sábado, 19 de março de 2022

Em memória de meu pai

Celebra-se hoje o Dia do Pai. Também a Igreja celebra S. José. Associo muito o meu pai, Armando Lourenço Martins, a S. José. Ambos trabalhadores com responsabilidades familiares. Ambos humildes e dados a um certo e normal silêncio. Ambos conscientes dos seus deveres sociais e religiosos. Ambos crentes num Deus Criador. Ambos disponíveis para enfrentarem dificuldades. Ambos com grande capacidade de sacrifício. E ambos capazes de amar muito.
O meu pai faleceu nos idos de 75 do século passado, mas permanece vivo na minha memória pela riqueza da sua humildade e nobreza dos seus sentimentos. 
O seu sorriso aberto e franco, a sua palavra oportuna, a sua capacidade de trabalho e o seu amor à família permanecem comigo. Capacidades que eu procuro seguir e imitar, mas fico sempre longe da sua sabedoria.
Crente em Deus, tal como eu, haveremos de nos encontrar para uma vida eterna lado a lado, no regaço maternal do Senhor da Vida.

Fernando Martins

Religião e sacrifício

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias

Quem diz que ama e não está disposto a sacrificar-se por aquele que ama anda enganado e mente a si próprio. Quem ama verdadeiramente está disposto a sacrificar-se por aquele, por aquela, por aqueles que realmente ama. É esse amor que salva o mundo.

Ele foi Auschwitz. Ele foi o Goulag. Ele foi e é a Ucrânia... Ele foi/é o abuso ignominioso de crianças pelo clero... A tantos homens e mulheres a quem foi prometida a liberdade, e eles desafiaram o medo! Depois, precipitaram-nos no inferno. Deportaram-nos, fuzilaram-nos, massacraram-nos. Eles gritaram, clamaram, já não havia lágrimas... O Calvário do mundo...
Onde está o Homem? Quanto vale um homem, uma mulher, uma criança? Perante tanta iniquidade e horror, assalta-nos a vergonha.
As palavras dignidade, indignidade, direito, justiça, injustiça, vergonha, bondade, civilização, honra, ternura, compaixão... ainda fazem parte das línguas dos humanos ou foram varridas dos dicionários?
"Senhora, tem piedade... Senhor, tem piedade de nós! Senhor, tem piedade do povo... Senhor, tem piedade de mim!"
Mas, aparentemente, também Deus se mantém mudo.

sexta-feira, 18 de março de 2022

Não haverá sol para os que provocam a guerra


Em dias de frio, o sol tarda em aparecer. Só ele aquece verdadeiramente o ar que respiramos. Há o calor da fogueira que aquece os pés, o calor humano que reconforta a alma, mas o calor que nos vem do astro rei brilha nos nossos olhares. E no verão, quando ele é mais forte e poderoso, então deliciamo-nos numa das nossas praias.
Nas praias, sobretudo, todos somos iguais, todos olhamos, estirados na areia macia, o sol amigo que a todos trata com carinho. Não há reis, nem príncipes, nem ricos nem pobres. Todos somos amigos do sol e o sol gosta de todos.
Espero, por isso, o sol acariciador, que vem para os homens e mulheres livres e sonhadores, para os de consciência tranquila e alma lavada, para os puros de coração, para os generosos e amantes da liberdade. Para os solidários e justos. Para os amantes da paz.
Só não vem para os tiranos, para os que provocam guerras, para os que matam inocentes, para os que deixam sem abrigo e sem pão milhões de pessoas. Jamais  haverá sol para os que provocam a guerra. O povo nunca lhes perdoará.

Em Jesus, Deus dá sempre uma última oportunidade

Reflexão de Georgino Rocha 
para o Domingo III da Quaresma

Agora é tempo de dar frutos. Há que vencer resistências e fazer como o vinhateiro; apesar de tudo o que se vê e parece aconselhar outras atitudes. É possível dar frutos novos e saborosos. O amor transforma e faz ser ousado.

As notícias que circulam nos meios de comunicação indicam que há mais de 25 guerras mortíferas, sendo a da Ucrânia a que nos chega em directo, ao vivo, de modo que a temos em casa. Zenit 11.03.22. Dramática realidade que nos abre o coração para aceder ao Evangelho de liturgia de hoje. Com efeito São Lucas narra os episódios da matança dos galileus por Pilatos, procurador do imperador de Roma, por motivos políticos, e o desabar da torre de Siloé, em Jerusalém, que por casualidade esmaga 18 homens. E quem traz estas informações a Jesus pretende saber de quem era a culpa e o pecado. Pretensão que tem resposta em duas interpelações de Jesus e na parábola da figueira que vamos meditar. Lc 13, 1-9.
“No caminho da vida há acontecimentos trágicos, comenta a Bíblia Pastoral. Estes não significam que as vítimas são mais pecadoras do que os outros. Ao contrário, são convites abertos para que se pense no imprevisível dos factos e na urgência da conversão para se construir a nova história. A parábola salienta que, em Jesus, Deus sempre dá uma última oportunidade”.

quarta-feira, 16 de março de 2022

Incompetente

 
"A violência é o último refúgio do incompetente"

Isaac Asinov,

(1920-1992)

Escritor

Em Escrito na Pedra - PÚBLICO de hoje

A Primavera vem a caminho

 

Orquídea do nosso jardim

A Primavera vem a caminho. Diz o calendário e a ciência. Mas também o garante a natureza, um pouco por todo o lado. Esta orquídea  do meu jardim  está à vista. E eu, que tanto anseio pela mais linda estação do ano, quero antecipar-me. 

terça-feira, 15 de março de 2022

BERNARDO E MARIA – A família antes e depois

Humberto Vieira 
deu-nos uma excelente lição

Veio a lume, há dias, um livro de Humberto Vieira — BERNARDO E MARIA – A família antes e depois — que mostra à evidência um entusiasmo raro, entre nós, de pesquisa sobre as nossas origens. Diz o autor que o seu trabalho nasceu quando se questionou sobre os seus avós: quem foram, o que fizeram e de onde vieram; sobretudo quis saber se eram da Gafanha. Inicialmente, começou as suas pesquisas no Arquivo Distrital de Aveiro e posteriormente saltou para os arquivos digitalizados disponibilizados na NET. “É muito bonito e deu-me um certo gozo mexer nos papéis antigos dos registos”, disse ao TIMONEIRO.
Recorreu depois aos arquivos paroquiais, destacando o da Gafanha da Nazaré, “sem dúvida o mais organizado, com duas funcionárias, Margarida e Patrícia, que não param”, referindo ainda a simpatia que encontrou no nosso prior, o Pe. César Fernandes; “eu não fazia a mínima ideia do que era e é a nossa paróquia”, sublinhou. 
Zita Leal, professora do ensino secundário, prefaciou o livro, onde adiantou que o título deste trabalho podia ser “Um hino de amor”, manifestando o seu encantamento por esta escrita “que nos convida a partilhar locais de areias áridas de húmus e tão ricas de coragem e de amor”. 
Humberto Rocha, primo e padrinho de batismo do autor, afirma que “conhecer a nossa identidade e a nossa origem é uma bênção, “pois é da miscelânea das gerações anteriores e do que recebemos delas, que vamos moldando o nosso conhecimento, os nossos sonhos e as nossas ambições num futuro melhor”. 
Rosa Lídia Santos, prima e afilhada de Humberto Vieira, frisa que o seu padrinho “é um guardador da memória”, acrescentando que “recordar é abrigo de todos os ventos e cura para tantos males de quem sofre de saudade pela distância ou falta de quem partiu”. “Neste livro, há um mar, uma praia de junco e uma casa branca, onde todos, nestas páginas, retornamos”, disse. 
O livro, de 482 páginas, insere diversas fotografias, muitas a cores, e começa com uma resenha história sobre as origens de Portugal, prosseguindo até à União Europeia. Depois veio a Gafanha com notas importantes e interessantes, de que destacamos os primeiros dezoito casais que por estes areais se instalaram entre 1685 e 1713. E a seguir, como seria de esperar, iniciou a “viagem no tempo dos ascendentes e descendentes dos [seus] avós Bernardo e Maria, num percurso desde o século XVI aos dias de hoje, uma história de gente de origens muito humildes presenteada de determinação em vencer”. A primeira edição já está esgotada, mas o povo da Gafanha precisa de ler o livro para aprender a navegar na história dos seus antepassados e descendentes. 
O Humberto Vieira deu-nos uma excelente lição.

Fernando Martins

Nota: Publicado no TIMONEIRO

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