domingo, 19 de outubro de 2014

A CULPA É DE CRISTO?


CRÓNICA DE BENTO DOMINGUES
NO PÚBLICO


1. Encontrei, na escadaria da Igreja de Santo Ildefonso (Porto), um senhor que, de costas para o templo, aproveitou para descarregar sobre mim não só o habitual anticlericalismo nortenho, mas também o seu desprezo agressivo pelas religiões, frutos do medo, da ignorância e da sacralização da maldade humana.
O Islão é um ninho de criminosos, o Judaísmo, uma rede dos bancos norte americanos, o Cristianismo, um mundo caótico de divisões em cascata, piorando sempre a configuração anterior. O papa Francisco chegou demasiado tarde para salvar a face de um catolicismo que a própria Europa já rejeitou. Etc.! Se as instituições e os serviços sociais da Igreja ajudam muita gente a aguentar a pobreza e a miséria, não revelam nem combatem as suas causas reais. Pelo contrário, ajudam-nas a sobreviver.
Estranhei que não terminasse a sua diatribe com a fórmula habitual, em circunstâncias análogas: Cristo, sim; Igreja, não! No caso referido, foi Cristo que pagou todas as despesas à base de especulações teológicas e cristológicas.

sábado, 18 de outubro de 2014

LANÇAMENTO DO LIVRO DO PADRE PEDRO JOSÉ

“É Mesmo uma Boa Nova”

Padre Pedro e editor Jorge Pires Ferreira

A beleza da densidade de uma vida

Na apresentação do livro do padre Pedro José, “É Mesmo uma Boa Nova”, que teve lugar no salão Mãe do Redentor, na Gafanha da Nazaré, na sexta-feira, pelas 21.30 horas, o nosso prior, padre Francisco Melo, louva «o homem, o cristão e presbítero que em boa hora decidiu compilar os escritos e estudos que foi fazendo durante nove anos de serviço nas paróquias de Mata Roma e Chapadinha, no Brasil. Com a publicação desta obra, podemos agora «aproveitar a profundidade das suas partilhas e saborear a beleza da densidade de uma vida», referiu o padre Francisco,
Ao agradecer tudo quanto o padre Pedro nos tem dado, o nosso prior salienta a densidade e simplicidade da sua vida, mas ainda «o seu silêncio tantas vezes eloquente, que nos faz sentir a grandeza do que somos». E citando o autor, acrescenta: «Procuro a densidade porque a intensidade não me permite o pensar reflexivo (…) Amar é difícil. Perdoar é um modo de sacrifício incruento. Viver é mais do que existir.»

Na hora dos autógrafos

Jorge Pires Ferreira, diretor-adjunto do Correio do Vouga e responsável pela editora Tempo Novo da Diocese de Aveiro, pouco conhecida porque a obra do padre Pedro José foi a primeira que publicou, frisa que foi «com uma alegria imensa que fez este livro», que apenas pôde incluir um terço dos textos inicialmente previstos pelo autor.
Jorge Ferreira adianta que “É Mesmo uma Boa Nova” inclui escritos, estudos e vivências de um padre no Brasil, cujos textos são «para ser lidos, aos poucos», tendo destacado que o autor «é uma pessoa que lê muito e que está a par do que dizem os filósofos, teólogos e intelectuais». Refere que se trata de um trabalho «interessante que enriquece as relações entre fé e cultura» e que a obra ora publicada valoriza «generosidades, vivências de textos feitos noite dentro sobre a amizade, a dor, o amor, a vida e a morte, partilhados em homilias e no seu blogue (http://pedrojosemyblog.wordpress.com/).
O padre Pedro José explica que escreve sobre tudo, como aconteceu recentemente quando  abordou o problema do vírus Ébola, adiantando que no Brasil chegou a ter problemas pela frontalidade com que aborda questões que afetam a sociedade. Nunca, porém, se sentiu perseguido, mas «algumas pessoas deixaram de lhe falar». Afirma que este é o primeiro livro publicado, mas garante que tem outro na gaveta, sobre o humor teológico. Ainda não viu a luz do dia, embora reconheça que, «de facto, tem mais interesse do que este». Não foi editado porque, ao pedir parecer a um teólogo brasileiro, este lhe terá dito que «lhe faltava um fio condutor», que, julgamos, estará em vias de o encontrar. Como promessa, afirma ter em mente escrever um outro sobre a Santíssima Trindade. 
A apresentação de “É Mesmo uma Boa Nova” saiu enriquecida com a leitura de dois textos do livro e com um momento musical a cargo do grupo Maresia (ver entrevista no Timoneiro deste mês), que interpretou temas originais dos seus dois CD já publicados.

Fernando Martins


A VITÓRIA SUBTIL DE FRANCISCO

Crónica de Anselmo Borges no DN

Na sua loucura lúcida, Nietzsche escreveu que cristão só houve um, Jesus, mas morreu na cruz, e o Evangelho tornou-se um Disangelho. Evangelho é palavra grega que quer dizer notícia boa, feliz e felicitante. Essa foi a mensagem de Jesus, que arrastou multidões em busca de saúde, libertação, vida expandida, salvação. Depois, tornou-se, tantas vezes e para muitos, uma má notícia, uma notícia de desgraça, um Disangelho. Só quem anda distraído ou não pode ou não quer saber é que não sabe disso.

O Papa Francisco pugna pelo regresso ao Evangelho do Jesus da vida, como notícia felicitante, por palavras e obras. Também na família. Ele sabe que, no meio das transformações culturais profundas, a sociedade e a Igreja continuam a precisar de "famílias felizes". E o contributo da Igreja é fundamental.

Assim, quis que, no Sínodo, com bispos de todo o mundo, casais, peritos e observadores, se falasse com liberdade e sem tabus. No relatório-síntese da primeira semana, é já possível antever o essencial dos novos caminhos, que, apesar das oposições, estão na linha pastoral de Francisco, que é a do Evangelho da alegria, antepondo a pessoa e a misericórdia ao dogma e à lei.

MAIS QUE UMA QUESTÃO DE IMPOSTOS


Reflexão semanal de Georgino Rocha


A armadilha não pode falhar. Há que pôr cobro ao agitador Nazareno que se movimenta tão livremente na esplanada do Templo e desafia o mais sagrado das práticas judaicas. O conflito crescia em intensidade e ostentação. A situação tornara-se intolerável. Por isso os chefes religiosos urdem a trama e aliam-se aos líderes políticos, partidários de Herodes. O “caldo” era excelente. (Mt 22, 15-21)

A delegação parte com uma missiva muito clara: surpreender Jesus em algo ilícito para ser acusado e condenado. Leva consigo uma estratégia aliciante: tecer elogios que, se não fossem hipócritas, eram verdadeiros e reconheciam o agir correcto do Mestre. Pagar ou não o tributo, eis a questão crucial. Se dizia sim, era colaboracionista com o ocupante romano e, por isso, insolidário com o povo oprimido. Se respondesse não, caía sob a alçada da lei e podia ser acusado de subversivo e revolucionário. E o exército imperial não tardaria a fazer-lhe o que havia feito a Judas, o Galileu, aquando da sublevação por ocasião do censo destinado a conhecer a população e a introduzir nova carga de impostos, cerca de seis anos antes de Cristo.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

A NOSSA GENTE: PADRE LÉ

Um bom amigo 
que faz parte das minhas memórias



O tempo escoa-se e nem sempre temos ocasiões para recordar bons amigos e tantas estórias que com eles partilhámos ao longo da vida. Vida que frequentemente atafulhamos com inutilidades. Pois hoje, em maré viva de recordações, evoquei um bom amigo que tive o privilégio de entrevistar uns meses antes de falecer [24 de maio de 2010]. Já se pronunciava  com dificuldade, mas falou depois de estimulado, não mostrando cansaço. Até chegou a entusiasmar-se. 

Ver aqui

POBREZA E DIREITOS HUMANOS

Solidariedade: 
Erradicação da pobreza em defesa dos direitos humanos


«A jornada internacional pela erradicação da pobreza vai ser assinalada hoje em Lisboa com a apresentação do projeto ‘Impossible – Passionate Happenings, que pretende declarar a pobreza como ilegal.“Salvaguardar e promover a dignidade de tudo quanto existe, enquanto gratuidade, ou ser sem razão” é a missão da ‘Impossible – Passionate Happenings’ que vai ser apresentada na Rua Augusta, em Lisboa, explica o comunicado enviado à Agência ECCLESIA.»

Ler mais aqui

NOTA: Este desafio, que devia ser seguido em Portugal e no mundo, por todo o canto e esquina, bem merecia ser levado à prática por todas as gentes. Há pobrezas que são escandalosas ofensas aos direitos humanos, nem sempre ao nosso alcance de as combater. A denúncia, que não deixa de ser importante, precisa de ser acompanhada de intervenções concretas de entidades oficiais e comunidades, mas também de gestos de partilha com os mais desfavorecidos. Sabe-se que há muitos pobres que são extremamente  generosos  e alguns  ricos que gostam de ajudar, mas também é certo que há pobres muito ricos e ricos muito pobres,  na hora da caridade e da solidariedade.

VAMOS EVITAR OS SACOS DE PLÁSTICO?



«A partir do próximo ano, os sacos de plástico vão passar a custar dez cêntimos, informou o ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva.É criada pela primeira vez uma taxa sobre os sacos de plástico leves, de oito cêntimos, que com IVA dará dez cêntimos”, informou hoje o ministro do Ambiente, em conferência de imprensa para a apresentação da proposta do Governo de Fiscalidade Verde.»

Li aqui 

NOTA: Para bem do ambiente, está bem de ver. Que os usamos muito, indiscriminadamente, também é verdade. Sabe-se que o plástico é inimigo da natureza, já que não é biodegradável. E não haverá forma de os evitar? Em muitos casos há. Basta adquirirmos uns tantos, de longa duração, ou preparar uns de pano ou de outros produtos. A questão está no nosso querer.

PESQUISAR

DESTAQUE

Animais das nossas vidas

O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

https://galafanha.blogspot.com/

Pesquisar neste blogue

Arquivo do blogue