domingo, 9 de janeiro de 2022

Gafanha do Carmo - Pe. José Lourenço

José Soares Lourenço nasceu a 14 de julho de 1923, no lugar do Brunhido, Valongo do Vouga (Águeda). Filho de Artur Lourenço e de Maria Dias Soares. Da sua formação consta a frequência dos Seminários de Coimbra, de Santa Joana (Aveiro) e dos Olivais (Lisboa).
A 13 de julho de 1947, foi ordenado presbítero, na Igreja de Vagos, numa cerimónia presidida pelo Bispo D. João Evangelista de Lima Vidal.
José Lourenço teve uma longa carreira ao serviço da Igreja, na sua primeira nomeação (1947) foi colocado ao serviço da Paróquia de S. Salvador, Ílhavo, sendo depois transferido para a Murtosa. No ano de 1950 foi nomeado vigário paroquial da Gafanha da Encarnação e Capelão da Gafanha do Carmo. A 6 de novembro de 1957, com a criação da Paróquia da Gafanha do Carmo, da qual o presbítero foi um dos grandes impulsionadores, tornou-se o seu primeiro pároco. Ali serviu até 1986, assumindo também a paróquia da Gafanha da Boa-Hora a partir de 1975. Em 1986 foi transferido para Silva Escura. Exerceu, ainda, o múnus de arcipreste de Sever do Vouga (1993-1996) e vigário paroquial de Águeda (1996-1999). Em 2013, regressou a Ílhavo coadjuvando o Padre Urbino Pinho.
Durante os diversos anos que esteve à frente da Paróquia da Gafanha do Carmo iniciou a construção da nova Igreja paroquial, inaugurada a 17 de novembro de 1974, e foi o assistente fundador do Agrupamento de Escuteiros deste lugar.
Faleceu a 27 de agosto de 2016, aos 93 anos. Encontra-se sepultado no Cemitério da Gafanha do Carmo.

NOTAS:
1. Trabalho elaborado pelo CDI (Centro de Documentação de Ílhavo) da CMI, integrado no projeto "Se esta rua fosse minha";
2. Na Gafanha do Carmo, na fronteira com a Gafanha da Encarnação, encontramos a Rua Padre José Lourenço. Este topónimo foi aprovado pela Câmara Municipal de Ílhavo a 31 de maio de 2013 (Ata CMI N.º 31/2013), sendo atribuído à antiga Rua P;
3. Foto do Pe. José Lourenço do meu arquivo.

sábado, 8 de janeiro de 2022

O Papa Francisco em tempo natalício

Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias

Apesar dos seus 85 anos, Francisco continua atento aos problemas da Humanidade e incansável na sua missão. Mostrou-o de modo exemplar neste tempo natalício. Ficam aí apontamentos, extractos de mensagens, chamadas de atenção...

1. Lembrou: "O nascimento de Jesus é um acontecimento universal que afecta todos homens." "Para chegar a Belém é preciso pôr-se a caminho, correr riscos, perguntar e até enganar-se." "Hoje, quereria levar a Belém os pobres e também aqueles que julgam não ter Deus, para que possam compreender que só n'Ele se realizam os nossos desejos e se chega a ser profundamente humano". "Os Magos representam também os ricos e os poderosos, mas só aqueles que não são escravos da posse, que não estão "possuídos" pelas coisas que julgam possuir."

2. Migrantes e refugiados. "A família de Nazaré experimentou na primeira pessoa a precariedade, o medo e a dor de ter de abandonar a sua terra natal.
"São José, tu que experimentaste o sofrimento dos que têm de fugir para salvar a vida dos seus entes mais queridos, protege todos os que fogem por causa da guerra, do ódio, da fome. A História está cheia de personalidades que, vivendo à mercê dos seus medos, procuram vencê-los exercendo o poder de modo despótico e realizando actos de violência desumanos."

Dia da Rotação da Terra

Um simples curiosidade


O Dia da Rotação da Terra celebra-se a 8 de janeiro, data que evoca a demonstração pública da rotação da Terra, em 1851, pelo físico francês León Foucault.
O físico suspendeu uma esfera de bronze de 30kg cheia de chumbo, por um fio de 67 metros de comprimento, no topo do Panteão em Paris. Com este dispositivo, agora chamado de pêndulo de Foucault, o físico francês demonstrou que o plano do balanço do pêndulo girava em relação à rotação da Terra.
Newton tinha descoberto previamente a gravidade, mas ainda ninguém tinha demonstrado a sua causa, a rotação da terra.
A demonstração  da rotação da Terra, hoje incontestada, pode ser apreciada em museus de ciência de todo o mundo.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2022

Admirar Jesus, a ternura de Deus Pai

Reflexão de Georgino Rocha 
para a Festa do Baptismo do Senhor


O baptismo de Jesus oferece-nos uma bela e cativante mensagem, que nos faz mergulhar no nosso próprio baptismo. Após o rito das águas no Jordão, uma série de ocorrências manifestam o alcance dos gestos e, sobretudo, a “categoria” do baptizado. Abre-se o Céu, desce o Espírito, ouve-se uma voz que diz: “Tu és o meu Filho muito amado: em Ti pus a minha complacência”. Entretanto, Jesus permanece em oração. Lc 3, 15-16. 21-22.
A conjunção destes sinais evidencia a realidade profunda do que acontecia: Deus, trindade de pessoas, está presente e actuante no início da “vida pública” de Jesus de Nazaré, envolve-se na sua missão, compraz-se nas suas opções e credencia o seu estilo de vida. Deixa-se ver e ouvir de forma eloquente e envolvente. Mais tarde, voltará a manifestar-se no silêncio confiante do agonizar no Calvário: “Pai, nas tuas mãos, entrego o meu Espírito”. Silêncio e palavra, ocultamento e manifestação, constituem modos humanos de comunicação divina e convidam-nos a mergulhar nos ensinamentos que a mensagem comporta: A ternura do Pai que se compraz no Filho, bem-amado, a atitude filial de Jesus que se recolhe em oração, a suavidade da presença do Espírito que desce em forma corporal, como uma pomba. A voz que proclama, o silêncio que escuta, a mansidão que acolhe.

Rangel de Quadros - Governador do Castelo da Gafanha

Efeméride
1809
7 de Janeiro



João Rangel de Quadros, capitão de cavalaria, foi nomeado governador do “Castelo da Gafanha” ou “Forte Novo”, assim denominado para o distinguir do “Forte Velho” que existia junto da barra, quando esta ficava a sul da Vagueira, próximo de Mira (Marques Gomes, Memórias de Aveiro, pg. 118; Rangel de Quadros, Aveirenses Notáveis, Manuscrito, I, fl. 172) — A.

Calendário Histórico de Aveiro 
de António Christo 
e João Gonçalves Gaspar 

Gatinho dorminhoco

 
Todos os dias, mais hora menos hora, este gatinho gosta de passar pelas brasas neste vaso do nosso jardim. Aproximei-me para aprecias as flores que se renovam frequentemente no arbusto envasado e o gatinho dorminhoco nem deu sinal de vida. O sol aquecia-o nesta manhã friorenta e ali ficou indiferente à fotografia que registei e à vida em seu redor. 
Bom fim de semana para todos.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Não se realiza o Cortejo dos Reis

A pandemia dita as suas leis




Este ano, devido à pandemia, não haverá o tradicional Cortejo dos Reis. Contudo, querendo lembrar o bonito ato dos nossos antepassados, quando levavam à Igreja as suas ofertas, vamos assinalar da forma possível no próximo domingo, dia 9 de janeiro, esta tradição tão arreigada nas gentes da nossa paróquia. Assim, voluntariamente, podemos entregar as nossas ofertas até ao dia 8 de Janeiro no Cartório Paroquia.
Não podendo haver leilão das ofertas, o Conselho Económico e Pastoral encarrega-se de, no domingo, dia 9 de Janeiro, no fim das Eucaristias, atender no hall da entrada do Auditório Mãe do Redentor todos os que pretenderem comprar alguma oferta para ajudar nas despesas da paróquia. Agradecemos a colaboração de todos e pedimos que os bens perecíveis que queiram oferecer, como merendas e doces, sejam entregues no dia anterior ou no próprio dia.

Nota da Paróquia  

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A paróquia de Nossa Senhora da Nazaré tornou público, no final das Eucaristias do passado fim de semana, que este ano não se realizará o tradicional Cortejo dos Reis, tão apreciado e participado pelo nosso povo. Todos compreenderão as razões, mas também percebem que um dos objetivos da festa dos reis é a angariação de fundos para as múltiplas despesas da nossa comunidade paroquial. Daí acreditarmos que todos se mobilizem para entregar os seus contributos como se recomenda. 

Nota: Fotos de Cortejos anteriores 

Gafanha da Nazaré - Rua Trindade Coelho

José Francisco Trindade Coelho nasceu em Mogadouro, a 18 de junho de 1861. Filho de João Trindade Coelho, negociante, e Narcisa Rosa.
No seu percurso académico frequentou o ensino primário e secundário na sua terra natal, em Travanca e depois num colégio do Porto. A 15 de outubro de 1879 matriculou-se em Direito na Universidade de Coimbra, onde se licenciou a 16 de junho de 1885.
O período em Coimbra foi conturbado. No seu primeiro ano chumbou e como punição, o pai cortou-lhe a mesada. Trindade Coelho decidiu enfrentar esta contrariedade, continuando os estudos a expensas próprias através de explicações e escrevendo para jornais, usando o pseudónimo de Belistírio. Fundou ainda dois periódicos – Porta Férrea e Panorama Contemporâneo. Entretanto, contraiu matrimónio, do qual nasceu o seu primeiro filho.
Após a conclusão da licenciatura ainda se dedicou, por um breve período, à advocacia, mas os rendimentos eram escassos e decidiu enveredar pela carreira administrativa, sendo nomeado Delegado do Procurador Régio do Sabugal e depois de Portalegre.

Sabemos que para conseguir o cargo, Camilo Castelo Branco, um amigo próximo, teve de intervir junto do Ministro, mas Trindade Coelho superou as expetativas revelando-se um magistrado notável.
Em 1891, foi transferido para Ovar com o objetivo de ser elegível como deputado, porém recusou o mandato. Foi depois transferido para Lisboa para o Tribunal Auxiliar do 2.º Distrito, onde colaborou com os Conselheiros Neves e Sousa e Francisco Maria Viegas. Com este último fundou a Revista de Direito e Jurisprudência.
Durante o período do Ultimatum Inglês a sua função passava por fiscalizar a imprensa, algo que lhe valeu duras críticas e o colocou numa posição muito desconfortável. Como forma de se afastar desta situação, solicitou a sua transferência para Sintra, para só regressar à capital em 1895, onde pediu a exoneração dois anos depois.
Além da carreira jurídica, dedicou-se ainda ao jornalismo, fundou os periódicos Gazeta de Portalegre e Comércio de Portalegre. Colaborou com diversos jornais como Portugal, Novidades e Repórter e fundou a Revista Nova. Na literatura destacam-se obras como: Os Meus Amores (1891) e In Illo Tempore (1902).
Apesar de ter uma carreira de sucesso como magistrado, um casamento feliz e um elevado prestígio como escritor, vivia constantemente atormentado e inconformado, sendo talvez essa uma das razões que o conduziu ao suicídio.
Trindade Coelho faleceu, em Lisboa, a 9 de junho de 1908.

 NOTAS:

1. Trabalho elaborado pelo CDI (Centro de Documentação de Ílhavo) da CMI, integrado no projeto "Se esta rua fosse minha";

2. Na Gafanha da Nazaré encontramos a Rua Trindade Coelho. Este topónimo é referido pela primeira vez na ata de reunião da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré de dia 15 de abril de 1983 (Ata da JFGN n.º 6/83, de 15 de abril de 1983). O arruamento figura no Plano Geral de Urbanização das Gafanhas da Câmara Municipal de Ílhavo de 1984;

3. Pode ler um bonito conto de Trindade Coelho aqui.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Porto de Aveiro com novo recorde


No passado dia 29 de dezembro, o Porto de Aveiro atingiu um novo recorde anual, ao atingir a marca de 5,632 milhões de toneladas movimentadas, data em que entrou um navio proveniente do Brasil carregando 27 915 toneladas de toros de madeira. Para conseguir esse resultado, foi determinante a entrada de navios de maiores dimensões de boca e comprimento. O anterior melhor ano de sempre no Porto de Aveiro tinha sido se registado em 2018 com a marca de 5,623 milhões de toneladas movimentadas.
Sou dos que acompanharam de perto o crescimento do Porto de Aveiro, em diversos setores (Porto de Pesca Longínqua, Porto de Pesca Costeira, Porto Comercial e Industrial), todos instalados na Gafanha da Nazaré, o que me leve a sentir a obrigação de sublinhar este recorde. Tenho dito e redito que a cidade da Gafanha da Nazaré é, de certa forma, filha do Porto de Aveiro. Há, no entanto, quem goste de inverter as posições. Tudo certo.

F. M.

D. João Evangelista faleceu neste dia

EFEMÉRIDE
1958
5 de Janeiro

No dia 5 de janeiro de 1958, pelo meio-dia, faleceu no hospital da Santa Casa da Misericórdia, onde se encontrava internado desde 11 de dezembro anterior, o arcebispo-bispo de Aveiro, D. João Evangelista de Lima Vidal. A infausta notícia espalhou-se rapidamente, causando profunda consternação.
D. João Evangelista foi o primeiro bispo da restaurada Diocese de Aveiro. Quando ele faleceu já eu tinha 19 anos e conheci-o por força da minha ligação, desde a minha adolescência,  à Ação Católica.
D. João escrevia primorosamente e nas crónicas que publicava utilizava um estilo muito poético. Mons. João Gaspar publicou vários livros alusivos ao nosso primeiro Bispo da restaurada Diocese de Aveiro. Aproveitem para ler D. João  Evangelista. 

Visita à Livraria Lello





Tenho ido ao Porto, cidade a que me ligam gratas recordações, mas há cerca de quatro anos que não visito a célebre e histórica Livraria Lello. Não estará tão recheada como os espaços mais modernos vocacionados para a venda de livros, mas quem lá vai sente uma satisfação especial que nem sabemos explicar muito bem.
Já estive várias vezes na famosa Lello e senti realmente um prazer diferente, daí o vir hoje com esta evocação. Deduzo que este meu gosto terá a ver com o ambiente artístico e arquitectónico que acolhe as estantes com os mesmos livros que poderemos encontrar em qualquer outra livraria.
Há uns quatro anos a entrada era franca, mas agora e desde há anos é preciso comprar bilhete que será abatido na hora de pagar o que se adquiriu.
Na minha agenda registarei uma recomendação para na Primavera visitar a Lello no Porto. Tentarei cumprir.

F. M.

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