domingo, 10 de fevereiro de 2008

RIA DE AVEIRO


Lagoa com vista para o mar

É uma grande lagoa costeira, com 45 km de extensão no sentido norte-sul (de Ovar aos arredores de Vagos) e 12 no sentido leste-oeste. Dos 11 000 hectares deste sistema lagunar, cerca de metade é afectado pelas marés, tendo a sua vegetação grande importância ecológica. Apesar do declínio da extracção do sal, ainda há um milhar de hectares ocupado por salinas. No Outono, grande número de aves migratórias passa por aqui. A comunicação da Ria com o mar faz-se perto da cidade de Aveiro, através da Barra Nova, aberta em 1808.


In PÚBLICO de hoje

NOTA: O acesso faz-se pela A25, direcção Aveiro e Praias. Foto do meu arquivo.

IMPORTA DESCOBRIR AS SUGESTÕES DE DEUS


"Aprender a viver é aprender a morrer a tudo o que nos estraga sob o ponto de vista intelectual, afectivo e social. Os 40 dias da Quaresma são uma bênção. Um tempo de retiro destinado a aprender a resistir à tirania diabólica da publicidade que nos impõe modelos de vida e de organização económica, social, política, cultural, religiosa e irreligiosa, a nível local e global, pessoal e familiar. Um tempo para a descoberta do que é essencial, supérfluo e prejudicial. Um tempo para descobrir as sugestões de Deus, dentro e fora de nós"


Frei Bento Domingues,
in PÚBLICO de hoje

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 64


DO ENSINO NA GAFANHA

Caríssima/o:

E perguntava-se: «E na Gafanha como seria?»
Como resposta apreciemos esta série de retratos, todos eles carregados de cores muito intensas. Seu autor, o P. João Vieira Resende, aproveitou a «Monografia da Gafanha» para os revelar nas páginas 105 e 106.

«Foi bem acentuado e característico o seu estado de atraso. Quantas vezes para escalpelizar em alguém uma grosseria, uma incorrecção, ou um deslise, se empregava, ou emprega ainda [1944], a apóstrofe:”És um gafanhão!”, como se dissesse:”És um ignorante!”. A frase diz tudo!...

«Concorreu também a Gafanha com o seu pesado contingente para que Portugal, em face das estatísticas oficiais, tenha passado, com verdade, no conceito dos povos e nações civilizadas, como sendo uma das mais atrasadas [...com] legiões e autênticos povoados de analfabetos.

«A Gafanha, tão distanciada dos centros escolares e da instrução, a muitos quilómetros de Aveiro, Ílhavo e Vagos, sem meios de comunicação, reduzindo assim os seus habitantes à crítica situação de uma vida de primários, deveria com toda a justiça, ser olhada com mais atenção, carinho e amor. No entanto não foi assim. Só tarde, mesmo muito tarde, se pensou alguma coisa nesta triste situação.

«Quando outras povoações, com menos direitos, já eram beneficiadas com escolas e instrução, a Gafanha ficava sempre na retaguarda, entregue a um aturado esquecimento, a um criminoso enquistamento cerebral.

«Até 1880, toda a Gafanha, com um povoamento denso, não tinha uma única escola, e desta data até 1908 só funcionava a escola de 1880, que durante aquele período servia pessimamente, pela sua deslocação, toda a Gafanha ocidental, ou seja as actuais freguesias da Nazaré e da Encarnação e a Gafanha da Boa-Hora (Vagos), numa longitude marginal de cerca de cinco léguas. Era um horror! Já tarde, em 1908, criou-se a segunda escola na Boa-Hora, também afastada e menos necessitada, visto ficar no outro extremo sul da Gafanha, que era e é menos povoada.
«Em 1909 é criada finalmente a terceira escola da Gafanha, na Encarnação, que desta vez ficou mais central[...].

«Mas até esta data, que penúria, que miséria na instrução destes povos!
Foi uma eternidade de obscurantismo naqueles cérebros. [...]

«Erros da política do tempo, retemperada no caciquismo e no favoritismo, dos quais os povos eram sempre o bode expiatório.»

Como se está a ver, a situação não era nada famosa..
Mas continuaremos..

Manuel

Na Linha Da Utopia

A juventude da Parvónia

1. Mesmo após a polémica, tudo continua na mesma. E a certa altura já nem se sabe como reagir ao mau gosto que vai crescendo de forma desmedida. O assunto é a campanha, diga-se sem jeito nem inteligência, da “parvónia” chamada Media Markt. A conclusão da história publicitada, após um arranjo que leva ao ridículo um chefe militar e um escuteiro, é que quem é “parvo” é que não vai ao Media Markt. Enfim, para além da pobreza da qualidade do anúncio, já há muita gente a dizer precisamente o contrário…
2. O ditado diz que «quem não sente não é filho de boa gente». Sabemos como são as coisas. Entre o silêncio do não ligar ao assunto (esta a receita dos tempos indiferentes), ou a coragem de dar uma “pedrada no charco”, correndo o perigo das múltiplas interpretações, até de exagero, a Junta Central do CNE emitiu um comunicado, apelando ao bom senso ético. O parvo anúncio coloca o jovem escuteiro oriundo, imigrado (emigrante?), do país Parvónia no cenário mais ridículo…
3. Após o corajoso comunicado da Junta Central (sabendo que correria o perigo das análises habitualmente passivas de “estar a dar importância demasiada ao assunto”), CNE que neste país pela “escola de vida” do Escutismo procura realizar um ideal de trabalho sério com mais 70 mil jovens portugueses, a resposta do Media Markt (do seu country manager!), aliviando a coisa, não deixa de nos dar dois sinais: 1º, que a aparvalhada figura do escuteiro pretendia «representar a juventude» portuguesa; 2º, que só os escuteiros ficaram ofendidos, pois «nenhuma associação de militares nos contactou» (bom, o papel do militar não desce à figura do jovem).
4. O que vale é que os jovens já se estão pouco importando com o que deles dizem, senão!... Indiferentes, no “porreirismo” do deixa andar que vão copiando pelas referências sociais, já comem tudo… É de saudar a Junta Central do CNE, que fala em nome das instituições se viram, vêem ou verão, expostos a um ridículo anestesiador dos padrões de dignidade e qualidade de uma sociedade. Quem sabe esta (ex)posição do CNE tenha sido um contributo para os próximos anúncios que, para garantir a polémica que vende, colocariam figuras de estado nessa parvónia…(Talvez aí a coisa mudasse!) E depois queixamo-nos dos medos do futuro!

Alexandre Cruz

sábado, 9 de fevereiro de 2008

MANUEL ALEGRE: VOZ CRÍTICA DENTRO DO PS




Manuel Alegre, um histórico do PS, está descontente com a política protagonizada pelo seu partido. Hoje, num encontro com apoiantes ligados à sua candidatura a Presidente da República, à revelia e mesmo contra o candidato do seu partido, Mário Soares, denunciou a política actual. Presentemente, é um crítico contundente da política de Sócrates, mostrando esse descontentamento a todo o momento.
À saída do encontro, afirmou que, até hoje, ainda não compreendeu a política levada a cabo pelo Governo do PS. E acrescentou: “Não se pode fechar coisas sem criar alternativas, além de que fechar serviços públicos em zonas do país onde não existe mais nada é deixar as pessoas com menos do que nada e numa situação de abandono, de aflição, e com a sensação de que foram desprotegidas e abandonadas pelo Estado democrático.”
Depois deixou recados. Para o seu partido e para o País: É preciso refrescar a democracia; o povo português está triste; não há debate no PS; é necessário reformar o sistema; os partidos não se regeneram com facilidade por dentro; há um buraco negro no partido [PS], na democracia e no País. Claro que não é só o PS o culpado. O sistema [onde é que eu ouvi isto?] já vem de trás!
Será que os nossos políticos andam cegos? É que não vêem a realidade do povo português, que vive numa angústia terrível, alimentada pela incerteza do amanhã.

FM

Açores: Ilha do Faial

Vulcão dos Capelinhos

Vulcão dos Capelinhos: casa soterrada


Vulcão dos Capelinhos
Um espectáculo raro para quem chega. Imagens que se fixam, para sempre, na retina de quem as vê e as contempla. A força da natureza com toda a pujança de um vulcão sempre à espera de se mostrar.

FÁTIMA COM MAIS PEREGRINOS



FÁTIMA COM MAIS PEREGRINOS

Quatro milhões e 800 mil pessoas participaram no ano passado nas várias celebrações no Santuário de Fátima. Os números foram revelados esta Quinta-feira, mostrando um aumento de 600 mil pessoas em relação a 2006.
O aumento também se verificou nas peregrinações oficiais, um total de 3909, das quais 1344 portugueses e 2565 oriundas do estrangeiro.
O Santuário recebeu peregrinações de 74 países, verificando-se um grande crescimento nos peregrinos vindos de países de Leste. Outros países que apresentam maior crescimento em número de peregrinos são o Brasil e a Coreia do Sul. Itália, Polónia, EUA e Espanha continuam a ser os principais países de origem.
A inauguração da nova igreja da Santíssima Trindade, em Outubro do ano passado, foi um dos momentos altos de 2007, reunindo milhares de pessoas em volta do Cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano e legado pontifício de Bento XVI para o encerramento das comemorações dos 90 anos das Aparições.
Os fiéis que participaram em 2526 missas oficiais foram 4milhões e 191 mil, a que se somam 689 mil em missas particulares. Comparativamente com o ano anterior houve mais 600 mil fiéis nestas celebrações.
O Serviço de Peregrinos registou também os números de outras celebrações oficiais, como o Rosário e outras celebrações paralitúrgicas. Houve 1403 celebrações oficiais tendo participado 3 milhões e 893 mil pessoas, quase mais um milhão do que em 2006.

Fonte: Ecclesia

Senhora dos Navegantes, Senhora da Embarcação

Um diaporama de Dinis Manuel Alves

O CARDEAL TETTAMANZI E OS CATÓLICOS DIVORCIADOS


Há anos, no aeroporto de Lisboa, uma senhora que eu não conhecia de lado nenhum aproximou-se para me dizer delicadamente, num quase agradecimento, que se tinha divorciado, com o meu contributo.
"Como?!...", atirei-lhe eu, perplexo. E ela: que eu tinha feito uma conferência - era verdade - e tinha dito que ninguém deveria ser obrigado a viver no inferno e ela vivia num inferno e, com aquelas minhas palavras, arranjara coragem.
De outra vez, ia a entrar para uma conferência, e um casal disse-me à queima-roupa: "Obrigados pelo que escreveu sobre os católicos divorciados e recasados!"
Nós nunca sabemos quais são exactamente as consequências, boas e más, do que dizemos ou escrevemos. Mais uma razão para se procurar a verdade e a honestidade!
Há dias, um outro casal intimou-me: "Viu aquelas declarações de um cardeal sobre os divorciados? Escreva qualquer coisa sobre isso."
Eu pensava que as pessoas eram mais ou menos indiferentes ao facto de a Igreja proibir a comunhão aos católicos que se divorciam e voltam a casar. Mas fui-me apercebendo de que não é assim. Quando permanecem ligadas à Igreja, é doloroso. Para quem não será doloroso, em qualquer situação, sentir-se excluído? À distância, é fácil ver que muitos, homens e mulheres, seguiram Jesus, fascinados, porque ele incluía no Reino de Deus - o Reino de Deus é, numa primeira instância, "uma vida mais digna e feliz para todos" (J. A. Pagola) - aqueles e aquelas que a sociedade e a religião oficial excluíam. O teólogo Edward Schillebeeckx pergunta algures sobre a alegria de um marginalizado convidado por alguém significativo para "tomar um copo". Ora, Jesus sentou-se à mesa - um sinal da presença do Messias de Deus -- com os pecadores públicos, as prostitutas, os pobres, aqueles e aquelas que a vida excluiu. A alegria deles foi sem nome.
Agora, o arcebispo de Milão, cardeal Dionigi Tettamanzi, numa carta pastoral que tem por título "O Senhor está perto de quem tem o coração ferido", reconheceu que a Igreja Católica "descuidou e ignorou" os separados e divorciados. A Igreja não esteve atenta aos seus "sofrimentos". Assim, Tettamanzi exprime-lhes o seu "pesar", se encontraram homens ou mulheres da comunidade cristã que "de algum modo os tenham ferido", "julgado sem misericórdia" ou "condenado".
Lê-se na carta: "A Igreja sabe que em certos casos não só é lícito, mas inevitável, tomar a decisão de uma separação. Para defender a dignidade da pessoa, evitar traumas profundos e salvaguardar a grandeza do matrimónio, que não pode transformar-se num rosário insustentável de ataques e ferimentos mútuos." Por isso, a Igreja não os "julga" nem os "olha como estranhos que faltaram a um pacto; pelo contrário, sente-se participante das necessidades que os tocam intimamente".
Assim, faz-lhes um apelo para que não abandonem a Igreja: "Também de vós a Igreja espera uma presença activa", e convida-os, concretamente, a "participar com fé na Missa".
Mas cá está! Continua a proibição de acederem à comunhão. Ora, é precisamente esta exclusão que faz problema. De facto, é como alguém ser convidado para um banquete e, depois, não lhe ser permitido comer e participar.
Objectar-se-á que a Igreja tem de ser fiel à doutrina. Eu diria que é evidente que há o ideal de um casamento indissolúvel e fiel e de uma família estável, a promover também pelo Estado. Aliás, em princípio, quem se casa não leva consigo, à partida, o subterfúgio do divórcio, que implica imenso sofrimento para os cônjuges e sobretudo para as crianças. Mas também há a vida na sua realidade tantas vezes crua, como reconhece o cardeal.
Sem culpa, com culpa de um ou do outro ou dos dois, por vezes, "a separação é lícita e inevitável".
Quando já não há amor, já não são aquele e aquela que se conheceram e amaram. O tempo mudou-os.
Se, depois, em dignidade e na responsabilidade, refizeram a vida num novo casamento, deverá a Igreja, lembrando-se de Jesus, o da inclusão, manter para todos, definitivamente, a exclusão da comunhão?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Figuras da nossa terra



Manel da Raquel

Falando com pessoa amiga de figuras típicas da Gafanha, logo veio à baila o Manel da Raquel. Se fosse vivo, teria agora 68 anos. Durante a conversa, logo nos lembrámos da simpatia com que era acolhido por toda a comunidade. Era um deficiente mental, mas conseguia reconhecer as pessoas e até articulava algumas palavras e dizia curtíssimas frases. Era prestável, quando lhe apetecia, e vivia muito à volta da igreja matriz, onde participava nas principais missas, funerais e outras cerimónias, sem causar qualquer distúrbio. Quem ficasse ao lado dele, podia ouvir como ele, imitando as pessoas, sussurrava monossílabos ininteligíveis, de resposta ao celebrante. Eram mais sons do que palavras. E ali estava, na cerimónia, sentado, ajoelhado ou de pé, como qualquer participante.
Depois, andava de café em café a encontrar-se com os amigos, ajudando, se estivesse em dia disso, um ou outro, em tarefas simples. Não havia ninguém que não lhe dirigisse a palavra, à qual ele respondia, habitualmente, com alegria. Às vezes, irritavam-no, sem qualquer razão, mas, no fundo, todos gostavam do Manel da Raquel. Raquel era sua mãe, que muito sofreu para tratar de dois filhos deficientes.
O Manel utilizava os autocarros da Auto Viação Aveirense, entrando e saindo quando lhe apetecesse. Sempre ouvindo e respondendo às brincadeiras dos amigos e conhecidos. E até ia, com frequência, ver o seu Beira-Mar, ao estádio Mário Duarte, onde tinha sempre a porta franqueada. Era de todos conhecido e por muitos respeitado e ajudado. Nunca me lembro de o ter visto mal vestido ou sujo, salvo quando, pela força das circunstâncias, não sabia evitar a sujidade.
De quando em vez, fazia de sinaleiro, junto à igreja, quando pressentia que a manobra estava difícil. E um dia, conta-se, tantas ordens deu que o condutor, que não o conhecia, avançou, provocando um choque com outro veículo. Perante os protestos do confiante condutor, respondeu, com alguma graça: “é preciso ter olhinhos; é preciso ter olhinhos!”
No Timoneiro de Setembro/Outubro de 1977, tinha ele 38 anos, noticia-se, em artigo do Padre Miguel Lencastre, ao tempo prior da Gafanha da Nazaré, que a mãe do Manel faleceu no dia 30 de Outubro, tendo-se realizado o funeral no dia 1 de Novembro. A missa do funeral celebrou-se no cemitério, com a participação de toda a gente que ali recordava os seus mortos. No momento da colecta, o Padre Miguel fez um apelo à população para que contribuísse com os seus donativos, porque era urgente ajudar o Manel e seu irmão Carlos, também deficiente. Depois foi o arranjo da pobre habitação, dando-lhe melhores condições de habitabilidade.
Anos mais tarde, o Manel foi acolhido por um irmão, na Gafanha da Encarnação. E nunca mais apareceu nos sítios do costume. Houve, certamente, razões para isso. Morreu passado algum tempo. E não faltou quem dissesse que tal se ficou a dever ao facto de o Manel da Raquel ter saído do seu ambiente natural. Penso que não. O que importa, neste momento, é recordar esta figura típica da nossa terra, de quem todos gostavam.

Fernando Martins

Açores: Pico e Faial

Pico: Monumento ao baleeiro



Faial: Vulcão dos Capelinhos


Açores: Pico e Faial


Mais desafios para férias, nas ilhas atlânticas dos Açores. Como deve ser interessante andar por lá com os olhos bem abertos, para ver o mar de todos os lados e a terra com cheiros e paisagens, que se hão-de tornar inesquecíveis a quem puder senti-los com o corpo e com a alma!

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O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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