sexta-feira, 3 de março de 2006
MULHERES com mais responsabilidades na Igreja
PORTO DE AVEIRO

FOTÓGRAFOS DA VIDA SELVAGEM

Um artigo de D. António Marcelino

ISCRA AVANÇA COM MAIS DOIS CURSOS

quinta-feira, 2 de março de 2006
HOSPITAL DOS COVÕES – 3
Fala-se, há muitos anos, da urgência de se humanizarem os hospitais. A eventual falta de pessoal, a vários níveis, e os diversificados serviços médicos para responder aos cada vez mais pacientes talvez dificultem aos profissionais espaço e tempo para ouvir os doentes. Por isso, em alguns hospitais e noutros Serviços de Saúde já é fácil ver os Voluntários Hospitalares, gente generosa que se presta a fazer o bem, junto de quem está doente e porventura em solidão.
Na “Cirurgia 2 Homens” do Hospital dos Covões, a enfermaria onde estive, não vi Voluntários, mas senti que todo o pessoal de serviço, médicos, enfermeiros, outros técnicos e demais profissionais, cumpria o papel dos voluntários, tal era a riqueza do seu espírito de doação, em perfeita sintonia com a especificidade das suas opções de vida. Talvez seja assim nos outros hospitais do País, porque não podemos ignorar a evolução no campo da Saúde e, o que é sumamente importante, o progresso ao nível da humanização dos hospitais.
Hoje e aqui falo do que vi e senti no Hospital dos Covões. De facto, jamais esquecerei a capacidade técnica, a disponibilidade, a boa disposição, o carinho e a alegria de todos os profissionais com quem contactei durante 12 dias. Médicos que ouviam os doentes e que prescreviam a medicação, quantas vezes depois de trocarem impressões com colegas, na procura das melhores soluções; técnicos delicados e com arte para receber; enfermeiros sempre prontos e atentos para que nada faltasse aos pacientes; e outros servidores que tudo faziam, mostrando permanentemente boa disposição, para amenizarem o sofrimento de tantos. Vi e ouvi, quando isso foi possível (o meu problema era de ouvidos), como os enfermeiros acolhiam os que chegavam, como os ajudavam na preparação para as intervenções cirúrgicas, como os recebiam à chegada do bloco operatório. Neste caso, com que cuidados os rodeavam, os assistiam, os olhavam. E em todos vi sorrisos francos e de todos recebi palavras amigas, explicações oportunas, conselhos importantes.
Vi a paciência com que tratavam e acompanhavam os mais idosos e mais dependentes, a serenidade com que enfrentavam as dificuldades e contrariedades que alguns pacientes provocavam ou não sabiam evitar. Vi como passavam as noites de vigília e como trabalhavam e respondiam às chamadas, quantas vezes a correr, para que tudo continuasse bem. Vi como conseguiam estar alegres e como sabiam, nas horas mais difíceis de alguns, transmitir-lhes o sentido da esperança.
Fernando Martins
Questões da vida: questões de humanidade e cidadania
TEATRO AVEIRENSE

Um artigo de Alexandre Cruz
1. Sempre que o verniz estala na praça pública a sociedade inquieta-se. A realidade escondida e desumana de todos os dias em tantos subúrbios de cidades, onde a exclusão é dura realidade esquecida, coloca-se agora, de forma mais intensa pelo escândalo de casos recentes, no mapa das preocupações sociais. Todavia, ainda que nestas horas todas as reflexões de bondade venham à luz do dia, ou então nos dias e noites geladas a solidariedade seja por si capaz de mover montanhas, o certo é que a problemática social dos sem-abrigo está aí, a desafiar este mundo e sociedade da cultura, do conhecimento, da comunicação. Afinal, se não conseguirmos criar uma ambiente social mínimo de dignidade e vida capaz para todos…que lugar “justo” para tudo o resto de grandioso?!... A par das grandes cidades deste mundo, sabe-se sobejamente, caminham a existência das grandes favelas, bairros de lata, degradações, vícios, caminho repletos de sem-abrigo vagueando vida fora sem pão nem horizonte…será inevitável esta realidade? Porquê este cenário a que estamos já tão habituados que só quando rebenta a “bomba” é que nos admiramos da realidade diária? Porque, por norma ocidental, lembre-se o caso de França de há meses, o poder e o império abandonou nos bairros escuros das cidades milhares, milhões de vidas que, por incultura pessoal ou ambiente social, vão carregando o peso da degradação humana até ao limite?... 2. Não é fácil o compreender tamanha realidade, quando, até, após hábito diário, “o não fazer nada nem lutar por algo de novo e melhor” já é forma instalada de vida de muitos sem-abrigo. Todavia, ainda que pessoalmente, por circunstâncias e contextos vários a vida não tenha despertado dinamismos da construção, fará sentido perguntar: onde têm parado o mundo do poder, das instituições, do mundo intelectual (com a sua força pedagógica) diante deste grandioso desafio de “compreender” para, “servir” e “promover autonomia responsável”? O percurso da história do pensamento humano ou das grandes conquistas de invenção técnica e científica defrontam-se, hoje, talvez com este enorme desafio, que afinal, focaliza no sentido de humanidade em tudo o que se conhece. O mundo da comunicação, nos regimes de saudável liberdade, já não deixa (na generalidade) que os cancros das cidades persistam. Quer queiram quer não as instâncias de poder, os habitantes de qualquer cidade, e em qualquer parte dela, nem que seja no bairro de latas mais pobre do mundo, essas pessoas são cidadãos, pessoas, com dignidade pessoal. Este facto indesmentível e irrenunciável, consequentemente, deverá proporcionar o ir ao encontro, quanto mais cedo melhor, ajudar a curar a ferida, trazer de volta à cidade, ou pelo menos manifestar mais preocupação… 3. Um dos graves dramas dos países chamados “desenvolvidos” é que esse desenvolvimento é só para alguns, e infelizmente, em percentagens de estudo quer nacionais ou internacionais, cada vez mais é só mesmo para alguns, nas novas formas de poder económico que, tantas vezes, é uma autêntica e desumana barbárie (e não só chinesa)… Neste nosso tempo, mesmo as duras realidades não se poderão esconder. Mas também para sarar feridas de muitas décadas de vida não se tenha a pretensão de soluções à velocidade da luz. Como sempre, um dos determinantes eixos de mudança será a essencial EDUCAÇÃO. Por esta, pelo caminho de uma instrução no respeito pela diversidade cultural mas aberta a uma comum referência básica de dignidade humana, poderá ser possível uma esperança mais firme. Mas, como é claro, não serão só as boas intenções ou o decreto de papel que criará uma nova mentalidade capaz de soluções. Só no trabalho em conjugação de esforços, em rede, em parceria sensível e sensibilizante, será possível atingir actuações de autêntico serviço que crie consciência cívica, por isso sempre sem ‘bandeiras’. É esse caminho que, graças a tantos esforços conjuntos, vais estando aberto… É essa a estrada da vida, a única possível, que fermentará de tal forma no coração de todos uma vontade firme de abertura, esperança, mudança de vida. Tarefa gigante, desafio urgente, que precisa de nós mas não depende só de nós. Lembramo-nos de pelo ano 2000, os números da ONU dizerem que o mundo “produz” em cada minuto 47 novos pobres. Sem palavras estas linhas de produção do drama da desigualdade miserável… Mas, apesar de tudo, e porque é com todos que este desafio do milénio se poderá vencer, alguns sinais de uma nova consciência solidária universal vão surgindo. Quem dera, que eles se multipliquem numa linha de montagem que produza os “mínimos de dignidade humana” para cada pessoa, seja qual for o beco ou o canto da cidade em que se viva essa profunda e urgente esperança!...
quarta-feira, 1 de março de 2006
Convento das Carmelitas
HOSPITAL DOS COVÕES - 2

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