domingo, 27 de agosto de 2006

Citação: Praxes académicas

“Completando o curioso cenário, o tribunal alegou que as actividades concretas da praxe não ultrapassaram a ‘normalidade’. Ficou, assim, a saber-se que, para a instância judicial em causa, de que resta a esperança de que esteja isolada no seus critérios de análise, forçar uma estudante a simular orgasmos com os mais diversos objectos e para gáudio de uma plateia de cidadãos cujo direito a boçalidade deve ser protegido é algo que não esbarra no mais elementar conceito do senso comum. Pior do que a impunidade que cava o silêncio de quem preferiria não se ver obrigado a resignar-se a uma prática primata que se disfarça sobre as nobres vestes da tradição, é perceber que quem teria o dever de fazer julgamentos sérios e ponderados também alinha no jogo. É mais um sinal de que, nos meandros do sistema judicial, prolifera a normalidade.”
João Cândido da Silva,
no PÚBLICO de ontem

Ideia interessante

A palavra do Senhor
acompanhada por uma bica
e uma tosta mista
:::
Quando acaba a adoração, depois dos cânticos e dos momentos de reflexão e do pai-nosso e de todos terem louvado ao Senhor, os fiéis não se vão logo embora. Aproveitam para beber um café, para comer uma fatia de bolo caseiro ou um croquete que sabe mesmo a carne, para discutir os últimos desaires do Benfica, para contar as diabruras dos miúdos. Atrás do balcão, Lina e António estão atarefados. A aparelhagem toca, baixinho, uma música que fala de fé enquanto, na pequena capela ali ao lado, há quem continue de mãos postas a rezar.
São assim as tardes de sábado no Café Cristão, na Amora, Seixal. Inaugurado a 24 de Junho, com a presença e a bênção do bispo de Setúbal, o primeiro Café Cristão da Península Ibérica está ainda em fase de arranque: o calor levou a maior parte dos fiéis para a praia e as acções de divulgação só agora estão a começar. "Lá para Outubro esperamos já estar a funcionar em pleno", garante António Andrade, que, com a sua mulher Lina, gere o espaço.
Por agora, o café é ainda uma curiosidade. Os miúdos do bairro aparecem para comprar guloseimas e para brincar um pouco no espaço infantil. Há quem entre, veja tudo, comente que está muito bonito e vá embora. Há quem nunca tenha ido à missa mas venha aqui tomar café depois do almoço. Na segunda semana de funcionamento um grupo de peregrinos espanhóis entrou por ali dentro num alvoroço: vieram a Fátima mas, como encontraram a indicação do café no site do Vaticano, decidiram ver do que se tratava. "São todos bem-vindos", garante Lina. "Temos aqui pessoas muito diversas, ateus, católicos e de outros credos. É muito bonito."
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Foto do DN
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Um artigo de Anselmo Borges, no DN

A Palestina:
um problema
teológico?
Em 1977, em Jerusalém, tendo-lhe observado que mais cedo ou mais tarde os judeus teriam de partilhar Jerusalém com os palestinianos, um funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita atirou-me: "Nunca! Não esqueça que esta terra nos foi dada por Deus há três mil anos!" Já antes me tinha confessado que era ateu, mas formara os filhos no conhecimento da Bíblia e celebrava a Páscoa como está determinado. E eu percebi melhor como tantas vezes a religião não passa de cimento ideológico político. De facto, sobretudo desde a fundação do Estado judaico, há dois povos com a consciência de que a Palestina lhes pertence, respectivamente, há três mil e quase 1400 anos: os judeus reportam-se ao reino de David e Salomão - ano 1000 a. C. - e os palestinianos à conquista pelos árabes em 636 d. C.
Desde o século XIX, o movimento político sionista lutou por um Estado para o povo judeu - pensou-se na Palestina e também noutras regiões. Assim, embora a tenha apressado, o Holocausto não foi a causa da criação do Estado judaico. Em 29 de Novembro de 1947, por maioria sólida e com o beneplácito dos Estados Unidos e da antiga União Soviética, as Nações Unidas aprovaram a divisão da Palestina em dois Estados: um Estado árabe e um Estado judaico, com fronteiras claras, a união económica entre os dois e a internacionalização de Jerusalém sob a administração das Nações Unidas. Note-se que, apesar de a população árabe ser quase o dobro e os judeus estarem então na posse de 10% do território, ficariam com 55% da Palestina.
O mundo árabe rejeitou a divisão. Mas, à distância, mesmo admitindo a injustiça da partilha e suas consequências - é preciso pensar na fuga e expulsão dos palestinianos -, considera-se que a recusa árabe foi "um erro fatal" (Hans Küng). Isso é reconhecido hoje também pelos palestinianos, pois acabaram por perder a criação de um Estado próprio soberano pelo qual lutam. Em 15 de Maio de 1948, terminava o mandato britânico sobre a Palestina e Ben Gurion proclamou o Estado de Israel. A resposta árabe (palestinianos e Estados árabes vizinhos) não se fez esperar, e deflagrou a primeira de seis guerras. Entretanto, o Estado de Israel continua a não ser aceite por muitos árabes e há judeus que acalentam a tentação do sonho de um Estado que abrangesse toda a Palestina. E aí está um dos focos principais de instabilidade mundial.
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sábado, 26 de agosto de 2006

Uma oferta de Laurinda Alves

Não posso deixar de mostrar, hoje e aqui, a oferta de Laurinda Alves a todos os seus leitores. É uma oferta simples, como todas as que semana a semana apresenta na revista XIS, que acompanha o PÚBLICO aos sábados. Trata-se, neste caso, de um conhecido e bonito texto do Eclesiastes, do Antigo Testamento. Texto conhecido e bonito, mas também poético e oportuno, que nos é dado para reflexão. Aqui fica: ::::
O tempo de guerra é sempre um tempo inquietante, de dor e sobressaltos mas, também, de esperança. Para tudo há um tempo,
para cada coisa há um momento debaixo dos céus
UM TEMPO PARA CADA COISA Tempo para nascer, e tempo para morrer; Tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado; Tempo para matar, e tempo para sarar; Tempo para demolir, e tempo para construir; Tempo para chorar, e tempo para rir; Tempo para gemer, e tempo para dançar; Tempo para atirar pedras, e tempo para juntá-las; Tempo para dar abraços, e tempo para apartar-se; Tempo para adquirir, e tempo para perder; Tempo para guardar, e tempo para deitar fora; Tempo para rasgar, e tempo para costurar; Tempo para calar, e tempo para falar; Tempo para amar, e tempo para odiar; Tempo para a guerra, e tempo para a paz. :: (Ecl 3. 1-13)

Imagens da Gafanha da Nazaré

:: IGREJA DE NOSSA
SENHORA DA NAZARÉ ::
Se vier à Gafanha da Nazaré ou por aqui passar, em dia de festa ou noutra altura qualquer, aconselho-o a visitar a igreja matriz. Foi restaurada há tempos, como dei nota neste meu espaço, com muito bom gosto e com muita dignidade, num esforço conseguido de recuperar os traços mais marcantes do passado, ligados a um estilo muito próprio desta região, dos finais do século XIX e princípios do século XX. O arranjo interior apresenta-se ao visitante com sobriedade e com arte, mas também com preocupações de longevidade. Facilmente se vê que o trabalho feito com recurso a bons materiais se destina a algumas gerações. Para além da antiga imagem da Padroeira, Nossa Senhora da Nazaré, todo o seu enquadramento, em talha dourada, merece uma atenção especial. Mas se o visitante se der ao cuidado de olhar com olhos de ver todo o interior, e mesmo o exterior, confirmará que vale a pena passar por lá, sem pressas. F.M.

TURISMO E PATRIMÓNIO RELIGIOSO

Universidade Católica promove curso online
A Universidade Católica Portuguesa (UCP) oferece um curso online de turismo e património religioso a todos os que têm manifestado interesse por estes assuntos. A iniciativa é da Faculdade de Teologia que pretende explorar as potencialidades da Internet com um curso como este, de pós-graduação, acessível a qualquer pessoa, esteja onde estiver. As inscrições estão abertas até 15 de Setembro e podem ser feitas inevitavelmente pela Internet ou pelo telefone.

Um artigo de Francisco Sarsfield Cabral, no DN

O herói de Cuba e o inimigo americano
Desde que Fidel Castro adoeceu, sendo a sua saúde um segredo de Estado, multiplicaram-se os comentários sobre este dinossauro do comunismo. Com razão. Fidel é o líder político há mais tempo no poder em todo o mundo - desde 1959. Mas pouco se fala da surpreendente popularidade que este ditador ainda conserva no seu país.
Se já era estranho existir há tantos anos uma ilha comunista a menos de 250 quilómetros dos Estados Unidos, ainda mais curioso é o comunismo cubano ter sobrevivido ao colapso do seu protector, a União Soviética. Fidel escapou a dezenas de tentativas para o assassinar (muitas delas gizadas pela CIA) e a vários planos de intervenção militar externa para mudar o regime, o mais célebre dos quais culminou no fiasco da Baía dos Porcos em 1961.
A brutal repressão interna do regime cubano explica parte da sua longevidade política. Mas não explica que a aceitação do tirano Fidel em Cuba seja ainda hoje apreciável. Nada que se compare, por exemplo, à descrença e ao cinismo desencantado que prevaleciam nos anos 70 e 80 nos povos europeus sob o império soviético.
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sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Festa na Gafanha da Nazaré

Largo 31 de Agosto
:: Festa em Honra da Padroeira ::
Neste fim-de-semana, a Gafanha da Nazaré vai estar em festa, como manda a tradição de muitas décadas. Diz a história que os gafanhões honravam a Padroeira, Nossa Senhora da Nazaré, sempre no último domingo de Agosto.
Era e é uma festa em que se casa razoavelmente bem o profano com o religioso. Não tem havido choques significativos entre esses interesses, embora se diga que o cultural tem ficado um tanto ou quanto esquecido. Concordo perfeitamente, até porque elevar um pouco o nível dos festejos seria, sem dúvida, uma mais-valia para o grande encontro dos gafanhões, tanto dos que vivem na Gafanha da Nazaré e arredores, como dos que por aqui gozam as suas férias.
Para além dos foguetes, que acho exagerados, e da música pimba, que predomina, vejo o prazer que muitos experimentam quando reconhecem os amigos que não viam há anos, sinto em alguns o retorno ao tempo em que saboreavam as cavacas e os suspiros, lembro quantos, na meninice, participavam na procissão como "anjinhos", caminhando com bolhas nos pés ao som cadenciado das bandas de música, que executavam, ano após ano, os mesmos trechos musicais.
A festa da Padroeira era também tempo de roupa nova, dos primeiros namoricos, de pagar promessas a Nossa Senhora, habitualmente levando, com esforço enorme, o andor aos ombros.
Era tempo de petiscos melhorados em casa, de convites aos amigos de longe, de missa cantada pelos corais das bandas de música e de sermão pregado "por distinto orador sagrado", como rezavam os cartazes.
Era tempo de concursos de fogueteiros, de ouvir e proclamar a melhor filarmónica, dos pastores que vinham com os seus rebanhos para que todos os gafanhões pudessem comer carneiro assado no forno.
Era o tempo em que as famílias se reuniam à roda da mesa, depois da missa do dia, em franco e alegre convívio, formulando votos de que no próximo ano tudo seria melhor.
Boas festas para todos.
Fernando Martins

Um poema de Orlando Jorge Figueiredo

MAR
Aqui está o mar inteiro e firme olhos abertos e azuis voz rouca e veemente Cresce em mim como espuma o desejo de amar o mar In “Guardador de Sonhos”

Santo André

Navio-Museu Santo André vai para
doca seca
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Mais de 100.000, é o número de visitantes de que o Navio Museu Santo André se «orgulha» de ter recebido durante os cinco anos de vida como pólo museológico. Atracado junto do Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, este antigo arrastão bacalhoeiro dá como alcançado o grande objectivo que esteve na origem do seu aparecimento como memorial da pesca do bacalhau por artes de rede de arrasto e emalhar.
Um dos raros exemplos de recuperação bem sucedida de exemplares do património náutico português que na passada quarta-feira celebrou cinco anos após a sua inauguração como navio museu. Especialmente vocacionado para as camadas estudantis, este navio pretende despertar as novas gerações para uma parte do património cultural e social do concelho de Ílhavo, que durante décadas esteve directamente ligado à actividade piscatória do bacalhau. E melhor do que consultar livros, ver fotografias ou mesmo ler documentos antigos, será uma visita a um arrastão que fez parte da frota portuguesa do bacalhau e que durante 50 anos rompeu as águas frias do Norte na captura do «fiel amigo», usando as artes do arrasto.
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União Astronómica Internacional decide

Plutão já não é um planeta
O sistema solar passou a ter apenas oito planetas. A União Astronómica Internacional decidiu hoje que Plutão, até aqui um dos nove planetas do nosso sistema solar, é um planeta anão. Os planetas do sistema solar são agora Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno.
A primeira definição de planeta, aprovada hoje depois de um debate acalorado entre 2500 cientistas e astrónomos de todo o mundo, traça uma linha clara entre Plutão e os actuais oito planetas do sistema solar.
Segundo a nova definição, para que um corpo celestial possa ser considerado um planeta deve orbitar em torno de uma estrela, ter massa suficiente para ter gravidade própria e assumir uma forma arredondada e ser dominante na órbita.
Esta última norma foi determinante para desclassificar Plutão, que até se cruza com o "vizinho" Neptuno na sua órbita em torno do Sol.
Para além das definições de planeta e de planeta anão, o documento da União Astronómica Internacional cria uma terceira categoria para abranger todos os outros objectos - à excepção dos satélites -, que ficam agora conhecidos como pequenos corpos do sistema solar.
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Animais das nossas vidas

O Toti e a Tita foram animais das nossas vidas. Aqui estão no relvado com a Lita. Descontraídos e excelentes companheiros, cada um com o seu...

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