quarta-feira, 15 de junho de 2011

Igreja Portuguesa premeia o compositor Eurico Carrapatoso

Prémio Árvore da Vida - Padre Manuel Antunes 2011


Eurico Carrapatoso

A música de Deus

José Tolentino Mendonça

A Igreja Portuguesa premeia um maravilhoso criador contemporâneo, o compositor Eurico Carrapatoso. Na próxima sexta-feira, em Fátima, D. Manuel Clemente, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, entregará o galardão “Árvore da Vida/Padre Manuel Antunes” a um dos nomes mais importantes da nossa cena musical. Eurico Carrapatoso tem assinado um reportório de invulgar qualidade, num país como o nosso que valoriza ainda pouco o grande contributo cultural e humano que as artes, e nomeadamente as artes musicais, representam. É de toda a justiça iluminar um percurso que, além do mais, sempre tem tentado um diálogo com o nosso cancioneiro tradicional e tem procurado, de forma inspirada, a voz de poetas emblemáticos Fernando Pessoa, Sophia de Mello Breyner ou António Manuel Pires Cabral.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ílhavo: Semana da Educação com balanço e projetos


Alegria na escola


Entre 15 (amanhã) e 25 de junho, vai realizar-se mais uma edição da Semana da Educação no Município de Ílhavo, composta por um conjunto de iniciativas de balanço do ano letivo em curso e preparação do próximo, com destaque para a apresentação pública do Plano Municipal de Intervenção Educativa, no dia 21 deste mês.
A autarquia ilhavense, ao anunciar esta Semana da Educação, lembra que este ano letivo que se aproxima do fim ficará na história do Município pela «ativação e inauguração de cinco novos Centros Escolares, que a CMI construiu aproveitando os Fundos Comunitários do QREN, num investimento total de cerca de dez milhões de euros cofinanciados em cerca de 70 por cento».
Importa sublinhar que tudo o que se investe ou venha a ser investido em prol do ensino e da educação não será perda de tempo nem de meios. Digo isto porque o futuro da sociedade passa, fundamentalmente, pela formação do homem todo e de todos os homens.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Antigamente a Escola era risonha

José de Almeida


O estudante alsaciano
 Antigamente, a escola era risonha e franca.
  Do velho professor as cans, a barba branca,
  Infundiam respeito, impunham sympathia,
  Modelando as feições do velho, que sorria
  E era como creança em meio das creanças.
  Como ao pombal correndo em bando as pombas mansas,
  Corriam para a escola; e nem sequer assomo
  De aversão ou desgosto, ao ir para ali como
  Quem vae para uma festa. Ao começar o estudo,
  Elles, sem um pesar, abandonavam tudo,
  E submissos, joviaes, nos bancos em fileiras,
  Iam todos sentar-se em frente das carteiras,
  Attenta, gravemente — uns pequeninos sabios.
  Uma phrase a animar aquelle bando imbelle,
  Ia ensinando a este, ia emendando áquelle,
  De manso, com carinho e paternal amor.
  Por fim, tudo mudou. Agora o professor,
  Um grave pedagogo, é austero e conciso;
  Nunca os labios lhe abriu a sombra d’um sorriso
  E aos pequenos mudou em calabouço a escola
  Pobres aves, sem dó metidas na gaiola!
  Lá dentro, hoje, o francez é lingua morta e muda:
  Unicamente o allemão ali se falla e estuda,
  São allemães o mestre, os livros e a lição;
  A Alsacia é allemã; o povo é alemão.
  Como na propria patria é triste ser proscripto!
  Frequentava tambem a escola um rapazito
  De severo perfil, energico, expressivo,
  Pallido, magro, o olhar intelligente e vivo
  — Mas de intima tristeza aquelle olhar velado
  Modesto no trajar, de lucto carregado...
  — Pela patria talvez! — Doze annos só teria.
  O mestre, d’uma vez, chamou-o á geographia:
  — "Dize-me cá, rapaz... Que é isso? estás de lucto?
  Quem te morreu?"
  — "Meu pae, no último reduto,
  Em defeza da patria!"
  — "Ah! sim, bem sei, adeante...
  Tu tens assim um ar de ser bom estudante.
  Quaes são as principaes nações da Europa? Vá!"
  — "As principaes nações são... a França..."
  — "Hein? que é lá?...
  Com que então, a primeira a França! Bom começo!
  De todas as nações, pateta, que eu conheço,
  Aquella que mais vale, a que domina o mundo,
  Nas grandes concepções e no saber profundo,
  Em riqueza e esplendor, nas lettras e nas artes,
  Que leva o seu domínio ás mais remotas partes,
  A mais nobre na paz, a mais forte na guerra,
  D’onde irradia a sciencia a illuminar a terra,
  A maior, a mais bella, a que das mais desdenha,
  Fica-o sabendo tu, rapaz, é a Allemanha!"
  Elle sorriu com ar desprezador e altivo,
  A cabeça agitou n’um gesto negativo,
  E tornou com voz firme:
  — "A França é a primeira!"
  O mestre, furioso, ergue-se da cadeira,
  Bate o pé, e uma praga energica lhe escapa.
  — "Sabes onde está a França? Aponta-m’a no mappa!"
  O alumno ergue-se então, os olhos fulgurantes,
  O rosto afogueado; e emquanto os estudantes
  Olham cheios de assombro aquelle destemido,
  Ante o mestre, nervoso, audaz e commovido,
  Timido feito heróe, pygmeu tornado athleta,
  Desaperta, febril, a sua blusa preta,
  E batendo no peito, impavida, a creança
  Exclama:
  — "É aqui dentro! aqui é que está a França!"
                                                                                 
  Acácio Antunes

NOTA: Poema recitado pelo meu pai, José de Almeida, mais conhecido por Zé da Rosa, da Gafanha da Encarnação, nos longos serões, à lareira, e que constava do seu livro de leitura da 4ª(?) classe, em 1929.

Maria Donzília Almeida

Santo António morreu em 13 de Junho de 1231



Já se passaram 780 sobre a morte de Santo António, um dos três santos populares. Fernando de Bulhões ou Fernando Martins, seus nomes seculares, já franciscano, assumiu o nome de António, quando entrou na Ordem dos Frades Menores. Conheceu Francisco de Assis e foi canonizado cerca de 11 meses depois de deixar este mundo. Mantém, ao que suponho, o recorde da canonização mais rápida.
A sua história é por demais conhecida, mas permitam-me que recorde alguns factos: dos três santos populares (Santo António, S. Pedro e S. João) foi o único que não conheceu fisicamente Jesus Cristo; foi o primeiro teólogo franciscano; e, que eu saiba, foi o único português a ser declarado Doutor da Igreja. 

Fernando Pessoa nasceu há 123 anos

Imagem Google de hoje


O MOSTRENGO

O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
A roda da nau voou três vezes,
Voou três vezes a chiar, 

E disse: «Quem é que ousou entrar 
Nas minhas cavernas que não desvendo, 
Meus tectos negros do fim do mundo?» 
E o homem do leme disse, tremendo: 

«El-Rei D. João Segundo!» 
«De quem são as velas onde me roço? 
De quem as quilhas que vejo e ouço?» 
Disse o mostrengo, e rodou três vezes, 

Três vezes rodou imundo e grosso. 
«Quem vem poder o que só eu posso, 
Que moro onde nunca ninguém me visse 
E escorro os medos do mar sem fundo?» 

E o homem do leme tremeu, e disse: 
«El-Rei D. João Segundo!» 
Três vezes do leme as mãos ergueu, 
Três vezes ao leme as reprendeu, 

E disse no fim de tremer três vezes: 
«Aqui ao leme sou mais do que eu: 
Sou um povo que quer o mar que é teu; 
E mais que o mostrengo, que me a alma teme 

E roda nas trevas do fim do mundo, 
Manda a vontade, que me ata ao leme, 
De El-Rei D. João Segundo!»

Fernando Pessoa 
“Mensagem”

domingo, 12 de junho de 2011

Moçambique: Missão Boroma


Caminho para Boroma: banca de venda



O  grande Rio Zambeze


Ainda bem que gosto de TT


O Salé pediu-me bolachinhas para a menina


Acesso à missão.
Inscrição: Borona 1885 S. José


Papaieira


Visto da Missão,  lá no alto, 
a toda a volta,  o terreno é plano


A Missão Borama ergue-se num alto o que servia de refúgio aquando das cheias. E agora,   o pior da estória, hoje, domingo, acordei sem luz e consequentemente sem água. Não pude carregar o meu telemóvel, que nestes dias tem servido mais de máquina fotográfica. Por azar, a bateria acabou quando ia a entrar na Missão, o local está semiabandonado e destruído; resta uma "escola-colégio” onde estudam rapazes. Ainda perguntei se não havia uma tomada para carregar o telemóvel, mas também aí a luz tinha faltado. Ao domingo há missa. Espero voltar lá com meios para registar esse local de culto e ensino que tinha escola de ofícios e apoiava a população em tempos idos.

Jorge Ribau, 
em Moçambique 

Alimentação errada, obesidade e sedentarismo provocam a diabetes





Enfermeira 
Madalena Cardoso 



A vida não termina 
com a aposentação 
ou reforma 

Madalena Cardoso, enfermeira, aposentada após 32 anos de serviço no Hospital Infante D. Pedro, em Aveiro, assume a alegria de continuar, como voluntária, a fazer aquilo de que gosta. Depois de passar, como profissional de enfermagem, pelo Centro de Reabilitação de Alcoitão, fixou-se em Aveiro, onde se entregou a especialidades da sua preferência: ginecologia e obstetrícia, mas ainda, com mais fervor, à endocrinologia, na área da diabetes. No fundo, foi uma enfermeira sempre pronta para o que fosse preciso. 
Os últimos 20 anos foram em pleno dedicados à diabetes, colaborando com especialistas deste setor, envolvendo-se como enfermeira-educadora, quer nas consultas externas da Diabetologia, quer no Hospital-Dia de Diabetes. E com a aposentação não deixou o hospital abruptamente, pois por ali continuou dois anos, como voluntária, no mesmo serviço. Razões familiares, posteriores, levaram a enfermeira Madalena a suspender essa tarefa. O voluntariado na vida espera-a. E não se fica só pela diabetes. Presentemente, está a apoiar uma doente com Alzheimer, estimulando-a a manter, dentro do possível, a sua autoestima, fundamental para uma melhor qualidade de vida.

Antes & Agora, no PÚBLICO: O Jardim Oudinot voltou a honrar a sua história



(Clicar nas imagens para ampliar)

O que mudaria em Aveiro? Vassalo Lourenço, diretor da Filarmonia das Beiras, responde no PÚBLICO de hoje


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PÚBLICO: Crónica de Bento Domingues

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Uma reflexão para este domingo



SUAVE FORÇA 
DO ESPÍRITO

Georgino Rocha

Há factos que valem mais do que a aparência. Sirva de exemplo a participação ou abstenção em eleições, a revolta ou resignação da geração à rasca, a renegociação ou manutenção da dívida, o entusiasmo ou esmorecimento de ânimo, o clima social saudável ou poluído pelas mais diversas confusões, as iniciativas apostólicas de renovação ou de involução, a cidadania activa ou a indiferença face ao bem de todos e de cada um.
Para crescermos em humanidade, precisamos de penetrar no sentido do que acontece, no segredo dos factos, no rumo das transformações em curso. É esta uma das funções principais da razão humana, dotada de capacidades a valorizar cada vez mais, e da fé em Jesus Ressuscitado que nos deixa o seu Espírito.
Fé e razão constituem as grandes asas do ser humano para voar em espaços de Infinito e mergulhar em regiões profundas de consciência adormecida.

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