quarta-feira, 27 de dezembro de 2023

VOTOS DE BOAS FESTAS


Direta ou indiretamente, pessoalmente e por mensagens, foram muitas as  que recebemos com votos de Boas Festas, na quadra natalícia. Na impossibilidade de a todos agradecer e retribuir os gestos de amizade e simpatia, queremos  fazê-lo agora, por esta forma, na esperança de não esquecermos ninguém. E já agora, que o próximo ano nos abra as portas da paz e da fraternidade.

terça-feira, 26 de dezembro de 2023

Ontem foi Dia de Natal


Ontem foi dia de Natal. Em nossa casa, alguns se juntaram à volta da mesa e depois conversámos mais descontraídos ao sabor da maré.

Estávamos tranquilos e recebemos alguns familiares. Fomos premiados com os descendentes que iniciaram há pouco as suas aventuras neste nosso mundo tão minado por guerras que julgávamos em sono profundo. Dormiam apenas em jeito de descanso, ao que parece para ganhar forças. E as guerras, cada vez mais mortíferas, continuam nos mais  variados quadrantes. E Deus não podia intervir, fazendo o milagre de acalmar os guerreiros? Se o fizesse, deixaríamos de ser livres e autónomos, para nos tornarmos escravos.

Deus dá os conselhos, direta ou indiretamente, mas não força ninguém a segui-los. E aqui está um desafio extraordinário para cada um de nós. O que gostaria Deus que eu fizesse para contribuir para a paz nas famílias e no mundo?


Fernando Martins


domingo, 24 de dezembro de 2023

Pedro H. de Mello — VELHA MESA



VELHA MESA

Pai e Mãe.
À cabeceira,
Nosso Avô e nossa Avó...
Perto, o calor da lareira,
Que não deixa ninguém só.
E a história daquela mesa,
De ano a ano repetida,
Lembra uma lanterna acesa
Que alumia toda a vida!

Pedro Homem de Mello
Natal de1959

Ilustração: Postal dos CTT de 1959 de Raquel Roque Gameiro 

David Mourão-Ferreira — Voto de Natal


Voto de Natal

Acenda-se de novo o Presépio no Mundo!
Acenda-se Jesus nos olhos dos meninos!
Como quem na corrida entrega o testemunho,
passo agora o Natal para as mãos dos meus filhos.

E a corrida que siga, o facho não se apague!
Eu aperto no peito uma rosa de cinza.
Dai-me o brando calor da vossa ingenuidade,
para sentir no peito a rosa reflorida!

Filhos, as vossas mãos! E a solidão estremece,
como a casca do ovo ao latejar-lhe vida...
Mas a noite infinita enfrenta a vida breve:
dentro de mim não sei qual é que se eterniza.

Extinga-se o rumor, dissipem-se os fantasmas!
O calor destas mãos nos meus dedos tão frios?
Acende-se de novo o Presépio nas almas.
Acende-se Jesus nos olhos dos meus filhos.

David Mourão-Ferreira, 
in 'Cancioneiro de Natal'
Fundação Calouste Gulbenkian


A NOSSA CONSOADA


Como diria  Raul Solnado, hoje é domingo em todo o país. Coisa banal, à partida, porque cada semana tem o seu domingo. Mas este domingo é um dia especial. Não apenas pelas crianças, que hão de pôr, algumas, o sapatinho na chaminé, para o Menino Jesus não se esquecer que Natal é dia de prendas, mas é  sobretudo o dia das ceias tradicionais que congregam famílias à volta do bacalhau, que por aqui não faltará, mais os doces das nossas avós, com receitas variadas, mas sempre muito desejadas e muito doces.
O comer será conforme os apetites, mas eu também gosto imenso das conversas, das risadas, da alegria, enfim, da boa disposição como sinal da felicidade. 
Já me esquecia que, em muitas famílias, não hão de faltar as trocas de lembranças, ou prendas. Há, garantidamente, famílias onde este último predicado não será cumprido. Se cada um de nós souber de algum vizinho nessa situação, ofereça algo que o faça feliz. E prolongue esse gesto por todo o ano. 
Boa consoada para toda a gente!

Fernando Martins

Pascal: o Homem e Deus

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

O Memorial, fé e razão, a aposta

3. Pascal entregou-se totalmente a Deus e doou os seus bens aos pobres. Em 1654 teve uma experiência extraordinária, mística, com o Deus vivo, de tal modo marcante que a descreveu e guardou escrita em segredo cosida no forro do casaco, tendo sido descoberta depois da morte por um criado. É o famoso Memorial:
"Ano da graça de 1654, Segunda-Feira, 23 de Novembro, dia de São Clemente, papa e mártir, e de outros no martirológio. Véspera de São Crisógono, mártir, e outros. Das dez horas e meia da noite, mais ou menos, até mais ou menos meia-noite e meia. FOGO. Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacob, não dos filósofos e dos sábios. Certeza. Certeza. Sentimento. Alegria. Paz. DEUS de Jesus Cristo. Deum meum et Deum vestrum (Meu Deus e vosso Deus). "O teu Deus será o meu Deus". Esquecimento do mundo e de tudo, menos de Deus. Ele não se encontra senão pelas vias ensinadas no Evangelho. Grandeza da alma humana. "Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu conheci-te". Alegria, alegria, alegria, lágrimas de alegria. Separei-me dele. Dereliquerunt me fontem aquae vivae. Meu Deus, abandonar-me-eis? Que eu não me separe de ti eternamente. Esta é a vida eterna: que te conheçam a ti, único Deus verdadeiro, e aquele que enviaste, Jesus Cristo. Jesus Cristo, Jesus Cristo. Eu separei-me dele, fugi dele, reneguei-o, crucifiquei-o. Que eu nunca me separe dele. Ele só se conserva pelas vias ensinadas no Evangelho: Renúncia total e doce. Submissão total a Jesus Cristo e ao meu director. Alegria eterna por um dia de exercício na terra. Non obliviscar sermones tuos. Ámen."

sábado, 23 de dezembro de 2023

A noite de Natal - Cecília Sacramento

Em memória de uma professora
que jamais esquecerei


«A noite de Natal. A ceia. A aproximação do acontecimento, a repetição sempre apetecida, igual e nova, o diferente que pairava e nos invadia e ficava a agitar-nos como um vento bom. A grande sala de jantar repensada desde os primeiros dias de Dezembro, limpa do tecto às frinchas do soalho, sob a fiscalização da Avó, que já sabia de cor os sítios mais vulneráveis, entre as frinchas que iam de lado a lado, ao comprido das tábuas, na juntura, muito penetradas pela piaçava, rija, a escovar o mais fundo possível, metia-se a vassoura no balde, esfregava-se-lhe o sabão, “é preciso que a água com o sabão entre abundante na frincha e seja arrastada com o rasar da piaçava, para com ela vir todo o lixo”, dizia ao ensinar, depois o pano apanhava-o, depois passava-se por água limpa, constantemente renovada, o pano limpava, por fim, muito espremido, e a madeira ficava repousada, amarelinha e seca, quase. Esta, a última fase da limpeza, todo o resto fora metodicamente executado de cima para baixo e, por fim, podia-se respirar o ar cheiroso a lavado fresco.

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