segunda-feira, 16 de maio de 2022

Derrubar ou construir muros?

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Neste momento e apesar dos esforços do Patriarca Bartolomeu e do Papa Francisco, os cristãos não se mostram só incapazes de fazer a paz entre a Rússia e a Ucrânia, como são eles próprios que estão em guerra, levantando muros cada vez mais altos.

1. Os cronistas da actualidade nem sempre precisam de recorrer ao passado. Não é o meu caso. Por devoção e obrigação, procuro praticar a contínua correlação crítica entre o complexo acontecer do presente e os textos do Novo Testamento, situados no tempo e na geografia em que nasceram e tendo em conta a situação actual dos estudos bíblicos e as novas interpretações da Bíblia na Igreja. Já foi dito que as próprias Escrituras crescem com as leituras que delas se vão fazendo ao longo do tempo. Um célebre autor protestante dizia que o teólogo deve ter numa mão a Bíblia e na outra o jornal, simbolicamente, o vai-e-vem contínuo entre o passado e o presente.
Quando leio os Actos dos Apóstolos, que acontece frequentemente – e, agora, é leitura contínua neste tempo pascal, apresentada em fragmentos aos Domingos, – vem-me sempre à ideia de que é um livro que ficava muito bem em Banda Desenhada.

Feira do Livro no coração de Aveiro


 De 20 de Maio a 5 de Junho vai realizar-se a 46.ª Feira do Livro, envolvendo ATLAS Aveiro - Edifício Fernando Távora. Se é verdade que a compra de livros não tem grande expressão junto das populações, importa chamar a atenção para a importância da leitura, fonte de tantos saberes. Quando leio, fico sempre mais rico: a poesia encanta-me, os romances fazem-me sonhar, a literatura sobre a história enriquece-me, os livros de viagens tornam-me senhor do mundo. Sou fã das Feiras de Livros. Nelas descubro autores porventura esquecidos, inclusive das nossas terras, e outros que andam perdidos pelas livrarias. De modo que não faltarei à Feira do Livro.

domingo, 15 de maio de 2022

CHAVES das minhas memórias


Estou no meu sótão. Silêncio. De vez em quando, percebo que lá fora há um ventinho que quebra a monotonia. Uns pingos de chuva não impedem a rega de amanhã.
Ao almoço, com a família que foi possível reunir, Chaves surgiu na conversa. E com ela vieram recordações de quem já nos deixou e dos que naquela cidade transmontana permanecem ou que labutam noutros ares. A conversa estava animada, mas tinha de terminar. Cada um tinha a sua vida.
No silêncio, então, deu-me para folhear a revista ILUSTRAÇÃO para ver como era a vida há tantos anos. E deparo com a foto que aqui exibo. O Tâmega, ao que julgo, que imensas vezes atravessei pela multissecular ponte romana, e a Torre de Menagem ali estão como a máquina os captou e a ILUSTRAÇÃO publicou em 16 de Abril de 1927.
Uma saudação muito amiga para os amigos flavienses.

Minha mãe faleceu há 28 anos

A minha saudosa mãe faleceu em 15 de Maio de 1994. Tinha 84 anos e sempre viveu com lucidez, embora tivesse enfrentado trabalhos e doenças que soube vencer com coragem e determinação. Faz hoje 28 anos que fisicamente nos deixou. Por ser de baixa estatura, ficou na vida conhecida por Rosita Facica. 
Evoco-a com saudade, não apenas pelas fotografias, mas através das marcas que deixou impressas na minha memória. No meu quintal, que foi seu, nos vestígios da sua residência, na sua palavra e no seu olhar penetrante, que a toda a hora me acordam, está a minha saudosa mãe.
Quando lidávamos na horta, tinha sempre que dar a sua opinião ou a sua ordem. Vivia  o prazer de cuidar de plantas ornamentais, que sabia reproduzir em vasos pequenos, para depois transplantar. E é uma dessas plantas que a torna presente na sala onde trabalho. Sei que Deus cuida da minha mãe Rosita, aconchegando-a  no seu regaço maternal. 

sábado, 14 de maio de 2022

O perdão e a génese do religioso

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

 Deus é aquele que ama. Deus está do lado da Humanidade. Deus criou não para a sua maior honra e glória, mas para a alegria e a realização plena dos homens, das mulheres, dos jovens, das crianças.

Pergunto-me a mim próprio se a maior revolução na história das religiões não está naquela ordem que Jesus, na continuidade dos profetas, essas figuras colossais da História, coloca na boca de Deus: "Ide aprender o que isto quer dizer: "Eu não quero sacrifícios, eu quero justiça e misericórdia"."
Por princípio, nas diferentes religiões, uma das componentes essenciais é precisamente o sacrifício a oferecer à divindade. E degolam-se cordeiros, vitelos, bois, pombas, cabritos. Mesmo pessoas humanas foram sacrificadas. Quem não se lembra do terror de Isaac, o miúdo carregando com a lenha do sacrifício, desconhecendo que a vítima era ele próprio? Também por princípio, só os sacerdotes podem oferecer sacrifícios. Há quem afirme que no tempo de Jesus, serviam no Templo de Jerusalém uns 20.000 sacerdotes e levitas - os levitas eram uma ordem inferior de clérigos, que ajudavam os sacerdotes em vários serviços, como apresentar os animais e a lenha para o altar.

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Em hora de ócio

 

Relva aparada é  convite ao ócio. Cadeira de praia à altura da hora da digestão, protegido pela sombra de um arbusto, tive tempo, mais que tempo, para olhar o céu límpido. A paisagem não me deixou dormir. E nunca me cansei. Bom fim de semana para todos.

Amai-vos uns aos outros como eu vos amei

Reflexão de Georgino Rocha para o Domingo V da Páscoa

“A família é o santuário da vida e do amor, lugar da manifestação de «uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura» ”

Jesus, ao despedir-se dos discípulos, deixa-lhes em testamento o "mandamento novo: «Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei»". Este mandamento é uma síntese da Sua vida e um estatuto da comunidade cristã chamada a concretizar o projeto de Deus. Jo 13, 31-33a. 34-35
A recomendação feita por Jesus tem “sabores” muito ricos e plurais: testamento vital, espelho do amor mútuo a Deus seu Pai, núcleo fundamental e dinamismo permanente da comunidade cristã, credencial do testemunho dos discípulos, força e imperativo de humanização qualificada de toda a sociedade. Os momentos cruciais da vida de Jesus entram na “recta” final. É hora de abertura total, de confidências, de comunicação de “últimas” vontades. E o amor surge com toda a sua energia e amplitude. É um amor de entrega, de serviço, de perdão, de doação. A atestá-lo está a ceia de despedida, o lava-pés, o episódio de Judas.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

AVEIRO na revista ILUSTRAÇÃO


Revista ILUSTRAÇÃO: 3.º ANO, NÚMERO 64, PREÇO 4$00, Lisboa, 16 de Agosto de 1928. Ilustração de Cunha de Barros.

Curiosidade: No interior da revista não há qualquer referência à nossa região. Jornalismo de outros tempos.

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Princesa Joana, na noite anterior ao seu falecimento

No dia 11 de maio de 1490, já noite avançada, a Princesa  Joana reuniu à volta do seu leito as religiosas do Mosteiro de Jesus, despedindo-se de todas e pedindo-lhes perdão de qualquer ofensa que dela tivessem. Estiveram ali também os bispos de Coimbra e do Porto e o prior do Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia.

Nota publicada no Correio do Vouga, 
semanário da Diocese de Aveiro

terça-feira, 10 de maio de 2022

Há 550 anos veio para Aveiro a Princesa Joana


O nosso Bispo, D. António Moiteiro, lembra, no convite enviado ao clero da diocese de Aveiro para as celebrações alusivas à Festa da nossa padroeira, 12 de Maio, que vamos comemorar os 550 anos da vinda da Princesa Joana para Aveiro. E sublinha do Memorial:

“Aos trinta dias do mês de julho chegou a senhora infanta dona Joana nossa senhora a esta vila de Aveiro com el-rei dom Afonso seu pai e o príncipe dom João seu único irmão e com sua tia a senhora dona Filipa, filha do infante dom Pedro, irmã de sua mãe. Aos quatro dias do mês de agosto do ano do Senhor de mil quatrocentos e setenta e dois, entrou a dita senhora princesa a senhora infanta dona Joana nossa senhora neste mosteiro de Jesus.”

A celebração eucarística será às 10 horas na Sé de Aveiro, para a qual o nosso Bispo convida os aveirenses e devotos de Santa Joana.

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Modas de antigamente

Do livro "As mulheres do meu país"
de Maria Lamas


Quando ando sem compromissos, volto aos meus livros cuja leitura me dá prazer. "As mulheres do meu país" vem à baila frequentemente. Desta vez, para sublinhar as modas de há uns 80 anos. Os chapéus de palha, tão em uso naquele tempo, evitavam que o sol do Verão queimasse a tez, que o rosto branco era mais fino. E os canos nas pernas? Hoje, toda a gente vai para a praia para se queimar um pouco. Antigamente era chique ter as pernas branquinhas. O chapéu, os canos e até as meias cumpriam a sua missão. Uma tem as mangas arregaçadas, mas era normal cobrirem os braços. Como mudam as modas!

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