“Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre
e Te amamentou ao seu peito”
A liturgia da vigília da festa da Assunção de Nossa Senhora proclama o Evangelho do encontro de Jesus com a mulher do povo que ouvia entusiasmada a sua pregação. “Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre e Te amamentou ao seu peito”, exclama no meio da multidão. Era a ressonância vibrante do coração feminino àquilo que escutava e a fazia exultar. Era a voz dos humildes a erguer-se em público e a anunciar a felicidade que pressentia na Mãe de Jesus. Era a afirmação do valor da geração, da maternidade e da amamentação para o equilíbrio da relação “mãe e filho”, embora intervenham outros factores. Era um “hino” velado ao ambiente familiar onde se inicia a educação humana.
A festa é a exultação festiva que o povo cristão vive, após a intervenção de Pio XII que, em 1950, declara solenemente o dogma da Assunção e oficializa o que era professado há muitos séculos. O Papa, bom conhecedor da tradição da Igreja, antes de tomar esta decisão, tem em conta o sentir do povo cristão, designadamente bispos, teólogos e outros fiéis. Não porque tivesse dúvidas, mas por reconhecer que o Espírito Santo distribui os seus dons pelos fiéis e para proclamar com a sua máxima autoridade, a autenticidade da fé que, há séculos, se vinha professando na Igreja.