domingo, 14 de fevereiro de 2016

Dia dos Namorados — 14 de fevereiro

 Todos nós, os noivos e os casados, 
namoramos realmente todos os dias


Começo com um lugar-comum: Dia dos Namorados é quando quisermos. Sendo verdade pura como a água cristalina do regato, nem por isso rejeito a celebração. É preciso comemorar este dia, na data própria, porque imensas vezes andamos distraídos com assuntos importantes, mas também com banalidades sem conta que nos desviam do essencial da vida em casal. 
O Dia dos Namorados é, por isso mesmo, um marco simbólico para reflexão e  ponto de partida para continuar na caminhada partilhada, na busca constante da harmonia, no sentido da compreensão mútua, na aceitação do outro tal qual como é, tendo no horizonte a passagem do testemunho para os nossos filhos e netos dos valores que enformam a sociedade em que nascemos e crescemos. Valores assentes na verdade, na justiça, na liberdade, na fidelidade, na alegria, na paz, na ternura e no amor.
Visto nesta perspetiva, o Dia dos Namorados não pode nem deve cair no esquecimento nem tão-pouco alimentar risos sem nexo, nem comentários acintosos, muito menos de menosprezo pela simbologia que ostenta, quantas vezes envolvido pelo afirmar que tal dia é quando nós quisermos. Afinal, todos nós, os noivos e os casados, namoramos realmente todos os dias e em cada momento do dia, mas, para além disso, a celebração e a festa, mais ou menos simples, são naturalmente uma mais-valia para enriquecimento do amor do noivado ou do casal. 
Bom Dia dos Namorados para todos…

Fernando Martins 

Tanta misericórdia já aborrece

Crónica de Frei Bento Domingues no PÚBLICO

 «Só uma Igreja em reforma permanente 
poderá estar livre para ver o mundo 
a partir dos excluídos»


1. À saída de uma Igreja em Braga, um senhor, que eu não conhecia, veio directo a mim, indignado: eu já não posso com tanta misericórdia! Sem suspeitar o que dali podia vir, pedi-lhe alguma para mim. Explicou-se. Como bom e velho bracarense, sou católico, desde pequeno. Aprendi a doutrina na família e na igreja, onde também casei. Tenho filhos e netos. A minha mulher educou-os bem, raramente falto à missa e pertenço a várias confrarias.
Sendo assim, disse-lhe que não precisava da misericórdia de ninguém. Sorriu e acrescentou: sei quem é e conheço as suas ideias. Quero desabafar.
O Deus de Braga – disse-me – foi sempre um Deus medonho. A maioria da população vivia com medo do inferno. Do purgatório ninguém escapava. Esse Deus vigiava, dia e noite, as nossas acções. Na confissão era preciso prometer que não voltaria a cair naqueles pecados que estavam na lista dos mais vergonhosos. O propósito de emenda era a artimanha necessária para receber a absolvição.

sábado, 13 de fevereiro de 2016

A Beleza de Aveiro


 «É um dogma a beleza de Aveiro.
Não se discute, nem na qualidade,
que é da natureza do cristal,
nem na profundeza,
que é da categoria do mistério.
Nem é de discutir;
aos nossos olhos se ostenta
com uma tal evidência e tão constante
que, só mentindo às instâncias da consciência,
poderíamos negar-lhe o domínio e o afago
que em nossos sentidos e em nossa contemplação
subtilmente se insinua.»

Jaime de Magalhães Lima
Em  “O Democrata”,
29-03-1930

Citado por João Gonçalves Gaspar em “Aveiro na História”

NOTA: Pode conhecer melhor Jaime de Magalhães Lima 

Viver

Crónica de Anselmo Borges 


«No meio do rebuliço estonteante, 
é decisiva a pausa e o silêncio»

Numa recente viagem à Índia, a um dado momento, no meio daquele trânsito absurdamente caótico e ensurdecedor, quando se fecha os olhos para não ver o que parece iminente: um choque em cadeia de uma infinidade de carros, motos, motoretas, bicicletas, riquexós e quejandos, pessoas em multidão a pé, alguém perguntou: "O que é que toda esta gente anda a fazer?" Resposta pronta e sábia de um professor ilustre: "Andam a viver." É isso: a viver. O que é que andamos a fazer? Tão simples como isto: a viver. Melhor ou pior, material, espiritual e moralmente falando. Todos, a viver.
E são tantas as vezes em que se não dá por isso: o milagre que é viver! Assim, numa sociedade na qual o perigo maior é a alienação - viver no fora de si -, quando a política se tornou um espectáculo indecoroso, quando Deus foi substituído pelo Dinheiro e o mundo se tornou globalmente perigoso e ameaçador, o jesuíta Juan Masiá, que, durante trinta anos, ensinou Filosofia, um semestre em Tóquio e outro em Madrid, vem com um belo livro, precisamente com o título: Vivir. Espiritualidad en pequeñas dosis. "Deixo-me acariciar pela brisa, saboreio a experiência de estar vivo, sentir palpitar a minha vida. E penso: viver, que maravilha e que enigma! Paro em silêncio a saborear esta vivência. Estou vivo, mas a minha vida supera-me: não é só minha nem a controlo. Viver é ser vivificado pela Vida que nos faz viver." A Vida vive-te, vive na Vida!

Gerir a Liberdade com Sabedoria

Reflexão de Georgino Rocha

«Gerir a liberdade com ética, 
eis a sabedoria que vence 
toda a tentação desviante»

Seria tudo tão fácil. Pão com abundância, êxito garantido, missão cumprida. O episódio das tentações de Jesus, habilmente apresentado em diálogo por Lucãs, traz-nos uma mensagem sublime: a de ser livre nas opções de vida, a de ser fiel nas decisões tomadas, a de ser lúcido e consistente nas razões de suporte a tais atitudes.
— “Não és tu o filho de Deus”? aduz o tentador. — “Sim sou” responde Jesus. “E não estás cheio de fome?”. Há tanto tempo que não comes. —  “Sim estou”. Então mostra quem és, aproveita a tua condição de filho, liberta-te do sofrimento, transforma essas pedras em pão abundante. Come!
O projecto de Jesus tem outra dinâmica. Ser filho de Deus é viver a normalidade da existência, respeitar a natureza das coisas, sentir-se solidário com todos, sobretudo com os famintos, assumir a dureza das limitações como desafio a superar e a buscar novas realidades contidas na palavra de Deus.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Tranquilidade


1. Depois de uma semana algo agitada e com emoções fortes, resolvi descontrair. Numa volta pelas nuvens, correndo imagens como em filme mudo, contemplei esta foto de tranquilidade absoluta. Águas serenas da nossa laguna, ausência de vento e nada que mexesse. O homem que ao leme está dá-se por satisfeito naquele dia de verão, ali para as bandas da Torreira. Era fim de semana e a vida dá-nos  tempo para tudo. 

2. Hoje participei no funeral de um amigo de longa data, o Josué Ribau. Chuva miudinha e atrevida com amigos que nestas horas nunca faltam. Recordações em catadupa, esforços contínuos para trazer à memória os nomes de todos, Nem sempre com êxito. As conversas, contudo, não paravam. E chegou o momento da despedida do amigo que nos deixou, Silêncio completo durante as derradeiras orações. Mas o amigo que fisicamente partiu vai ficar connosco, num lugar reservado das gavetas das nossas boas recordações. 

“Praia da Costa Nova” deixa júri “impressionado”


«O alemão Karl Murr, presidente do júri dos prémios “Luigi Micheletti”, esteve ontem em Aveiro, onde visitou a lancha “Praia da Costa Nova”, que se candidatou àquele galardão internacional, de forma a ver reconhecido o seu valor histórico e patrimonial. A ideia de Gustavo Moreira Barros -empreendedor que em 2011 adquiriu a lancha, recuperou-a fez dela mais um ponto de interesse turístico da Ria - passa por promover o projecto de ter “um museu a navegar”. “Estes prémios pretendem reconhecer algo que foi património industrial e que foi reaproveitado para criar algo novo”, explica o aveirense à margem da visita que, ontem, uma comitiva encabeçada por Karl Murr realizou à “Praia da Costa Nova”. Além da apresentação da lancha e daquilo que já foi feito para a tornar operacional, Gustavo Moreira Barros recordou algumas das tradições aveirenses e a ligação secular entre a toda a região e a Ria.»

Texto e foto do  Diário de Aveiro

Como é que chegámos aqui?

«Como é que, algures pelo caminho dos últimos anos, perdemos a independência?
Como é que permitimos, todos, povo e governantes, o que se está a passar?
E não me venham com a dívida. A dívida ajuda e muito, mas não é a questão central. A questão central é que ao abdicarmos de soberania, abdicamos também de democracia.
E estamos agora governados por uma burocracia anónima, sem legitimidade eleitoral, que responde aos seus donos e nós não somos donos de nada. Nem sequer de nós próprios.»

José Pacheco Pereira, 

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Teoria de Albert Einstein provocou euforia científica

100 anos depois da Albert Einstein 
ter formulado a Teoria da Relatividade Geral, 
foi possível detetar as ondas gravitacionais



«100 anos depois de Albert Einstein ter formulado a sua Teoria da Relatividade Geral, foi finalmente possível detectar as ondas gravitacionais cuja existência estava prevista nas suas fórmulas. E isso foi possível porque ouvimos o som de buracos negros a colidirem.»
(...)
«Mas se por aqui ficamos a saber o que se passou hoje, é importante começarmos por compreender o que são ondas gravitacionais e qual a sua importância, e, também, olharmos para trás, mais exactamente para 25 de Novembro de 1915, o dia em que, falando na Academia Prussiana de Ciências, em Berlim, Einstein apresentou pela primeira vez a sua Teoria da Relatividade Geral, introduzindo o misterioso conceito da curvatura espaço-tempo.»

Ler no Observador 

Márcio Walter à procura das suas raízes entre nós

Os Carolas podem dar uma ajuda 

´Márcio comigo na Costa Nova
Não é todos os dias que se conhece um jovem que vem de S. Salvador, Brasil, para descobrir as suas raízes portuguesas, aqui no Concelho de Ílhavo e lá para as bandas de Coimbra. Um dos seus apelidos, Carola, que presentemente não usa, que as leis e os usos vão variando conforme os tempos, está em muita gente da região de Ílhavo.
Márcio Walter não me contactou por acaso. Nas suas buscas pela Net, encalhou nos meus blogues, Pela Positiva e Galafanha, onde apreciou uma referência a um dos seus antepassados, Maestro da então Filarmónica Ilhavense (Música Velha), agora denominada de Filarmónica Gafanhense. 
Tanto bastou para estabelecermos conversa via e-mail, ampliadas posteriormente no Facebook. Com as simples e poucas dicas que eu possuía, o Márcio bateu a muitas portas dos arquivos existentes e lá foi construindo pouco a pouco a sua árvore genealógica, iniciada na sua terra natal e já bastante completa. Mas as pesquisas vão prosseguir, porque o Márcio não é pessoa para pôr de lado objetivos, por mais difíceis e complexos que eles sejam.
Andou numa roda-viva, cujos rolamentos emperravam de vez em quando. Porém, o seu entusiasmo nunca abrandou, porque o Márcio quer chegar o mais longe possível, no sentido inverso da vida. Gosto, realmente, de pessoas assim. 
Com o peso da minha idade não pude acompanhá-lo como desejaria. O seu ritmo é intenso e eu preciso de alguma serenidade e para viver e trabalhar. Mas não deixei de o levar a saborear as enguias fritas a um restaurante da Costa Nova, povoação que ele apreciou sobremaneira pela tipicidade das suas casas e pela amplitude das águas tranquilas da nossa laguna. Mas ainda pudemos visitar o célebre palheiro de José Estêvão, onde seu filho Luís de Magalhães teve a gentileza e o prazer de receber o grande escritor Eça de Queirós, tão apreciado entre os nossos irmãos brasileiros. 
Formulo votos dos maiores êxitos ao brasileiro amigo Márcio Walter, quer pessoais, profissionais e sociais, quer literários (é contista) e de investigação.
Até sempre.

Fernando Martins 

NOTAS: 

1. Se alguma pessoa de apelido Carola desejar contactar com ele, pode remeter-me o contacto. 
2. Curiosamente, diversos brasileiros me contactaram, graças a apelidos e nomes registados nos meus espaços do ciberespaço.

Não fechemos a porta à misericórdia

Da Mensagem do Bispo de Aveiro 
para a Quaresma de 2016


«Se quisermos descobrir algumas das características de como é o Deus de que Jesus nos fala, é fundamental meditarmos nas parábolas sobre a misericórdia (cf. Lc 15). Nos três casos, é Deus – o pastor, a mulher, o pai – quem toma a iniciativa de ir ao encontro. Uma diferença importante se manifesta: perante a falta de responsabilidade da ovelha e da moeda, no filho aparece o exercício da liberdade. O pai respeita as decisões do filho – o que supõe estar com o coração a sangrar à espera que ele regresse. O pai, que o espera, acolhe-o e abraça-o, mas a sua magnanimidade contrasta com o coração do filho mais velho, que, vivendo sempre dentro da mais estrita legalidade, não é capaz de se alegrar com o regresso do irmão, nem aceita o amor do pai que o acolheu. O pai, identificado com Jesus, supera as leis, move-se na compaixão, no amor – atitude que deveria ser a de todos nós.»

Ler mensagem aqui 

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