quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Abel Resende - Fotógrafo


Abel da Silva Resende, fotógrafo, nasceu em Lisboa, neste dia, 20 de Agosto do ano 1901, com ascendentes próximos em Eixo. Radicou-se em Aveiro em 1949 e foi pioneiro em fixar na imagem os acontecimentos públicos mais salientes na vida citadina, como repórter fotográfico. Isto mesmo se lê no Calendário Histórico de Aveiro, da responsabilidade de António Christo e João Gonçalves Gaspar. 
Evoco-o porque o conheci nas minhas atividades jornalísticas e mesmo antes, ou não tivesse ele o seu estabelecimento na Av. Lourenço Peixinho, mesmo ao lado de familiar da minha Lita. Aliás, foi um seu empregado que fotografou a cerimónia do nosso casamento, em 1965.  
De poucas falas, durante os acontecimentos ou atos públicos, procurava sempre o melhor ângulo para os seus registos fotográficos, que depois vendia aos jornais e a quem os desejasse. 
A foto que ilustra este simples texto encontrei-a do Google e retrata bem o seu jeito de procurar a melhor posição para captar a visita do presidente Américo Tomás à nossa região. 

O que fazemos pela próxima geração?

Mensagem publicada há 11 anos 



Recebi, há momentos, um e-mail interessante, que aqui partilho, pela sua oportunidade e graça. Se calhar, o ancião até terá alguma razão, embora saibamos que há muitos jovens que, pela sua formação, capacidade criativa, envolvimento social, cultural, espiritual, político, artístico e científico, são bastante dignos das gerações passadas e futuras.

F. M.

Um arrogante estudante universitário, a passear junto à praia, resolveu explicar a um cidadão sénior, que estava calmamente sentado nos degraus que levavam à praia, porque é que era impossível a geração mais velha compreender a sua geração.

- Você cresceu num mundo diferente, realmente quase primitivo", disse o estudante suficientemente alto para todos ouvirem.
- Os jovens de hoje cresceram com televisão, aviões a jacto, viagens espaciais, o homem a andar sobre a lua. Nós temos a energia nuclear, naves espaciais, telemóveis, computadores extremamente rápidos... e muito mais.

Após um breve silêncio, o cidadão sénior respondeu:
- Tem razão, jovem. Nós não tínhamos essas coisas quando éramos novos... por isso inventámo-las! E já agora, diga-me, seu arrogante, o que é que está você a fazer pela próxima geração?


NOTA: Publiquei esta mensagem há 11 anos, no dia 20 de Agosto.

quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Por terras de Miguel Torga






(Ler o poema a seguir)

A UM NEGRILHO

Na terra onde nasci há um só poeta
Os meus versos são folhas dos seus ramos.
Quando chego de longe e conversamos,
É ele que me revela o mundo visitado.
Desce a noite do céu, ergue-se a madrugada,
E a luz do sol aceso ou apagado
É nos seus olhos que se vê pousada.

Esse poeta és tu, mestre da inquietação
Serena!
Tu, imortal avena
Que harmonizas o vento e adormeces o imenso
Redil de estrelas ao luar maninho.
Tu, gigante a sonhar, bosque suspenso
Onde os pássaros e o tempo fazem ninho!

Miguel Torga

Andei hoje por terras de Miguel Torga, o poeta, diarista, contista, novelista e romancista que ocupa lugar de destaque na minha biblioteca. Fui com familiares que me levaram nas asas do sonho a calcorrear montes agrestes de São Martinho de Anta, nas terras transmontanas, em busca de marcas que o escritor nos legou. Com ele nos cruzámos e aqui partilho o que revivi em pensamento.

O Pe. José Manuel já partiu para o Pai

Faleceu ontem,  18 de agosto, na Unidade de Cuidados Paliativos de Salreu, o Pe. José Manuel. Tinha 74 anos. Nascido em Beduído, Estarreja, a 30 de junho de 1946, entrou para o Seminário de Santa Joana em 1957 onde se manteve até 1967. 
De 1967 a 1968 frequentou o Seminário dos Olivais em Lisboa; de 1968 a 1969, o Instituto Superior de Estudos Eclesiásticos e, entre os anos 1975 e 1981, o Instituto de Ciências Humanas e Teológicas, no Porto. 
O Pe. José Manuel foi ordenado presbítero por D. Manuel de Almeida Trindade a 18 de julho de 1982, na igreja paroquial de Beduído – Estarreja. 
O Pe. José Manuel desempenhou ao longo da sua vida diversas tarefas eclesiais com dedicação e sentido pastoral, seguindo uma postura serena e responsável. Cultivava um estilo próprio que o levava a preparar-se, cuidadosamente, para intervir no âmbito da sua missão, enquanto sacerdote e cidadão. 
Amanhã, quinta-feira,  D. António Moiteiro celebra missa de corpo presente pelas 14h30 em Fermentelos. Pelas 17h00 terá lugar missa em Beduído, terra natal do Pe. José Manuel, onde irá depois a sepultar. 
Que Deus o acolha no seu regaço maternal.

FÉRIAS: Ver o mar sempre a mudar



"As férias são um tempo propício para exercitar o olhar: sobre uma praia ter os olhos abertos para o céu; deter-se a ver o mar que está sempre a mudar de cor e de forma; ver como uma formiga transporta uma migalha de pão; observar como é feita uma flor…"

Enzo Bianchi

Ler mais aqui 

terça-feira, 18 de agosto de 2020

RETALHOS: O pobre e o rico

"O que distingue um pobre de um rico não é a quantidade de horas que trabalha: é ter de trabalhar para viver. O rico só trabalha porque quer. Está a fazer uma vontade a si próprio — foi para ali que lhe deu."

Miguel Esteves Cardoso, 

Mulheres da ria



Fonte: Livro "AVEIRO - Imagens de um século", do espólio de coisas de Aveiro deixado por João Sarabando.  Edição de Campo de Letras, Junho de 1997.

MULHERES DA RIA: Os da beira-ria sabem, como eu sei, que as mulheres da região trabalhavam na agricultura e noutras tarefas domésticas, mas ainda na ria, quer na apanha do moliço, arrolado e no sal. Ao lado dos homens e sós. Raul Brandão, que andou por aqui, fala disso e da capacidade que elas tinham para governar a casa. Contudo, não se tem falado muito dessa realidade. Eram corajosas, determinadas e responsáveis. Pessoalmente, conheci muitas com aquelas capacidades. Quando os maridos emigravam ou se tornavam marítimos, as mulheres da região assumiam todas as funções de governo e dos trabalhos da casa.

É o tempo que temos

Praia do Farol (foto do meu arquivo)

Acordei hoje com o tempo chuvoso e algum frio a compor o ramalhete de um Agosto nada gostoso. É o tempo que temos neste Verão de confinamentos e ameaças à nossa ânsia de viver. Um amigo disse-me há dias, quando saudei, ao que julgo, as férias a que tínhamos direito na época estival, que, quanto a estações do ano, por cá, apenas temos duas: O Inverno e a da CP, em Aveiro. Realmente, é o que estamos a sentir. É claro que nós ainda temos capacidades para aproveitar uns dias de sol, de vez em quando, levando os outros dias a pensar na forma de lhes dar a volta. Cá por mim, refugiado nos meus cantos e recantos, fico na expetativa de ver o sol a brilhar, aproveitando-o ao máximo para retemperar o ânimo. Venha ele que eu cá estarei para o saudar, se Deus quiser.

AVEIRO: Rotunda do Marnoto

 

Quem sai da Gafanha da Nazaré, tendo por destino a cidade de Aveiro, não pode deixar de contemplar a rotunda dedicada ao Marnoto, figura ímpar da paisagem lagunar. Era ele quem superintendia no amanho da salina ou marinha de sal, contratando, para isso, os moços, na abertura da Feira de Março. O marnoto chegava, olhava quem andava por ali à espera de ser contratado para a safra, apreciava a eventual capacidade física dos candidatos e com um aperto de mão selavam o acordo. Outros tempos. 

segunda-feira, 17 de agosto de 2020

São Salvador: 110 anos de actuação


«Junta de Freguesia de São Salvador, em Ílhavo, lançou-se, no ano passado, num projecto de recuperação, conservação e organização do seu arquivo e de outra documentação que se encontra na sua posse, dos finais do século XIX até à actualidade. O projecto, que teve o seu início em Maio de 2019 e foi recentemente apresentado, tem como objectivo colocar ao serviço da comunidade um conjunto de fontes históricas que “de outro modo permaneciam desconhecidas ou perdidas definitivamente”. O Diário de Aveiro falou com Hugo Calão, que está à frente do projecto, e que deu conta de que há muito trabalho por fazer nesta área no distrito.

Diário de Aveiro: Como surgiu a ideia de recuperação, conservação e organização do arquivo e outra documentação da Junta de Freguesia?

Hugo Calão: A ideia surgiu da preocupação da Junta de Freguesia de Ílhavo, e do seu presidente, João Campolargo, em estabelecer um projecto de organização arquivística com o propósito de conhecer e salvaguardar o espólio documental, uma preocupação de longa data. O seu principal objectivo seria colocar ao serviço da comunidade, científica e cultural, actual e vindoura, as fontes históricas da sua actuação na freguesia que, de outro modo, ficariam desconhecidas ou possivelmente perdidas definitivamente.»

Nota: Texto e foto do Diário de Aveiro online. 

Ler  no Diário de Aveiro em papel 

Um profeta do contágio - David Quammen

Carlos Fiolhais recomenda


«Como é que Quammen previu, no seu livro de há oito anos, a actual pandemia? No seu website diz com alguma modéstia que não foi ele, mas sim os especialistas com quem falou. Tem razão. Mas o seu mérito foi ter estado com as pessoas certas nos lugares certos. Sim, a probabilidade era grande de haver uma nova pandemia causada por um vírus passado de animais para humanos, uma mensagem, bem clara no livro, que o autor resume no seu site do seguinte modo: “Sim, haverá uma Próxima Grande Pandemia. Será causada por um vírus. Esse vírus será novo para os seres humanos, saindo de um animal selvagem. Que tipo de animal? Muito possivelmente um morcego. Que tipo de vírus? Muito possivelmente, um vírus influenza ou um coronavírus. Sob que circunstâncias o vírus entraria nos seres humanos? Alguma situação de contacto próximo e desastroso entre humanos e animais selvagens - como no interior ou perto de um mercado de animais vivos na China, por exemplo.”»

Ler o texto de Carlos Fiolhais (Físico) aqui  ou aqui 

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Propriedade agrícola dos nossos avós

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