PELO QUINTAL ALÉM – 4
O NABO
A*
Zé M.ª Parrachoche
Manuel Nunes Sarromão e Maria Augusta
João Encante
Plácido
Caríssima/o:
«O nabo e o peixe, debaixo da geada crescem.»
Vem a propósito, pelos gelos que temos sentido...
a. Este ano os nabos do nosso quintal são muito bichosos, muito feios e pouco se aproveita da cabeça; valha-nos a rama e... esperemos pelos grelos.
e. Ali pela Borda era uma fartura.
Nesta quadra do ano, não fora o nabo e a fome apertaria mais forte por meados do século passado, alturas daquilo a que os letrados chamam pomposamente de «grande guerra».
E não era só para nós, as crianças, que deambulávamos sempre perto do Esteiro. Crus e à dentada, a nossa dieta preferida; quando cozidos com a rama e o carapau de «três vinte e cinco», torcíamos o nariz... Também para o porco que estava no curral, os nabos substituíam a batata que escasseava.
Parece que os terrenos arenosos propiciavam boas colheitas...
i. O nabo é barato, saudável e fácil de preparar e de cultivar ( mesmo em solos pobres).
A cabeça tem as honras, mas talvez não se saiba que as folhas de nabo, que muitos cozinheiros não aproveitam, são mais nutritivas do que as raízes.
Muitas pessoas servem os nabos frescos ou cozidos, mas eles também podem ser assados, cozidos no vapor ou fritos. Pelo sabor doce e ao mesmo tempo picante, o nabo pode ser usado em saladas, cozidos, sopas e pratos de legumes.