O Museu Marítimo de Ílhavo, dos mais notáveis no seu género, merece perfeitamente uma visita em dias de férias para alguns, como são os dias correntes. Tenho visto gente que anda por aí, quase sem programa, que bem podia aproveitar umas horinhas para visitar este Museu que retrata, com muita nitidez, o amor que os ílhavos têm ao mar e a tudo o que lhe diz respeito. Ali, podem descobrir facetas curiosas da nossa Ria, enriquecendo, por essa forma tão simples, o espírito.
quinta-feira, 28 de dezembro de 2006
GAFANHA ANTIGA
PORTO DE PESCA LONGÍNQUA
::
Aqui fica mais uma foto da GAFANHA ANTIGA. Trata-se de uma Seca de Bacalhau de há décadas. Agora, pelo que sei, o bacalhau é seco em estufas, com temperaturas e humidades controladas, para sair no ponto. No ponto, quer dizer de acordo com os gostos dos portugueses, gostos esses criados há meio milénio. Que estas coisas não podem ser feitas à sorte.
Não sei em que ano foi tirada esta fotografia. Estava por aqui, por casa, perdida no meio de papelada. Penso que já a publiquei, mas não tive tempo de o confirmar. De qualquer forma, o registo é sempre importante, ou não fosse a quadra que atravessamos marcada por umas boas postas de bacalhau, com batatas e couves das terras gafanhoas, mais um ovinho cozido e uns dentes de alho, e tudo bem regado com azeite de qualidade. Claro que nunca falta um bom tinto (tinto, sim senhor, que faz bem ao coração, segundo dizem), mais boa broa.
Se querem um conselho de amigo, esta será uma excelente proposta para a passagem do ano. Há quem vá para outros pratos que nada trazem de novo. Cá por mim, juro que fico por este. No fim de contas, é o que me dá mais gosto saborear. Sempre.
F.M.
quarta-feira, 27 de dezembro de 2006
GAFANHA ANTIGA
Leitor que gosta de rever o passado desafiou-me a publicar fotos da GAFANHA ANTIGA. Para recomeçar (Já o fiz várias vezes), aqui vai uma foto, com uma informação e um desafio. Foi tirada na década de 40 do século passado. Dou um doce a que souber o nome destas mulheres e em que seca do bacalhau trabalhavam...
segunda-feira, 25 de dezembro de 2006
NATAL - 22

CRISTO,
PALAVRA DE DEUS
Antes de o mundo ser mundo,
aquele que é a Palavra já existia.
Ele estava com Deus
e ele mesmo era Deus.
Desde sempre ele esteve com Deus.
Todas as coisas foram feitas por meio dele,
e sem ele nada foi criado.
Nele estava a vida,
e essa vida era a luz dos homens.
A luz brilha nas trevas
e as trevas não a venceram.
Só aquele que é a Palavra
era a luz verdadeira,
que alumia toda a humanidade,
luz que apareceu neste mundo.
Ele veio realmente ao mundo,
mas o mundo não o reconheceu,
apesar de ter sido criado por meio dele.
Veio para o seu próprio povo,
que não o quis receber.
Mas àqueles que o receberam
e acreditaram nele
deu o privilégio de se tornarem
filhos de Deus.
Do Evangelho de São João
domingo, 24 de dezembro de 2006
A melhor prenda de Natal
O Albano acordou na segunda-feira com o firme propósito de resolver de uma vez por todas o problema das prendas de Natal. Todos os anos sentia o mesmo dilema, sem saber o que oferecer na noite de consoada aos seus familiares. A esposa, essa sim, tinha jeito para tais coisas. Sempre estava mais disponível e não tinha preocupações que a incomodassem. O Albano era diferente. A empresa ocupava-o todos os momentos de todos os dias, ou não o obrigassem a isso a crise económica que domina o país e alguns conflitos com um ou outro trabalhador, que há sempre quem esteja insatisfeito com o ordenado que recebe, como ele tantas vezes dizia. Por isso, escasseava-lhe o tempo para pensar em prendas. Mas o Natal ainda o motivava para se mostrar generoso com quem mais o ajudava nos negócios e com os familiares mais próximos. Restos de uma educação cristã que havia recebido em criança e do ambiente solidário que a época natalícia propicia.
As prendas dos mais directos colaboradores eram fáceis de encontrar. Mais uns dinheiros, para além do subsídio do Natal e do habitual salário mensal, e não era nada mau. Assim, receber quase três meses de uma só vez sempre será muito bom para que os trabalhadores bem comportados possam passar esta quadra mais folgadamente, costumava dizer o empresário, em jeito de quem gosta de mostrar a sua generosidade. Os outros, os que levam a vida a protestar, esses que aprendam a viver e para o ano logo se verá, sublinhava o Albano, quando alguém o criticava por só olhar para alguns. Agora, com a esposa, filhos e pai é que é mais complicado.
Com os primeiros, porque ficam sempre descontentes e à espera de mais, e com o velho, internado num Lar da Terceira Idade, porque nunca reclama nada. Que está tudo bem, que os netos é que precisam, que há pobres a quem falta tudo, que há gente que passa fome, que há refugiados de guerra, que há imigrantes entre nós sem trabalho. Mas para ele, que tem cama, mesa e roupa lavada, nada mais é preciso, garantiu no ano passado ao Albano, quando lhe foi levar um livro como prenda de Natal.
Um livro que o velho afinal nunca abriu. Olhos cansados, uma melancolia que o tem invadido, um gosto pela solidão que ninguém entende, diz a família a quem pergunta por ele. O pai do Albano, Alberto Ferreira, funcionário numa Repartição de Finanças durante uma vida, sempre foi uma pessoa amável e prestável. No fim da carreira, já ajudava a resolver problemas de filhos e netos de contribuintes que o viram entrar na repartição. Conhecia toda a gente e para todos os que se abeiravam dele tinha palavras amigas, entrecortadas pelas últimas anedotas políticas, de que era um exímio mas prudente coleccionador.
GOTAS DO ARCO-ÍRIS - 45
LENHA AMARELA? VERDEAVERMELHADAAZULADA?
Caríssimo/a:
“Em 1900 ainda era frequente
queimar à noite o cepo de Natal.”
Assim escreve o padre João Vieira Resende, na página 257, da “Monografia da Gafanha”.
E quando muito se fala em “voltar às origens”, aqui deixo esta imagem de encantamento, como prolongamento da Ceia. Voltaremos a encontrar este “culto do fogo” lá mais para o Verão na inesquecível noite de S. João, quando meninos e moços, saltávamos a fogueira das palhas das favas que se guardavam.
Mas fogo aconchegador era o que vomitava as chamas pela porta do forno, mudando as cores do barro das paredes para preparar a fornada do pão ou o assado do carneiro.
Menos violento e mais próximo o que acariciava a panela que, nesta Noite, sempre esconderá alguma maravilha (quem sabe, talvez umas enguias...).
E nós lá íamos atrás dessas chamas que subiam, desciam, se encolhiam, se retorciam, mudavam de cor, se extinguiam.
Pegar no fogo, da bica ou do cavaco, era perigoso!...
Onde o encanto do sopro quente que nos fazia proteger os olhos e defender a cara do calor?
Uma boa Noite da Ceia!
Feliz Natal!
Manuel
NATAL - 20
A Sara Reis da Silva enviou-me este "presente de palavras", com votos de um Natal muito luminoso. Aqui o partilho, com os mesmos votos, com os meus amigos.

DIA DE NATAL
::
Hoje é dia de Natal
Mas o Menino Jesus
nem sequer tem uma cama,
Dorme na palha onde o pus.
Recebi cinco brinquedos
Mais um casaco comprido.
Pobre Menino Jesus,
Faz anos e está despido.
Comi bacalhau e bolos,
Peru, pinhões e pudim.
Só ele não comeu nada
Do que me deram a mim.
Os reis de longe lhe trazem
Tesouros, incenso e mirra.
Se me dessem tais presentes,
Eu cá fazia uma birra.
Às escondidas de todos
Vou pegar-lhe pela mão
E sentá-lo no meu colo
Para ver televisão.
:::
(Poema de Luísa Ducla Soares,
incluído na colectânea «Conto Estrelas em Ti»
- org. por José António Gomes, Campo das Letras, 2000).
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