sábado, 26 de setembro de 2009

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 150

BACALHAU EM DATAS - 40
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Gil Eanes
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FINALMENTE NAVIO-HOSPITAL...

Caríssimo/a:

1941 - «A primeira bênção [dos navios bacalhoeiros] foi protagonizada pelo Padre Cruz, passando depois a ser presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa e posteriormente – de 1941 em diante – pelo arcebispo D. Manuel Trindade Salgueiro, conhecido por “bispo do mar”, natural de Ìlhavo, cujas origens se ligavam estreitamente ao mar e à pesca, pois era filho de pescador morto em naufrágio.» [Creoula, 16]

«O mestre Benjamim Mónica reatou a construção naval em madeira na Figueira da Foz [Murraceira], iniciando a construção de dois lugres, em madeira, em finais de 1941. estes deram trabalho a 250 homens, num “verdadeiro formigueiro humano”, inserindo os estaleiros da Murraceira na renovação da frota bacalhoeira preconizada pelo Estado Novo. Em 1943, os estaleiros da Murraceira entregaram as duas unidades. Tratava-se dos dois primeiros navios-motor em madeira da frota nacional e os futuros modelos “tipo CRCB”. A sua traça esteve a cargo do Engenheiro Naval Capitão-tenente J. Valente de Almeida e foram baptizados com os nomes BISSAYA BARRETO e COMANDANTE TENREIRO. Tinham capacidade para 660 t de carga de bacalhau cada e foram equipados com motor diesel de 500 CV, frigoríficos, TSF, luz eléctrica e aquecimento.» [Oc45, 116]

1942 - «Os estaleiros de Alcochete participaram na reestruturação da frota da pesca do bacalhau, em 1942, com a reconstrução do lugre-motor em madeira FLORENTINA, de 700 t e capacidade de albergar 420 t de bacalhau. Este lugre foi alvo de melhoramentos a nível das instalações dos tripulantes e dotado de aparelhagem moderna. Esta reconstrução decorreu sob as ordens do mestre José Maria e do Capitão Manuel Lourenço. O casco do antigo lugre-escuna TERRA NOVA dava lugar ao FLORENTINA, com capacidade para albergar 60 pescadores.» [Oc45, 114]

ASSISTÊNCIA SANITÁRIA «[D]epois o GIL EANES, navio comercial alemão, refugiado em águas portuguesas e arrestado pelas nossas autoridades aquando do início da I Guerra Mundial. Mas este navio que ao serviço da Armada Portuguesa os mais variados serviços alternados – cruzador, transporte de tropas e matérias primas, apoio à nossa gente nos Grandes Bancos, cabotagem entre as ilhas açoreanas, viagem ao Oriente, etc. - só em 1942 viria estabilizada a sua condição de navio-hospital, de apoio exclusivo à frota portuguesa, data em que por decreto ministerial foi abatido aos serviços da Armada e transferido definitivamente para a SNAB – Sociedade Nacional dos Armadores de Bacalhau. Sob a bandeira da nova companhia faria mais vinte e sete viagens aos bancos da Terra Nova e Gronelândia, como navio-hospital e de apoio logístico à frota portuguesa. A sua última campanha fez-se em 1954... » [Vd.1923 e 1955] [HDGTM, 43]

5 de Junho – O lugre-motor MARIA DA GLÓRIA é bombardeado por um submarino alemão e afunda-se.

Manuel

Dois milhões de pobres. Dar dinheiro não compensa



O jornal i abordou o tema da pobreza em Portugal, adiantando: "Há dez anos que a população pobre (18%) é a mesma. Assistencialismo  não resolve o problema."

O combate à pobreza em Portugal não funciona e é caro. A conclusão é dos especialistas que se reuniram este sábado na Faculdade de Economia do Porto para perceber "o que sabemos sobre pobreza em Portugal".


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Crónica de um Professor: DEL - Dia Europeu das Línguas


À mesa servem-se Línguas
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Tinha um ar resoluto, aquele Ruiguila!

Tinha um ar resoluto, aquele Ruiguila!

De estatura baixa, dois palmos de gente....cabelo em crista incipiente e o brinco bem assertoado na orelha, lá entrava ele na sala, com o seu ar de liderança. Era já veterano na Escola, apesar de estar apenas no 5º ano. A sua postura de inata contestação, aliada a uma pretensa assertividade, haviam-lhe granjeado o papel de Assessor do D.T. Este, com a larga visão da sua função docente, tinha-o empossado em funções que lhe iriam desenvolver e alimentar a auto-estima. Com esta em níveis satisfatórios era fácil conquistá-lo para o contrato pedagógico. A ajuda que deu ao D.T. no dia da apresentação e recepção, aos caloiros, foi a prova máxima da sua eficaz colaboração.

A atribuição de responsabilidades a este género de alunos, tem-se revelado uma estratégia eficiente no auto-controle da irreverência e impulsividade.

Logo nas primeiras aulas de Inglês, o Ruiguila revelara um interesse inusitado pela disciplina e a fraca reputação que o seu aspecto sugeria, parecia ser injustificada, aos olhos da teacher. Fazia perguntas sobre vocabulário que não fora ainda leccionado, sobretudo aquele que faz parte do léxico de qualquer adolescente, no relacionamento com o sexo oposto!

Acabou por revelar, em frente à turma, que conhecera uma francesa (!?) nas férias passadas e tivera necessidade de falar com ela. Gostou daquela mulher (!?) e na sua ingenuidade eivada de pragmatismo, quis confessar-lho, de viva voz. Mas... eis que depara com a barreira da língua. E... nem só de gestos vive um galanteador! Vai daí, o nosso herói põe os neurónios a funcionar e pensa como há-de fazer chegar, à eleita, os arroubos da alma que aquela figura feminina suscitara.

- Francês, não sei falar, está fora de questão! Mas... ah! Espera aí! Ela deve saber falar Inglês, como qualquer jovem hoje em dia!

Usando os parcos conhecimentos que possuía, não precisou de intérprete. Cavalheiro que se preza não põe as palavrinhas doces em boca alheia! Essas têm que ser usadas em primeira língua e... como o povo diz, acertadamente, estão sempre na ponta da mesma!

Assim se descartou o rapaz da dificuldade de comunicação e quis ali, em plena aula, certificar-se dos termos que havia usado e que guardaria para ocasiões futuras! I love you, kiss, my darling, sweetheart... etc, vieram à baila e foram o campo semântico, ali aprendido e partilhado por todos. Quem sabe quando voltarão a ser usados, aqueles termos... por esta gente de palmo e meio, que cada vez é mais precoce!?

Foi hilariante este desfiar de “experiência” no campo linguístico dos afectos! A teacher, sempre “oportunista”, serviu-se deste episódio fortuito que ocorreu na aula, para lhes falar sobre a importância e a necessidade de aprender línguas estrangeiras, neste particular, o Inglês.

Constituem uma mais-valia para qualquer cidadão do mundo e permitem-lhe um alargar de horizontes, nas múltiplas possibilidades de conhecer novas gentes, novas culturas, novas civilizações. Contribuem para uma mundividência mais universalista, pois potenciam o aprofundar do conhecimento.

E... lá no seu íntimo, a teacher rejubilou por ter, há décadas atrás, feito esta escolha profissional! Afinal, sempre há males que vêm por bem! Os efeitos perversos da Torre de Babel, permitem-lhe, hoje, angariar o seu ganha-pão, que de outra forma não teria cabimento.

M.ª Donzília Almeida

26.09.09

AS RELIGIÕES EM 2050



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AS RELIGIÕES NÃO SÃO ESTÁTICAS
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A profecia repetida do fim da religião não se confirma. De facto, quando se olha para o planeta e não apenas para a Europa, constata-se que Deus não morreu nem está em vias de desaparecer da consciência da imensa maioria da Humanidade. É o que mostra um estudo independente elaborado pelo grupo La Vie e o diário Le Monde, agora acessível também em espanhol: El Atlas de las religiones.


Como escreve Rémy Michel, na apresentação, "é inegável que as religiões estão profundamente ancoradas no espaço geográfico que marcaram com as suas pegadas e que ordenam segundo as representações próprias de cada credo", mas acrescenta que "as religiões não são estáticas, evoluem, conquistam territórios, deslocam-se". Daí a importância de uma visão geopolítica da sua dinâmica para a compreensão das sociedades.

Anselmo Borges

Ler toda a crónica em DN

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Poesia nos jornais... Para quando?


Teus brincos dançam se voltas
A cabeça a perguntar.
São como andorinhas soltas
Que inda não sabem voar.

Fernando Pessoa


Sou do tempo em que os jornais publicavam poesia com alguma regularidade. Um cantinho bastava para oferecerem aos seus leitores uns poemas, normalmente curtos, para serem lidos de imediato. Eram poemas que nem sempre voltavam a ver a luz do dia e que tinham vida, por isso, de apenas umas horas. Nos semanários uma semana.

Um poema, no meio de notícias frias e nem sempre agradáveis, era como um ramo de flores, que nos ofereciam, e ainda oferecem,  em dias marcantes, e donde nunca retirávamos os olhos enquanto as suas cores e perfumes perdurassem.

Hoje, infelizmente, a poesia quase foi expulsa dos nossos jornais. E não há por aí tanta gente jovem e menos jovem ávida de mostrar a sua sensibilidade poética? Claro que estamos sempre a tempo de se reatar a antiga tradição de os jornais partilharem uns poemas, no meio de tantos cardos que dia a dia publicam. Mas há quem já o faça. Para esses os meus parabéns.

FM

Cuidados com os nomes que se escolhem para os bebés

Nomes bizarros

O jornal i publicou na quarta-feira um trabalho jornalístico sobre os nomes dados aos bebés. Diz, com razão, que há nomes bizarros que podem marcar as pessoas para toda a vida.
Hoje divulgou o melhor comentário que lhe foi enviado, por Maria Helena. Aqui fica ele:

O melhor comentário

“Concordo inteiramente com o cuidado que se deve ter com o nome que se dá aos nossos filhos. Durante a minha actividade como professora deparei-me com nomes horríveis de alguns alunos que, sofriam imenso com os comentários dos colegas. Há tantos nomes portugueses lindos, que me parece ser inadmissível que se recorra a nomes de telenovelas e não só, que nada têm a ver com a nossa cultura e que marcam de modo irreversível quem teve o azar de os ter.(...) ”

por Maria Helena

Na era da crença descafeinada



O cristianismo nasceu como uma comunidade de excluídos, na linha dos grupos excêntricos, e a verdadeira desconexão cristã “não é uma atitude de contemplação interior, mas a de um trabalho activo de amor que conduz necessariamente à criação de uma comunidade alternativa”.


José Tolentino Mendonça

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Animais das nossas vidas

O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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