sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

Um artigo de Carlos Borrego, no JN

Futuro hipotecado Quem for capaz de produzir o mesmo, fazendo uso de tecnologias mais limpas, vencerá
Decorreu em Montreal (Canadá), a XI Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas, onde se juntaram os países que ratificaram o Protocolo de Quioto (a chamada COP/MOP) e os que não ratificaram, como os EUA (a chamada convenção das partes). O debate foi marcado pela confirmação do aumento das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) desde 1990, continuando a Administração Bush a opor-se ao cumprimento de limites de emissão para o seu país.
É interessante verificar que já em 1896, Svante Arrhenius, prémio Nobel da Química, foi o primeiro a alertar para o facto de que a revolução industrial, ao "lançar minas de carvão para o ar" iria alterar o clima da Terra. A sua perspectiva era optimista, porque considerava que isso iria providenciar, no futuro, um melhor clima para a Humanidade, "especialmente nas partes frias da Terra". Estava-se muito longe de equacionar a problemática ambiental e ter capacidade para fazer cenários sobre as consequências das mudanças globais, mas percebia-se que estávamos perante mais um exemplo que ilustra o íntimo ciclo de desenvolvimento humano e os sistemas naturais.
Estas emissões de GEE decorrem de uma economia maioritariamente baseada no carbono fóssil (de que o carvão e o petróleo são exemplos proeminentes), tendo, por isso, dado lugar ao que hoje se designa de Economia do Carbono. A reunião de Montreal teve três pequenos pecados e três grandes virtudes
1) Perdemos 13 anos em negociações e conversações. E nestes anos perdidos, entre a Conferência do Rio de Janeiro (1992) onde se lançou a ideia de uma política planetária para resolver o efeito de estufa e esta Conferência de Montreal que pretende projectar o Protocolo de Quioto para além de 2012 (o dito Quioto II), o problema agravou-se.
2) A não participação em Quioto II dos EUA, responsáveis por mais de 25% de todas as emissões, torna-o menos abrangente do que o desejável.
3) Quioto II é menos ambicioso do que o inicialmente desenhado (à custa de tanto querer garantir um compromisso, a UE teve de ir flexibilizando a sua posição).
(Para ler todo o artigo, clique aqui)

Um artigo de Pedro Lomba, no DN

RELIGIÃO E ESTADO
Não quero ser aborrecido, mas há algumas evidências que ficaram por dizer sobre a laicidade do Estado. Primeiro, o Estado não pode coagir ninguém a ser religioso, nem impedir ninguém de ser religioso. Segundo, o Estado não deve subsidiar a religião. Terceiro, o Estado deve proteger a liberdade religiosa. Quarto, o Estado deve garantir a laicidade do ensino público. Quinto, cabe ao Estado proteger os bens religiosos e a segurança dos locais de culto. Sexto, o Estado deve respeitar a Igreja como instituição, os seus membros e os leigos. Sétimo, embora obviamente separado da Igreja, o Estado tem que ser colaborante na sua relação com as religiões e com a presença da religião no espaço público. E, nono, o Estado deve ter bom senso.
Isto tem consequências quem adere a uma igreja ou a um credo religioso fá-lo por opção livre e voluntária. As escolas devem ser neutras em matéria religiosa, mas não devem ser culturalmente assépticas e historicamente ignorantes: o estudo da Bíblia e da História das religiões devem figurar nos programas curriculares. As religiões devem ter direitos iguais, sem que isso crie um igualitarismo radical entre confissões, tendo em conta as suas diferenças de representatividade. Os crimes contra a propriedade da Igreja ou a devassa de locais de culto devem ter condições de punibilidade específicas e qualificadas. O Estado deve ser solene com as autoridades eclesiásticas. A exibição de símbolos religiosos com um sentido predominantemente secular deve ser admitida. E, finalmente, a religião não é só um assunto privado. O respeito pela presença da religião no espaço público implica que as pessoas devem poder exprimir a sua fé como entenderem, o que inclui a liberdade de culto nos feriados religiosos, o direito a manifestações públicas de fé como as procissões e até mesmo, se quiserem, o direito de um político expressar livremente as suas convicções religiosas. Assim é tudo mais equilibrado.

PORTO DE AVEIRO: Ligação ferroviária já pode avançar

Posted by Picasa Porto de Aveiro DECLARAÇÃO DE IMPACTE AMBIENTAL FOI FAVORÁVEL
O Governo acaba de emitir Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável ao projecto da ligação ferroviária ao Porto de Aveiro - Plataforma Multimodal de Cacia. A declaração foi assinada no passado dia 30, pelo Secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa.
"É mais uma etapa superada rumo à viabilização de um projecto que a APA e a região de Aveiro acalentam há muitos anos" - afirma o Presidente do C.A. do Porto de Aveiro." A partir de agora, encontram-se reunidos todos os pressupostos para a obra avançar, na linha do que tem vindo a ser defendido pelo governo, através da Secretária de Estado dos Transportes" - acrescenta José Luís Cacho.
Recorde-se que Ana Paula Vitorino ainda recentemente voltou a manifestar o empenho do governo nesta importante obra, indicando que a abertura do concurso pode ocorrer já em Janeiro de 2006.
A ligação ferroviária foi incluída pelo Governo no Programa de Investimentos em Infra-estruturas Prioritárias.
Aguarda-se agora que a REFER proceda ao lançamento do concurso para a execução da obra.
Se os planos forem cumpridos,a ligação ferroviária pode estar a funcionar em 2008, e a partir dessa data começar a sentir os efeitos do alargamento da área de influência do Porto de Aveiro até Espanha, nomeadamente a Madrid, Burgos ou Valladolid.
Para estas cidades, o porto de Aveiro é "a estrutura portuária mais próxima" - sublinha José Luís Cacho.O projecto envolve a construção de uma plataforma multimodal de mercadorias, em Cacia, a ligação ferroviária do porto de Aveiro à linha do Norte e construção das ligações ferroviárias aos várias terminais da área portuária.
Com um investimento de 68,5 milhões de euros (56,5 milhões para a ligação ferroviária e 12 milhões para a plataforma multimodal), a estrutura de financiamento recebe uma comparticipação em 50 por cento do Fundo de Coesão e 50% PIDDAC e REFER.
Fonte: "Site" do Porto de Aveiro

“DESAFIOS À IGREJA DE BENTO XVI”

Posted by Picasa PERSONALIDADES PORTUGUESAS
REFLECTEM SOBRE
O FUTURO DA IGREJA Editado por Casa das Letras/Editorial Notícias, acaba de sair “Desafios à Igreja de Bento XVI”, da colecção “Religiões”, onde 16 personalidades portuguesas reflectem sobre o futuro da Igreja. São elas de vários quadrantes políticos e religiosos, que só vêm enriquecer, com as suas contribuições, o diálogo entre fé e cultura, uma exigência dos novos tempos e de sempre. Na apresentação da obra, assinada pelo jornalista Alexandre Manuel (Director Editorial) e pelo padre e docente da Universidade de Coimbra Anselmo Borges (Director da colecção), sublinha-se que “a Igreja de Bento XVI vai confrontar-se cada vez mais com esta pergunta dogmática: como defender a inclusão do outro com os riscos da dissolução, pelo outro, do tecido humano e social das comunidades de acolhimento? Por outras palavras: como apostar na causa da inclusividade contra as tensões e pulsões xenófobas, racistas, estruturalmente ‘anti-humanas’, sem descurar os perigos da hiperinclusividade associada a ‘fundamentalismos’ e a ‘terrorismos? Como estar ao lado dos imigrantes, dos refugiados, dos asilantes, dos marginalizados, sem incorrer nas acusações da religiosidade de subversão?” Gomes Canotilho, Adriano Moreira, Guilherme d’Oliveira Martins, António Vitorino, João Duque, João Maria André, Peter Stilwell, Alexandre Castro Caldas, Clara Pinto Correia, Teresa Martinho Toldy, Rui Coelho, Manuel Vilas-Boas, Dimas de Almeida, Januário Torgal Ferreira, Maria Julieta Mendes Dias e Bento Domingues foram as personalidades escolhidas para, com as suas ideias, nos levarem a todos a reflectir sobre os desafios que se põem à Igreja que João Paulo II nos legou, com as nossas contribuições ou com as nossas indiferenças. Para quem não sabe, aqui estão professores universitários, advogados e políticos, cientistas e teólogos, médicos e jornalistas, um bispo católico e um pastor protestante. Os temas são os mais diversos e tiveram em conta as especialidades de cada um: Direitos Humanos e Geopolítica, Política e Europa, Fé e Autonomia, Multiculturalismo e Religiões, Ciências e Bioética, Mulheres e Sexualidades, Comunicação Social e Ecumenismo Cristão, Descentralização, Religiosos e Religiosidades. Como desafio a uma leitora meditada, aqui deixo questões que ilustram a contracapa: Terá o Papa de continuar a governar a Igreja sozinho? Que fazer perante o número crescente de crentes que não frequentam a igreja? Qual o lugar de Fátima na Igreja? Será que a Igreja está, hoje, ao lado dos pobres, imigrantes e marginalizados? Quando verão as mulheres respeitados os seus direitos na Igreja? Como responder à homossexualidade, à sida, à pedofilia? Pode e deve a fé conviver com a ciência? Fernando Martins

NATAL: Um texto de Fialho de Almeida

Posted by Picasa A Bairrada em noite de Natal
No mirante torreado da portaria, defronte do chalet aonde agora fica o hotel, a vista descortina toda a Bairrada, num soberbíssimo leque de montanhas e campinas, e as dunas brancas da Figueira e Costa Nova; e, sobre o pano desdobrado desse leque, aguareladas em pálido, num fundo anil mui caprichoso, trinta ou quarenta povoações esmaltam a monotonia da paisagem, fumando na emurchecida luz das tardes hibernais. O Buçaco é, para assim dizer, o botão terminal para cujo eixo convergem as varetas todas dessa maravilhosa ventarola e aguarela, e o foco acústico de quantos rumores se esgarcem por qualquer ponto daquela enseada formosíssima de vinhedos e couvais. Meia-noite dada, os apelos de quarenta campanários de paróquias rústicas chegaram, chamando à missa, ao mirantezinho quadrado da portaria e, por todas as quebradas do vale, luzes errantes, vagas como pirilampos, começaram a mover-se, em divertidíssimos sentidos, deixando os casais caminhos dos presbitérios, sob a neve diáfana de Dezembro, como uma emigração de almas em busca da celeste bem-aventurança. Com o meu bordão eu apontava e conferia o repique festival daqueles sinos, desde os lugarejos bisonhos de Betão e do Paço, até às paredes brancas de Grade, Anadia, Vila Nova e Vacariça: e em espírito recompunha as cenas emotivas dessa hora sagrada no catálogo das alegrias de família, em cada um daqueles casalitos enterrados na fuligem da noite, por cujas janelas brilhava, aos mendigos das estradas, o olho benéfico do candeeiro de três bicos, aceso ao centro da mesa ornamentada para a ceia de Natal.
Fialho de Almeida In “Pasquinadas”

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

Rádio Terra Nova, sempre ao serviço da comunidade


QUASE 20 ANOS A APOSTAR NUMA TERRA NOVA


Se há órgãos da comunicação social que merecem elogios pela sua acção diária em defesa dos interesses da comunidade ilhavense, e não só, a Rádio Terra Nova, a emitir da Gafanha da Nazaré há cerca de 20 anos, é um deles. 
Desde a primeira hora dirigida por Vasco Lagarto, tem sabido, ao longo destes anos, merecer a estima de todos os seus ouvintes, sobretudo pelo esforço com que procura ser a voz dos sem voz nem vez, tanto na denúncia de injustiças, como no anúncio do que de positivo se faz por estas terras de maresia. 
O trabalho dos seus sempre disponíveis profissionais, jovens na sua maioria e notoriamente dinâmicos, ultrapassa as fronteiras de Ílhavo, espraia-se pelos concelhos vizinhos, chega aos píncaros de serras distantes, e projecta-se, via Internet, nos mais recônditos países do mundo, onde houver um português que tenha saudades da Língua Pátria ou goste de saber o que se passa na terra natal.
Ontem, como modesto colaborador e como um dos primeiros que embarcaram na onda das rádios piratas, há mais de duas décadas, tive o privilégio de participar num jantar com muitos dos que fazem ouvir e se ouvem no dia-a-dia na Rádio Terra Nova. Foi um momento agradabilíssimo, enriquecido pela possibilidade de alguns recordarem o que foram os primeiros tempos desta emissora que nasceu com o projecto de contribuir para uma terra nova, terra de mais justiça social, de mais verdade, de mais cultura, de mais participação cívica, de mais entretenimento sadio, de mais fraternidade. 
Daqui, deste meu espaço, desejo, a todos os dirigentes, profissionais e colaboradores da Rádio Terra Nova, ânimo forte para que todos possamos construir um Natal e um Ano Novo muito melhor. 

Fernando Martins

NATAL: Um poema de Carlos Pais

Posted by Picasa Presépio russo Ele anda por aí Ele anda por aí e eu vi-O, na sequência de tantas vidas reveladas, na generosidade de tanta gente consagrada, na sabedoria de tantos idosos felizes, na frescura de tantas crianças imaculadas, na fecundidade de tantos casais dedicados, na fidelidade de tantos lutadores esforçados, na teimosia de tantos pesquisadores da verdade... Eu vi-O! E por isso aqui estou a celebrar, com todos os irmãos e irmãs de boa vontade o Seu Natal. In Voz da Verdade

Um artigo de D. António Marcelino

FREGUESIAS, ESCOLAS,
CENTROS DE SAÚDE,
EXAMES, UM VENDAVAL Penso que as decisões de quem governa, quando têm consequências inevitáveis, são ponderadas, embora às vezes não pareça. Podem é receber luz apenas de um lado e acabam por ficar coxas e sempre agressivas de direitos de cidadãos normais. O país está cansado por ver que quem chega ao poder já traz no saco, como primeiro objectivo, mudar o que os outros fizeram. Também é verdade que, se fosse para ficar tudo na mesma, não era necessário mudar os governos. Mas há modos e limites. Ao bom senso do povo não é fácil dar-lhe a volta quando vê que muito dinheiro se deita fora com mudanças pouco pensadas e, não raro, muitas coisas que agora se fazem, ontem eram criticadas pelos mesmos políticos quando estavam fora do poder. A alternância, que devia ser uma normalidade positiva e esperançosa, não passa, na maioria dos casos, de um ajuste premeditado de contas e de corrida a novos interesses. As mudanças e alterações, agora anunciadas, sucedem-se em catadupa e muitas delas provocam, como seria de prever, dúvidas e forte contestação. Eliminação de freguesias, encerrar de escolas, desactivação de maternidades e urgências, exames que incomodam, alunos preguiçoso e desequilibram estatísticas europeias…Soltou-se o vendaval. Acontece, é o caso das escolas com um número reduzido de alunos, que a procura de melhores condições para a educação justifica que o problema se ponha, não porém sem acautelar as consequências previstas. Eliminar freguesias por esses país fora, em maior número no interior desertificado do país, merece especial cuidado e atenção. A nossa terra é a nossa terra. A sua grandeza não tem que ver com o número de habitantes. A gente da cidade não tem terra, nem raízes, nem história. Isso são coisas do povo atrasado. A Igreja tem igual problema com as paróquias pequenas, mas não pensa resolver o problema eliminando-as. Há outros caminhos que não tocam com os sentimentos. E, quando um dia tudo for evidente, as soluções inevitáveis aceitam-se. Das maternidades, de há muito se vem falando. Agora, é o serviço das urgências nos centros de saúde e nos hospitais. Os políticos locais da cor do regime já se mexem por via dos compromissos eleitorais, mas há sempre maneira de os calar. Calam-se depressa e logo mudam de tom e de razões. É a vida… O povo atingido é o elo fraco e acaba por depor armas. Não é fácil entender. Se o dinheiro dos impostos é igual, porque têm uns tudo ao pé da porta e se queixam sempre, e outros nem sabem onde o têm e se calam… Contenção das despesas, exigências do orçamento? Isto tem muito que se lhe diga e o povo pergunta sempre porque é que por um lado se esbanja tanto com os interesses de poucos e, por outro, se poupa tanto, mas sempre a desfavor dos mesmos. Agora, nem dá para acreditar. Menos exames para o 12º ano! A cortar, diz-se, que seja nos de Português e Filosofia. Deixem-me brincar um pouco, porque a brincar se castigam os costumes. Para menor escândalo corta-se em primeiro lugar o exame de Filosofia. O Português acabará por si, que a hora agora é do Inglês. Filosofia, pode cortar-se já. O choque tecnológico dispensa essa banalidade que não entra nos raciocínios que levam a um progresso competitivo. Ele nem há um prémio Nobel da Filosofia… E, depois, se os jovens se habituam a pensar, a concluir e a aprofundar teorias que outrora deram revoluções, lá se vão as juventudes partidárias… É preciso que o povo conte nas mudanças anunciadas e noutras que o atingem Ou ele agora, para os novos democratas já não ordena, nem muito nem pouco? Teremos de ser sempre os mais pobres, os mais ignorantes, os eternos dependentes?

quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

A ACÇÃO SOCIAL NÃO É MONOPÓLIO DE NINGUÉM

Posted by Picasa Irmã Maria Isabel Monteiro
IRMÃ MARIA ISABEL
MONTEIRO:
"A acção social não é
monopólio de ninguém"
"A acção social não é monopólio de ninguém nem pode ser politizada; no momento em que se transformar em bandeira política, acaba a acção social." Este foi um alerta da Irmã Maria Isabel Monteiro, directora da Casa Nossa Senhora do Rosário, da Figueira da Foz, em conversa com o Solidariedade. E logo adianta que "não podemos admitir que as populações sejam exploradas nas campanhas eleitorais".
Conhecedora profunda da problemática social, sector a que se dedica há muito no âmbito da comunidade das Irmãs Doroteias, a que pertence, a Irmã Maria Isabel Monteiro viu já reconhecido o valor da sua capacidade de intervenção social pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, que lhe atribuiu uma comenda da Ordem de Mérito, em 2004, no Dia Internacional da Mulher.
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Maria Isabel Monteiro referiu, em resposta à questão que o SOLIDARIEDADE lhe pôs, sobre os objectivos das IPSS (Instituições Particulares de Solidariedade Social), que todas têm de ser a "consciência social das populações", criando desenvolvimento, fomentando a igualdade de oportunidades, estando sempre ao serviço dos mais pobres. No seu caso concreto, e porque a instituição que dirige - Casa Nossa Senhora do Rosário - é uma instituição católica, não pode menosprezar a acção evangelizadora.
No entanto, adianta, o facto de ser uma instituição católica, não significa que pretenda ser um "gueto", porque não fecha a porta seja a quem for. "Somos uma comunidade integradora: temos os mais pobres e temos os que têm posses, possibilitando a convivência entre todos, o que é uma urgência, hoje mais do que nunca", salientou.
Sublinhou que as pessoas "têm de sentir que todas são importantes na construção da própria comunidade", devendo as IPSS estar atentas ao contexto social em que se integram, apresentando-se com uma abertura muito grande, face às exigências dos tempos que correm. "Hoje, perante a multiplicidade de situações de necessidade, e sobretudo à grande heterogeneidade das sociedades, nós temos de estar abertos a todos, trabalhando com todos, porque a pobreza é um conceito muito lato, muito abrangente", disse.
(Para ler mais, clique SOLIDARIEDADE)
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NB: Nas minhas saídas, aproveito para conhecer instituições e pessoas cuja intervenção social e cultural merece ser divulgada. A acção da Irmã Maria Isabel Monteiro poderá servir de estímulo a muita gente.

“A esperança é a alavanca que levanta o mundo”

O Alto Comissário para os Imigrantes e Minorias Étnicas, Rui Marques, esteve no Centro Universitário Fé e Cultura, na noite de 7 de Dezembro, e mostrou a sua visão dos imigrantes, dos recentes problemas sociais em França, ou do caminho que a Europa está a seguir. Uma visão crítica, desassombrada, realista, mas acima de tudo cheia de esperança. Excertos de uma conversa de duas horas.
Conflito ou encontro?
As dicotomias do “ou” devem ser postas de lado. Vivemos um tempo de conflito e de encontro. Tem sido muito acentuada pela dinâmica mediática a dimensão do conflito, desde o atentado às Torres gémeas. Há dimensões importantes de conflito entre o Ocidente e o Islão que importa não ignorar, mas não são as mesmas que os mídia nos trazem.
Os mídia são como
as salas de espelhos
Vivemos num contexto de sala de espelhos, onde uma pessoa se vê mais gorda, mais magra, aos bocados, complemente distorcida na sua realidade. Os mídia deformam significativamente a realidade nas suas proporções e relevância. A dimensão do conflito tem sido realçada pelos mídia.
O comum
é que nos separa
Todo o discurso do conflito é estruturado em função das diferenças. São assumidas diferenças. Mas o problema não está no que nos separa, mas no que nos é comum, como naquela história magnífica do “século cristão” do Japão. No início, os missionários europeus foram bem acolhidos. Tal como os comerciantes. Mas, quando chegam os militares, os japoneses pensam que vai acontecer a guerra que estava a suceder nas Filipinas e martirizam os missionários e os cristãos. O desejo de domínio era comum. Aí é que está a raiz do conflito. E não no que separa.
(Para ler mais, clique aqui)

Gaspar Albino mostra “Percurso”

De uma pintura feita aos nove anos até aos trabalhos “concluídos há dois dias”. Este é o arco temporal de “Percurso”, exposição de trabalhos de Gaspar Albino, patente na Galeria Morgados da Pedricosa.
Mas não se trata de uma retrospectiva da vida artística do autor aveirense, nascido em 1938, vencedor de um concurso de desenho a nível mundial, na sua juventude, e fundador do CETA (Círculo Experimental de Teatro de Aveiro) e da AveiroArte, que organiza esta exposição. É antes uma mostra representativa dos estilos, técnicas e temas do artista, numa exposição comissariada pela esposa, Claudete.
Estilos: o abstracto, com uma obra que, segundo o autor, terá sido “a primeira pintura abstracta feita em Aveiro”, ou o neo-realista, que o aproxima de Júlio Resende e Pomar – escreve Jeremias Bandarra no folheto da exposição. Técnicas: o óleo sobre tela, o desenho a tinta, a aguarela, o acrílico, o linóleo. Temas... Não será antes tema? Sim, Aveiro é o tema principal de Gaspar Albino.
Na abertura da exposição, no último sábado, o artista agradeceu aos amigos – eram muitos, incluindo autarcas da gestão anterior e da actual e o governador civil – e disse, emocionado: “Agradeço acima de tudo, à minha terra, Aveiro, por tudo”. E é maioritariamente Aveiro que se admira na obra de Gaspar Albino.Aveiro na forma dos seus ilustres, como no linóleo de Mário Sacramento; Aveiro nos moliceiros omnipresentes (foi um moliceiro que pintou aos nove anos); Aveiro nas figuras típicas da peixeira, do salineiro; Aveiro num quadro aparentemente abstracto mas que é feito, afinal, das curvas de uma canastra; Aveiro na arte de xávega. “Arte de xávega, porque xávega é substantivo e não adjectivo”, esclareceu, para depois rematar: “E quem anda no mar sabe como são substantivos os trabalhos do mar!” Aveiro numa série de dois quadros em que predomina o azul e em que a linha do horizonte foi abolida, como se não houvesse fronteiras entre a Ria e o céu.
Talvez seja mesmo essa a mensagem de Gaspar Albino. Há continuidade entre a Ria de Aveiro e o céu.A exposição, na Galeria Morgados da Pedricosa (Av. Princesa Santa Joana, 8), pode ser vista até 4 de Janeiro de 2006 (excepto nos dias 24, 25 e 31 de Dezembro e 1 de Janeiro), das 14 às 19h.
J.P.F.
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Fonte: Correio do Vouga

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