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Madre Teresa, dez anos depois

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Um texto de Luís Santos A SANTA DAS SARJETAS A 5 de Setembro de 1997, o coração de Madre Teresa de Calcutá deu o último suspiro. Passados dez anos, a obra que a "santa das sarjetas" ergueu continua viva e o seu sorriso perdurará. Esta data ficará na história do século XX. Durante a sua vida, ela simbolizava o amor aos mais carenciados. Aquela frágil mulher tinha uma força inesgotável e colocava em prática as palavras do Evangelho: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt 22, 39). Com o final do milénio à porta desapareceu a mulher que se entregou aos "mais pobres dos pobres" e deixou muitos corações desamparados. Uma paragem cardíaca, depois de várias pneumonias e crises de malária, "levaram" Madre Teresa. Viveu com o coração, o coração a matou. A humanidade perdeu alguém que, por nada ter nem poder, tinha toda a autoridade porque ninguém conseguia dizer não a um pedido que ela formulasse. Calcutá chorou, provavelmente, como nenhuma outra cida...

Ares do Verão - Nevoeiro a incomodar

Hoje, na Praia da Barra, o nevoeiro matinal nem me deixou usufruir um esperado dia de Verão. Diziam os mais antigos que o primeiro de Setembro é o primeiro dia de Inverno. O ditado cumpriu-se. Porém, estou convencido de que durante o dia não hão-de faltar veraneantes... os que apostam em aproveitar o período estival em toda a sua plenitude, quer faça calor, quer haja nevoeiro frio e incomodativo. Talvez um sol radioso desponte, para contentamento de todos. Cá por mim, vou ficando à espera de melhores dias, já que o Verão de 2007 foi, como rezam as informações científicas, o mais frio dos últimos 20 anos. Talvez por isso, a Praia estava, hoje de manhã, quase deserta. Vejam o Molhe Sul com pouca visibilidade e com pouca gente. E as tradicionais barracas nem sequer foram montadas. Ali estavam às moscas. Melhores dias virão. É a nossa sorte.

Silêncio de Deus

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Líder da Igreja Católica diz que é comum duvidar : Bento XVI admite dúvidas de madre Teresa : O Papa admitiu, no sábado, que mesmo "a madre Teresa de Calcutá, apesar do seu espírito de caridade e fé, sofreu com o silêncio de Deus". Bento XVI falava perante milhares de jovens em Loreto, na Itália, numa peregrinação de dois dias que serviu para preparar as Jornadas Mundiais da Juventude de 2008 em Sydney. O chefe da Igreja Católica, que ontem à tarde regressou à sua residência de Verão em Castelo Gandolfo, falava sobre a fundadora das Missionárias da Caridade em vésperas da publicação de um livro que revela que a freira católica questionou a sua fé e teve períodos de dúvida a respeito da existência de Deus. "Todos os crentes conhecem o silêncio de Deus. Até mesmo a madre Teresa", disse Bento XVI, de improviso, acrescentando que esse silêncio serve para os crentes perceberem a situação das pessoas que não acreditam em Deus. As afirmações do Papa assumem especial impor...

Os meus contos

COMO RECORDEI O NOME DO MEU AMIGO DA ESCOLA PRIMÁRIA Quando encontrei o meu amigo João, na avenida principal da cidade, nem sequer soube, de repente, como era o seu nome. Emigrante há décadas, na França, só de tempos a tempos vinha à terra, sempre no mês de Agosto, mês em que eu habitualmente saía para gozar, longe da rotina, uns dias de lazer. Esta coincidência de desencontros a fio fez de nós uns simples desconhecidos. Saí de casa logo de manhã cedo com vontade de caminhar ao deus-dará, usufruindo de um sol que tardava em aparecer para nos aquecer. Ruas cheias de gente que deambulava a caminho da igreja matriz, para a missa dominical, ou em busca de um lugar num café do centro da cidade para saborear a “bica” e ler o jornal. Das pastelarias e padarias saíam pessoas apressadas com saquinhos de pão fumegante que apetecia comer, logo ali, barrado com manteiga. Carros passavam decerto com destinos marcados e no quiosque eu esperava ansioso o diário que todos os dias costumo ler, na con...

Um poema de José Gomes Ferreira

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A CATEDRAL DA LAREIRA Na Catedral da Lareira há chamas ajoelhadas, erguendo as mãos da fogueira, esguias como as espadas. São poentes os vitrais… Ardem pinheiros… Perfume… As chamas rezam missais com letras feitas de lume Quero rezar com vocês!... Ó Sol! Senhor português, escuta o meu sonho, atende-o… Vem ensinar-me a rezar – tu que és o brando luar, e a flor, o fruto, e o Incêndio… José Gomes Ferreira Nota: Um livro de José Gomes Ferreira, LONGE, perdido na estante, e que me veio à mão, há dias, levou-me a pensar como a memória é curta, tantas vezes. José Gomes Ferreira é um poeta que, durante muito tempo, foi bastante falado. Hoje está simplesmente esquecido. Como ele, muitos outros, que foram, e são, grandes poetas. LONGE foi publicado em 1921. A segunda edição, que possuo, veio a lume em 1927, quando o poeta, na altura, era Consul de Portugal na Noruega, como o atesta um seu cartão, com dedicatória a Alfredo Brochado.

Imagens de Aveiro

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A PAZ DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO EM TEMPO DE FÉRIAS : A Universidade de Aveiro, conhecida pela dinâmica que imprime a toda a vida académica e pela posição de líder em muitas áreas do Ensino Superior, mostra, em tempo de férias, uma certa e compreensível tranquilidade, nas suas ruas, largos e alamedas. Pelo menos à vista de quem passa, que lá dentro devem estar a fervilhar projectos para o ano lectivo e de investigação que se avizinha. Numa recente passagem pude ver a paz que por ali existe. Paz que não é sinónimo de sonolência nem de apatia. Só que, sem alunos, aos milhares, a alameda mostra-se assim... Daqui a um mês, se tanto, tudo será diferente.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS - 39

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DO SIGNO-SAIMÃO AO PINTO NEGRO Caríssima/o: Seja, voltemos atrás aos passeios-visitas escolares. De facto, naqueles tempos, havia-os obrigatórios, para além do castelo de Guimarães. Fascínio a ponto de os coleccionarmos eram os vidros coloridos ou os frascos dos mais diversos feitios. Assim uma ida a Oliveira de Azeméis impunha-se e era sempre pólo de interesse e de atracção. O olhar das nossas crianças a surpreender os mais pequenos gestos e sopros dos operários era a prova que não se pedia. Contudo, e a contra-gosto, falar de vidros é recordar o ralho e o tabefe (e fiquemo-nos por aí!...) inevitáveis quando, nos nossos renhidos desafios em plena estrada, inadvertidamente a bola se transviava e estilhaçava o vidro da janela da vizinha... Bem, vamos até às terras de Oliveira de Azeméis: «No concelho de Oliveira de Azeméis, vamos ao lugar de Silvares, na freguesia de Macinhata da Seixa. Além fica a casa dos Soares de Pinho, estão a vê-la? Agora reparem no brasão, que está voltado para o...

Recordando

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ANTIGA PONTE DA GAFANHA : A minha geração, tal como a anterior, não pode deixar de se comover com esta fotografia da ponte de Gafanha. Comover com as recordações a que ela nos conduz, mas também com as lembranças que ela nos traz à memória da evolução dos nossos mundos. Nos tempos de hoje, seria impensável ver, entre nós, uma ponte como esta, de madeira, com as suas fragilidades. Lembro que, por exemplo, quando os sinais dessa fragilidade se faziam sentir, os passageiros da camioneta da carreira tinham de passar a ponte a pé (Não confundam com pontapé), retomando a camioneta no outro lado. Não fosse o diabo tecê-las e a ponte ruir com o peso. Esta fotografia anda por aí na Net. Foi-me enviada por mão amiga, o que agradeço, e é com muito gosto que a partilho com os meus leitores.

Etnográfico em festa

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Durante a viagem à Polónia Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré celebra mais um aniversário Foi no dia 1 de Setembro de 1983 que nasceu o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré. Até hoje, pelo trabalho desenvolvido, merece os nossos parabéns. Com o seu amor ao legado dos nossos avós, tem levado, bem longe, a nossa Terra. Isto não significa que vai ficar por aqui. O Grupo vai continuar, certamente, a descobrir, a estudar, a preservar e a divulgar, no País ou no estrangeiro, a riqueza da nossa cultura, alicerçada em povos de matriz gandareza ou dos areais de Vagos, mas também dos mais variados recantos de Portugal. Quando eu era miúdo, por exemplo, recordo-me bem das gentes do Norte, sobretudo de Fafe e suas redondezas, que, a caminho das secas do bacalhau, onde trabalhavam de sol a sol, cantavam em grupo as modas das suas terras, enquanto faziam meias de lã. Penso que estas áreas da etnografia e do folclore precisam de ser estudadas. Neste dia de aniversário, aqui fica a sugestão. U...

Um artigo de Anselmo Borges, no DN

O JESUS DE RATZINGER-BENTO XVI (2) : Passados dois mil anos sobre a sua execução, um terço da população mundial acredita hoje em Jesus como o Cristo, o Messias, o Filho de Deus, o Salvador. Sobre ele escreveram-se centenas de milhares de livros e artigos. Os debates filosófico-teológicos por causa dele não têm conta. Por causa dele se morreu, por causa dele se matou. Há milhares de lugares consagrados ao seu culto. Não houve na História nenhum homem tão discutido e sobre o qual se tenha debatido e escrito tanto. "Ele dividiu a História ao meio" (padre Carreira das Neves). A questão de Jesus é a da relação entre o Jesus da História e o Cristo da fé. Como se chegou à confissão de que Jesus é o Cristo, que quer dizer o Messias, e o Filho de Deus? É a fé que estabelece esse laço, mas baseada na História. Sem o Jesus da História, o Cristo não passaria de um mito, mas, sem a confissão de fé de que o Jesus da História é o Cristo, Jesus não passaria de um mestre espiritual e mais um...

Bispo que aprovou a criação da paróquia

D. Manuel Correia de Bastos Pina, Bispo-Conde de Coimbra, diocese a que pertencia a Gafanha da Nazaré, foi o autor da erecção canónica da paróquia, em 31 de Agosto de 1910.  Há dias, o prior da freguesia, Padre José Fidalgo, lembrou, numa celebração, que este bispo não tinha o seu nome perpetuado na cidade. Pediu, então, às autoridades, que diligenciassem nesse sentido. Concordo plenamente, até porque há pela cidade muitas ruas com nomes que nada nos dizem.  D. Manuel de Bastos Pina nasceu no lugar da Costeira, freguesia de Carregosa, Oliveira de Azeméis, em 19 de Novembro de 1830. Começou os seus estudos em Ílhavo, com o Dr. José António Pereira Bilhano, que depois foi Arcebispo de Évora. Foi confirmado Bispo de Coimbra a 22 de Dezembro de 1871. Foi Bispo-Conde de Coimbra mais de 40 anos. Faleceu na sua casa de Carregosa em 19 de Novembro de 1913, dia em que completava 83 anos de idade.