segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Reformados, eméritos, etc

Crónica de Anselmo Borges 
no DN de sábado

Em tempos de crise, 
os governos, para a austeridade, 
têm sempre facilmente à mão os reformados, 
com este ou aquele nome

Há muito que me pergunto porque é que uns são reformados, outros jubilados, outros eméritos, outros pensionistas ou aposentados. Pus-me no encalço das palavras, à procura do seu sentido originário. O que aí fica é o resultado, confesso que um pouco apressado, desse exercício.

1. Claro que reformado vem de reforma. A reforma que, em certos contextos, aparece mais imediatamente é a Reforma protestante. Aqui, porém, ela tem que ver com a situação de ir para a reforma e receber uma reforma, que é, em princípio, um quantitativo em dinheiro. Reformado é, pois, o que passou à reforma, por ter atingido uma certa idade e trabalhado um certo número de anos, com os respectivos descontos, ou porque ficou pura e simplesmente incapacitado para o trabalho. De modo estranho, reforma vem do latim reformare, com o significado de voltar à primeira forma, restabelecer, alterar, e reformado é o que torna à sua primeira forma, mas também o desfigurado, modificado.

domingo, 23 de novembro de 2014

Que rei é este?

Crónica de Frei Bento Domingues 

Que rei é este que esvazia 
a solenidade divina 
e exalta a condição humana?


1. A celebração litúrgica de Cristo Rei foi instituída por Pio XI, em 1925, com as monarquias em crise e as repúblicas em conflito com a Igreja Católica.
Tornou-se, depois, a coroa do ano litúrgico que recomeça com o Advento, ritmando o infindável acontecer da graça divina – simbolizado na Liturgia – que atinge todos os tempos e lugares, como fonte de libertação das nossas servidões mentais e afectivas, antigas ou novas, materiais, culturais ou religiosas. Sem um programa libertário, o ciclo litúrgico anual dará a ideia do eterno retorno do mesmo.
Quem, por outro lado, desejar conhecer a história do Santuário Nacional de Cristo Rei, elevado, em Almada, a 113 metros acima do Tejo, pode recorrer às informações do Google. Mas com ou sem esse facilitador, abandone os preconceitos e suba ao miradouro mais abrangente sobre a deslumbrante e inesgotável beleza de Lisboa. Regale os olhos e medite no que o tempo faz às cidades e à nossa vida, entre a ruina e o contínuo renascer. Com passaportes dourados ou não, não deixemos privatizar as cidades de milenares gerações de povos e culturas. Que as mil formas de criatividade as tornem cada vez mais acolhedoras.
A simbólica bíblica de “Cristo Rei” implica a luta contra miragens de grandeza efêmera das dominações imperiais e a redescoberta de uma cidadania de acolhimento e serviço de todos, a começar pelos mais pobres, os sobrantes e descartáveis, na linguagem do Papa Francisco.

Mulheres da Gafanha

Mulheres da Seca do Egas

As mulheres da Gafanha merecem um estudo profundo sobre o seu papel na construção das povoações e das comunidades desta região banhada pela Ria de Aveiro. É certo que alguns estudiosos e escritores de renome já se debruçaram sobre elas, cantando loas à sua tenacidade e coragem, mas também ao seu esforço, desde sempre indispensáveis na luta de transformação de areias improdutivas em solo ubérrimo. Há décadas, e é sobre essas mulheres que nos debruçamos, elas eram as mães solícitas e amorosas dos filhos, mas também os “pais” que garantiam o sustento da casa, enquanto os maridos se aventuravam nas ondas do mar na busca de mais algum dinheiro que escasseava em terra. 
Em jeito de desafio a quantos podem e devem, pelos seus estudos e graus académicos, retratar as nossas avós, com rigor histórico, já que, hoje e aqui, não há lugar nem tempo para isso, apenas indicamos algumas pistas, que há mais de 50 anos nos foram oferecidas por Maria Lamas, na célebre obra “As mulheres do meu país”, que viu há pouco a luz do dia em 2ª edição, numa iniciativa da “CAMINHO”, e que tão esquecida tem andado.


Pode ler todo o texto  aqui

É necessário que Ele reine

Uma reflexão de Georgino Rocha

“É necessário que Ele reine" 
no coração da vida e no seio da morte, 
nas manhãs de primavera e no outono da existência 


“É necessário que Ele reine” afirma São Paulo na 1ª carta aos cristãos de Corinto; reine em todos e em tudo, no coração da vida e no seio da morte, nas manhãs de primavera e no outono da existência. Sempre! A afirmação paulina manifesta o reconhecimento da função benfazeja de Jesus Cristo e da situação humana carecida de sentido para a vida e de horizontes para a esperança. Faz parte de uma das leituras da celebração da festa de Cristo Rei e atesta a visão do apóstolo sobre a missão de Jesus ressuscitado. A comunidade cristã assume esta visão e procura ser coerente vivendo e anunciando a realeza de Jesus Cristo, ao longo dos tempos.

sábado, 22 de novembro de 2014

Costa Nova com Desertas ao fundo

Costa Nova - Foto de Victor Peixe


Bela imagem da Costa Nova, no tempo, julgo eu, em que não havia fotografia a cores. 
Tanto quanto sei, as fotografias eram retocadas à mão para nos oferecer a noção da cor. Ao fundo vê-se o Desertas que foi resgatado da praia, onde estava encalhado, desde 1916, para regressar ao mar... Foi aberto para o efeito o canal de Mira, que hoje faz parte da paisagem da nossa ria.

A ria é um enorme pólipo



«A ria é um enorme pólipo com braços estendidos pelo interior desde Ovar até Mira. Todas as águas do Vouga, do Águeda e dos veios que nestes sítios correm para o mar encharcam nas terras baixas, retidas pelas dunas de quarenta e tantos quilómetros de comprido, formando uma série de poças, de canais, de lagos e uma vasta bacia salgada. De um lado o mar bate e levanta constantemente a duna, impedindo a água de escoar; do outro é o homem que junta a terra movediça e a regulariza. Vem depois a raiz e ajuda-o a fixar o movimento incessante das areias, transformando o charco numa magnífica estrada que lhe dá o estrume e o pão, o peixe e a água de rega. Abre canais e valas. Semeia o milho na ria. Povoa a terra alagadiça, e à custa de esforços persistentes, obriga a areia inútil a renovar constantemente a vida. Edifica sobre a água, conquistando-a, como na Gafanha, onde alastra pela ria, aduba-a com o fundo que lhe dá o junco, a alga e o escasso, detritos de pequenos peixes…»

Raul Brandão
“Os Pescadores”

Reformados, eméritos, etc.

Crónica de Anselmo Borges no DN
«Há muito que me pergunto porque é que uns são reformados, outros jubilados, outros eméritos, outros pensionistas ou aposentados. Pus-me no encalço das palavras, à procura do seu sentido originário. O que aí fica é o resultado, confesso que um pouco apressado, desse exercício.»

Nota: Para ler neste blogue na próxima segjunda-feira

A mim o fizestes

Reflexão semanal de Georgino Rocha

 A herança futura chega 
em cada momento de bondade 
dispensado a quem necessita

Cenário majestoso realça a importância da figura central e contrasta com a simplicidade dos convocados, a sobriedade das alegações, a contundência da sentença. A solenidade da grande assembleia é patente: anjos rodeiam o homem que está sentado num trono de glória, nações inteiras aparecem dos cantos da terra, o universo converge no mesmo espaço e testemunha o acontecimento. A acção a realizar é extraordinariamente simples, semelhante à de um pastor que, ao cair da tarde, ou ao chegar o tempo invernoso, recolhe o rebanho, separando as ovelhas dos cabritos. Mt 25, 31-46.

A imagem pastoril ilustra, de forma acessível e eloquente, a mensagem que Jesus pretende “passar” aos discípulos de todos os tempos: a opção pelo futuro constrói-se no presente, a semente contém, em gérmen, a árvore, a relação solidária vive-se em atitudes concretas, a glória do Pai brilha nos gestos de fraternidade, a atenção aos “pequeninos”, a quem a vida não sorriu por malvadez humana, manifesta o reconhecimento de quem se identifica com eles e por eles vela com a máxima consideração.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Eva Cristina não saberia viver sem música

Eva Cristina Ribau
e o prazer de ensinar a cantar


Eva Cristina Ribau


Liturgia sem boa música é uma tristeza

«Liturgia sem boa música é uma tristeza», garante Eva Cristina Ribau em entrevista ao Timoneiro, quando referiu a importância da “rainha das artes” na vida das pessoas. «Todos nós estamos envolvidos pela música: o tique-taque do relógio, a trovoada, o caminhar na rua, o vento que zune e tantos outros sons que nos enchem os ouvidos», sublinha.
Começou a gostar de música desde sempre e aos seis anos a mãe matriculou-a na escola de música. E conta que, em pequena, quando foi operada, sua mãe notou que ela batia com os dedos na perna engessada, como se estivesse a tocar piano. Deduziu que a Eva teria inclinação para a música. E assim foi o princípio de uma vida dedicada às artes musicais. Por isso, conclui a professora Eva, «os pais devem observar os filhos desde pequenos, no sentido de identificarem alguns sinais que indiciem certas propensões».


Candura

Crónica de Maria Donzília Almeida



“A admiração
 é a ingenuidade da inteligência.”

Berilo Neves

Para cativar a atenção e o interesse dos alunos, hoje em dia, o professor tem de fazer malabarismos, que noutra épocas se atribuiriam apenas aos acrobatas circenses.
Dadas as solicitações a que está sujeito o aluno, na concorrente escola paralela, caberá ao professor superá-las, se quer conquistá-lo para o contrato pedagógico.
Assim e para conquistar os alunos para o assunto da aula, a teacher recorreu a uma nova estratégia, na abordagem da matéria desse dia.
Ia ensinar as criancinhas a dizer a morada em Inglês e para isso usaria a 1.ª pessoa: My address is…. 

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Recordando São Pedro de Moel



Na minha coleção de fotografias digitalizadas, que é um caos autêntico, encontro frequentemente imagens de viagens que fiz, de museus que visitei, de paisagens que contemplei e de tudo o que me tocou: um poema, uma árvore, pessoas, monumentos e tanta... tanta coisa. O que importa é pegar nisso e reviver momentos agradáveis, renascendo o desejo de voltar. Recordar não é reviver?

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O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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