segunda-feira, 20 de novembro de 2023

O importante é aproveitar o tempo

Tudo deve mudar para que tudo fique na mesma. Pois é verdade. No fundo, pregamos que é preciso assumir a adaptação aos tempos que correm, embora ligados aos princípios que regem a nossa vida, mas afinal continuamos a viver a nossa vidinha num ramerrão do qual não é fácil fugir. 
Bem queria adaptar-me aos novos tempos, seguindo passos dos mais novos, mas não e fácil.
Para já, tenho pela frente releituras e já  confirmei que vale a pena.  Há tanta coisa que foi abafada por algumas banalidades!
O mundo que mais me agrada, para além da família e amigos, é o dos livros. Por eles e com eles corro o mundo todo. Na foto, na célebre Livraria Bertrand, há anos,  com um livro do Cardeal e Poeta Tolentino Mendonça. 

domingo, 19 de novembro de 2023

Figueira da Foz de passagem


Estar na Figueira da Foz é um prazer. E quando passo por lá sinto pena de a deixar. Contudo, vou-me conformando com a impossibilidade de passar férias naquele ambiente. No verão, o movimento já nos incomoda. Eu sei que temos ao nosso dispor, bem perto de casa, a Barra, a Costa Nova e a Vagueira. Mas há gostos e lembranças que nos marcam para a vida. Aconteceu isso mesmo comigo. 

Orlando Figueiredo - ÁGUA



ÁGUA

Mar fecundo
de velas abertas em cristais de ternura
sais impuros sem repouso
Vasos comunicantes
braços tranquilos fatigados
Doce mistério de gestos repetidos
compassados sons de maternidade
gritos surdos
espelhados no verde das algas

Aqui
neste espaço febril
somos plancton dedos luz
somos aves sem retorno
água que corre


Orlando Figueiredo

In “Guardador de sonhos”

sábado, 18 de novembro de 2023

Espiritualidade, religião e saúde

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 

Em todas as licenciaturas, há uma cadeira que se imporia: Antropologia, pois é sempre o ser humano que está em causa.

1. E quando falamos do ser humano, temos de ter sempre em consideração que se trata de uma unidade em tensão. Assim, ele apareceu na história da evolução e, por isso, é preciso dizer que ele vem da natureza, mas, ao mesmo tempo ele é na natureza, pois é nele que a natureza e a evolução sabem de si. Ele é no tempo: vem do passado, vive no presente e projecta-se no futuro. Ele é simultaneamente impulso, emoção e razão. É consciente, consciente de que é consciente, mas mergulha no inconsciente, o isso em nós sem nós, de tal modo, que por vezes perguntamos: eu fiz isso?, aí não era eu. Limitado, o ser humano é uma abertura ilimitada, nunca estamos suficientemente feitos, estamos abertos a tudo, à Transcendência.

2. Deste modo, encontramos o cuidado. Cuidaram de nós e nós devemos cuidar: cuidar de nós (desde o que comemos ao repouso...), cuidar dos outros (só sou eu face ao tu), cuidar da natureza (há uma ligação estreita entre a saúde e o ambiente), cuidar do Sagrado, de Deus.

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

As Palavras no Som da Pintura


Quero de ti
O fogo soberano que beija a esperança,
Onde rebentam as águas
Que incendeiam a seiva
Nascida no refúgio dos deuses.
O perfume do teu sangue
Afofa e ameiga
A dureza das fragas
Que suportas nas crateras
Expostas ao sabor
Eflúvio do teu ser.

O sangue é sempre
Um grito vindo do abismo vigoroso,
No silêncio da claridade
E na escuridão de uma noite
Em que se trocam destinos profundos,
E palavras que desconhecem
O palpitar das rosas
Pelo fogo que a alma deixa cair aos teus pés.

O mar da serenidade
Flutua num lençol
Tão puro que se oculta em si
E ceifa a sede desértica
Que aniquilou o caule espinhoso
Dos segredos subtis.
Tu és o poema indiviso
E a ilha na sua plena majestade.

“As Palavras no Som da Pintura”

Inocêncio Paulo Moreira - Poemas
Paula Teixeira - Ilustrações

NOTA: 
1 - Diz  Paulo Moreira que os seus poemas deste livro são a sua "visão interpretativa dos quadros que a Paula selecionou para esta obra".
2 -  Sobre o livro, tentarei escrever algo brevemente.

Recordações — Lago azul



LAGO AZUL

O vento brando
suave e quente
enche velas esguias
e coloridas

No entardecer
no lago azul e liso
barcos deslizam
suavemente

E o vento brando diz
convencido
Aqui no lago azul e liso
o rei ainda sou eu


FM

Agosto de 2008

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Jorge Ribau - Mais um prémio



O nosso conterrâneo e bom amigo, Jorge Ribau, venceu mais um concurso de culinária, desta feita na área da sobremesa, do programa "A mesa dos portugueses". Trata-se de um Pudim de Laranja que, pelo aspeto, deve ter saído saborosíssimo.
Os prazeres das pessoas não devem brotar espontaneamente, ou talvez sim. Tanto quanto sei, o Jorge Ribau teve uma grande mestra, sua avó materna, Dona Aurora, que eu tive o prazer de conhecer. Um abraço, meu caro, com votos dos maiores sucessos.

GAFANHA DA NAZARÉ — Igreja Matriz


Todos somos sensíveis às cores, às formas, aos volumes. Em suma,  à beleza. Quando entro numa igreja, sabe-me bem  apreciar o bom gosto e a harmonia, tal como me sabe bem ouvir belos cânticos de louvor a Deus. De modo que não posso deixar de partilhar aquilo que, na minha opinião,  enriquece a nossa sensibilidade.

Nota: A nossa Igreja Matriz está recheada de janelões com vidros pintados. Temática religiosa.

Saramago nasceu neste dia

16 de novembro de 1922


PARÁBOLA                  

Num caroço de mentira
Trouxe a verdade escondida
Pus o caroço na terra
Nasceu verdade fingida
Não faltou água dos olhos
Ao viço desta palmeira
Que frutos daria o ramo
Da maligna sementeira
Se do sal que nela morde
Um sabor amargo sobra
É coisa que vai no rasto
Que ficou depois da cobra
Lá em cima onde a verdade
Tem a franqueza do vento
Negam ninhos as raízes
Porque é outro o seu sustento
E o tronco tão levantado
Sobre o caroço partido
Não é tronco mas é homem
Alto firme e decidido

NB - A minha homenagem a um  grande escritor. Prémio Nobel da Literatura em 1998.

terça-feira, 14 de novembro de 2023

DILEMA

Confesso que já ando saturado de ver e ouvir os principais canais das nossas Televisões, pela razão muito simples de os temas que abordam serem, maioritariamente, baseados na política. E o dilema é este: Se é verdade que necessitamos de estar informados, temos de concordar que tanta repetição nos satura. Pelo menos a mim.
Às vezes desligo, mas logo vem a curiosidade de saber como estão as coisa políticas, está bem de ver. É que me incomodam, realmente, estes negócios colaterais que mancham a credibilidade dos nossos políticos. Há sérios? Claro que há, mas como será possível detectar a seriedade dos homens e mulheres do nosso tempo só pelo olhar?

Ria de Aveiro — A melhor de junho


 O Google teve a amabilidade de me comunicar que esta fotografia foi considerada a minha melhor de junho. E quem sou eu para duvidar?

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