quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

ADOPÇÃO, FAMÍLIA E INSTITUIÇÕES

Hoje quero usar o meu direito à indignação. Um direito nacional que a gente acomodada não usa, esquecendo as conse-quências irreversíveis das omissões. Ouvi, de fio a pavio, um debate longo sobre a adopção de crianças. Um mundo de técnicos a expender saber, um molho de leis e de determinações recordadas, uma ladainha de casos por resolver ou mal resolvidos, casais estrangeiros como solução para casos de vários irmãos, uma consideração irrealista da família real e um despeito claro pelas instituições, sem qualquer distinção entre as estatais de há muito desagregadas e as que têm experiência de décadas com métodos humanos e sábios e resultados à vista. Ouvi, fui confrontando com as experiências de que disponho, alarguei o horizonte da reflexão, li e reflecti o tema a partir da vida, que não de modelos importados; lembrei os casos dos meios de comunicação social, entrei em lares e ouvi casais que adoptaram e onde a vida tem sentido, acolhi expressões de alegria e gratidão, enxuguei algumas lágrimas incontidas de dor... Há anos, depois de ouvir a um membro do governo um lindo discurso sobre a adopção, perguntei-lhe, à queima-roupa, se adoptava um africano ou um deficiente. Considerou a pergunta uma provocação, e não gostou. “Mas saiba que há quem os adopte”, retorqui. A família, se não a destruírem mais, será sempre o espaço normal, quente e acolhedor, para nascer e crescer. Será também a referência necessária para outras formas que a substituam, quando ela não existe ou perdeu condições para realizar as tarefas que lhe são próprias. O Padre Américo sempre procurou que a Obra da Rua e nas suas casas, se seguissem as regras do viver e dos sentimentos da família. Assim ele foi tratado, não porque o mandasse ou exigisse, como o “Pai” dos gaiatos que encontrava abandonados e acolhia ou lhe levavam a casa, sabendo que aí havia amor, pão e carinho. Outras instituições, com o mesmo saber e viver, geraram “mães”, para aqueles que nunca a conheceram e aí chegavam bebés e se tornaram homens e mulheres de bem, capazes de enfrentar a vida. Só o orgulho, o poder prepotente, a ignorância ou o despeito as desconsideram e menosprezam. As instituições sofrem as dificuldades das famílias com êxitos e fracassos como todas elas, mas persistem no amor, sempre capaz de inovar e de aperfeiçoar. Ouçam-se os que aí vivem e crescem para a vida e comparem-se com os das instituições do Estado, onde abundam técnicos, com horários que se contam ao minuto, gente que só suja as mãos com papéis, nunca com as crianças e os adolescentes. Revolta ver jovens licenciadas, com poder mas sem vida que as recomende, falar de cima para baixo, para julgar padres, leigos e gente consagrada que vivem décadas em entrega e doação total a crianças sem família ou como se não tivessem. Quem teve na sua mãe, ainda que simples e iletrada, a psicóloga mais atenta que corrigia e logo beijava, saberá que não há educação sem amor e afectos, sem paciência e dedicação, sem respeito e entrega, sem gratuidade e perdão, sem regras e atenção diária. Quem teve a graça de uma família, ainda que humilde e discreta, e nela o espaço de aprendizagem de valores morais, relação mútua, prática da verdade, amor ao trabalho, solidariedade com os mais pobres, sobriedade aprendendo a viver com o que se tem, saberá sempre que a família é a melhor escola para a vida e que desconsiderar a família é retirar às pessoas o sentido da vida e à sociedade a sua consistência natural. Legislar e ver na adopção o remédio, que o é para muitos casos, mas ao mesmo tempo desprezar a família ou torná-la inviável, bem com às instituições que seguem os seus valores, é coisa de néscios e inconscientes. Escutem quem trabalha a sério e as leis serão a favor das pessoas, não dos sistemas. Então, olhar-se-á mais para os educadores capazes de amar, servir e sofrer, que para os degraus da escada onde os meninos podem tropeçar…De onde vieram estes “inteligentes” legisladores e técnicos? Será que na casa dos pais não havia degraus, não havia irmãos a dormir no mesmo quarto? Para educar e ser educado não chegam diplomas e títulos. Não se dispensa é amor.
António Marcelino

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

CIRA – Baixo Vouga apresenta-se

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A Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro – Baixo Vouga, já conhecida por CIRA, constituída por 11 municípios, vai apresentar-se no dia 18 de Dezembro, quinta-feira, pelas 10 horas, no edifício da Antiga Capitania, em Aveiro. Um vídeo sobre a Ria de Aveiro, a divulgação das grandes opções do Plano para 2009 e os principais projectos a implementar, entre outras iniciativas, fazem parte da apresentação da CIRA.
Será desta que a Ria de Aveiro passe a ter alguém, com visão realista, capaz de a tirar do marasmo em que se tem encontrado?

Cardeal-Patriarca apela à doação de órgãos

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«As famílias hesitam em permitir a utilização dos órgãos, que hoje é uma possibilidade de vida para tanta gente que se não a tiver morre. Devemos todos cultivar uma disponibilidade cultural e espiritual», afirmou o Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo.

Festas de Natal

Parabéns pelas iniciativas
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Não há instituição, seja de que âmbito for, que não organize, nesta quadra, uma festa para os seus associados e amigos. E ainda bem, porque as festas, no mínimo, contribuem para aproximar as pessoas. Hoje e aqui refiro-me a duas festas de outras tantas instituições da Gafanha da Nazaré, da área da música. Concretamente, a Escola de Música Gafanhense e a Filarmónica Gafanhense. A primeira tem a sua festa marcada para o dia 19 de Dezembro, pelas 21 horas, no auditório Mãe do Redentor, na igreja matriz da Gafanha da Nazaré, com audição dos seus alunos e com um concerto pela Orquestra Juvenil; a segunda, no dia 27 do mesmo mês, pelas 21 horas, também na igreja matriz da Gafanha da Nazaré, com um concerto de Natal. Com votos de que as festas sejam um lenitivo para as agruras da vida, aqui ficam os meus parabéns pelas iniciativas. E o mais curiosos é que estas duas instituições, vocacionadas para a cultura musical, contam, decerto, com apoiantes comuns.

Extensão de Saúde da Barra sem solução à vista

O povo é que sofre
A Extensão de Saúde da Barra continua sem solução à vista, apesar de as instalações estarem concluídas há mais de dois anos. O presidente da Junta, Manuel Serra, critica o Ministério da Saúde por incumprimento do protocolo estabelecido com a Câmara de Ílhavo. O povo, no fim de contas, é que continua a sofrer as consequências do silêncio dos responsáveis pela Saúde.

Aqui estamos, somos os teus ossos e a tua carne!

O Natal de Jesus moldou vivências nas mais diferentes e diversas sociedades até aos nossos dias, mesmo quando, como hoje acontece, o anfitrião da festa se vê obrigado a novos e desconhecidos exílios, sem que o seu destino, outrora profético, seja o Egipto bíblico. Seja como for, mesmo os menos familiarizados com a Tradição cristã não estranharão, se tiverem oportunidade de o vislumbrar, que o Nascimento de Jesus só tenha alcançado a vibração da anamnese, isto é, o fôlego de uma memória vivificante, com a experiência Pascal dos discípulos de Cristo. Só a experiência do Ressuscitado permitiu àqueles homens e àquelas mulheres da primeira hora reler os acontecimentos do seu tempo, e, alongando o olhar, reler igualmente o percurso de gerações, perscrutando um sentido para a aventura humana, um projecto que os crentes nunca deixarão de atribuir à Graça. O grande dilema da pessoa humana, que atravessa culturas e tempos, independentemente das mundividências ou mesmo da sua falta, será sempre o de confrontar a vida, individual e colectiva, com um sentido. Nessa busca, mesmo antes de avultar na consumação do diálogo, a sensibilidade dos artistas constituirá sempre poderoso guia estelar, mesmo se o deflagrar de tantos desesperos obnubilem, demasiadas vezes, a força regeneradora da esperança. É disto que se trata, sentido e esperança, quando falamos de Natal. E foi este Natal que permitiu aos artistas traduzir em matéria não apenas o hino, como a razão do louvor. Recorro ao Elogio fúnebre de Santa Paula, escrito por São Jerónimo, para deixar a formulação de um voto, fixando-me na descrição da visita de Paula à Basílica de Belém: «Ela jurou-me que via, com os olhos da fé, o Menino envolto em panos chorando no seu presépio; os Magos adorando a Deus; a estrela brilhando por cima; a Virgem Mãe, José solícito; os pastores vindo de noite para testemunharem o sucedido». Via... com os olhos da fé. Que o Natal de Jesus também se mostre, pelos olhos da nossa fé, às mulheres e aos homens que nos molduram a existência. Para que possamos dizer, como o escreveu Santo António de Lisboa, e a uma voz, ao Jesus do Presépio e ao Cristo da Cruz: ‘Aqui estamos, somos os teus ossos e a tua carne!’ João Soalheiro

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

FESTA DE NATAL: Circo para crianças do concelho de Ílhavo

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A Câmara Municipal de Ílhavo, em colaboração com as quatro Juntas de Freguesia do Concelho, oferece amanhã, dia 16, no recinto da "Feira dos 13", na Vista Alegre, um espectáculo de circo a três mil crianças da Rede Pré-Escolar, pública e privada, e do 1.º Ciclo do Ensino Básico, da área do Município. Trata-se de uma festa de Natal, sempre ao gosto das crianças, que conta, ainda, com uma lembrança do “Pai Natal”. O circo é da responsabilidade da Companhia Cardinali, não faltando os tigres, o homem canhão, malabaristas, equilibrismo, trapezistas e muito mais, para além dos insubstituíveis palhaços.

Mais um livro de Senos da Fonseca

MARÉS
O Eng. Senos da Fonseca acaba de publicar mais um livro, dedicado à divulgação de temas ilhavenses. O produto da venda de MARÉS, com data de 2008, reverterá para uma instituição de solidariedade, garantida que está a despesa da edição, que é de sua conta. Diz o autor na apresentação do seu trabalho que o título – MARÉS – reflecte o “sabor do ir e vir das mesmas e dos consequentes estados de espírito que me provocam”. Embora Senos da Fonseca sublinhe que “MARÉS não poderá ser um trabalho perfeito”, por causa da “pressa”, a verdade é que me deu gosto lê-lo, pelas memórias que me suscita. Com este livro, o autor continua a enriquecer a historiografia ilhavense, na medida em que traz à tona d’água temas que podem cair no esquecimento. Se é que, para os mais novos, não são pura e simplesmente questões completamente desconhecidas. Refiro-me, por exemplo, à demolição da Capela das Almas, à dança dos nomes na Praça da República, à Estrada Ílhavo-Mota, aos 110 anos de Independência do Concelho de Ílhavo, à Capela de Nossa Senhora de Penha de França, com o Bispo D. Manuel de Moura Manuel, à Arraisa Calôa e a tantos outros assuntos que abordou, com muita sensibilidade, no seu blog TERRA DA LÂMPADA, com nacos de poesia em muitos dos seus escritos. Aqui recordo, ainda a título de exemplo, a visita que fez ao S. Paio da Torreira. Senos da Fonseca, a que já me referi no meu blogue, a propósito dos seus livros, “ÍLHAVO - Ensaio Monográfico” e “O Labareda”, é hoje uma referência para quem aprecia conhecer melhor o passado e o presente de Ílhavo. Fernando Martins

Crise só para alguns

Reformas milionárias já são mais de 4 mil O número de beneficiários da Caixa Geral de Aposentações (CGA) com reformas mensais acima de quatro mil euros mantém um ritmo de crescimento imparável: em 2008 reformaram-se 284 funcionários do Estado com pensões douradas e em Janeiro de 2009 já há mais 28 aposentações milionárias. Ao todo, desde 1997 a CGA já atribuiu pensões de luxo a 4054 pessoas. Só este ano houve um aumento de 7,5 por cento face ao ano passado no universo desses beneficiários, diz o Correio da manhã. Há crise? Há, mas só para alguns.

Stella Maris organiza almoço solidário

Solidariedade em acção
O Clube Stella Maris está a organizar um Almoço Solidário, a ter lugar na sua sede, no dia 20 de Dezembro, pelas 13 horas. Esta é uma iniciativa destinada a alguns utentes de três instituições, os quais vivem uma certa solidão. O Stella Maris conta sentar à mesma mesa 120 pessoas, com destaque para famílias que precisam da nossa solidariedade, durante momentos difíceis das suas vidas.

Museu de Aveiro vai reabrir

Depois de profunda remodelação, o Museu de Aveiro vai reabrir as suas portas, em pleno, na próxima quinta-feira, 18 de Dezembro. Agora, com novos espaços para exposições, este museu, que preserva a memória de Santa Joana, merece ser mais visitado e mais divulgado, para se tornar mais conhecido, entre os aveirenses, e não só.

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Animais das nossas vidas

O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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