sábado, 15 de março de 2025

Hermenêutica feminista das religiões e seus textos

 Crónicas PÁRA E PENSA

Anselmo Borges

A religião/religiões só têm sentido se e na medida em que são factor de libertação/salvação. Ora, a gente fica tremendamente impressionado, quando observa o que de negativo tantas vezes as religiões e os seus textos dizem sobre as mulheres. Que é que isto quer dizer? É  essencial interpretar e não tomar de modo nenhum à letra. Aí ficam, pois, alguns princípios de hermenêutica feminista das religiões e seus textos.

Pressuposto essencial é evidentemente, a compreensão de que os textos sagrados não são ditados de Deus, tornando-se, pois, claro que, sem interpretação, eles se convertem inevitavelmente, em texto fundamentalistas. Os textos sagrados têm de ser lidos de modo crítico e situados no seu contexto histórico.
Um livro sagrado, por exemplo, a Bíblia, só tem validade última e só encontra a sua verdade adequada enquanto todo e na sua dinâmica global. A argumentação com fragmentos pode por vezes tornar-se inclusivamente ridícula. Assim, princípio hermenêutico essencial e decisivo das religiões e dos seus textos é o do sentido último da religião, que é a libertação e salvação. O Sagrado, Deus, referente último do religioso, apresenta-se como Mistério plenamente libertador e salvador. É, pois, à luz desta intenção última que as religiões e os seus textos têm de ser lidos, concluindo-se que não têm autoridade aqueles textos que, de uma forma ou outra, se apresenta como opressores e discriminatórios.

António Gedeão - Minha Aldeia

Minha aldeia é todo o mundo.
Todo o mundo me pertence.
Aqui me encontro e confundo
com gente de todo o mundo
que a todo o mundo pertence.

Bate o sol na minha aldeia
com várias inclinações.
Ângulo novo, nova ideia;
outros graus, outras razões.
Que os homens da minha aldeia
são centenas de milhões.

Os homens da minha aldeia
divergem por natureza.
O mesmo sonho os separa,
a mesma fria certeza
os afasta e desampara,
rumorejante seara
onde se odeia em beleza.

Os homens da minha aldeia
formigam raivosamente
com os pés colados ao chão.
Nessa prisão permanente
cada qual é seu irmão.
Valência de fora e dentro
ligam tudo ao mesmo centro
numa inquebrável cadeia.
Longas raízes que imergem,
todos os homens convergem
no centro da minha aldeia.

António Gedeão

sexta-feira, 14 de março de 2025

Flores do meu quintal


A nossa casa tem espaços para caminhar, trabalhar e sonhar. Eu apenas caminho e sonho, ao jeito da minha idade. E no meu caminhar contemplo flores de sonho.

Arco-íris de paz

A Quaresma carrega consigo a esperança da Páscoa, a razão do nosso ser cristãos. Apesar de um céu cinzento, por vezes, podemos almejar um arco-íris de paz, de solidariedade e fraternidade. Arrisquemos a proximidade como caminho de esperança.

PORTO DE AVEIRO CRESCE


"O Porto de Aveiro deu início a um projecto estratégico de modernização, com um investimento de 1.740 M€ e um prazo de execução estimado de 365 dias, destinado a reforçar o abastecimento eléctrico e impulsionar o desenvolvimento sustentável das suas operações.
A 3 de março foi publicado em Diário da República o concurso público para a execução da empreitada intitulada “Construção da Linha Mista a 60kV SE Gafanha - SE APA”, que prevê a construção de uma linha subterrânea e aérea em alta tensão (60kV) entre a Subestação da Gafanha da Nazaré e a futura Subestação do Porto de Aveiro. Esta obra é considerada essencial para o fortalecimento da infraestrutura elétrica do porto, garantindo maior capacidade para atender às crescentes exigências energéticas."

NOTA: Li em Portos de Portugal 

Eleições em Maio

Em Maio lá teremos eleições. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já anunciou a data (18 de Maio). Quer chova quer faça sol, irei com todo o gosto à Escola Básica Professor Fernando Martins (sim, sou eu) depositar na urna a minha opção. E assim cumprirei o meu dever de cidadão consciente e responsável.


FM

Dia calmo

Hoje apostei num dia calmo e aberto à contemplação. De vez em quando espeitava pela janela para respirar o ar puro da manhã. Já não me sinto com forças para correr de um lado para o outro. Não peguei em livros. Chegaram-me umas revistas. Vão esperar que o apetite me anime. É assim a vida.
Amanhã será outro dia, porventura diferente.

FM

NOTA: A flor dos meus vizinhos veio visitar-nos

quarta-feira, 12 de março de 2025

FEIRA DE MARÇO


Evoco hoje a Feira de Março que se realiza em Aveiro no Parque de Feiras, entre 25 de março e 27 de abril, há séculos, com as alterações adequadas aos tempos de hoje.
Não conheço as estatísticas da participação dos povos da região, mas é garantido que, como é normal, tenha interesse para todas as idades. Como de costume, passarei por lá para saborear, pelo menos, umas farturas e apreciar eventuais novidades.
Há programas cheios para todos os dias, com divertimentos para todos os gostos, de novos e velhos. Como costuma acontecer, não faltarão amigos conhecidos para o bate-papo indispensável. Boa Feira de Março para todos.

FM

segunda-feira, 10 de março de 2025

Como vamos dar asas à águia?

No meu blogue, 
há 8 anos

Embora nem sempre consiga seguir esse seu conselho, que a vida é feita de imprevistos, alegrias e deceções, procuro sair, no dia a dia, da pachorrenta banalidade da existência, se não pela coragem de viajar, ao menos pela riqueza de sonhar, que aí dificilmente alguém me leva a palma. E nesse sonhar, olho para mais uma passagem do referido livro:
«É a hora e a vez da águia. Despertemo-la. Ela está se agitando nas mentes e nos corações de muitos. Não só. Ela anima a história e penetra na própria realidade íntima de cada ser humano. Uma águia nunca voa só. Vive e voa sempre em pares.» E mais adiante: «Cada um hospeda dentro de si uma águia. Sente-se portador de um projeto infinito. Quer romper os limites apertados do seu arranjo existencial. Há movimentos na política, na educação e no processo de mundialização que pretendem reduzir-nos a simples galinhas, confinados aos limites do terreiro. Como vamos dar asas à águia, ganhar altura, integrar também a galinha e sermos heróis de nossa própria saga?»

De uma conferência de Leonardo Boff 

A LITA ESTÁ DE PARABÉNS


A Lita está hoje de parabéns. Ao completar 85 anos de vida, mantém a liderança da casa, cultivando a harmonia entre todos os membros da família. Nunca escondeu a idade que tem e até faz gala de sublinhar que já passou a barreira dos 85 anos. Não tem o dinamismo que a caracterizou ao longo da nossa vida em comum, a caminho dos 60 anos, mas demonstra à evidência a alegria de viver e de partilhar o dom de amar os que a rodeiam e de criar amizades com uma facilidade que me espanta.
A festa que a Lita merece será ao sabor da maré como é natural, com filhos, netos e bisneta, nora e genro, a partir de hoje, mas tenho a certeza de que toda a família estará com ela, mesmo à distância, já que o amor não tem barreiras e do longe se faz o perto graças aos meios de comunicação.
A Lita precisa e merece a ternura de todos nós, a atenção dos que a envolvem, porque é na dor de cada um e nas preocupações de todos que o amor da Lita sobressai com o carinho adequado, os conselhos oportunos e a disponibilidade total para o que for preciso.
Com o passar dos anos, as limitações não deixam de marcar terreno, a saúde vai dando lugar a certas impossibilidades, mas a Lita não desiste de procurar soluções. Consulta médicos, cuida da sua alimentação como ninguém, governa a casa como só ela sabe, vai às compras com os cuidados impostos  pelas circunstâncias e teima em me proibir de sair porque, diz ela, se calhar com razão: — Tu és um descuidado...
Neste outono da nossa existência, continuaremos a acreditar que a vida plena, com a alma primaveril, merece ser partilhada com a família toda, em especial, e com todo o mundo, em geral.
Um beijo do teu...

Fernando 

domingo, 9 de março de 2025

GAFANHA - Propriedade Agrícola


Sobre a propriedade agrícola diga-se que nos primeiros tempos do povoamento desta região ela era razoavelmente extensa. Porém, à medida que o número de famílias foi aumentando, por força de novos colonos ou dos seus descendentes, em grande número, dos primeiros gafanhões, logo a terra começou a ser retalhada. E nunca mais deixou de o ser, até hoje. Também a venda de propriedades se fazia com muita facilidade, numa prova evidente de pouco apego à terra. Daí dizer-se, por exemplo, que se trocava um terreno por uma fornada de boroa ou por uma caldeira de papas.
Sublinha a propósito disto o Padre Resende que “ainda hoje se diz que um tal José Gafanha vendeu uma grande propriedade por... um GABÃO!” E continua: “Manuel Petinga, da Nazaré, possui uma escritura de 1807, pela qual Jacinto Francisco Sarabando tinha comprado a Luísa Maria, viúva de António Ferreira, uma terra no sítio da Chave por vinte e quatro mil reis. Apesar daquele local ser o terreno das primeiras culturas, e portanto o mais valorizado, foi vendido por este preço insignificante. Hoje [1944] ‑ continua o Padre Resende – vende-se o metro quadrado a 17$00 ao norte, a 5$00 ao centro e a 2$00 ao sul da Gafanha”. Bons tempos, dizemos nós!

Fernando Martins

PESQUISAR

DESTAQUE

Animais das nossas vidas

O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

https://galafanha.blogspot.com/

Pesquisar neste blogue

Arquivo do blogue