sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Gafanha da Nazaré - Primeiro matrimónio

Efeméride 
17-06-1911

O primeiro matrimónio celebrou-se nesta data, na então chamada capela da Cale da Vila, Gafanha da Nazaré, a servir de matriz provisória. Domingos José Soares e Maria de Jesus da Silva consorciaram-se em cerimónia presidida pelo pároco encomendado João Ferreira Sardo, que os uniu, tendo também procedido “à bênção do anel”. O Domingos tinha 22 anos de idade, era solteiro e pescador, natural e morador na freguesia da Murtosa e nela baptizado, filho legítimo de José António Soares e de Maria Joaquina de Oliveira, naturais da mesma freguesia, concelho de Estarreja, Diocese do Porto; a Maria de Jesus tinha 23 anos de idade, era solteira e jornaleira, natural da freguesia da Gafanha, filha legítima de Manuel Fernandes Casqueira e de Rosa de Jesus, naturais desta freguesia. Foi baptizada na freguesia de Ílhavo. Serviram de testemunhas no baptizado João Peixoto, casado e jornaleiro, e Joana de Jesus Casqueira, casada e seareira, naturais desta freguesia e nela residentes. Cônjuges e padrinhos não assinaram, “por não saberem escrever”.

Quando digo o nome do mar...

 

Quando digo o nome do mar não é do mar
que digo o nome, mas de tudo o que
antes e para lá do mar ficou
em sobressalto nos perigos da sua travessia.

Aprendi isso em lugares raros,
como o último silêncio, a última gota
de água ou de mel.

Francisco José Viegas

Li em Poemário

Praia da Barra - Marco geodésico

 

Nem sei há quantos anos ali está, no sítio certo, o marco geodésico, a cumprir a sua função, indiferente a quem passa. Nas dunas, entre ervas secas, a olhar o mar e quem passa. Não sei quem cuida do seu aspeto físico e da sua preservação. Tem, no cimo, um curto ferro. Será que lhe falta alguma coisa? E terá ou já teve alguma inscrição? Confesso que não sei.

Aprendei a lição da figueira

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo XXXIII do Tempo Comum



Os sinais do mundo novo estão a surgir no apreço pela dignidade humana, na solidariedade, na justiça e equidade, no amor de doação, expressões qualificadas do amor com que Deus nos ama. Antecipemos o futuro, envolvendo-nos no presente, fazendo nossa a luta por estas causas e valores.


Uma figueira constitui o recurso pedagógico a que Jesus “lança a mão”, nos seus ensinamentos, sobre o que irá acontecer no final dos tempos: a instauração do reinado de Deus na humanidade, a realização das promessas. “Será um processo lento e longo no qual o Deus humanizado em Jesus se fará presente entre os humanos, até humanizar este mundo libertando-o da desumanização que origina tanto sofrimento e opressão” (J. M. Castillo, La religión de Jesús, Ciclo B, De Brouwer, 2017). A convulsão cósmica que culmina os acidentes marcantes da história humana é narrada nas fases da vida da figueira.
Os discípulos estão habituados a observar o que acontece com ela nas várias estações do ano. Sabem que é a última árvore a desabrochar os rebentos nos ramos e a cobrir-se de folhas, deixando a letargia da hibernação e abrindo-se às novas aragens dos começos do Verão. E sabem também que, só depois, virão os figos apreciados e saborosos. Antes, porém, passa por fases de total despojamento, fustigada pelas forças agressivas e devastadoras de vendavais e chuvas intensas. Paciente, o agricultor observa os sinais da evolução do ritmo normal da vida “congelada” e, confiante, aguarda a hora promissora da nova estação. Mc 13, 24-32.

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Amo o Silêncio


AMO O SILÊNCIO


Amo o silêncio e as vozes que insinuam,
Meigas ciciam, musicais, veladas,
Fracas, serenas, pálidas, cansadas,
Doces palavras que no ar flutuam.

Amo o silêncio e a luz difusa… E amo
A tarde cor de cinza, a chuva calma,
E o mar sem ondas, liso como a palma
Da minha mão aberta… E em cada ramo

Das árvores sem folhas, amo os verdes
Musgos pendentes, flácidos, em tiras…
Assim, minh’alma extática, suspiras,
Meu coração tranquilo, assim te perdes!

Rude fragor do mundo, sombra fria,
Passa de largo! Não me acordes, não!
Deixa correr a fonte da ilusão,
Enche-me a vida de melancolia…

Carlos Nascimento

Poeta (1897-1978)

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Stella Maris está desativado há anos

Em 10 de novembro de 1985, há 36 anos, foram inauguradas por D. Manuel de Almeida Trindade, Bispo de Aveiro, as novas instalações do Clube Stella Maris, da Obra do Apostolado do Mar, na Cale da Vila, Gafanha da Nazaré. Destinava-se o clube, desde a sua fundação, a apoiar os homens do mar e da ria e suas famílias, tanto sob o ponto de vista espiritual e religioso, como social.Em todo o processo se envolveram pessoas de diversos quadrantes, compreensivelmente em sintonia com as estruturas dos setores das pescas e construção naval, mas ainda da Igreja Católica, com destaque para as gentes da Gafanha da Nazaré, por motivos sobejamente compreensíveis, ou não fosse a nossa terra o principal centro industrial ligado às pescas e indústrias correlativas.
Com o decorrer dos anos, as estruturas portuárias e sociais alteraram-se significativamente e o Stella Maris perdeu a importância do seu estatuto, numa sociedade marcada por novos recursos e respostas sociais, estatais e não só.
Diga-se ainda que o Stella Maris se traduziu, na altura e durante muito tempo, num relativo apoio aos homens do mar e suas famílias. Hoje está desativado, esperando-se que a Diocese de Aveiro dê vida digna àquele espaço, há tanto tempo numa situação de esquecido.

Fernando Martins


Abusos sexuais na Igreja Católica?

Carta subscrita por mais de 200 pessoas 
pede investigação independente em Portugal

Bispos portugueses reunidos em Fátima

Um grupo de mais de 240 católicos, incluindo várias figuras públicas, enviaram esta segunda feira uma carta à Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), pedindo que os bispos apoiem uma investigação independente à questão dos abusos sexuais por membros do clero ou em instituições eclesiais. 
“Se essa iniciativa não for tomada, receamos que a inação da CEP seja vista pela sociedade portuguesa como encobrimento”, indica a missiva. Os signatários da carta defendem, contudo, que uma “investigação nacional rigorosa, abrangente e verdadeiramente independente”, que não deve estar a cargo da comissão nacional anunciada por D. José Ornelas. 
“É nossa fundamentada convicção que se a CEP não tomar, de imediato, esta iniciativa, nos termos referidos, a investigação acabará por ter lugar por decisão política, o que significará, com toda a certeza, um agravamento de custos reputacionais para a Igreja, mais uma tristeza que todos nós queremos firmemente evitar”, advertem. 
A carta é assinada por figuras como a escritora Alice Vieira, o jornalista Jorge Wemans, a teóloga Teresa Toldy ou o ex-presidente da Cáritas, Eugénio Fonseca.

NOTA: Publicado no "Correio do Vouga" de hoje

terça-feira, 9 de novembro de 2021

Muito se mente


"Nunca se mente tanto como antes das eleições, durante uma guerra e depois de uma caçada"

Bismarck, 
político alemão 
(1815-1898)



In Escrito na Pedra no PÚBLICO

O Outono ficou à porta

 

O Outono, cansado da agitação provocada pelo vento, quis entrar em casa para descansar um pouco, mas ninguém lhe abriu a porta. E ali ficou à espera. Acontece a tanta gente!

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

A pensar na beleza da natureza

Marcas do meu ambiente num dia vulgar

 




Anselmo Borges — O MUNDO E A IGREJA – QUE FUTURO?



O MUNDO E A IGREJA – QUE FUTURO? é o mais recente livro de Anselmo Borges com edição da gradiva. O Prefácio é de Maria de Belém Roseira e o Posfácio de Paulo Rangel. Já está na posição de espera porque ainda tenho várias leituras em mãos. Mas não resisti à força da curiosidade, até porque leio e aprecio os desafios que Anselmo Borges lança semanalmente à consideração da Igreja Católica e dos seus membros, clérigos e povo, sem ignorar os homens e mulheres dos nossos tempos. Não é por acaso que lhe reservo um espaço no meu blogue há bons anos.
“Os dois princípios, entrecruzados, que têm de animar a todos são: por um lado, o amor, a bondade, por outro, a razão, a inteligência. A bondade sem a inteligência não abre caminhos novos e pode inclusivamente causar imensos estragos irreparáveis; a inteligência sem a bondade pode tornar-se cruel e fazer um sem-número de vítimas. A síntese é a razão sensível.” — lê-se na badana da capa.
A finalizar o seu esclarecedor Prefácio, Maria de Belém Roseira frisa que o livro de Anselmo Borges nos ajuda a “compreender a dureza da luta travada pelo Papa Francisco na configuração de uma Igreja com tolerância zero relativamente à pedofilia e também à corrupção, que recupere a sua missão de construção da justiça, da fraternidade e da verdade”.

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