quarta-feira, 4 de maio de 2016

“Defesa e Ilustração da Língua Portuguesa”

Um livro de Manuel Costa


Chegou-me às mãos um livro curioso de Manuel Costa, com título desafiante: “Defesa e Ilustração da Língua Portuguesa”. Trata-se de uma publicação da Estante Editora e nada diz do autor. De qualquer forma, é um trabalho que merece uma reflexão, sobretudo neste tempo de abundantes atropelos à Língua Pátria.
A pressa com que escrevemos e as liberdades que as redes sociais nos dão fazem crescer, como cogumelos em zonas húmidas e putrefactas, um Português sem lei nem roque. Vejo isso por todos os cantos, nas ruas, na publicidade, na propaganda, nos contactos pessoais, os chamados e-mails, nos jornais, revistas e até em livros. 
Quando caminhava hoje pela Avenida José Estêvão, com a calma de quem não pode apressar o passo, tive ocasião de confirmar o que disse. Flôr em vez de Flor, Estevão em vez de Estêvão, etc. 
Ora, este livro tem como finalidade «sensibilizar todos os que falam a Língua e todos os que a escrevem para as potencialidade e as virtudes múltiplas que possui e para as verdadeiras questões que se levantam a seu respeito e carecem de reflexão», lê-se no Prefácio, não assinado, presumindo-se, por isso, da autoria de Manuel Costa.
Na Apresentação, também sem sinal de autor, sublinha-se, em jeito de denúncia, que a Língua Portuguesa se encontra hoje «humilhada, tratada com negligência e desdém, sofrendo atentados à índole e ao funcionamento, pondo em risco a honra e a dignidade que a engrandecem». E mais adiante, em Advertência, afirma-se que sendo a Língua «uma entidade imaterial assente em suporte material, dotada de grande complexidade, é necessário torná-la acessível mas não confusa, pondo a descoberto, tanto quanto possível, os seus traços característicos dominantes e as suas possibilidades de modo a simplificar o que por natureza é complexo, sem lhe retirar a aura de mistério que a envolve e a torna tão familiar a todos os que a falam». 
Manuel Costa não segue o Acordo Ortográfico de que tanto se fala e escreve, mas não entra em polémica. Apresenta o seu trabalho abordando os mais diversos temas através de textos curtos e muito variados, desde o Aparecimento do acto linguístico até Língua e Cultura, passando, entre outros assuntos, por O carácter específico da Língua, A arte de dizer, O erro ortográfico, a Língua padrão, O estrangeirismo, O brasileirismo, etc. 
Em conclusão, penso que trabalhos deste tipo merecem uma leitura atenta,  principalmente numa altura em que anda tanta gente baralhada com o Acordo Ortográfico já oficialmente aprovado entre nós. E siga a rusga dos desacordos, até porque o Primeiro-Ministro, António Costa, não vai mexer no assunto: o povo é que  há de decidir, impondo as suas regras. 

Fernando Martins

Um Papa sem papas na língua

Papa interpela cristãos «teimosos», 
«vagabundos» 
e «múmias espirituais»


«O papa afirmou hoje, na missa a que presidiu, no Vaticano, que «um cristão que não caminha, que não se faz à estrada, é um cristão não cristão», é um cristão meio «paganizado», que «está parado, não vai para a frente na vida cristã, não faz florir as bem-aventuranças na sua vida, não faz as obras de misericórdia».
«Desculpai-me a palavra, mas é como se fosse uma “múmia”, uma “múmia espiritual”. E há cristãos que são “múmias espirituais”. Parados. Não fazem mal mas não fazem bem», declarou na homilia, citada pela Rádio Vaticano.»

Ler mais aqui 

Madre Teresa vai ser canonizada

A Madre Teresa vai ser canonizada em Roma. 
Não faria mais sentido em Calcutá?


«Em Portugal para dar uma conferência sobre a Madre Teresa, no Estoril, Brian Kolodiejchuk falou com a Renascença a quem descreveu uma mulher com excelente sentido de humor, mas que passou por momentos de grande sofrimento espiritual.»

Ler mais na RR

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Poesia para este tempo

Um poema de Manuel Alegre

Não sei se sem poemas há país
ou se sem eles se perde o pé a fé e até
esse país que está onde se diz
Ai Deus e u e?

Alguns julgam que é tanto vezes tanto
capital a multiplicar por capital
país é um café e a mesa a um canto
onde um poeta sonha e escreve e é Portugal.

Levantou-se a velida levantou-se alva.
Por mais que o mundo nos oprima e nos esprema
há sempre um poema que nos salva
país é onde fica esse poema.

Manuel Alegre, ‘País’, in “Nada está escrito”,
Dom Quixote 2012, Manuel Alegre recebeu no dia 25 de Abril 
o prémio Vida Literária, da Associação Portuguesa de Escritores


Por sugestão do caderno Economia do EXPRESSO

domingo, 1 de maio de 2016

Do alto do Farol

Não estranhem que divulgue o que é bom


Não estranhem os meus amigos se passarem a encontrar no meu blogue algumas referências aos espaços comerciais e outros que, na minha ótima, venham a merecer algum destaque, por mais breve que seja. Não me move qualquer interesse económico ou qualquer benesse, muito menos cederei a pressões. Ajo por razões de consciência, no sentido de divulgar o que é bom e de estimular iniciativas semelhantes. 
Não se julgue, porém, que terei como meta chegar a todos os lados, pois farei esta análise tão-só quando as oportunidades surgirem. Deste modo, quero dizer que na nossa região há estabelecimentos que souberam adaptar-se às circunstâncias, evoluindo numa perspetiva de servir o melhor possível os seus clientes, enquanto outros estagnaram no tempo por razões diversas.  

Fernando Martins

NOTA: "Do alto do Farol" era uma rubrica do jornalista Daniel Rodrigues nas páginas de "O Comércio do Porto", na qual fazia referência a acontecimentos da vida regional. Era muito lida, tanto quanto sei, porque o Daniel muitas vezes trocava impressões comigo a propósito dos temas que tencionava abordar, falando-me posteriormente das reações, que eram várias, que lhe chegavam. É, de certa maneira, uma homenagem ao labor do repórter mais conhecido no Distrito de Aveiro no seu tempo. 

A alegria do amor (III)

Crónica de Frei Bento Domingues 

«O Papa inaugurou uma nova época 
de responsabilização das Igrejas locais»

1. “Não é necessário acreditar em Deus para se ser boa pessoa. Em certo sentido, a ideia tradicional de Deus não está actualizada. Pode-se ser espiritual, sem se ser religioso. Não é preciso ir à Igreja e dar a esmola. Para muitas pessoas, a natureza pode ser uma igreja. Na história, algumas das melhores pessoas não acreditavam em Deus, enquanto alguns dos piores actos foram cometidos em Seu nome.”
Estas declarações, atribuídas a este Papa, circulam na internet, em forma de postal. Talvez não tenham sido ditas assim de seguida. Parecem-me um arranjo de várias declarações. Servem aos seus adversários para dizerem que temos um Papa a difundir a indiferença religiosa; para os seus admiradores, ele é tão firme e límpido na sua fé cristã, que não a confunde com o sectarismo ideológico ou religioso. A verdade e o amor venham de onde vierem, são fruto do Espírito Santo. Vejamos.
Não se pode esquecer a declaração de S. João: Nunca ninguém viu a Deus [1].Jesus, em tudo o que fez, disse e sofreu, mostrou que Ele é um amor infinitamente mais misterioso do que poderíamos imaginar. Devemos, no entanto, como dizia S. Tomás de Aquino, procurar saber como Deus não é para não cair na tentação de O encarcerar nos nossos conceitos e favorecer o ateísmo.

sábado, 30 de abril de 2016

Encontro de antigos alunos da EICA

53 convivas gozaram o prazer das recordações






Participei hoje no encontro de antigos alunos da EICA (Escola Industrial e Comercial de Aveiro) no restaurante Marisqueira da Costa Nova. Foram 53 os convivas que gozaram a alegria do encontro e o prazer das recordações vivenciadas na década de 50 do século passado, uns com os outros. Presentes na memória de todos professores marcantes das nossas vidas.
Bailaram entre nós brincadeiras, anseios e projetos de há uns 60 anos que nos tornaram homens capazes de apostar, ontem como hoje, num mundo mais solidário. E a abrir, o Rosa Novo, de Ílhavo, sugeriu aos presentes, antes da refeição, um minuto de silêncio em memória dos que já partiram deste mundo, sinal de que continuam em nós e connosco.
Naquele tempo havia alunos da região, mais próxima e mais alargada. O ensino ainda estava longe de se democratizar e nem todas as crianças e jovens tinham acesso às escolas. Os sacrifícios dos pais eram enormes e os filhos, isolados nas aldeias de origem, ficavam frequentemente privados do ensino público. Recordo colegas de Ílhavo, Ovar, Águeda, Vagos, Oliveira do Bairro, Estarreja, etc. Levantar cedo para apanhar o comboio e outros transportes e regressar a casa ao fim do dia, cansados, sem tempo para estudar. E tantos que se deslocavam de bicicleta e uns poucos de motorizada. Atualmente é tudo diferente. Ainda bem…
Felizes são os que, com mais de 70 anos, têm o privilégio e a capacidade de evocar infâncias e juventudes difíceis com risos, gargalhadas e sentido de humor. Todos reformados ou aposentados, mas nenhum com sinais de quem rejeita a vida e as alegrias da existência, pese embora um certo cansaço de quem calcorreou caminhos e veredas sinuosas e até íngremes. 
O restaurante serviu bem e soube acolher. Já nos conhece. E daqui a um ano, se Deus quiser, voltaremos.
Um abraço fraterno para todos os convivas. Mas também para os que não puderam vir…

Fernando Martins

NOTA: As fotografias foram as possíveis registadas do lugar em que estava sentado.  

Os doutores da letra

Crónica de Anselmo Borges 


«A família é o espaço fundamental 
para o amor, a alegria, a doação»

1. Sobre a verdade há duas perguntas: "O que é a verdade?" e "Quem é a verdade?" Pilatos perguntou a Jesus: "O que é a verdade?" Jesus não era filósofo no sentido estrito e, assim, não colocava o acento na pergunta: "O que é a verdade?", com todos os debates que implica. Jesus estava interessado na verdade que cada pessoa é e na sua felicidade e realização plena, respondendo de modo praxístico à pergunta: "Quem é a verdade?" A verdade é cada pessoa na sua dignidade. Jesus veio para que essa dignidade não seja espezinhada, mas exaltada e concretizada adequada e plenamente no reino de Deus, aquele reino do Deus que é amor e misericórdia, que criou não para a sua maior honra e glória, mas para que todas as pessoas se possam realizar em plenitude. Todas. Esse é o interesse de Deus. Essa é a verdade do Evangelho enquanto notícia boa e felicitante.

O Espírito de Deus toma decisões connosco

Reflexão semanal
de Georgino Rocha


Georgino Rocha

«O amor a Jesus concretiza-se 
em atitudes e gestos de serviço 
e misericórdia»


Jesus está a despedir-se dos seus apóstolos. Diz-lhes as confidências que guarda para a hora derradeira. João, o evangelista da narração, faz deste momento uma bela construção literária e teológica em que vão surgindo perguntas dos amigos preocupados e curiosos. Após Simão, Tomé e Filipe, surge Judas não o Iscariotes com a sua: “Senhor, porque vais manifestar-Te a nós e não ao mundo?” A resposta de Jesus está centrada no amor de quem guarda a sua palavra, na promessa do Espírito que recorda e ensina, no dom da paz que liberta e serena a perturbação do coração.

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Poluição pelo Petcoke vai acabar no Porto de Aveiro

Assembleia da República
aprova projetos do PS, BE e CDS 
 
Porto de Aveiro
Os projetos da resolução da poluição pelo Petcoke dos grupos parlamentares do PS, BE e CDS foram votados e aprovados hoje, 29 de abril, na Assembleia da República. Aqueles projetos defendem todas as reivindicações apresentadas pela ADIG (Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré), nomeadamente, a construção da Barreira Eólica contra ventos dominantes, de Norte e Noroeste, bem como da Bacia de Contenção de Lixiviados e a Estação de Tratamento, para evitar escorrências para a Ria.
Defendem também a instalação de uma Estação de Monitorização da Qualidade do Ar, na envolvente do Porto de Aveiro, em permanência, a plantação de uma Barreira Arbórea entre o Porto Comercial e as habitações da Gafanha da Nazaré, para suster algumas poeiras poluidoras que ainda se libertem.
 A ADIG informa que tem promovido reuniões com a APA (Administração do Porto de Aveiro) e com a Cimpor, que originaram cuidados consideráveis no manuseamento do Petcoke no Cais Comercial, com melhoria da qualidade do ar na Gafanha da Nazaré. Afirma por fim que tem indicações de que vão ser realizadas as obras entre maio e outubro, devolvendo à Gafanha da Nazaré e povoações limítrofes um ar mais respirável, com a inerente melhoria da qualidade de vida dos seus habitantes.

Fonte: ADIG

Poder de novo voltar a ser... Mar...

Um poema de Senos da Fonseca 


Poder de novo voltar a ser... Mar...

Olho a tua grandeza
A imensidão das tuas lonjuras
E de um modo absurdo
Sinto que (ainda) existo
Num passado que foi teu.

Sinto-o no desassossego que me causas
Sinto-o na pequenez que me rodeia
E apetece-me perguntar:
Porque nos não ajudas
De novo a cumprir Portugal ?

A partir para achar,
Cá dentro,
A árvore, a flor, a praia, a ave e a fonte
A encher de esperança as horas navegadas
Para assim ultrapassar o medonho.

Galgar valas, aldear encostas, subir os montes
Em conquista de novo o sonho
A recuperar altivez,
E entre o chão encontrado e o império perdido
De novo, tão só, voltar a ser português.

A desejar querer
Poder de novo ser
Povo de um País amanhecido.


Do livro Maresias

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