Religião: promessas e ópio? Entendo - ou julgo entender - as promessas a Nossa Senhora de Fátima, ao Santíssimo Sacramento, ao Senhor dos aflitos ou aos santos. Habituadas a verem a sobre-vivência, a saúde e a sua vida em geral dependentes de senhores e senhoras "omnipotentes", egoístas, arbitrários e tiranos, as pessoas atiram para cima de Deus todos esses atributos. Então, como diante dos senhores deste mundo se põem de joelhos, oferecem como presente o que lhes faz falta, metem cunhas - como é que os pobres chegam a uma operação no hospital sem uma cunha? -, também fazem promessas a Deus e a Nossa Senhora, andam de rastos, oferecem sacrifícios, na esperança de que talvez desse modo Deus e a Nossa Senhora se comovam e tenham compaixão. Num diálogo com Óscar Lopes, em 1970, no Seminário da Boa Nova, Valadares, sobre a crise da fé, D. António Ferreira Gomes, cujo centenário do nascimento se comemorou no passado dia 10, deixou um pronunciamento polémico. Referindo-se à rel...