sexta-feira, 16 de novembro de 2018

No fim dos tempos, Jesus reúne os eleitos de Deus

Georgino Rocha

Jesus está no monte das Oliveiras. Sentado (posição normal do mestre que ensina), conversa com Pedro, Tiago, João e André sobre o Templo que se ergue em sua frente. Estão maravilhados com a sua beleza e grandiosidade. Era de facto esplendoroso. Constituía o orgulho dos judeus. Que alegria e confiança deviam sentir!

Jesus aproveita a ocasião e desvenda o que está para acontecer. Faz-lhes uma admoestação séria e grave. Exorta-os a manterem um cuidado vigilante, a saberem ver além das aparências, já de si tremendas, a estarem preparados porque a hora do desfecho se aproxima. Do Templo, não ficará pedra sobre pedra. O tempo encaminha-se para fim. As convulsões estão em curso. A esperança renasce, após a tormenta. Como na natureza, a primavera vem depois do inverno e antecipa o verão radiante de cor e beleza. Será este o desenlace do conflito decisivo. “Tomai muito cuidado”! É tempo de dar testemunho com coragem. Que impacto, devem ter sentido ao ouvir esta declaração surpreendente de Jesus! E em jeito de pedido/interrogação, exclamam: “Diz-nos: quando é que tudo isto vai acontecer e qual será o sinal de que todas estas coisas estão para acabar”?

Marcos faz-nos um bom relato deste discurso de Jesus. A liturgia de hoje ajuda-nos a reviver a parte final da sua rica mensagem. Vamos deter-nos e reflectir sobre alguns aspectos importantes para a nossa atitude cristã. Vamos saborear a alegria serena que brota da confiança na palavra de Jesus. Vamos decifrar o que se esconde na linguagem figurada, típica de certas épocas bíblicas e de filmes “tremendistas”, nas metáforas transparentes impregnadas de novidade e de esperança.

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Gafanha da Nazaré: Inauguração da escultura "O Dóri"


Gafanha da Nazaré
Rotunda da Av. dos Bacalhoeiros
Sábado
16 horas

"O Dóri"

No próximo sábado, 17 de novembro, pelas 16 horas, na rotunda da Av. dos Bacalhoeiros, vai ser inaugurada uma estátua, denominada "O Dóri", cerimónia integrada no âmbito do Dia Nacional do Mar. Em comunicado da Câmara Municipal de Ílhavo, pode ler-se que se trata de um trabalho de Miguel Neves Oliveira, que aceitou o desafio de "levar a bom porto"a recriação artística do Dóri, também chamado, entre nós, Bote, utilizado na pesca do bacalhau à linha, nos mares gelados da Terra Nova e da Gronelândia.
Lê-se ainda que o Município de Ílhavo homenageia, assim, o Dóri, «visando nesta embarcação revisitada preservar valores, memórias e tradições da ligação dos “Ílhavos” ao Mar num passado recente».

Nota: Sobre este evento, tenciono falar depois da inauguração.

terça-feira, 13 de novembro de 2018

Para abrir o apetite: Castanhas assadas


Para abrir o apetite, que outra coisa me não cabe a mim, aqui ofereço uma foto do meu arquivo. Perto dos Arcos, na Praça Melo Freitas, já lá estão as castanhas assadas, quentes e boas. Pelos olhares dos curiosos, em jeito de quem tenta perceber o segredo, a fornada a seguir é deles. Bom apetite.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Massacre no cemitério de Santa Cruz

12 de novembro de 1991



É sempre importante lembrar que neste dia, 12 de novembro,  de 1991, aconteceu o terrível massacre no cemitério de Santa Cruz, em Timor Leste. Foi um acontecimento brutal que correu mundo, acordando-o para os direitos do povo timorense, desejoso da sua independência. 
O massacre de Santa Cruz, em Timor, mostrou ao mundo o que estava a passar-se naquela ex-colónia portuguesa, ocupada, à força, pela Indonésia. Os governantes do nosso país e outras instituições bem clamavam pela libertação do povo timorense, mas todos faziam ouvidos de mercador, ignorando ou fingindo ignorar o sofrimento de uma nação, que os portugueses ajudaram a nascer. 
Os grandes do mundo, os que põem muitas vezes os interesses pessoais acima dos interesses dos mais frágeis, nunca quiseram ouvir quem pedia justiça e o direito de viver livre. Faz precisamente nesta data 27 anos que o massacre aconteceu e até parece que todos já esquecemos o sofrimento dos timorenses, como se eles não precisassem de nós, dos nossos apoios e da nossa solidariedade fraterna. 
Evoco esta triste efeméride para que não caia no saco sem fundo do esquecimento coletivo, na certeza de que as gerações atuais precisam de conhecer os dramas por que muitos passaram em defesa da liberdade. 

Fernando Martins

domingo, 11 de novembro de 2018

Deus, livra-me de deus

Bento Domingues

«Ver crescer movimentos religiosos, com nome cristão, a proporem “como evangelistas” um anti-Evangelho, e o absoluto contrário das Bem-Aventuranças, exige que rezemos como Mestre Eckhart: Deus, livra-me desse deus.»

1. Seja em que campo for, ninguém tem boas razões para ser arrogante ou resignado. Não vimos de nós mesmos e precisaremos sempre dos outros para existir como humanos. A religião saudável nasce do acolhimento e da ousadia de imaginar e pensar. O dominicano José Augusto Mourão, professor de semiótica, dizia que a fórmula Eu encontrei Deus era obscena. Mas não é menos obscena a declaração do cientista ao decretar que Deus não existe por nunca se ter cruzado com ele na sua investigação. 
O texto religioso nasce no seio da interpretação da realidade do mundo em que vivemos e da convicção de que a sua dimensão empírica não esgota a complexidade do real. Há linguagens que sempre teimaram em sugerir o que é indizível e invisível nas práticas científicas. 
Como diz E. Schillebeeckx, a auto-revelação de Deus é dada em experiências humanas interpretadas. Nunca temos acesso à Palavra de Deus de modo imediato. Estritamente falando, a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas um conjunto de testemunhos de fé de crentes que se situam numa tradição particular da experiência religiosa. 
Para S. Tomás de Aquino, é muito razoável afirmar que Deus existe, mas saber como Deus é excede a capacidade humana. A preocupação da boa prática teológica consiste, sobretudo, em mostrar como Deus não é e como é ridículo transpor para Ele os nossos vícios e aberrações. 
A liturgia é uma celebração e a homilia não é uma aula de teologia. Mas deve haver muito cuidado na leitura e interpretação dos seus textos bíblicos. O Livro do Apocalipse é a obra poética mais subversiva que conheço e, como observa Frederico Lourenço, uma das verdadeiras obras-primas literárias da Bíblia. No fim da missa de Todos os Santos, veio ter comigo uma pessoa a lamentar o destaque que eu tinha dado a uma passagem desse grande poema. Ela já o tinha tentado ler e desistiu porque daquele delírio não se podia tirar nada de prático para o quotidiano da vida cristã.

Um poema de Eugénio Beirão para este domingo


“FINJO QUE SOU POETA”

Finjo que sou poeta
e construo flores de palavras
que uso na lapela.
Mas poeta eu não sou.
Assomo apenas à janela
a contemplar os astros;
e com luminosos traços
ensaio dizer o deslumbramento.

Eugénio Beirão

In Os Dias Férteis

Marcelo



«É pena que o país não revele mais orgulho pela excelente imagem que o nosso presidente da República deu ao mundo, na sua intervenção na Websummit. Interrogo-me sobre os Estados em que o respetivo titular seria capaz de ter uma prestação idêntica.

E eu não votei nele, note-se!»


Nota: Faço minhas as palavras acertadas do ex-embaixador e excelente cronista,  na minha ótica. 

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