quinta-feira, 26 de março de 2009

Crónica de um Professor

“To be or not to be, that’s the question”- Hamlet
Shakespeare
Várias vezes, aquela aluna a solicitara, para obter informação mais avançada, no domínio da Língua Inglesa. Queria saber mais… queria conhecer o significante em Inglês, daquelas palavras que lhe povoavam a mente. Palavras soltas que ouvia nas canções dos seus ídolos. Espantava-se a teacher, com aquela inusitada curiosidade, acerca da língua estrangeira que preenchia o seu currículo e cuja aprendizagem agora iniciava. Sim, a Cristiana, aquela menina de longos cabelos de azeviche e olhos de amêndoa, com a profundidade do oceano, dava os primeiros passos no decifrar da Torre de Babel. Era a teacher uma privilegiada neste campo, pois tinha ali, na sua frente, uma discípula ávida por desvendar as língua dos Beatles, dos Rolling Stones e de tantos que fizeram as delícias da sua juventude. Que reconfortante ter no meio daquela massa de gente, às vezes amorfa, às vezes hiperactiva, alguém que lhe bebia as palavras e queria descobrir-lhe os segredos. - É a letra duma canção, Sra Professora! Não percebo esta palavra… Estando, ainda na iniciação à Língua Estrangeira, espantava-se a teacher com o acervo de palavras, de significantes que aquela aluna já possuía. Não era vulgar na sua idade e na sua condição de beginner! O desejo de entender as letras das sua canções preferidas… fazia aquele milagre. Um dia, segurando na mão um papel escrito, dirige-se à mestra e diz-lhe: - Podia passar-me para Inglês este texto? É a letra duma canção que escrevi. É que… eu quero ser cantora! Abriu a boca de espanto... sorrindo ao mesmo tempo, pois isso evocava-lhe os tempos, não muito longínquos, em que as suas colegas a haviam solicitado, para escrever os hinos da escola: o Hino ao Ambiente, musicado e já gravado em cassete, e o Hino da Escola, ainda nas mãos do compositor. Será que a sigla dos nomes de ambas as intervenientes neste episódio, CD, seria premonitória de algum compact disk a sair num futuro risonho? Hoje, no fim da aula, veio revelar-lhe, com a satisfação dos afortunados, que fora convidada para cantar num sarau. A Escola que “... fazes desabrochar sementes em ti caídas...” tal como diz o seu hino, fora ao encontro dos seus desejos. E… a Cristiana era uma menina feliz, no dealbar de uma promissora carreira, quem sabe? A teacher ali estava, para acarinhar e orientar talentos emergentes, e... ser ou não ser uma cantora é o dilema existencial que vai dominar o pensamento e a vontade desta lírica criatura!
Mª Donzília Almeida 23.03.09

quarta-feira, 25 de março de 2009

MOINHOS ABERTOS em 4 de Abril

No dia 4 de Abril, um Sábado, no âmbito do Dia Nacional dos Moinhos, que se assinala a 7 de Abril, terá lugar o Dia dos Moinhos Abertos de Portugal, iniciativa organizada pela Rede Portuguesa de Moinhos, com o apoio da TIMS, Sociedade Internacional de Molinologia. Pretende-se chamar a atenção dos Portugueses para o inestimável valor patrimonial dos nossos moinhos tradicionais, de forma a motivar e coordenar vontades e esforços de proprietários, moleiros, organizações associativas, autarquias locais, museus, investigadores, molinólogos, entusiastas, amigos dos moinhos e população em geral.

AVEIRO: Feira de Março abriu hoje

(Foto do meu arquivo)
Segundo reza a história, a Feira de Março terá nascido por decreto régio de D. Duarte, no ano de 1434. Outros sugerem que a feira franca, que esteve na origem da actual Feira de Março, surgiu antes dessa data. Mons. João Gaspar, no seu mais recente livro, “AVEIRO – Recordando Efemérides”, aceita aquele ano e até adianta o dia 27 de Fevereiro. E acrescenta: “El-Rei D. Duarte, julgando ser do seu serviço e para bem do Reino e com o propósito de engrandecimento de Aveiro, nesta data deu «poder e licença» ao infante D. Pedro, seu irmão, que mandasse «fazer e se faça daqui em diante em cada hum ano na sua uila dAveiro e no mês de Maio huma feira franqueada, a qual se fará por esta guisa começar-se no primeiro dia do dito mês e durará até ao dia de São Miguel seguinte, que são outo dias.” Sublinha a seguir que “desde cedo foi transferida para os últimos sete dias de Março.” Depois destas curtas notas históricas, penso que vale a pena salientar que a Feira de Março está, de facto, no nosso imaginário. Quem há por aí que a não tenha visitado, nem que seja a correr, como quem cumpre, religiosamente, uma obrigação anual. Eu também lá costumo ir, nem que seja de fugida. Olho a animação, aprecio as quinquilharias, dou uma volta pelas indústrias ali representadas, com inovações, vejo a criançada a divertir-se nos carrosséis, como uma fartura (ou duas, se me deixarem) e regresso a casa com a sensação do dever cumprido. FM

O fio do tempo

Dizer Angola
1. «Quem vai para Luanda vai para a fortuna, quem procura qualidade de vida vai para a província» (Visão, 12-03-09: 58), afirma sem receios um dos 100 mil emigrantes portugueses que recentemente partiram rumo a Angola. A nova terra de oportunidades está na moda, mas as buscas ansiosas das fortunas também poderão ser traiçoeiras quanto indignas, pois continuadoras de desigualdades que importa diluir. A terra da promessa está na ordem do dia, facto acelerado pela generalizada crise global e europeia (a que Portugal não foge), sendo a língua e a cultura pontes privilegiadas. De quem conhece os terrenos angolanos, o desenvolvimento floresce a cada dia, mas sendo certo que uma coisa é a capital e outra é a realidade do interior.

Velhinha sem hipóteses para atravessar a rua

A velhinha ali estava na ponte-praça à hora de ponta fazendo tentativas após tentativas para atravessar. Estava no lugar que lhe pertencia, na passadeira. O trânsito, intenso como habitualmente, não lhe dava oportunidades. Dum lado e doutro, cada automobilista pensava só em si e nada nos outros. A cada tentativa, logo os estridentes apitos a avisavam de que ela não tinha hipóteses. Que esperasse, talvez pensassem os apressados condutores. Enervei-me e fui dar uma ajuda. Quase exigi, qual sinaleiro, que houvesse respeito pelos que não podem passar a correr, como qualquer de nós, mais jovens ou de pernas mais lestas. Todos reconhecemos que vivemos uma época de pressas, de correrias, de e para o trabalho, para os encontros com horas marcadas, para o aconchego da família após muitas horas de trabalho. Mas que isso se faça com muito respeito, sobretudo pelos mais idosos. Será que ainda não viram aquele anúncio da TV, em que o automobilista pára, solícito, para deixar passar o idoso, trôpego, ao encontro de sua esposa? E nunca repararam como eles, de sorriso agradecido, se dirigiam a quem parou e foi simpático?
Fernando Martins
In TIMONEIRO, Fevereiro de 1989

terça-feira, 24 de março de 2009

O FIO DO TEMPO

Fermentar Esperança
1. Uma boa parte dos diagnósticos está feita. O caminho que conduziu à crise (financeira, económica, social…) de sociedade actual vai-se descortinando do amplo novelo de redes que tudo liga. A tendência humana com facilidade esvai-se mais para o discursivo que para o ser pró-activo do compromisso histórico de todos. Dos dinamismos mais impressionantes que pode resgatar do pessimismo é a esperança; mas esta não existe por si, tem raízes profundas que escapam às fórmulas e às coisas utilitárias. O tempo de primavera comunica-nos esse imperativo do melhor para o futuro, renovação da natureza que reflecte uma lei de novidade infinita que tudo envolve.
Alexandre Cruz
Ler toda a crónica aqui

Delmar Conde vence Regional de Cruzeiros

Mike Davis/Porto de Aveiro, de Delmar Conde, vence Regional de Cruzeiros. Esta embarcação aveirense, em representação da Associação Náutica da Torreira, não deu hipóteses à concorrência e conquistou mais um troféu, aproveitando as excelentes condições climatéricas que se fizeram sentir durantes as três regatas que pontuaram para o Troféu Milaneza - Campeonato Regional de Cruzeiros, no campo de regatas de Leixões. O número de barcos superou todas as expectativas, o mesmo valendo para a qualidade competitiva das tripulações. No cômputo final, e para a Classe ANC, a vitória coube ao DC1200 Mike Davis/Porto de Aveiro, de Delmar Conde, seguido do Gindungo de António Alegre com o Cocoloco de Rui Ferreira a fechar o pódio.

O Papa dos clichés

A primeira viagem de Bento XVI gerava, logicamente, uma grande expectativa. Era uma ocasião histórica que chegava num momento em que o Papa se via debaixo de duras críticas no Ocidente. Já escrevi anteriormente que o actual Papa não é facilmente decifrável pela comunicação social, ainda que admita que a relação não funciona bem por falhas de parte a parte. Mais uma vez, contudo, foi visível que Bento XVI está condenado a ser julgado, quase em permanência, na base de uma série de clichés: conservador, duro, retrógrado, eurocentrista, etc. É verdade que boa parte da imprensa deste lado do mundo ficou presa no "caso" do preservativo. Também é verdade, contudo, que a viagem foi muito, muito mais do que essa resposta, ainda a bordo do avião, e seis dias em solo africano merecem uma abordagem bem maior. Diria, antes de mais, que a ideia de fundo que se aplica a todas as matérias abordadas é sempre a mesma: se os africanos não assumirem as suas responsabilidades, não se sentirem protagonistas, não são ajudas vindas de fora que irão resolver o problema. Mais surpreendentes ainda do que as reacções às considerações do Papa sobre o uso do preservativo no combate à SIDA - sente-se em muitos meios uma estranha necessidade de criticar Bento XVI - foram as avaliações que menorizavam as intervenções papais em solo africano. Não sendo o seu território preferido, o actual Papa pareceu bem preparado em relação ao que iria encontrar em África - onde as pessoas fizeram questão de mostrar que gostam dele - e há questões que dificilmente fazem parte de uma perspectiva "europeísta" do mundo: guerras civis, pobreza, tribalismo e rivalidades étnicas, má governação, corrupção e violação de direitos humanos, desigualdade entre sexos e marginalização das mulheres, práticas desumanas e exploração dos recursos naturais por uma globalização injusta. Para o Papa, África deve reencontrar o seu lugar mundo e ser, no século XXI, um farol para a Igreja e para toda a humanidade. "Reconciliação, justiça e paz" são as palavras que serviram de fio condutor da viagem e servem como uma espécie de "até já" para o II Sínodo dos Bispos africanos, que decorrerá em Outubro, no Vaticano, precisamente sobre esses temas. Uma palavra final para Angola. Ao escolher visitar esta Igreja lusófona, saída de décadas de guerras terrivelmente destrutivas, o Papa quis mostrar ao resto do continente qual é o caminho que está destinado aos católicos nos vários processos de reconstrução que o fim das ilusões criadas pela independência gerou em África. Octávio Carmo

ÍLHAVO: Primeiro Aniversário do Centro Cultural

A Câmara Municipal de Ílhavo comemora hoje, dia 24 de Março, o primeiro aniversário do Centro Cultural de Ílhavo (CCI), com a inauguração de uma Exposição de Júlio Resende, pelas 18 horas. Na altura, o presidente da autarquia, Ribau Esteves, fará o balanço do primeiro ano de vida deste espaço cultural, sublinhando os propósitos anunciados no dia da inauguração: “O Centro Cultural de Ílhavo é uma nova capacidade de crescimento cultural e social, uma nota de qualificação urbana e uma aposta na produção e na promoção cultural de valores locais e universais.” Durante este ano o CCI contou com a adesão de 33 mil pessoas a 120 acções realizadas, com relevante sucesso, utilizando muitas e variadas formas de cultura, como refere o Newsletter da CMI.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Tradições da Gafanha da Nazaré: Cantar das Almas

Para recordar tradições das Gafanhas, do tempo dos nossos avós, o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré vai apresentar, no salão da igreja matriz, no próximo sábado, 28, pelas 21.30 horas, o Cantar das Almas, que mostrava as devoções que os gafanhões, como outros, nutriam pelas almas do Purgatório. Para além do grupo anfitrião, participa ainda o Grupo Folclórico de Portomar, Mira. A entrada é livre. Trata-se de uma boa oportunidade para reviver uma antiga tradição.

Bispo de Viseu admite preservativo contra a SIDA

D. Ilídio Leandro apoia Bento XVI, mas diz que há casos em que existe «obrigação moral» de não provocar a doença Causou algum escândalo a afirmação do Papa, várias vezes repetida como tese da Igreja, de que o preservativo não é a solução para o combate ao vírus da SIDA. Que queriam que ele dissesse? Afirmando que sim, banalizava o valor, o sentido e a vivência da sexualidade, enquanto dimensão do ser humano, centro, símbolo e expressão das relações profundas da pessoa, a viver no amor, na fidelidade (confiança recíproca), na estabilidade e na responsabilidade. O Papa, quando fala da SIDA ou de outros aspectos da vida humana, não pode fazer doutrina para situações individuais e casos concretos. Neste caso, para relações entre uma pessoa infectada e outra que pode ser afectada com a doença. Nestes casos, quando a pessoa infectada não prescinde das relações e induz o(a) parceiro(a) (conhecedor ou não da doença) à relação, há obrigação moral de se prevenir e de não provocar a doença na outra pessoa. Aqui, o preservativo não somente é aconselhável como poderá ser eticamente obrigatório. E não tenhamos medo ou reserva mental ou hipocrisia de admitir esta doutrina! Não usamos tantos “auxiliares” artificiais para promover a vida e defender a saúde? As intervenções cirúrgicas, os fármacos, as próteses e tantas outras técnicas ao serviço da pessoa, em situação de doença, não são formas de ‘preservar’, defender e promover a saúde?... Ler mais aqui

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O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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