sexta-feira, 18 de março de 2022

Não haverá sol para os que provocam a guerra


Em dias de frio, o sol tarda em aparecer. Só ele aquece verdadeiramente o ar que respiramos. Há o calor da fogueira que aquece os pés, o calor humano que reconforta a alma, mas o calor que nos vem do astro rei brilha nos nossos olhares. E no verão, quando ele é mais forte e poderoso, então deliciamo-nos numa das nossas praias.
Nas praias, sobretudo, todos somos iguais, todos olhamos, estirados na areia macia, o sol amigo que a todos trata com carinho. Não há reis, nem príncipes, nem ricos nem pobres. Todos somos amigos do sol e o sol gosta de todos.
Espero, por isso, o sol acariciador, que vem para os homens e mulheres livres e sonhadores, para os de consciência tranquila e alma lavada, para os puros de coração, para os generosos e amantes da liberdade. Para os solidários e justos. Para os amantes da paz.
Só não vem para os tiranos, para os que provocam guerras, para os que matam inocentes, para os que deixam sem abrigo e sem pão milhões de pessoas. Jamais  haverá sol para os que provocam a guerra. O povo nunca lhes perdoará.

Em Jesus, Deus dá sempre uma última oportunidade

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo III da Quaresma

Agora é tempo de dar frutos. Há que vencer resistências e fazer como o vinhateiro; apesar de tudo o que se vê e parece aconselhar outras atitudes. É possível dar frutos novos e saborosos. O amor transforma e faz ser ousado.

As notícias que circulam nos meios de comunicação indicam que há mais de 25 guerras mortíferas, sendo a da Ucrânia a que nos chega em directo, ao vivo, de modo que a temos em casa. Zenit 11.03.22. Dramática realidade que nos abre o coração para aceder ao Evangelho de liturgia de hoje. Com efeito São Lucas narra os episódios da matança dos galileus por Pilatos, procurador do imperador de Roma, por motivos políticos, e o desabar da torre de Siloé, em Jerusalém, que por casualidade esmaga 18 homens. E quem traz estas informações a Jesus pretende saber de quem era a culpa e o pecado. Pretensão que tem resposta em duas interpelações de Jesus e na parábola da figueira que vamos meditar. Lc 13, 1-9.
“No caminho da vida há acontecimentos trágicos, comenta a Bíblia Pastoral. Estes não significam que as vítimas são mais pecadoras do que os outros. Ao contrário, são convites abertos para que se pense no imprevisível dos factos e na urgência da conversão para se construir a nova história. A parábola salienta que, em Jesus, Deus sempre dá uma última oportunidade”.

quarta-feira, 16 de março de 2022

Incompetente

 
"A violência é o último refúgio do incompetente"

Isaac Asinov,

(1920-1992)

Escritor

Em Escrito na Pedra - PÚBLICO de hoje

A Primavera vem a caminho

 

Orquídea do nosso jardim

A Primavera vem a caminho. Diz o calendário e a ciência. Mas também o garante a natureza, um pouco por todo o lado. Esta orquídea  do meu jardim  está à vista. E eu, que tanto anseio pela mais linda estação do ano, quero antecipar-me. 

terça-feira, 15 de março de 2022

BERNARDO E MARIA – A família antes e depois

Humberto Vieira 
deu-nos uma excelente lição

Veio a lume, há dias, um livro de Humberto Vieira — BERNARDO E MARIA – A família antes e depois — que mostra à evidência um entusiasmo raro, entre nós, de pesquisa sobre as nossas origens. Diz o autor que o seu trabalho nasceu quando se questionou sobre os seus avós: quem foram, o que fizeram e de onde vieram; sobretudo quis saber se eram da Gafanha. Inicialmente, começou as suas pesquisas no Arquivo Distrital de Aveiro e posteriormente saltou para os arquivos digitalizados disponibilizados na NET. “É muito bonito e deu-me um certo gozo mexer nos papéis antigos dos registos”, disse ao TIMONEIRO.
Recorreu depois aos arquivos paroquiais, destacando o da Gafanha da Nazaré, “sem dúvida o mais organizado, com duas funcionárias, Margarida e Patrícia, que não param”, referindo ainda a simpatia que encontrou no nosso prior, o Pe. César Fernandes; “eu não fazia a mínima ideia do que era e é a nossa paróquia”, sublinhou. 
Zita Leal, professora do ensino secundário, prefaciou o livro, onde adiantou que o título deste trabalho podia ser “Um hino de amor”, manifestando o seu encantamento por esta escrita “que nos convida a partilhar locais de areias áridas de húmus e tão ricas de coragem e de amor”. 
Humberto Rocha, primo e padrinho de batismo do autor, afirma que “conhecer a nossa identidade e a nossa origem é uma bênção, “pois é da miscelânea das gerações anteriores e do que recebemos delas, que vamos moldando o nosso conhecimento, os nossos sonhos e as nossas ambições num futuro melhor”. 
Rosa Lídia Santos, prima e afilhada de Humberto Vieira, frisa que o seu padrinho “é um guardador da memória”, acrescentando que “recordar é abrigo de todos os ventos e cura para tantos males de quem sofre de saudade pela distância ou falta de quem partiu”. “Neste livro, há um mar, uma praia de junco e uma casa branca, onde todos, nestas páginas, retornamos”, disse. 
O livro, de 482 páginas, insere diversas fotografias, muitas a cores, e começa com uma resenha história sobre as origens de Portugal, prosseguindo até à União Europeia. Depois veio a Gafanha com notas importantes e interessantes, de que destacamos os primeiros dezoito casais que por estes areais se instalaram entre 1685 e 1713. E a seguir, como seria de esperar, iniciou a “viagem no tempo dos ascendentes e descendentes dos [seus] avós Bernardo e Maria, num percurso desde o século XVI aos dias de hoje, uma história de gente de origens muito humildes presenteada de determinação em vencer”. A primeira edição já está esgotada, mas o povo da Gafanha precisa de ler o livro para aprender a navegar na história dos seus antepassados e descendentes. 
O Humberto Vieira deu-nos uma excelente lição.

Fernando Martins

Nota: Publicado no TIMONEIRO

segunda-feira, 14 de março de 2022

Os últimos marinheiros

Um livro de Filipa Melo

“Os últimos marinheiros” de Filipa Melo é o livro que hoje recomendo aos leitores de o TIMONEIRO por apresentar um tema que diz respeito ao nosso povo. Trata-se de uma edição da Fundação Francisco Manuel dos Santos e tem apenas 70 páginas, aparentemente muito poucas para um tema tão vasto e complexo, mas diz muito, apesar de tudo
O livro, que a autora assumiu como desafio, levou-a a contactar com marinheiros da marinha mercante e embarcou, em reportagem, “a bordo do navio de pesca do arrasto Neptuno, ao largo da Figueira da Foz, em março de 2015”, como se lê na Introdução. E acrescenta que o leitor tem nas mãos “uma tentativa de retrato do universo de alguns portugueses cuja principal fonte de sustento ainda é a navegação no mar”.
Filipa de Melo frisa que a ligação à marinha mercante (marinha de pesca ou marinha do comércio) de muitos portugueses “é uma herança familiar, vinda das duas gerações anteriores ou de tempos imemoriais”. “ Na dura solidão dos dóris bacalhoeiros ou no relativo conforto de modelos mais ou menos recentes de navios de pesca ou de carga, o respeito pelo mar perpetua as suas regras”, diz a autora. Noutra passagem do seu livro, lembra que “Portugal possui 2830 quilómetros de linha de costa e constitui a 3.ª maior Zona Económica Exclusiva europeia, 11.ª a nível mundial”.

F. M.

Rezar para quê?

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

A oração não se destina a modificar a Deus. Não nos pode amar mais do que nos ama. O seu amor de misericórdia universal é ilimitado. A oração destina-se a modificar a nossa vida, segundo o Espírito de Cristo.

1. Faço parte de um grupo, bastante ecuménico que, antes da pandemia, se reunia todos os meses para debater questões levantadas, em cada reunião, pelos membros do grupo. Nem sempre se contava com uma agenda prévia. Esta resultava sobretudo das propostas que surgiam no começo de cada encontro.
Na semana passada voltámo-nos a reunir. Uma pergunta que ocupou quase toda a reunião foi provocada pela admirável jornada de oração e jejum pela paz na Ucrânia, na Quarta-feira de Cinzas, convocada pelo Papa Francisco.
Será que Deus está à espera das nossas orações para decidir o que deve fazer? Poderão as nossas orações alterar a vontade de Deus? No caso presente, a população ucraniana e russa é formada por povos maioritariamente religiosos e cristãos, embora de diferentes Igrejas. Deus por quem vai optar? Sendo Deus omnipotente, porque não acaba de vez com todas as guerras?

domingo, 13 de março de 2022

Problemas da Paz


"A guerra é a saída cobarde para os problemas da paz"

Thomas Mann,
escritor




Em Escrito na Pedra do PÚBLICO de hoje

sábado, 12 de março de 2022

Efemérides de Março: Estrada - Ponte - Farol

Primeiras estrada que atravessou a Gafanha
Ponte que ligou Ílhavo à Gafanha
Farol começou a ser construído 

Ponte e primeira estrada

Se pensarmos um pouco, descobriremos que uma terra, qualquer que ela seja, tem sempre efemérides que preenchem a sua história. E a Gafanha da Nazaré está carregada de eventos que ouso lembrar de quando em vez. 
Em março, no dia 12 de 1860, foi iniciada a construção da primeira estrada que atravessou a região da Gafanha até ao Forte e que foi batizada, em data posterior, com o nome de Av. José Estêvão. Contudo, é justo lembrar que esta estrada, bem como outras que se construíram naquela época, se ficou a dever à influência de José Estêvão. 

Farol em construção

Curioso será imaginar o movimento que esta longa estrada teve, em épocas de veraneio, com destino às praias da Barra e Costa Nova, sobretudo aos fins de semana. Na altura, dizia-se que era a estrada rural com maior trânsito no país. Será exagero, mas ouvi essa afirmação inúmeras vezes. 
Também neste mês, no dia 24 de 1862, se iniciou a construção da ponte que ligou Ílhavo à Gafanha. E em março de 1885 iniciou-se a construção do nosso Farol, que foi inaugurado em 31 de agosto de 1893.
Interessante seria que nos debruçássemos, de vez em quando, sobre o progresso da nossa terra, a partir de datas marcantes da nossa caminhada na história.

As tentações do poder e a tragédia

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 

"Sr. Putin, permita que lhe pergunte: afinal, quem é? Nasceu de pai e mãe? Tem coração que bate? Pensa? Sente? Já alguma vez sofreu? Já chorou? Como é possível sob o seu comando tanta gente perder a vida, perder a paz, ter de abandonar as suas casas, fugir das armas e tanques de guerra, tudo sob o seu comando? Como pode ver crianças a sofrer, a chorar assustadas, crianças mortas? Crianças a nascer em bunkers, mulheres a ver os seus maridos e filhos a morrer? Quem é afinal, Sr. Putin?


Perante os horrores que estamos a viver, escrever o quê? O meu desejo era tão-só pôr como título - Ucrânia: o horror. Depois, pedir para colocarem na página em branco a imagem de uma cruz e, no fundo, à direita, duas palavras: lágrimas e solidariedade. E era tudo.
Mas estamos na Quaresma e, no Domingo passado, o Evangelho narrava as três tentações de Jesus, tentações que, lá no fundo, não são senão uma só: a tentação do poder total enquanto domínio: o poder económico - o diabo disse a Jesus: "Diz a estas pedras que se transformem em pão" -, o poder religioso - levou-o ao pináculo do Templo e disse-lhe: "Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo, os anjos levar-te-ão nas suas mãos" -, o poder total - "o diabo mostrou-lhe todos os reinos do universo: Dar-te-ei todo este poderio e a sua glória; se te prostrares diante de mim, tudo será teu".

sexta-feira, 11 de março de 2022

Escutar Jesus, o Filho Amado de Deus Pai

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Segundo Domingo da Quaresma 

A transfiguração faz-nos ver a autenticidade de Jesus, o Filho de Deus, dá lucidez e coragem aos seus amigos e seguidores para verem a outra face da vida, abre horizontes de ressurreição aos acontecimentos “negros” da paixão injusta e da morte aniquiladora

“Diz-me o coração: «Procurai a face do Senhor». A vossa face, Senhor, eu procuro; não escondais de mim o vosso rosto”. É esta a antífona de entrada da celebração litúrgica do domingo da Transfiguração de Jesus, ocorrida no monte Tabor. Antífona que desvenda o íntimo do coração humano desejoso de ver o rosto de Deus e, cheio de confiança, Lhe suplica que se mostre. Antífona que nos predispõe a acolher a mensagem das leituras de hoje. Em sintonia com a Igreja, vamos fazer o percurso dos discípulos eleitos de Jesus para serem testemunhas da sua transfiguração e revigorarmos a nossa fé. Lc 9, 28b-36.
Ao desejo do coração humano responde Deus Pai indicando o caminho seguro de escutar Jesus, seu Filho amado. Escutar é uma constante bíblica que desvenda a relação humana que sintoniza com o preceito divino. Escutar com o coração disponível a acolher e com todas as faculdades humanas despertas e prontas a corresponder. “Quem dera ouvísseis hoje a voz do Senhor” exorta o salmista ao começar a oração da manhã da Liturgia das Horas.

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