sábado, 12 de setembro de 2009

Escola Secundária da Gafanha da Nazaré passa com distinção

Escola Secundária da Gafanha da Nazaré

Mérito para toda a comunidade educativa


Fiquei um dia destes muito satisfeito quando li, no Timoneiro, mensário da Gafanha da Nazaré, um texto de Jorge Pires Ferreira, chefe de redacção, que sublinhava ter passado a Escola Secundária, segundo a avaliação do Ministério da Educação, com distinção.
Eu, que me considero bem informado sobre o que diz respeito à minha terra, desconhecia esse facto. Por certo, outros haverá, merecedores de serem divulgados, que me escapam.
A Escola Secundária da Gafanha da Nazaré (ESGN) foi, então, avaliada pela Inspecção Geral da Educação e o mérito, classificado com “Bom” e “Muito Bom”, diz bem do trabalho desenvolvido neste estabelecimento de ensino, onde não faltam projectos apoiados por uma “vasta rede de parcerias” e por uma “liderança dinâmica e motivadora", como se lê na reportagem.
A ESGN foi frequentada, no último ano lectivo, por 771 alunos, sendo 340 do 3.º Ciclo e 341 do Secundário. Para além desses, há os alunos das Novas Oportunidades. Leccionam 119 professores, havendo 46 funcionários.
O mérito alcançado vai inteirinho para quantos lideram, leccionam, trabalham e estudam nesta escola. Mais ainda: para as famílias, parceiros de projectos e demais instituições que apoiam a ESGN.
Os meus parabéns a todos.
FM

Português e Matemática

A palavra escola vem do grego scholê, que significa ócio. Não se trata, porém, do ócio da preguiça, mas do tempo livre para o exercício da liberdade do cidadão enquanto homem livre, tendo, portanto, a escola de ser o lugar e a instituição da formação para o ser Homem pleno e íntegro.
Há aquele preceito paradoxal de Píndaro: "Homem, torna-te no que és". Então, o Homem já é e tem de tornar-se no que é? Realmente, quando se compara o Homem e os outros animais, constata-se que os outros já vêm ao mundo feitos enquanto o Homem nasce prematuro, por fazer e tendo de fazer-se: devido ao que os biólogos chamam a neotenia, já nasce Homem, mas tem de fazer-se plenamente humano. E aí está a razão da educação enquanto o trabalho mais humano e humanizador, de tal modo que Fernando Savater pode justamente considerar os professores como "a corporação mais necessária, mais esforçada e generosa, mais civilizadora de quantos trabalham para satisfazer as exigências de um Estado democrático". Porque o que é próprio do Homem não é tanto aprender como "aprender de outros homens, ser ensinado por eles".
Savater também escreve, com razão, que "a principal disciplina que os homens ensinam uns aos outros é em que consiste ser Homem". Por isso, o horizonte da escola tem de ser o Homem na sua humanidade plena, o humanismo integral. Não se justifica aquela abusada separação entre ciências e humanidades. Aliás, na base dessa separação está um equívoco: a denominação de "humanidades" é de origem renascentista, não por oposição às ciências - essa separação entre ciências da natureza, com base na explicação, e ciências do espírito, com base na compreensão, acentuou-se no século XIX -, mas aos estudos bíblico-teológicos. De facto, das humanidades faziam parte tanto o Banquete, de Platão, como os Elementos de Geometria, de Euclides.
Compreende-se, pois, que da educação faça parte tanto o Português como a Matemática. Mas, se a linguagem é estruturante de mundo e o saber fundamental, torna-se claro que, se a compreensão do Português for frágil, não há razão para espanto no desastre em Matemática.
Fica aí uma súmula de erros em Português em escritos académicos recentes de estudantes universitários.
Erro constante é o de colocar o verbo haver no plural, quando deveria ser colocado no singular. Note-se, porém, que este erro é frequente mesmo em professores dos diversos graus de ensino, ministros, gestores, advogados... Exemplos: "haviam muitas possibilidades", "poderiam haver outros partidos". Neste caso, será preciso perguntar qual é o sujeito.
Uma boa pontuação é rara e uma bênção, pois dificilmente se sabe colocar uma vírgula no lugar certo. Mas não é raro colocá-la imediatamente a seguir ao sujeito da frase. Será então preciso perguntar: qual é a lógica que preside à coisa?
Agora, casos concretos: "o homem dasse a conhecer"; "vou reflectir à cerca de outro tema"; "deve-se dizer não há violência"; "se ele mandá-se, como seria?"; "há-dem ver" - aqui, observo que já ouvi esta a um ministro; "o nosso tempo trás de volta o mito"; "isto nada tem haver com o que foi dito"; "à muito tempo que é assim"; "tratam-se de questões complexas" - é muito frequente ouvir este erro na televisão, na rádio e em conferências; "vamos, quando quiser-mos"; "é assim; senão vejamos" - outro erro comum.
Por onde começar na reforma do ensino?
Tive a sorte de ter tido excelentes professores, mas talvez aquele ao qual mais devo seja o da escola primária, como então se dizia - saíamos de lá a dividir correctamente as orações, a distinguir entre um "que" relativo e um "que" integrante, um "se" condicional e um "se" infinitivo, e a redigir sem erros mortais. Ele não tinha passado pela Universidade, mas era dedicado e punha-nos a fazer essas coisas - redacções ou composições literárias, ditados, cópias... - com naturalidade e exigência, corrigindo diariamente o que era para corrigir. Cumpria como professor o que diz o étimo, que é profiteor: declarar abertamente, confessar publicamente, proclamar, obrigar-se a, dar a conhecer, entregar uma mensagem, ensinar.
.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Efeméride



“Quando se fez ao mar, a nave escura,
Na praia essa mulher ficou chorando,
No doloroso aspecto figurando
A lacrimosa estátua da amargura!”

Assalta-me à memória hoje, com mais acutilância, este excerto do soneto de Gonçalves Crespo, Mater Dolorosa!
Ficou, indelevelmente, gravado na memória, quando em 1966, apareceu na prova escrita do exame de Português, e nunca mais se apagou.
Foi, nos verdes anos, que tive contacto com esta mesma realidade, da separação... da mãe, dos seus entes queridos. A veemência do sentimento maternal, aqui explícito, haveria de marcar-me, para sempre. Senti-o na pele, quando a família foi desmembrada pelo drama da emigração.
Pude vivenciar de perto a dor profunda duma mãe que também, à semelhança daquela que é retratada no soneto, viu partir metade da família para além mar. Tal como na saga dos navegadores portugueses da época dos Descobrimentos, também iam à procura do desconhecido, noutras terras, noutras paragens. Iam, em suma, à procura duma terra prometida.
Não vou descrever aqui, hoje, o drama humano da emigração, que abalou muitas famílias, no século passado. Durante anos, os destinos mais procurados foram o Brasil e a Argentina, que arrebanharam para si muitos chefes de família. Mergulhados no fascínio de um novo destino e absorvidos pela aculturação, abandonaram para sempre os familiares esquecidos, em Portugal. Quando esse chão deixou de dar uvas e a árvore das patacas havia secado nesse países latino-americanos, começou o êxodo para a Europa central - França. Alemanha, Luxemburgo, Suíça... Mais tarde, foi a terra do Tio Sam que exerceu atracção sobre numerosas famílias de todo o mundo, ao qual não escapou o nosso pequeno país, parco de recursos e oportunidades. Ainda não tinham chegado as Novas......!!! Aquele melting pot de etnias várias, aquela mistura explosiva, também contém, na sua amálgama, muito sangue lusitano. E... quem não se lembra dos Luso-Americanos, que, em meados do século passado, invadiam as ruas estreitas da Gafanha, com as suas sumptuosas “banheiras”? Estas entupiam, completamente, a passagem dos carros de vacas, que tinham que se arrumar para a berma das poucas estradas que havia, numa Gafanha rural.
Pois! Foi este espectáculo que presenciou a pessoa que hoje, assinaladamente, evoco e que tanto sofreu com essa partida para os Estados Unidos da América, em 1963. Quase que, num simbólico tributo ao país que deu conforto material à sua família, acolhendo-a no seu seio, foi juntar-se às vítimas do 11 de Setembro de 2001, no ano transacto. Foi assim que transmiti aos amigos, a notícia desta derradeira partida.
Ficou a memória duma pessoa sofrida, em prol da família e que durante anos viveu a dor da separação. A vida que lhe havia sido madrasta, compensou-a durante várias décadas, ainda, com o regresso do marido e pai, que tão arduamente lutou pela subsistência dos filhos.
Fica a memória saudosa de alguém que personificou tal como a heroína do soneto, a intensidade do amor maternal.
Que a sua alma descanse no reino da Glória!
.
Mª Donzília Almeida
11.09.09

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Biblioteca Municipal e Fórum da Juventude de Ílhavo celebram aniversário

Biblioteca Municipal de Ílhavo


A Biblioteca Municipal e o Fórum da Juventude de Ílhavo vão celebrar amanhã, 11 de Setembro, os seus primeiros quatro anos de existência, em prol da cultura. Durante quatro anos, estes equipamentos têm vindo a afirmar-se como excelentes espaços de consulta, de trabalho, de pesquisa, de convívio e formação, sendo já uma referência na Rede Nacional de Bibliotecas e uma peça de arquitectura de reconhecido mérito a nível internacional.
A Biblioteca regista 4680 utilizadores inscritos, 13 706 empréstimos de livros, sendo de 135 092 o número de leitores de periódicos, até esta data. Também o Fórum da Juventude desenvolve uma acção com assinalável impacto junto dos mais novos.
.
Ver programa detalhado aqui

LEGISLATIVAS

São sempre os mesmos
a fazer as mesmas políticas


Tenho seguido, dentro do possível, os debates políticos, com vista às legislativas. Penso que os debates são importantes, porque necessários ao esclarecimento dos eleitores. No final de cada um, em que participam dois candidatos ao cargo de primeiro-ministro do Governo de Portugal, há, por parte de alguns órgãos de comunicação social, uma espécie de classificação, para se indicar o vencedor. Tudo servirá para nos ajudar a medir a capacidade, a preparação e a habilidade de cada interveniente para levar a água ao seu moinho.
Porém, tenho dúvidas de que o povo alinhe neste jogo, porque na hora de decidir pesa apenas, nos pratos da balança, a pequena diferença entre os dois principais partidos. Os outros servem tão-somente, por aquilo que se tem visto na vida da nossa democracia, para jogos políticos, quantas vezes à margem do parlamento. Mais ponto menos ponto, o partido vencedor será PS ou PSD. Com ou sem maioria absoluta.
Os portugueses como que se habituaram a um certo conservadorismo, inclinando-se ora para um ora para o outro partido, não vendo alternativas possíveis nos demais. De qualquer forma, é positivo alimentar o sonho de que mais ano menos ano os eleitores lusos consigam vislumbrar novas propostas nos partidos novos, com gente de mentalidades diferentes, capaz de conduzir com outra mestria a barca portuguesa.
Vendo que, legislatura após legislatura, Portugal e os portugueses continuam na mó de baixo, sem horizontes de um futuro mais próspero, tenho para mim que é urgente descobrir uma forma de renovar todo o nosso sistema eleitoral, de modo que haja vias alternativas para  uma governação diferente, para melhor, onde nos sintamos bem representados nos diversos cargos públicos e políticos. Tal como está, tenho a sensação de que são sempre os mesmos a fazer as mesmas políticas.
.
FM

Os 50 autores mais influentes do século XX

Segundo José Mário Silva, entre os 50 autores mais influentes do século XX, há um português, Fernando Pessoa. Embora sejamos, como se diz, um país de poetas, e não só, apenas um pôde figurar na lista dos 50 mais importantes. Mesmo assim, penso que a escolha tem razão de ser.
FM




Por muito que paire sobre nós, dominadora, a obra de Pessoa é tão excepcional, tão fulgurantemente única, que não deixou discípulos ou epígonos. No estrangeiro, tornou-se entretanto o epítome das letras lusas e da nossa problemática identidade, bem como do nosso imobilismo reflexivo e melancólico, tão bem fixado nessa obra-prima absoluta que é o inacabado (e inacabável) Livro do Desassossego, de Bernardo Soares.”
José Mário Silva
Na revista LER

Bento XVI pede tempo para fazer silêncio

Penso que é cada vez mais necessário fazer a experiência de viver, momentos que sejam, o silêncio, como recomenda o Papa Bento XVI. No meio do barulho ensurdecedor das políticas e das misérias humanas, como corrupções, agressões, guerras e injustiças,  há que encontrar uma nova forma de estar em sociedade, no respeito absoluto pelos nossos parceiros no mundo.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

MANIFESTO DE OBAMA PARA OS ALUNOS

Obama
.
Ninguém nasce bom em nada
.
O  Presidente OBAMA falou aos alunos do seu país, em termos que nos devem levar a reflectir. Pais, alunos, professores, enfim, toda a comunidade educativa precisa de ler a mensagem. O jornal i publicou-a hoje na íntegra. Pode lê-la aqui.

Vândalos à solta em Ílhavo


Esta noite, vândalos à solta provocaram estragos no Centro Cultural de Ílhavo. Diz a autarquia que “vai ser realizada uma vistoria e um relatório técnico por uma equipa pluridisciplinar para analisar quaisquer outras possibilidades de origem desta situação, não existindo qualquer indício de se tratar de um problema estrutural do edifício”. E acrescenta: “A confirmar-se a forte suspeita de acto de vandalismo, o seu nível de elaboração e de violência são chocantes, estando perante um acto de crime público que se repudia, sem conseguir entender o que possa estar por detrás de uma situação tão anómala.”
Mesmo entre um povo pacato, como é o povo trabalhador do concelho de Ílhavo, surgem, de quando em vez, crimes destes. Afinal, numa democracia adulta, não faltam pessoas que pensam e agem como se os seus ódios ou eventuais problemas só pudessem ser resolvidos a tiro.
É pena que assim seja. A não ser que tais vândalos não passem de doidos varridos e incapazes de medir os seus actos.
FM

Horizontes estreitos e redutores geram pobreza social


"Interrogo-me, frequentemente, até que ponto este mundo europeu de democratas já se apercebeu de que, em democracia, não vinga o sentido único e que este nada tem de livre e liberto. Pelo contrário, gera, inevitavelmente, horizontes estreitos e redutores, por via da ignorância e da cultura unidimensional, daqueles que, no poder ou fora dele, pensam e dizem que quem não está com eles, está sempre errado? As convicções de uns não podem esvaziar as convicções dos outros. Não se pode fazer um mundo à medida de cada um. Não se pode menosprezar um património cultural de séculos com valores universais. Sem referências, validamente testadas, não é possível dialogar, nem procurar, em comum, os melhores caminhos e, muito menos, integrar novidades num mundo onde nem tudo perdeu o valor e nem sempre o último que chega vale tudo."

António Marcelino

In CV

Autarquias apoiam natalidade

Bebé satisfeito com a prenda
.
200 euros mensais
.
Toda a gente sabe que Portugal, como a Europa, está a envelhecer. A esperança de vida está a aumentar, e a natalidade a diminuir. Frutos dos tempos que correm. Mas há autarcas que apostam no apoio às famílias, incentivando, se possível, o esforço por um país mais novo. Ribeira de Pena, em Trás-os-Montes, dá um bonito exemplo dessa atenção às famílias. Cada bebé passa a contar, desde que nasce até aos dois anos, com 200 euros mensais... Boa ideia para Portugal. Sem demagogias.

Pesquisar neste blogue

PARA PENSAR

Vencer na vida não é apenas cruzar a linha de chegada, é aproveitar cada passo antes disso.

PESQUISAR

Arquivo do blogue

DESTAQUE

Propriedade agrícola dos nossos avós

Pe. Resende Sobre a propriedade agrícola diga-se que nos primeiros tempos do povoamento desta região ela era razoavelmente extensa. Porém, à...