sábado, 31 de maio de 2008

"Água com Humor"



Ontem apreciei, na Casa da Cultura, nas costas do José Estêvão, a exposição "Água com Humor". Para rir, mas sobretudo para pensar. Até 8 de Junho, ainda pode visitá-la.... Depois, lá se foi uma bela oportunidade de ver arte feita numa perspectiva crítica, mordaz, já que toda a arte, no fundo, pode ter essa vertente.
A nossa região está cheia de água. Luz, barro, azulejos, areais... Mas a água, nos seus regueirões, esteiros, canais, rios, riachos, ria, mar, essa está a marcar-nos as feições e o carácter. Somos do Mar, do Vouga e da Ria, sem nos conseguirmos libertar desses elementos que nos congregam. Por isso, a importância desta exposição, que os aveirenses, de todos os recantos, melhor do que ninguém, saberão compreender e explicar.
A produção foi do Museu Nacional de Imprensa e a organização competiu à Comissão dos 200 Anos da Abertura da Barra de Aveiro, ao Porto de Aveiro, ao Município de Aveiro e ao Museu da Cidade de Aveiro.

Carências a nível de apoios a idosos e deficientes

Celestino Almeida, director do Centro Distrital da Segurança Social de Aveiro, afirmou ontem, numa tertúlia organizada pela concelhia do Partido Socialista, que o município de Ílhavo tem carências a nível de apoios para idosos e para jovens deficientes, segundo li no “site” da Rádio Terra Nova. Nesse sector, garantiu, está abaixo da média distrital. Depois de referir que o concelho não está todo no CASCI (Centro de Acção Social do Concelho de Ílhavo), criado e dinamizado pela saudosa Maria José Senos da Fonseca, Celestino Almeida lembrou que há um longo caminho a percorrer. De facto, assim é, não obstante o muito que já temos, na área associativa, como respostas a um sem-número de carências. E se nestes sectores há faltas, noutros estaremos, decerto, muito à frente de alguns municípios. Sublinho, contudo, que na área de apoios a idosos está na forja um Lar na Gafanha da Encarnação e, em Ílhavo, um Hospital de cuidados continuados, para além de diversos projectos, um pouco por todo o concelho. Atrever-me-ia a dizer que, nas comunidades, não falta vontade para avançar. Assim o Estado se disponha a ajudar e a estimular… FM

Arte Nova


Aveiro
Figueira da Foz
Ílhavo

Na Casa Major Pessoa, belo exemplar da Arte Nova, em Aveiro, está patente ao público uma primeira mostra, que vale a pena visitar, sobre a Rede de Cidades Arte Nova. Ontem passei por lá, em especial para ver a casa, mas gostei de ver os painéis alusivos a algumas cidades que ostentam no seu património a Arte Nova.
A Rede Nacional de Municípios Arte Nova foi criada através da assinatura do “Plano de Cooperação Arte Nova”, no dia 17 de Maio de 2006. Integra as cidades de Aveiro, Caldas da Rainha, Cascais, Estarreja, Figueira da Foz, Ílhavo, Leiria, Lisboa, Loures, Porto e Vila Nova de Gaia.
Com esta Rede e com este Plano, pretende-se concertar políticas no âmbito da intervenção no património Arte Nova; enriquecer os trabalhos dos parceiros em rede; contribuir para divulgar a Arte Nova; desenvolver intercâmbios no âmbito da divulgação e preservação; incentivar o turismo nas suas mais variadas formas; e promover actividades para a valorização cultural dos munícipes.
Espero que esta Rede possa levar as pessoas a olhar com outros olhos para a Arte Nova que se distingue na paisagem urbana que temos em algumas cidades. Mas também entendo que, tal como Aveiro vai fazer, todas as outras cidades saibam destinar pelo menos uma casa a um museu que preserve a Arte Nova, que está para além dos edifícios existentes.

FM
NOTA: Clicar nas fotos para ampliar

PONTES DE ENCONTRO


As intenções do ministro e a realidade do mundo!

De acordo com a Comunicação Social portuguesa, no passado dia 29, do corrente mês, o Ministro da Economia, Manuel Pinho, esteve em Bruxelas, junto dos representantes da União Europeia, para que esta actue “de forma coordenada” para resolver os problemas colocados pela alta dos combustíveis.
“Entendo que os mercados não estão a trabalhar de forma adequada” e “tudo indica que a especulação selvagem tem grande responsabilidade na situação actual”, disse o ministro português junto dos ministros responsáveis pela Competitividade dos 27 países da EU.
Obviamente, que resultados concretos não existem, a não ser o conjunto habitual das banalidades que se vão proferindo nestes casos, sempre cheias de boas intenções e das melhores compreensões para com o problema.
No entanto, na sequência desta iniciativa do Ministro Manuel Pinho surgiram-me algumas questões, ainda que nem todas novas, e que passo a partilhá-las.
Primeiro, porque é que os mercados hão-de trabalhar bem se ninguém parece controlá-los? Salvo algumas excepções, o endeusamento destes tem sido feito, até à exaustão, como o único meio de desenvolvimento das sociedades modernas. Se após o 25 de Abril de 1974 o sector privado, erradamente, era um alvo a abater, hoje é o Estado.
Segundo, não existe especulação selvagem e especulação civilizada, como parece querer dizer o ministro. Há apenas especulação e toda ela é má.
Terceiro, em Dezembro de 2004, ou seja, há cerca de três anos e meio (!), Jean-Claude Trichet, actual presidente do Banco Central Europeu, apelava, na altura, para os mercados funcionarem melhor e que o preço do petróleo não correspondia ao valor normal que resultaria do encontro entre a oferta e a procura, conforme notícia publicada, entre outros órgãos da Comunicação Social, pelo jornal “Diário de Notícias”. Na altura, o preço do barril de petróleo andava aproximadamente nos 40 dólares! Alguém, então, lhe ligou ou fez alguma coisa para saber o que se passava realmente?
Quarto, por isso, é pura hipocrisia e demagogia política aquilo que os responsáveis da política europeia estão a fazer: andarem armados em vítimas e bonzinhos, quando, há três anos e meio (!), pelo menos, nada fizeram para que o choque petrolífero e a especulação, que sabiam estar a acontecer, não fosse tão abrupto e tão longe.
Quinto, toda a gente sabe que descer os impostos (IVA ou ISP) poderá atenuar alguma coisa, mas não acabará com o problema de fundo. Além disso, agravará outros sectores da economia, já que ao tapar o corpo de um lado deixar-se-á, de imediato, outra parte, a descoberto.
Sexto: No caso de Portugal, sobretudo a nível dos transportes terrestres, estamos na periferia dos grandes centos de consumo e distribuição europeus, pelo que somos mais penalizados e não podemos mudar o país de lugar.
Sexto, é bom lembrar que a sociedade mundial foi criada, estruturada e desenvolvida em torno do consumo e da dependência excessiva do petróleo, pelo que o estudo, desenvolvimento e aplicação da chamada eficiência energética foi sendo sempre adiado e mesmo as energias renováveis não irão resolver esta dependência existente.
Sétimo, não se pode dizer à China e à Índia para não comprarem mais petróleo o que significaria recolocar centenas de milhões dos seus cidadãos, outra vez, em níveis de pobreza, quando, hoje, já atingiram patamares que os aproximam dos valores da classe média, pelo que, mais cedo ou mais tarde, vamos vê-los a passear pela Europa.
Oitavo, mesmo que, por hipótese, se conseguisse acabar com a especulação, tal representaria, apenas, um “balão de oxigénio”, não evitando a criação, obrigatória, de mecanismos urgentes e coordenados, que levassem ao surgimento de um novo paradigma político, social, económico e comercial, a nível mundial.

Vítor Amorim

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Viagens que sonho

Castelo de Montemor-o-Velho


Quando leio, vejo ou oiço descrições de viagens pelo mundo, bem contadas, sou invadido pela tristeza e pela certeza da minha dificuldade em ir confirmar, in loco, as belezas retratadas. Há pessoas com sorte na vida. Nesse aspecto, embora tenha passado por alguns países da Europa, nunca pude fixar-me em qualquer deles, uns simples dias, para visitar as memórias das grandes cidades. E em Portugal, que conheço um pouco, ainda estou longe de apreciar, com a profundidade que frequentemente sonho, muitos dos seus recantos.
Não sei porquê, mas a história e a vida dos grandes burgos, como a pacatez das pequenas povoações, sempre me atraíram. Gosto de me confrontar com hábitos diversos, de apreciar marcas do passado, de ver e ler os feitos dos íncolas, de contemplar as paisagens que nos oferecem cores, formas e cheiros variegados. Gosto de experimentar ares frescos e calores que aquecem realmente, gosto de contemplar gentes no seu casario tradicional, de calcorrear ruas sinuosas e rios cantantes, gosto de ouvir o linguajar do povo e de apreciar serranias e planuras, gosto de me quedar, de olhares nos horizontes, numa qualquer esplanada, mesmo com barulho em redor. Mas como sou vivo, graças a Deus, pode ser que um dia destes possa deambular por aí, nem que seja por aqui à volta, para saciar um pouco esta fome de conhecer o nosso mundo.

FM

UA: Curso de Iniciação ao Jazz

Na Universidade de Aveiro, vai decorrer, de 3 de Junho a 29 de Julho, à terça-feira, entre as 18.30 e as 20 horas, um Curso de Iniciação ao Jazz. Aberto à comunidade, o curso será dirigido por José Duarte, que, ao longo de 12 horas e numa linguagem acessível a todos, comentará e ensinará a ouvir a música dos principais actores da história do Jazz. As sessões decorrem no Centro de Estudos de Jazz da Universidade de Aveiro.
As inscrições podem ser realizadas através do endereço http://www.unave.ua.pt, telf.: 234 370 833/4.

D. Ximenes Belo: Cidadão do ano na UA


Como já vendo sendo habitual no final de cada ano lectivo, a CIVITAS Aveiro, com o apoio da Universidade, realiza o Fórum da Cidadania Activa, para apresentação dos trabalhos realizados ao longo do ano pelos alunos de escolas e colégios dos diversos graus de ensino que aderiram ao Projecto «Direitos Humanos em Acção». Do vasto conjunto de actividades agendadas, o destaque vai para o galardão de «Cidadão do Ano 2008», que vai ser atribuído a D. Ximenes Belo, hoje, às 16h20, no Auditório da Reitoria.

A Memória

"Qual montanha que foi crescendo em mim, a memória permitiu-me um olhar crítico sobre o passado. E lá do cimo, ao mesmo tempo que me mostrou panorâmicas a perder de vista, contemplei suor e lágrimas de quem apostou transformar dunas estéreis em terra fértil, à custa de canseiras e de uma determinação exemplar.A memória diz-me que povo aqui se fixou: povo que apostou em vencer, recuando e crescendo, planeando e desistindo; povo que construiu e destruiu até encontrar o ponto certo da sua identidade, marcada pelo mar e pela ria que a foram moldando."
Ler mais em GALAFANHA

Feira do Livro e da Música



Hoje, 30 de Maio, pelas 17.30 horas, será inaugurada a Feira do Livro e da Música de Aveiro , no Jardim do Rossio, certame que vai decorrer até 10 de Junho.
A Feira do Livro e da Música de Aveiro apresenta-se com dez stands com música. Livreiros serão 22, distribuídos por 45 stands.
No primeiro dia da Feira do Livro, pelas 18 horas, será lançado o Livro da obra vencedora do Prémio Municipal de Poesia Nuno Júdice, “Sobre Retratos”, de José Jorge Letria, editada pela “Indícios de Oiro”, estando prevista a presença do seu autor.
No âmbito da Feira do Livro e da Música de Aveiro, é proposto pela Câmara Municipal de Aveiro um programa de animação do qual realçamos as seguintes iniciativas:
Ateliês de conto; Ateliês de conto com Música; Teatro infantil “Uma vaca de Estimação”; Recriação histórica da venda de Ovos-moles; Teatro de fantoches “Máquina diabólica da trovoada”; E espectáculos de música, de teatro e de dança, entre outras acções.
Como habitual frequentador de feiras do livro, onde sempre me sinto como peixe na água, só tenho que recomendar aos meus leitores este certame, mesmo sabendo que, por vezes, não faltarão monos sem qualquer interesse. Contudo, é frequente encontrarmos execelentes obras que caíram no esquecimento.

PONTES DE ENCONTRO

As leis e as boas maneiras

No dia 20, do corrente mês, o Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, afirmou que a “União Europeia reagiu com celeridade ao aumento repentino dos produtos alimentares. Estamos a ser confrontados com um problema com múltiplas causas e numerosas consequências. Por conseguinte, temos de agir em várias frentes.”
Deste modo, foi proposta, para ser discutida no Conselho Europeu da UE, a realizar no próximo mês de Junho, uma estratégia contra o aumento dos preços dos alimentos, passando pelo aumento da produção de cereais e das quotas de leite.
A aposta no desenvolvimento de biocombustíveis da segunda geração, a partir de fontes não usadas na alimentação humana, fazem parte deste leque de propostas, não se esquecendo de referir o “esforço no sentido de lutar contra os efeitos dos aumentos dos preços dos alimentos junto das populações mais pobres.”
Neste sentido, inclui-se a necessidade de haver uma resposta internacional mais coordenada à crise alimentar, designadamente no contexto da ONU e do G8.
Durão Barroso salientou, ainda, a “prossecução de uma política comercial aberta, que ofereça aos países mais pobres do mundo um acesso preferencial ao mercado da UE.”
Ao ouvir esta notícia e as medidas nela enunciadas, parecia escutar um coro de anjos celestiais, se é que é possível ouvi-los, pelo que o meu cepticismo é grande.
As palavras do Presidente da Comissão Europeia traduzem um conjunto importante de intenções, só que de boas intenções está o mundo farto e o inferno cheio.
Por outro lado, os dirigentes políticos parecem estar a perder o sentido do dever e do bem comum quando são eleitos ou nomeados para cargos institucionais e aquilo que deveria ser uma obrigação acrescida no desempenho dessas funções raramente se manifesta nos cargos que ocupam. A ilusão é uma arte e a mentira uma necessidade.
Não sei o que vai na cabeça do Dr. Durão Barroso, muito menos qual o poder real que ele possui para influenciar e mobilizar os seus colegas para o cumprimento das obrigações que todos têm, neste caso, perante os cidadãos europeus.
Não vejo políticos nem estadistas com dimensão suficiente para assumirem pactos firmes e sérios com as pessoas e a sociedade, condição que qualquer actividade pública exige, enquanto sentido de dever e obrigação de quem dirige a coisa pública.
Se algum mérito existe nas afirmações do Presidente da Comissão Europeia é o de reconhecer, implícita e explicitamente, que o mundo tem sido muito mal tratado pelos dirigentes políticos e a continuarem a fazer o que (não) têm feito até aqui as perspectivas de desenvolvimento integral são muito sombrias e o futuro inquietante.
Concorde-se ou não com o posicionamento político da Dr.ª Manuela Ferreira Leite, em entrevista dada ao jornal “Expresso”, do dia 17 de Maio de 2008, fez uma afirmação que dá que pensar, se a ela se quiser dar crédito: “ Se alguma coisa quero dar à democracia é fazer a experiência de ver o que acontece se falarmos verdade.”
Sempre a verdade como questão essencial da vida e da maneira como a queremos viver. Será o suficiente? É provável que não. Contudo, se o paradigma de fazer política e dirigir passasse mais pela boa maneira como agimos e não só pelas leis que fazemos tudo seria diferente, para melhor. A lei, sem boas maneiras, corrompe, embrutece-nos, convida ao facilitismo e à excepção, atrás de excepção. Veja-se o que aconteceu com o Primeiro-ministro, José Sócrates, e o(s) célebre cigarro(s) que fumou no avião, durante a sua recente viagem à Venezuela. As boas maneiras fazem parte da nossa identidade pessoal. As leis não. Comecei por falar do Dr. Durão Barroso. Termino, desejando-lhe que encontre, em si mesmo, as boas maneiras para não fazer promessas em vão e que, o mês de Junho, na UE, seja, finalmente, o início de um tempo de autêntica mudança.

Vítor Amorim

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Linguagem imprópria no Parlamento

Hoje, via telejornal, assisti a uma linguagem imprópria na Assembleia da República. Dá a impressão que na política vale tudo. Desde a ofensa pessoal a acusações inqualificáveis, vindas de um lado ou de outro. E o mais curioso é que, segundo posso adivinhar, logo a seguir, nos corredores do Parlamento, podem entrar todos em franca cavaqueira, como se nada tivesse acontecido. A vida partidária é uma coisa e a vida, digamos normal, é outra.
Também vi que nas galerias havia crianças e jovens. Ali terão ido para ficarem com uma ideia do que é a vida política, quiçá na esperança de um dia a seguirem. Cá para mim, estou em crer que, depois do triste espectáculo a que assistiram, jamais aceitarão tal carreira. Que Deus os livre disso! A não ser que venham, noutras circunstâncias, a verificar que, afinal, há outra forma de fazer política. Mais serena, mais educada, mais respeitadora.

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