quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Segunda Quaresma em tempo de pandemia

Da Quaresma de 2020



Sem dificuldades, associo a Quaresma aos dramas provocados pelo COVID-19 nos tempos em curso. Tempos de medos e angústias, de silêncios e reflexões, mas também de esperanças, que depois da tempestade vem a bonança.
O nosso mundo foi surpreendido por uma guerra ainda sem fim à vista, não com armas sofisticadas criadas pelo homem, mas por uma arma invisível capaz de aniquilar vidas sem conta, resistindo aos apelos dos sofredores, às orações dos crentes e à inteligência dos cientistas. Sucedem-se os medos, multiplicam-se as receitas e os conselhos médicos, aceitam-se as decisões dos governantes e isolam-se as pessoas entre paredes das suas habitações, mas as tréguas teimam em não surgir.
Em casa, como milhões de pessoas de todo o universo, haverá razões para todos refletirmos sobre a Quaresma que temos em curso. Sobre a oportunidade que nos é dada para a partir dela reestruturarmos novos estilos de vida, em família e na sociedade, no sentido da construção de uma paz mais duradoira, mais solidária, mais voltada para a natureza e para Deus, que está em tudo e em todos, como cremos.

Fernando  Martins

terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Carnaval sem graça


Todos sabemos que hoje é dia de Carnaval. Segundo as tradições de cada terra e gentes, o Carnaval era sempre vivido entre o domingo anterior e o verdadeiro dia de Carnaval, terça-feira,  que antecede o princípio da Quaresma. Mas desta vez, por razões óbvias, nem dele me lembrei. Só agora é que alguém me perguntou: — Mas hoje não é o Dia de Carnaval?
É claro que é, mas as máscaras são outras. Contudo,  certas forças bloquearam a minha memória, ficando eu numa  “tranquilidade” monótona e sem horizontes para além da espera do dia da vacina que me permitirá viver mais tranquilo, porque sem medo do contágio do Covid-19. Como a vida é! De um dia para o outro, sentimo-nos fechados ao mundo, a hábitos, a tradições, a vivências, a alegrias e a recordações. E por aqui ficamos, apáticos e sorumbáticos. Amanhã entraremos na Quaresma que nos prepara para a Páscoa. E outras festas se seguirão. Com máscaras que nada têm a ver com o Carnaval.

F. M.

Aldeias e Vilas Medievais - Longroiva


 
Localizada na Beira Interior, perto do rio Côa, Longroiva remonta ao tempo da pré-história, tendo por ela passado romanos, visigodos e árabes. Mas é pelo testemunho da época dos Templários que Longroiva é hoje mais conhecida.
Do castelo já pouco resta, para lá de uma grande torre. Mas esta fortificação, classificada como Monumento Nacional, continua a ser um marco incontornável desta aldeia, a que se lhe junta o antigo pelourinho e a igreja matriz para contar mais um pouco da sua história.


NOTA: Sugestão de passeio e visita da Via Verde

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Costa Nova - Peixes saltaram para a rua









Na Costa Nova do Prado, uma das nossas praias com mais história, quem passa pode admirar os peixes que resolveram saltar para a rua para nos lembrar que a ridente zona balnear não é só praia e ria. Também é terra de pescadores e de ricas caldeiradas.

GDG - Inauguração do campo de treino

Para recordar uma efeméride




O Complexo Desportivo do GDG inaugurou neste dia de Fevereiro de 2009 os campos  de treino, relvado sintético e pelado. Já lá vão uns aninhos e eu estive lá para testemunhar o melhoramento. Quem viu nascer o Grupo Desportivo da Gafanha e o acompanhou durante tanos anos, gosta de evocar datas que mostram à saciedade  o progresso desta instituição que mais atletas envolve no concelho de Ílhavo e, porventura, na região.

domingo, 14 de fevereiro de 2021

Dia dos Namorados

O que escrevi há 16 anos

Hoje, 14 de Fevereiro, é Dia dos Namorados. O que é que isto significa? Que nos outros dias do ano não há dias de namorados? Não, obviamente. Significa, a meu ver, que este dia serve, ou deve servir, de forma especial, para os namorados pensarem um pouco sobre se têm aproveitado o namoro, nos seus encontros normais, para se conhecerem bem, construindo, assim, paulatinamente, mas com segurança, o amor que os há-de unir para sempre. Amor apoiado na compreensão mútua, na aceitação das qualidades e pequenos defeitos de ambos, no crescimento constante e seguro do entendimento entre o casal, rumo a um casamento com futuro garantido ou à manutenção do mesmo.
Penso que a felicidade tem de ser construída pelo casal no dia a dia, muitas vezes à custa de alguns sacrifícios, mas também de muita tolerância, num ambiente de partilha de responsabilidade, do cultivo dos afectos. E tendo em conta, permanentemente, que o amor de hoje tem de ser sempre superior ao de ontem e muito inferior ao de amanhã. São os meus votos para todos namorados, de todas as idades.

Fernando Martins

Aldeias e Vilas Medievais - Lindoso



É conhecida como a “Aldeia dos Espigueiros”, tal é o número destas estruturas que se podem ver por aqui. São 120 ao todo e testemunham uma vida comunitária.
Pela proximidade à fronteira com Espanha, Lindoso teve um papel relevante nas lutas pela independência nacional e a grande representação disso é o Castelo de Lindoso, onde pode entrar gratuitamente e visitar o núcleo museológico.

Proposta de visita da Via Verde

Deus enfraquece a energia humana?

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

Quero deixar, aqui, o testemunho de uma grande obra literária, na qual a religião é a própria cura de quem a pratica.

1. Carlos Drummond de Andrade, no grande poema-crónica Prece do brasileiro, por ocasião da Taça do Mundo (1970), termina: “Nem sei como feche a minha crónica.” Eu, pelo contrário, não sei como abrir a minha. Não por falta de assunto, mas por excesso de motivações religiosas contraditórias.
Chegam-me, continuamente, pedidos para rezar por doentes em situações extremas e pelas famílias que não puderam acompanhar os últimos momentos das pessoas que mais amavam, por causa da covid-19.
Recebi também alguns telefonemas, culpando a religião e a Igreja pelas cedências do Presidente da República, dos deputados e do Governo ao sentimentalismo piegas do Natal. Cedências responsáveis por muitas mortes e o completo descontrole no combate à difusão da pandemia.
Esta conversa, embora muito repetida, parece-me bastante descontrolada.
Para certas correntes culturais, as religiões foram, são e serão sempre, em toda a parte, fontes e sistemas de alienação da responsabilidade humana. Não vale a pena reconhecer o bem fundado de muitas das acusações e das suspeitas desenvolvidas, no longo processo contra as religiões; nem adianta mostrar que esse processo talvez esteja mal desenhado, semeado de confusões e de esquecimentos essenciais à condição humana.

Enquanto o tempo é tempo


Por gentileza de Aida Viegas 

Enquanto o tempo é tempo
Eu quero aproveitar
Cada segundo mais
Que tenho, para amar.

Enquanto posso olhar o céu
Sentir bater meu coração
Ouvir a voz de quem eu amo
Ouvir cantar as aves
Cair a chuva, zoar o vento
Quero desfrutar de cada instante
Tonar cada momento deslumbrante.

Enquanto eu me poder expressar
Quero dizer que sou feliz
Dizer que a vida é bela
Dizer quanto te amo
Falar, olhar, sorrir e abraçar
Contar estrelas
Espreitar a lua, ver o seu luar
Olhar o céu, ouvir e ver o mar.

Não quero chorar
A água que correu
O tormento que senti
O vento que passou
Palavras que esperei e não ouvi
Mas desejo esquecer
Tudo o aquilo que tive e que perdi.

Não vou desperdiçar
Elogios, sorrisos, saudações
Ternura, abraços, beijos
Para tornar claros
Rasgar e por a nu
Meus secretos desejos.

Não quero levar penas
Não quero levar mágoas
Nem segredos nem tristezas
Nem raivas nem remorsos
Só quero as alegrias
Dos dias que vivi
Alegres venturosos
No tempo em que sorri.

Enquanto eu for dona
Do uso da razão
Não vou deixar passar
A vontade de, a todos
Estender a minha mão
A quem me ofendeu
A quem me fez chorar
A quem me fez sofrer
Ou me roubou o pão
Quero o gosto e a alegria
De oferecer o meu perdão.

Quero dizer: Senhor
Obrigada pela vida
Que me deste pra viver
Como a geri, aproveitei
Desperdicei, ou joguei fora
Só Tu o sabes em pormenor
Os propósitos que falhei
As lutas que travei
As batalhas que perdi
Só Tu podes julgar
Sabendo que ao viver
No âmago do meu ser
Na esperança do meu crer
Estava, esteve sempre
O desejo ardente de Te amar.

Aida Viegas 
 17/Abril/2020

 

sábado, 13 de fevereiro de 2021

A beleza da vida e dos sonhos

Flores do nosso quintal

Azeda-flor

Jasmim

Jarro

Orquídeas 

Acordei assim-assim. Não descortinei razões plausíveis para tal. Olhei à volta e saí até ao quintal. O sol, que tem andado amorfo e arredio, surgiu e iluminou tudo. A natureza até parecia outra. Tudo brilhava, nem vento incomodava. E fotografei umas flores, mas um gatinho preto e branco escapuliu-se. Vadio que é, come cá por casa, mas não admite aproximações. Até ver.
Quem está obrigado a ficar por casa, limitado nos horizontes terrestres, terá tempo para sondar o infinito e o divino. Mas é preciso esperar a maré. Tenho cá um palpite que o dia acabará por me dar ânimo para me sentir mais humano e mais aberto à beleza da vida e dos sonhos.
Bom fim de semana para todos.

Fernando Martins

Educação para a ecologia

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias


«E quem pensa nas gerações futuras?
Impõe-se pensar e agir. É da sobrevivência da Humanidade que se trata. Como escreveu o Papa Francisco, "a educação será ineficaz e os seus esforços estéreis, se não procurar também aprofundar um novo paradigma sobre o ser humano, a vida, a sociedade e a relação com a natureza".»

O étimo das palavras pode abrir-nos portas aparentemente difíceis de abrir. Neste caso da ecologia, temos oikos, palavra grega para casa, e logos, razão, tratado: o tratado da casa, da casa de cada um, de cada família, de cada país, da casa comum da Humanidade. A ecologia está inevitavelmente ligada à economia, e lá está de novo oikos, casa e nomos, lei, governo: cada um deve governar a sua casa, as famílias também, os países têm um governo que deve governar, e hoje, sendo todos interdependentes mais do que nunca, por causa da globalização, precisamos de uma governança global para a casa de todos, a casa comum da Humanidade. Em conexão com ecologia e economia está a ética, que tem um duplo étimo: ethos, que, segundo se escreva, em grego, com épsilon ou eta, significa, respectivamente, uso, costumes, e habitação. Assim, ligando as três palavras, a questão é esta: que comportamento ter para podermos todos habitar bem na casa comum da Humanidade?

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