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E voltei à liça diária

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Depois de 15 dias alheio à blogosfera, onde partilho, pela positiva, o que julgo de interesse para os meus leitores e amigos, volto à liça diária, ou quase, para me sentir membro dinâmico da sociedade que nos acolhe. E faço-o com prazer e alegria, que a vida, sem isso, não faz sentido.  Foram 15 dias amenos e com motivações variadas, com filhos e netos o encherem os nossos quotidianos. Não serão eles a nossa razão de viver? Não ocuparão eles as nossas horas de trabalho, canseiras e lazer? É claro que sim. Parar de vez em quando faz bem ao corpo e à alma. Refletimos, conversamos, rimos e sonhamos, traçamos metas a curto prazo, idealizamos projetos viáveis e inviáveis, olhamos à volta horizontes possíveis, viajamos no tempo passado, presente e futuro, sentimos mais de perto os que nos rodeiam, revemos amigos guardados na arca da memória que ousaram correr mundos para cuidar dos seus. Encontrei aventureiros e viajantes ao jeito dos que «deram novos mundos ao mundo». E li, li,...

Agosto

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Vou iniciar o mês de agosto com serenidade, ao jeito de quem quer passar umas férias sem grandes compromissos, sem a lufa-lufa do dia a dia tantas vezes corriqueiro  e sem sentido. Quero acordar cedo para aproveitar o dia, para saborear o sol benfazejo e abrir o coração ao mundo fascinante que urge viver em plenitude, na certeza de que há madrugadas libertadoras e solidárias.  Passarei por aqui somente por compromissos editoriais ou por imperiosa necessidade de partilhar vivências, sentimentos e emoções que não posso fechar à chave em qualquer gaveta, como coisa para esquecer.  Boas férias para todos. Fernando Martins

Júlio Cirino — Ilha Terceira - Cantorias

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Desgarrada José Eliseu Mulheres na Cantoria Peter Assistência O cantar ao desafio, nos Açores, é conhecido por “cantoria”. Por a letra ser de improviso, no início nem os cantadores sabem o rumo que a “cantoria” vai tomar. Por vezes faz-se chacota da gravata de um dos intervenientes ou ao nariz de outro, ou à ilha a que pertence, ou a qualquer outro pormenor que chame a atenção dos cantadores. O visado procura defender-se e contra-atacar quando lhe for possível. A “cantoria” é versejada em quadras ou sextilhas. Por vezes inicia em quadras e acaba em sextilhas.  A “cantoria” começa com a saudação ao povo da freguesia ou a alguém mais ilustre que esteja no arraial ou no salão. Os cantadores também se saúdam reciprocamente. Depois segue-se a “cantoria” propriamente dita que termina com a despedida e novas saudações. Na ilha Terceira, para além da “cantoria”, temos “as velhas” (cantigas brejeiras e de escárnio) e as “desgarradas” (com música do fado de Lisboa,...

Rua Maria Luz Rocha

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Filhos de Dona Luz Facica (Falta o João Manuel, falecido) Bisnetos de Dona Luz Carlos Rocha, Fernando Caçoilo e Ascensão Ramos Na sexta-feira, 28 de julho, a Câmara de Ílhavo “batizou” uma rua com o nome de “Maria da Luz Rocha (Luz Facica)”, em homenagem a uma cidadã de corpo inteiro, a quem a comunidade da Gafanha da Nazaré, e não só, muito deve, pelo que fez em prol de muitos feridos da vida. Trata-se da rua que dá acesso ao Intermarché e que, num futuro que se deseja rápido, faça a ligação à Rua D. Dinis. Na altura, o presidente da autarquia ilhavense, Fernando Caçoilo, enalteceu o exemplo da homenageada, sublinhando que Dona Maria da Luz «tinha uma visão longa». «Um obrigado muito grande por aquilo que fez, por aquilo que nos legou e pelo exemplo que nos deu e que deve ser transmitido para toda a gente». Importa, referiu o autarca, que os vindouros se lembrem do trabalho que a Dona Luz Facica, «que todos acarinhámos», fez pelos mais desprotegidos. Ainda valorizou...

Bento Domingues — Jesus não gostava de broa? (2)

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1. Vivemos, hoje, um momento de extraordinárias possibilidades na Igreja Católica e o Papa Francisco é, a muitos títulos, uma bênção mundial. Os participantes no G20, em Hamburgo, nos dias 7 e 8 de Julho, tinham um tema: “Dar forma a um mundo interligado.” Na sua mensagem, o Bispo de Roma lembrou quatro princípios de acção, recolhidos da sabedoria multissecular, para a construção de sociedades fraternas, justas e pacíficas: o tempo é superior ao espaço; a unidade prevalece sobre o conflito; a realidade é mais importante do que a ideia; o todo é superior às partes. Já tinha assumido essa sabedoria no seu programa pastoral Evangelii gaudium, pois a Igreja não deve aprender apenas na escola da Bíblia e das suas tradições, mas na de todos os povos e culturas, do passado e do presente. Para poder ser “mãe e mestra”, tem de ser filha e aluna atenta a todos os mundos. Antes de falar é necessário ouvir, como indica o ritual do Baptismo. Na sua mensagem aos mais ricos e poderosos, Be...

Álvaro Garrido: Venham ao museu e tragam um amigo também

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Faina Maior Embarcações lagunares O bacalhau que comemos Aquário dos bacalhaus O Museu Marítimo de Ílhavo (MMI) aguarda a nossa visita em qualquer dia do ano. Jovens e menos jovens são sempre bem recebidos e desejados, porque um museu tem de ser permanentemente uma casa aberta, com a predisposição para acolher quem chega, ou não tivesse nascido para exibir um recheio multifacetado e devidamente organizado, direcionado para as pessoas.  Álvaro Garrido  Um dia destes lá fomos cumprir um ritual integrado nas férias anuais que teimamos em manter. À chegada, tivemos a dita de encontrar o consultor do MMI, Álvaro Garrido, que fizemos questão de cumprimentar, a quem lançámos uma questão: Dê-nos uma boa razão para visitar o Museu de Ílhavo durante as férias! E com toda a naturalidade, Álvaro Garrido sugeriu que o ideal seria participar na festa comemorativa dos 80 anos do museu, que decorre de 5 a 8 de agosto, sublinhando, como pontos altos, «a inauguração ...

OBSERVADOR — Espanhóis ajudam nos fogos em Portugal

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«A Autoridade Nacional de Proteção Civil solicitou a presença de meios terrestres espanhóis no início da semana, face ao agravamento dos fogos nesta zona. O Governo acionou o Protocolo Bilateral Luso-Espanhol em matéria de Proteção Civil e Espanha enviou novamente os operacionais da Unidade Militar de Emergências. Patrícia Gaspar, adjunta de operações da Proteção Civil, explicou ao Observador que se aplicam os princípios da solidariedade europeia em matéria de Proteção Civil: a ajuda é enviada a título gratuito, ficando o país de acolhimento responsável pelos custos de manutenção das equipas, nomeadamente a alimentação e o alojamento.» (...) “A voz do fogo é complicada. Eu também não a conhecia. Uma coisa medonha, parece um filme de terror. Faz correntes de ar e sucções estranhas”, descreveu a autarca, crente na capacidade dos espanhóis para revigorarem os 500 homens que estavam no terreno: “Os nossos homens estão exaustos. Não comem. Temos de refrescar as equipas no ter...

Paulo Rocha — Turismo, rotundas e esplanadas

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«Portugal tem, no entanto, que oferecer mais do que rotundas e esplanadas. Quem nos visita e se encanta pelo sol e pela alimentação deve levar na bagagem motivos para regressar, não só pelo acolhimento que acontece e as saudades dos petiscos, mas também, e sobretudo, pela capacidade de oferta cultural, de entretenimento e de humanismo que cidadãos e instituições forem capazes de fazer. Assim, depois de criar todos os circuitos por cidades e aldeias, de construir os vários abrigos e montar todas as esplanadas, é necessário criar ofertas qualificadas para cada turista no âmbito no âmbito da cultura, do lazer, do mar, dos rios, das barragens, dos parques naturais, das matas qualificadas, dos monumentos património mundial e de tantos outros recantos que permanecem escondidos de quem visita Portugal e podem ser um fator decisivo para que voltem pela segunda, terceira ou quarta vez…» Ler mais aqui 

Anselmo Borges — Trabalho e férias

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1. O Homem "define-se" por muitas características. O trabalho - homo laborans - é uma dessas dimensões constitutivas do humano. E, quando falamos do trabalho, não pensamos apenas na necessidade que o Homem tem de se esforçar para poder sobreviver - ele há esta palavra tremenda: "trabalhar para ganhar a sua vida", que há dias o L"Osservatore Romano, órgão oficioso do Vaticano, disse que também se deve aplicar aos padres. De facto, por outro lado, o trabalho significa o esforço comum da Humanidade para transformar o mundo, pois é transformando o mundo que o Homem verdadeiramente se realiza e toma consciência de si enquanto humano, como bem viu Hegel, concretamente na sua famosa dialéctica do senhor e do escravo, no que constitui a primeira grande reflexão filosófica sobre o trabalho, na Fenomenologia do Espírito. O escravo, pelo trabalho e transformando o mundo, não ganha apenas para o seu sustento, pois, para lá disso e sobretudo, vem a si mesmo na consci...

Georgino Rocha — Fazer opções sábias. E a tempo

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Jesus quer mostrar a urgência de fazer opções sábias e a tempo. Recorre, segundo a versão de Mateus, a três parábolas, acessíveis aos discípulos: a do tesouro escondido no campo; a da pérola preciosa; e a da escolha do peixe apanhado na pesca. Depois de as narrar, pergunta-lhes: “Entendestes tudo isto?” “Entendemos”, respondem, sem hesitar. A comunicação havia resultado em cheio. Que alegria para todos. Nem os discípulos pedem mais explicações, nem Jesus sente necessidade de as dar. Mas acrescenta: “Todo o escriba instruído sobre ”. O comentário esclarecedor de Jesus valoriza a sabedoria do pai de família que conserva “o novo e o velho” do seu património, a liberdade de dispor dos bens guardados e o horizonte aberto a que os destina à luz dos critérios provindos do reino dos Céus, do Evangelho que ia sendo anunciado. É a sabedoria que brilha na oração de Salomão, após a sua coroação de rei, sendo ainda jovem. Um sonho descreve esta atitude primeira. “Dai, Senhor, ao vosso se...

MaDonA — O avô Manel

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«O avô Manel é o último sobrevivente do clã familiar. Fui visitá-lo, um dia destes, e ia rever uma pessoa que me é tão grata. O que estou a escrever será uma homenagem, a minha homenagem, em vida. É em vida que se apreciam os afagos, os mimos, o carinho. Depois...restam apenas as flores...  Qual não foi a felicidade do avozinho, ao receber a visita de entes queridos, que lhe atenuam a solidão dos dias. Com idade avançada, prestes a completar 95 anos, as forças do avô foram minguando, trazendo consigo as maleitas próprias desta faixa etária. A força nas pernas diminuiu, e depois de várias quedas, o destino foi o recurso a uma cadeira de rodas. Foi uma inevitabilidade! A única e a possível.» “A gratidão é a memória do coração.”  Antístenes O avô Manel é o último sobrevivente do clã familiar. Fui visitá-lo, um dia destes, e ia rever uma pessoa que me é tão grata. O que estou a escrever será uma homenagem, a minha homenagem, em vida. É em vida que se apreciam o...