Rever fotografias é, normalmente, um prazer. E se forem antigas, então o prazer é redobrado. Foi o caso de hoje. Ao abrir uma caixa de cartão, encontrei velhas fotos já muito adulteradas pelo tempo. Sem ser técnico destas artes, nem de outras, dei-me ao gosto de tentar aperfeiçoar algumas, nem sempre com êxito. De qualquer modo, a Lita ficou muito satisfeita ao recordar quem a criou desde que nasceu.
sábado, 13 de janeiro de 2024
sexta-feira, 12 de janeiro de 2024
Carismas na Igreja Católica
"Diz-se que se corre o risco, neste momento, de novas divisões na Igreja. Esses movimentos reconhecem as grandes e originais dimensões do espírito reformista do Papa Francisco. O grande empreendimento deste Papa é a promoção de uma Igreja sinodal que implica caminhar juntos na comunhão, na participação e na missão. Isto, ao nível de toda a cristandade, é um longo acontecimento que nunca pode estar resolvido. É uma Igreja em processo de mudança e quem não perceber isto não entende nada da originalidade da intervenção do Papa Francisco. É ele próprio que acaba de nos incitar a “não ter medo da diversidade de carismas na Igreja”. Pelo contrário, devemos alegrar-nos por vivenciar esta diversidade. Os cristãos precisam de compreender e viver o dom da diversidade. Se formos guiados pelo Espírito Santo, a riqueza, a variedade, a diversidade, nunca provocam conflito."
Frei Bento Domingues
no PÚBLICO
quarta-feira, 10 de janeiro de 2024
terça-feira, 9 de janeiro de 2024
CARNE DE CÃO
A televisão anunciou hoje que a Coreia do Sul pôs fim ao consumo da carne de cão. Não será motivo para grande espanto quando por todo o mundo se come carne de diversos animais. Para a nossa cultura, porém, carne de cão não está nos nossos hábitos. E logo me lembrei de um livro de José Luís Peixoto — Dentro do Segredo - Uma viagem na Coreia do Norte — publicado em 2012, onde o escritor relata o facto de por lá se comer carne de cachorros. Fui confirmar, não fosse dar-se o caso de eu estar enganado. E lá vem na página 107: — “Comi carne de cão de duas maneiras: sopa de cão e cão frito. Frito sabia a pombo. Vinha num pequeno prato uma porção de carne desfiada e fígado. Não trazia temperos fortes. Cortado em tiras finas, o fígado frito sabia a iscas. O montinho de carne desfiada sabia a pombo”. E a descrição continua, mas fico-me por aqui. Já imaginaram se a moda pega?
ÉLIO TAVARES — Um homem bom
O HOMEM DO LEME
Em qualquer navio, que nos mares navega,
vai sempre, firme no seu posto,
o HOMEM DO LEME!
Suas hábeis mãos giram sem cessar a roda,
ora a bombordo, ora a estibordo,
enquanto o seu olhar na bússola se fixa,
para o rumo manter sempre certo.
Lá vai, sempre atento, o TIMONEIRO,
quer navegue em mar chão e sereno,
quer afronte as alterosas vagas.
Leva na alma a mais certa bússola.
— Nossa Senhora dos Navegantes,
e no coração os seus maiores amores,
invisíveis mas sólidas âncoras,
que o prendem à terra distante e querida:
a mulher, os filhos, os pais saudosos!
E murmura, como em prece, o homem do leme:
— Roda que dos meus me apartaste,
leva-me de novo, segura e certa,
para junto daqueles que tanto amo!
Élio Tavares
NOTA: Evoco hoje um amigo que colaborou no TIMONEIRO. Élio Tavares era o seu nome e morava na Praia da Barra. Nunca conheci a sua família e vivia numa solidão serena, apesar de tudo. Morreu há muitos anos e nunca cheguei a saber se tinha espólio literário. Escrevia muito. Prosa e poesia ficava ao meu critério, mas era impossível publicar tudo.
Um dia foi residir para um hospital-Lar na Tocha. Indaguei e fui visitá-lo. Estranhei a sua escolha. Tinha sofrido da doença de Hansen [Lepra] como dizia, mas estava curado.
Estava sentado na cama... a escrever. E lá me deu mais textos para o nosso jornal. Depois faleceu. Há muitos anos. É justo que o evoque com saudade. Paz à sua alma.
Fernando Martins
segunda-feira, 8 de janeiro de 2024
O nosso Cortejo dos Reis
Em memória de uma nossa vizinha que participava regularmente no Cortejo. Já "vive" com o Menino Jesus da sua devoção |
Desde que me conheço, sempre arranjei tempo para viver por dentro o nosso Cortejo dos Reis. Em menino, levei pela mão o meu irmão Armando, que todos na família tratávamos por Menino… Os nossos presentes, amarrados na ponta de uma cana, eram o nosso orgulho, penso que por causa de um bacalhau com bom aspeto.
O nosso pai, Armando Grilo, foi levar-nos a Romelha (ou Remelha?) para fazermos todo o percurso a pé. O meu irmãozito não falava muito, mas lá me seguia.
Durante o percurso, até à Igreja matriz, vivenciámos a alegria que envolvia toda a gente. Só parávamos na apresentação dos Autos de Natal, nos sítios previamente estabelecidos. E chegámos à Igreja Matriz.
Cansados, mas satisfeitos pelo que pudemos apreciar. Olhámos um para o outro, sem saber que fazer. Os nossos pais não andavam por ali. Que fazer? Rumámos a casa com os presentes.
Quando chegámos, os nossos pais, admirados, atiraram-nos, no meio de gargalhadas:— Então não entregaram os presentes ao Menino Jesus?
Entre ingénuas gargalhadas a minha mãe atirou: — Vai à igreja, Armando, e paga os presentes.
Sara Reis da Silva na "Ílhavo - Revista"
SONHA QUE O FILHO SAIBA LER O MUNDO
SARA REIS DA SILVA APRESENTA-SE COMO “A PROFESSORA DOS LIVROS”, CITANDO O FILHO, QUANDO TINHA 5 ANOS. CRESCEU NA GAFANHA DA NAZARÉ, ENTRE A IGREJA MATRIZ E O JARDIM OUDINOT. DOUTOROU-SE EM LITERATURA PARA A INFÂNCIA NA UNIVERSIDADE DO MINHO, EM BRAGA, ONDE HOJE DÁ AULAS, E É AUTORA DE DIVERSOS LIVROS. A LITERATURA DEFINE, ESTRUTURA E ALIMENTA A SUA VIDA. GOSTA DE VIVER INTENSAMENTE, TENTA NÃO DESILUDIR NINGUÉM E DAR SEMPRE O MELHOR DE SI.
A sua paixão pelos livros não tem uma data oficial de nascimento. Foi germinando lentamente, graças ao avô António que, apesar de “só” ter a quarta classe, gostava de ler e de escrever, e da professora do 1.º ciclo, Maria José Venâncio, que criara uma pequena biblioteca na sala de aula, da Escola da Cambeia. À época, os livros para a infância não abundavam. Reconhece a felicidade de ter pais que proporcionaram a oportunidade de adquirir alguns livros, de ter familiares que ofereciam ou emprestavam livros e, ainda, de ser vizinha do professor Fernando Martins e de usufruir da sua biblioteca.
Lê diariamente e muito. Lê ficção para a infância e a juventude, estudos teóricos para a docência, a investigação e os projetos que integra - Rede Temática “Las literaturas infantiles y juveniles del marco ibérico” e Observatório de Leitura de Pombal. Gosta de ouvir muitos escritores, não conseguindo eleger um. Debruçou-se sobre Miguel Torga e Manuel António Pina nas teses de mestrado e de doutoramento, orientada pelos professores Luís Machado de Abreu e Blanca-Ana Roig Rechou, respetivamente. Não consegue escolher “o” livro. A sua vida, em momentos diferentes, é marcada por vários livros, que fazem companhia, ajudam a compreender a si própria, os outros e o mundo.
domingo, 7 de janeiro de 2024
Flor estilizada para este domingo
O Google, atento e cooperante, estilizou uma foto registada por mim, o que agradeço. Como não sou nem quero ser egoísta, resolvi partilhá-la com os meus amigos, com votos de bom domingo.
De 2023 para 2024: tensões e esperança
Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Notícias
Havia regiões nas quais, na noite de passagem de ano, tudo o que é velho - roupas, pratos, mobília - ia pela janela fora para a rua. E também é sabido que nessa noite há licenças ao nível do álcool e outras que normalmente não são admitidas. É um pouco como se, retomando, agora de modo secularizado, os mitos cosmogónicos, se instalasse o caos primitivo, para em seguida, como fizeram os deuses in illo tempore, ser reposta a ordem do cosmos.
Perante um ano novo que está aí à nossa frente, os sentimentos misturam-se: perplexidades, entusiasmo, dúvidas, expectativas, temores, esperança... Que é que nos reserva o novo ano: para mim, para a minha família, para os meus amigos, para o país, para a Europa, para o mundo? Será melhor, será pior que o ano que passou? Querendo ir mais fundo, até somos tentados a pensar que é igual, que tudo se repete: morre um ano, surge outro ano, na roda eterna do mesmo... Mas não é assim. Nunca houve na história de cada um de nós, na História do país, na História da Europa, na História da Humanidade, na História do mundo, com uns 14 mil milhões de anos, um ano como este, o de 2024, que acaba de surgir. Ele está aí, novo, pela primeira vez, como criança acabada de nascer. E, exactamente como a criança, está aí com confiança.
sábado, 6 de janeiro de 2024
sexta-feira, 5 de janeiro de 2024
OUTROS TEMPOS — 1926
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Propriedade agrícola dos nossos avós
Pe. Resende Sobre a propriedade agrícola diga-se que nos primeiros tempos do povoamento desta região ela era razoavelmente extensa. Porém, à...
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Já lá vão uns anos. Os primeiros passos para a sua construção estavam a ser dados. Passei por lá e registei o facto. As fotos retratam o qu...
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