sábado, 17 de outubro de 2009

Uma boa notícia para começar o dia: Portugal recebe primeira edição literária da Bíblia



Evangélicos lêem mais a Bíblia

"A Sociedade Bíblica vai anunciar uma nova tradução da Bíblia, inédita em Portugal: pela primeira vez, estará disponível uma edição literária, isto é, sem indicação de capítulos, versículos ou subtítulos. Esta edição, preparada por uma equipa de tradutores católicos e protestantes, será apresentada a 20 de Outubro pelo escritor Francisco José Viegas. A comercialização será feita pelo Círculo de Leitores e Temas e Debates.

Na mesma ocasião, serão apresentados os resultados de uma sondagem inédita sobre a leitura da Bíblia em Portugal. De acordo com alguns dados a que o Público teve acesso, quase toda a população (mais de 97 por cento) conhece a Bíblia. No que toca à leitura, quase dez por cento já leram o texto integral, enquanto 90 por cento dizem ter lido passagens soltas.
As categorias que menos lêem a Bíblia são os católicos não-praticantes e os ateus. Dez por cento dos que responderam ao inquérito consideram-se ateus e agnósticos. Entre estes, nove por cento de ateus e seis por cento de agnósticos não conhecem a Bíblia e manifestam resistência à ideia de conhecer o texto. Os que mais lêem estão entre os protestantes/evangélicos e as Testemunhas de Jeová - em conjunto, são 2,3 por cento da população, mas todos leram a Bíblia e quase todos têm um exemplar."

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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Dia Mundial da Alimentação




An Apple a day, keeps the doctor away!


Hoje, dia 16 de Outubro, comemora-se o Dia Mundial da Alimentação. Uma data para reflectir e é bom que faça gerar alguma controvérsia, entre as pessoas.
Por ironia do destino, ao chegar ao local de trabalho deparei com um acréscimo de iguarias, no bar, constituídas por doces suculentos e apelativos. Não que houvesse qualquer intencionalidade de contrariar os objectivos pedagógicos da efeméride, mas simplesmente como resultado do sentido de partilha que se vive na Escola. Ainda não percebi muito bem, ou talvez não queira aprofundar a questão, do motivo, pelo qual os aniversariantes, festejam a alegria, do dom da vida, com os famigerados bolos de aniversário, ou outros de qualquer espécie!
Por que não oferecer uma cenoura, que contendo caroteno, contribui para embelezar os olhos, tão do agrado das senhoras? Um tomate, cujo componente licopene, antioxidante, combatendo os radicais livres, mantém a juventude das células por mais tempo? Uma maçã, que segundo a tradição, comida à razão de uma por dia, afasta o médico? (An Apple a day, keeps the doctor away!) Tudo isto seria a alternativa ao consumo excessivo de glicose e contribuiria para uma vida mais saudável. Mas.....ninguém tem esta ideia peregrina de ser vegetariano, no dia do seu aniversário!
É um hábito salutar nesta instituição de ensino, a partilha da alegria da comemoração, consubstanciada numa fatia de bolo! Hoje, que todos deveríamos comungar do desiderato de viver + saúde, ninguém se absteve de degustar o sabor excelente da dádiva dos colegas. Por que será que a doçura vem indelevelmente associada à alegria, à felicidade? Amarga, já basta a vida! - dizem alguns! Por isso, o sweetheart inglês, traduz bem essa interligação entre dois prazeres diferentes: o físico e o espiritual! Andam de braço dado, como os amantes!
No entanto, isso não impediu que uma reflexão pairasse na minha mente sobre os desequilíbrios que existem no planeta terra, no concernente ao tema. Durante o dia de hoje, fui bombardeada com notícias sobre o factor obesidade que engrossa os seus números, especialmente no grupo da infância /juventude.
Ainda recordo as cenas que pela vida fora tenho observado, dos malabarismos que as jovens mamãs fazem para “enfiar” a sopinha aos seus rebentos, quando eles fazem birra e rejeitam o alimento. Desde as “aterragens” forçadas dos aviões na careca dos avôs, dos passeios pelo quintal, distraindo as adoráveis criancinhas, como se estivessem a infligir-lhes algum suplício (Comer para elas parece que é!), até às mais estranhas cenas de persuasão e ou intimidação, tudo acontece para dar de comer a quem não o quer!
Do outro lado está essa multidão de crianças e adultos, que morre à fome e não tem uma côdea de broa para mitigar a fome. É revoltante, chocante e deprimente constatar esta discrepância entre a abastança de alguns que engordam desmesuradamente e aqueles que numa subnutrição escandalosa, definham e morrem à míngua.
As desigualdades sempre me fizeram pensar e sofrer, pois há crianças que são vítimas inocentes da má distribuição da riqueza.
E......há muita gente que come mal, muito mal, por excesso e falta de critério de escolha, basta relembrar os malefícios do fast food; outros sem possibilidade de escolha não têm uma migalha para deitar à boca! Esses nem sequer comem!
Estranha esta injustiça humana, que não pára de crescer! Ainda há pouco tempo circulava na net, a imagem cruel duma criança desnutrida, a sucumbir à fome e a ser cobiçada pelas garras de um abutre!
Era bom que os detentores do poder fizessem alguma coisa para minorar estas diferenças e atenuassem o sofrimento dessas crianças. Há muito ainda por fazer e que urge ser alvo de consideração.

M.ª Donzília Almeida

16.10.09

COLÓQUIO: Falas do Mar / Falas da Ria

O Colóquio “Falas do Mar / Falas da Ria” resulta de uma colaboração entre o Instituto de Estudos de Literatura Tradicional (IELT) da Universidade Nova de Lisboa – com especial relevo para os projectos “Falas da Terra: Natureza e Ambiente na Tradição Popular Portuguesa” e “Práticas da Cultura” – , o Museu Marítimo de Ílhavo e o Centro de Estudos Interculturais (CEI) do Instituto Politécnico do Porto.
“Falas do Mar / Falas da Ria” é dedicado a todo o riquíssimo património oral, literário, documental, pictórico, fotográfico e multimédia existente – do passado e do presente – sobre as práticas culturais, representações, valores, comportamentos, simbologias e discursos ligados ao Mar em geral e à Ria de Aveiro em particular.
A perspectiva interdisciplinar deste Colóquio conta com a contribuição de investigadores, criadores e narradores capazes de encetar uma busca comum e comparada do conhecimento, com a preocupação de ligar a investigação bibliográfica e multimédia à experiência de vida e do terreno.
Ciente de que as comunidades do Mar e da Ria organizam o seu quotidiano em diálogo constante com o meio circundante, este Colóquio explora o modo como a tradição canta, conta, simboliza, representa, desenha, transfigura, questiona e perpetua essa interacção, tanto no real como no imaginário.
As rotas desta navegação pelas Falas do Mar e da Ria passam pelos usos da memória, pelas histórias de vida, processos artísticos e sociais, hábitos de trabalho e mobilidades, tempos, territórios, identidades, cerimónias, técnicas e rituais. Viaja entre - e intra-culturas, não só no espaço e no tempo, mas também entre os diversos conceitos de cultura. Um projecto inter/intracultural coordena em si as leituras plurais do termo, incluindo desde a cultura popular, a cultura de massas e as definições sócio-simbólicas da cultura, até à cultura erudita, académica e institucional. Para que a viagem do conhecimento possa seguir rumos por todos navegáveis, sem se perder nos meandros do hermetismo erudito.

Contactos:
Museu Maritimo de Ílhavo www.museumaritimo.cm-ilhavo.pt - museuilhavo@mail.telepac.pt
Av. Doutor Rocha Madail, São Salvador, Ílhavo - 234 329 990
IELT/FCSH/UNL www.ielt.org - instielt@gmail.com
CEI / ISCAP / IPP www.iscap.ipp.pt/~cei - cei@iscap.ipp.pt

Fonte: Texto promocional do Colóquio

No Museu Marítimo de Ílhavo: Humanismo cívico e horizontes universais em Camões



José Carlos Seabra Pereira, catedrático da Faculdade de Letras da Universiadade de Coimbra, vai estar em Ílhavo no próximo dia 24 de Outubro, sábado, pelas 18.30 horas,  no museu, para proferir uma conferência, subordinada ao tema Humanismo cívico e horizontes universais em Camões, inserida nas comemorações  do 8.º aniversário da ampliação e remodelação do Museu Marítimo de Ílhavo. A iniciativa é da Câmara Municipal e da Confraria Camoniana de Ílhavo.

A falta de cinemas na Gafanha da Nazaré

Ao ler o artigo do meu amigo Fernando Martins (FM) sobre o lançamento do CD de Jacinta e o facto de não existir na Gafanha da Nazaré um espaço onde se possa ver cinema trouxe-me à memória vários episódios que devem pôr FM e os seus leitores de sobreaviso.

Nos meus tempos de Coimbra existiam na cidade quatro salas de cinema e todas elas concorriam entre si e raro era o fim-de-semana em que as salas não estavam esgotadas. Isto, é claro, porque não existia a televisão e mesmo no início tudo decorria com normalidade.

Em Aveiro havia quatro salas também sempre com boa frequência e em Ílhavo havia um cinema que, segundo os naturais da época, dava para as despesas, além de cinema no Illiabum Club.

O mundo não pára e, em Coimbra, neste momento, das quatro salas, só existe uma, além, é claro, das salas dos Centros Comerciais, que pertencem a grupos privados internacionais. O mesmo acontece em Aveiro, e em Ílhavo acabaram, à excepção de, recentemente, existir cinema no CCI, com filmes que estão actualmente no circuito comercial.

Mas, segundo FM, devia ser a iniciativa privada a dinamizar um cinema na Gafanha da Nazaré. Desculpa, amigo, mas é pura demagogia e isto porque, quem é o empresário que investe para perder dinheiro? Ou será que passados uns dias estaria a pedir subsídio à Câmara, porque estava a prestar um serviço público como algumas instituições privadas têm feito?

Aveiro com dois espaços onde existem várias salas, com sessões em que não há ninguém nas salas. Em Ílhavo, e segundo a minha observação, em média são 10 a 20 espectadores por sessão e, volto a repetir, em filmes actuais.

Estas observações fazem-me lembrar um responsável partidário do Concelho que um dia me diz: Não vou e não aconselho ninguém a ir a manifestações sejam quais forem, que, de alguma forma, possam aumentar a estatística de realizações do actual executivo camarário. E, FM, não é que é mesmo verdade!

Sou visitante do Museu de Ílhavo, da Biblioteca e do CCI. Pois bem, há gente de Ílhavo que eu conheço que, nestes 12 anos, nunca foi a estes espaço de cultura, mesmo quando há grandes manifestações culturais, acontecendo muitas vezes estar mais gente de fora do que residentes na cidade.

Como podem os privados ganhar dinheiro com a cultura?

Aproveito para te sugerir que publicites no teu blogue os filmes que decorrem no CCI. É uma forma de contribuíres, ou melhor, de continuares a contribuir para a cultura desta região que, por vezes, é tão maltratada pelos seus “naturais”.

C. Duarte

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A minha resposta

Meu caro Carlos Duarte

Não queiras, por favor, retirar-me a capacidade e o direito de sonhar e de acreditar que os privados também podem e devem investir na cultura, sem pensarem sempre no (malfadado) lucro. Estás a pensar, se calhar, nos pobres privados que mal ganham para comer. Há por aí empresários com muita capacidade, que bem podiam tornar-se nuns mecenas. Mas se não houver, paciência… Pode ser que um dia isso possa acontecer. Sobretudo se por algum passar um raio luminoso e inspirador de valores mais altos, para além da conta no banco.

O cinema é uma extraordinária fonte de cultura, considerada até a sétima arte. Nessa linha, por exemplo, seria interessante que o Centro Cultural da Gafanha da Nazaré passasse a oferecer cinema de qualidade algumas vezes por mês.

Afinal, as muitas salas de cinema dos centros comerciais, onde tenho ido, ainda não fecharam, apesar de terem sessões com apenas meia dúzia de pessoas. E se assim é, temos de crer que é possível haver cinema para quem quiser, com regularidade. Aliás, disseste que a concorrência, em Coimbra, ajudou a encher salas aos fins-de-semana. Em Ílhavo, como não havia concorrência e a sala não era grande coisa, teve logicamente de fechar.

Acredito que toda a actividade, cultural ou outra, pode sobreviver com projectos concebidos e desenvolvidos com apoio de especialistas, à altura de criarem estruturas rendíveis. Não sou eu nem tu, certamente, que vamos pensar em projectos económico-culturais, mas não posso deixar de imaginar que outros o possam fazer. O cinema de hoje não precisa de salas grandes e de despesas incomportáveis, penso eu. E podiam, com sentido de oportunidade, ser aproveitados espaços polivalentes e funcionais, abertos a várias vertentes artísticas e com promotores à altura. Como está a acontecer com bastantes Centros Culturais do país. Tal como em Ílhavo. E neste caso, ainda não ouvi a nossa autarquia a queixar-se com falta de clientes da cultura. O cinema, sozinho, não será economicamente atraente para os empresários. Mas não seria viável associar um conjunto de artes compatíveis, de forma a que o prejuízo de umas fosse coberto pelo lucro de outras?

Sobre a participação do povo nos espectáculos, concordo que não está muito bem. Há gente que prefere ficar pelos cafés e em casa a ver a triste televisão que temos; há gente que gosta mais de frequentar bares, à noite, para beber uns copos (direito, lógico, que lhes assiste), do que ir ao cinema. Há quem prefira ler e escrever, pintar ou ouvir música. Neste momento, por sinal, estou a ouvir a Antena Dois… É quase meia-noite. Mas se o cinema ainda mantém o seu mistério e a sua actualidade, que a todos fascinam, então podemos e devemos sonhar, coisa que não faz mal a ninguém. Eu, pelo menos, continuarei a sonhar, porque o sonho, tenho a certeza, comanda a vida, como diz o poeta.

Quanto às divulgações que faço, daquilo que considero importante, cá continuarei, apesar de não ter muito tempo para isso. Se calhar, talvez devesse sair um pouco mais de casa, para ir ao cinema. Pode ser que amanhã o faça, se houver filme que me cative. Em Aveiro, claro, porque na cidade da Gafanha da Nazaré não há salas de cinema.

Um abraço, sem demagogias

Fernando Martins



quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Mais um Livro de Aida Viegas



Só a arte de viver
nos proporciona o equilíbrio

“Rios de Fogo e Madrugadas de Luz” é mais um livro de Aida Viegas, que vai ser apresentado no sábado, 24 de Outubro, pelas 16 horas, no Espaço Museu da Sé de Aveiro. A sessão terá animação musical do Grupo de Bandolins da Academia de Saberes.

Mais um livro de Armor Pires Mota


“Igreja de Oiã
no altar da memória”

“Igreja de Oiã no altar da memória”, a mais recente obra de Armor Pires Mota, irá ser apresentada, quarta-feira, 28 de Outubro, dia de São Simão, Padroeiro da Freguesia de Oiã, por D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro.
É um completo e rigoroso registo documental sobre a Igreja Matriz, Igreja-Mãe da Freguesia de Oiã. O esforço de recolha documental foi ao ponto de o autor ter conseguido reconstituir a listagem dos párocos de Oiã durante três séculos, acompanhada de pequenas biografias.
Esta é uma obra para nos lembrar o importantíssimo papel que a Igreja, nas terras de Oiã, tem desempenhado na salvaguarda do seu património que, no fundo, também o é de todos nós.
Esta obra literária é apenas mais uma contribuição a juntar a uma vastíssima bibliografia que faz de Armor Pires Mota o autor desta terra (e da Bairrada) mais produtivo das últimas décadas e dos seus escritos matéria incontornável para quem queira saber algo da história, da cultura ou do património oianense e concelhio.
“Igreja de Oiã no altar da memória” foi oferecido na sua totalidade à Fábrica da Igreja Paroquial de Oiã pelo autor e a receita das vendas reverterá a favor do Museu Paroquial.
Depois da celebração da eucaristia, pelas 20 horas, presidida pelo Bispo de Aveiro, seguir-se-á a apresentação do livro por D. António Francisco, que prefaciou a obra, no Centro Paroquial.

 

O FIO DO TEMPO: A inquietude de Saramago(s)

1. Logo que no ano 2005 saiu a obra As Intermitências da Morte do escritor José Saramago, veio a claro a inquietude de não deixar indiferente a questão do sentido da vida e do destino humano para além do visível. A frase inicial dessa obra é lapidar: «No dia seguinte ninguém morreu…». Abre, assim, uma ampla reflexão sobre a vida e a morte, o vazio ou o sentido da existência. Haverá que ter olhos para ler e compreender Saramago, particularmente nestes últimos anos. Todos os autores têm tantas fases literárias como etapas humanas de sua reflexão e mesmo filosofia de vida. Ninguém duvida que na fase da inteira autonomia humana, na época de todas as forças físicas pessoais e da lucidez mais apurada um certo “super-homem” se pode apoderar de si mesmo gerando ideias de dar valor absoluto ao que é só humano…

Um Livro de Teresa Reigota


“Gafanha… O que ainda vi, ouvi e recordo”

“Gafanha… O que ainda vi, ouvi e recordo” é um livro de Teresa Filipe Reigota, natural da Gafanha da Nazaré e residente na Gafanha da Boavista, S. Salvador. Gafanhoa de gema, como gosta de afirmar, esta professora aposentada tem uma indesmentível paixão pela etnografia.
Com seu marido, o também professor aposentado João Fernando Reigota, funda o Rancho Regional da Casa do Povo de Ílhavo, em 1984. O envolvimento nas tarefas de recolhas, pesquisas e estudos levou-a a sentir a necessidade de preservar e divulgar os usos e costumes das gentes que a viram nascer e das quais guarda gratas recordações. Assim nasceu o livro “Gafanha… O que ainda vi, ouvi e recordo”, que vai ser lançado no dia 24 de Outubro, sábado, pelas 21 horas, no Centro Cultural de Ílhavo, em cerimónia que encerra as celebrações das Bodas de Prata do Rancho Regional.
Sobre este livro pronunciar-me-ei numa outra altura, pois considero importante não só manifestar a agradável impressão que a sua leitura me suscitou, mas também estimular a nossa juventude para que se embrenhe nestes estudos, fundamentais à cultura da identidade do povo que somos e que queremos continuar a ser, sobretudo no que diz respeito à manutenção dos valores que enformam a nossa sociedade.
Garanto, aos meus amigos, que a leitura deste trabalho da Teresa Reigota, inacabado como todas as obras do género, suscitará em cada um a revivência de estórias iguais ou semelhantes às que a autora agora nos oferece. E como recordar é viver, estou em crer que todos aceitarão a minha proposta.

Fernando Martins

Comunhão e pluralismo na igreja



Concílio para limpar
o rosto da Igreja


Os meios de comunicação social falaram largamente da intervenção do Cardeal José Policarpo, no Simpósio do Clero. Alguns viram nas palavras proferidas uma clara advertência a bispos e padres quando, na Igreja, expendem opiniões que põem ou podem bulir com a unidade, a comunhão e a aceitação do magistério do Papa.

Não está em causa que a unidade da fé, a comunhão na caridade e a adesão fraterna ao Sucessor de Pedro são elementos fundamentais para a vida da Igreja de Cristo. Também não está em causa que defendê-las e estimulá-las é missão diária do bispo e, logicamente, dos seus mais imediatos colaboradores, os presbíteros. No entanto, é necessário que, ao mesmo tempo, se tenha presente que, na Igreja, não há só verdades intocáveis, mas há, também, um espaço de liberdade de opinião, aceite e recomendado, para saber interpretar e estimular a vivência, à luz da realidade, pessoal e social, das verdades de sempre. A leitura dos sinais dos tempos, recomendada pelo Vaticano II, não é privilégio, direito ou dever da hierarquia, mesmo entendendo esta, como deve ser, um serviço permanente, em nome de Deus, à Igreja e ao mundo das pessoas.

Na Igreja, sem que se tenham apagado ou esquecido as verdades essenciais, foram-se multiplicando, ao longo da história, costumes e hábitos, que geraram normas e orientações, encostados à doutrina. Em muitos casos não eram mais que fruta de uma pobreza espiritual em que o essencial da fé andava arredado das preocupações de muita gente. Muitos responsáveis da Igreja deixaram-se invadir pela tentação de esta ser uma sociedade vazada à maneira de senhores, fidalgos e poderosos, e modelada por critérios meramente temporais e profanos. Assim se foram introduzindo situações espúrias, marcadas pelos ventos do tempo, que recolhiam o proveito de quem na Igreja, as desejava, admitia e por elas lutava. Criou-se, então, uma sociedade semelhante àquela que Jesus Cristo, por via de uma revolução activa, mas pacífica, denunciou e alterou, por ser contrária aos seus valores. Foi neste contexto que pregou o Reino de Deus, chamou e formou os que livremente aceitaram segui-lo e se tornaram Seus discípulos. O Seu projecto não podia ser alterado e deviam estar atentos a quanto o podia desvirtuar. Um trabalho que se foi fazendo ao longo do tempo, por cristãos fieis e corajosos, profetas e santos, sempre com não poucas dificuldades.

Porém, os séculos que identificaram a Igreja com o mundo, no propósito de que todo o mundo fosse Igreja, levaram esta a obedecer a critérios e a seguir caminhos que não eram os seus, carregando-a de excrescências inúteis onde não cabiam os valores evangélicos. Muitas delas ainda aí estão, visíveis e luzidias, a ilustrar tempos que passaram e não são de recordar, mas que parecem agradar a quem prefere mais os ornatos e as aparências passageiras, que a verdade permanente e consistente.

O Espírito que dá a vida e renova todas as coisas, foi dando luz e fortaleza a membros da Igreja - bispos, padres, religiosos e leigos - para denunciarem caminhos de uma uniformidade que não nascia da fé e limparem inutilidades, que pesavam sobre os cristãos e suas comunidades, e denunciavam, à maneira profana, uma grandeza que não vem da fidelidade a Deus, nem ao Evangelho. Os profetas escolhidos foram fieis à sua fé, mas desprezados e perseguidos por gente que defendia interesses instalados. Francisco de Assis encarnou a denúncia de um Evangelho que não era o de Cristo. Chamaram-lhe louco. Rosmini ousou, corajosamente, apontar as “chagas” da Igreja. Foi condenado e só muito mas mais tarde recuperado como profeta. A lista podia continuar.

João XXIII surgiu inesperado. Convocou um Concílio, dizia ele, para limpar o rosto da Igreja, em muitos aspectos confuso e conspurcado. Também para ele e para aqueles que apoiaram a sua intuição, como sinal do Espírito, a vida não foi fácil.

António Marcelino

José Estêvão

15 de Outubro de 1984

Nesta data, "voltou a ser colocada junto do Edifício da Assembleia da República a estátua do insigne parlamentar aveirense José Estêvão Coelho de Magalhães, que fora inaugurada em 1878 em Lisboa, no Largo das Cortes, e daí retirada em 1935. No mesmo dia, o Parlamento prestou ao grande tribuno uma significativa homenagem, falando os representantes dos principais partidos políticos."

In Calendário Histórico de Aveiro

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Animais das nossas vidas

O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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