no Diário de Notícias
"A Igreja não é, na sua raiz, uma hiperorganização, mas assembleia convocada por Deus e reunida em Cristo. Então, o Papa, antes de ser Papa, é cristão; o bispo, antes de ser bispo, é cristão, um seguidor de Cristo; um cardeal, um cónego, um padre são discípulos de Cristo, que têm uma missão de serviço. Que devem servir, precisamente como qualquer cristão. Não há de um lado a hierarquia que manda e do outro os cristãos leigos que obedecem. Há sim a comunidade dos que acreditam em Cristo, que procuram ser seus discípulos e que prestam serviços uns aos outros e a todos, segundo os dons e as tarefas que foram dados a cada um para bem de todos."
No Evangelho, as três tentações de Jesus estão todas relacionadas com o poder. Antes de iniciar a sua vida pública, Jesus teve de decidir se queria ser um Messias político, do poder, ou um Messias do amor, do serviço. Foi por esta segunda via que seguiu: "Eu não vim para ser servido, mas para servir", e servir até dar a vida, dar a vida para testemunhar a verdade e o amor. A verdadeira tentação, segundo o Evangelho, é a do poder, no sentido da dominação.