números do mercado do livro. O outro estudo vai debruçar-se sobre os hábitos de leitura, uma vez que não existe um trabalho actualizado neste sentido. Esta iniciativa, no âmbito do Plano Nacional de Leitura, envolve os ministérios da Cultura, dos Assuntos Parlamentares e da Educação e vai ser publicamente divulgada a 2 de Junho. No próximo ano, o Ministério da Cultura vai também criar um prémio de edição para distinguir a qualidade das edições em termos gráficos, técnicos e estéticos. Uma fonte do Ministério da Cultura disse à Lusa que este prémio já existe em muitos países e que vai ser lançado em Portugal pela primeira vez. Questionada pelos jornalistas, a ministra da Cultura rejeitou a ideia de Portugal continuar na cauda da Europa relativamente à leitura. "Não sei se estamos na cauda da Europa, isso é um lugar comum, nós conhecemo-nos mal. Hoje anunciamos aqui o lançamento de dois estudos porque não há estatísticas", afirmou a governante. Isabel Pires de Lima admitiu ainda que faltam sempre livros em todo o lado, até nas bibliotecas, afirmando que o ministério está a promover sistemas de apoio para a compra de livros na rede de bibliotecas públicas.

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Fonte: "PÚBLICO" on-line

Um artigo de Alexandre Cruz

Abrir as portas
do coração! De portas fechadas, sejam as das casas ou as do coração, não se vai a lado algum. Cristo ressuscitado ultrapassa essas barreiras da ordem do físico e faz-nos ver bem mais longe. Com as portas fechadas, e cada um fechado em si mesmo a afundar-se nas águas do medo (eles lá estavam com medo dos judeus), não há qualquer futuro. Nascemos de portas abertas ao Outro e aos outros! A certa altura, em comunidade (eles) sabem orar, celebrar, partilhar! Os efeitos aí estão: sentem a companhia especial, apaga-se a solidão e o desespero, sentem em seu coração a voz abundante do mesmo Jesus que diz: “A Paz esteja convosco!”. Não é uma paz uma paz estática. É uma paz insistente (três vezes), dinâmica, uma chama de paz a reclamar compromisso (“também eu vos envio a voz”). É uma paz que sabe vencer a dúvida, mas que acima de tudo sabe enfrentá-la com a coragem de quem procura a verdade plena. Ainda bem que Tomé, falando em nome dos Doze e em nome das nossas dúvidas, soube duvidar e querer conversar com Jesus mais profundamente; graças a Deus que Tomé nos ajuda a abrir as portas do nosso coração, rebentando com as fronteiras físicas do tocável para vermos o “invisível”. Agora sim, já entendemos! Essa força redescoberta como efeito da FÉ, a Paz, move então toda a vida dos Apóstolos. Sentem o Senhor com eles; renovam, no primeiro dia da semana, o seu compromisso em comunidade que gera “força”. Com esta luz interior, movidos pelo Espírito do Senhor, então já entendemos o que acontece no Actos dos Apóstolos: são a continuação da “presença” de Jesus. Quem dera que cada Pessoa abra, humildemente, as portas do seu ser pessoal para, em Comunidade, colocar a vida em comum e assim ser possível a Páscoa em cada dia! Ajuda-nos, Senhor, nesta essencial missão de Verdade e Paz! Abre-nos, sempre mais, as portas do coração à Tua feliz presença!

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