segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Racismo e Xenofobia

9 de Novembro

DIA MUNDIAL CONTRA O RACISMO

Consubstanciado no poema “Lágrima de preta” de António Gedeão, está o tema em epígrafe, em que o poeta escalpeliza a essência do ser humano. Independentemente da cor da pele, no seu íntimo, nas suas células, no seu ADN, está gravada a informação genética que há-de nortear os destinos do homem. A cor da pele é o mero make-up, com que a Natureza caracterizou a geografia do nosso nascimento, que em nada condiciona os destinos do Homem!
Se recuarmos na história, haveremos de concluir que nem sempre foi assim e nem precisamos de ir para além do século XIX. Foi nos seus finais, entre 1861 e 1865 que decorreu um dos conflitos bélicos sangrentos na história dos Estados Unidos, que ilustra o tema, a Guerra da Secessão.
Por alguns historiadores chamada de Guerra Civil Americana, teve a sua génese na divisão económica entre o Norte industrializado e o sul mais agrário que pugnava pela manutenção da escravatura. As grandes plantações de algodão eram o suporte económico duma sociedade esclavagista que garantia a mão-de-obra barata para a exploração e comercialização da matéria-prima. Com a subida ao poder de Abraão Lincoln e os seus propósitos abolicionistas, mais se agudizou o conflito armado entre brancos e negros. A obra literária de Margaret Mitchel, “E tudo o vento Levou”, adaptada ao cinema, com sucesso retumbante, retrata de forma magistral essa luta de classes entre Nortistas e Sulistas e foi uma obra de referência.
Mas não se circunscreveu ao continente americano, este flagelo do racismo, tendo alastrado os seus tentáculos, um pouco por todo o mundo. Aliado à xenofobia, teve o seu expoente máximo na era nazi, em que milhares de Judeus foram sacrificados em nome da hegemonia da raça ariana.
Na África do sul, foi mantida, durante décadas, uma luta interna protagonizada por Nelson Mandela, que mercê da sua convicção e tenacidade, conseguiu abolir o vergonhoso Appartheid!
Foram inúmeros os fenómenos declarados de racismo, a envergonhar a nossa civilização, e que ficaram para a história como nódoas indeléveis.
O tema tem sido inspiração recorrente para escritores e poetas, ao longo dos tempos.
E...se iniciei esta reflexão com a alusão ao poema, “Lágrima de preta”, vou concluir com uma citação de Gabriel Garcia Marque: “... só admito que um ser humano olhe, de cima, o seu semelhante...se for para o ajudar a levantar-se”.

Comungo e corroboro!

M.ª Donzília Almeida

domingo, 8 de novembro de 2009

Presépios


Clique no cartaz para ampliar

A família pode criar o espaço para o sobrenatural crescer





O amor dos pais
deve ser o reflexo do amor de Deus

Começou a funcionar, na paróquia da Gafanha da Nazaré, uma escola para formação dos pais dos catequizandos do 1.º ano. Trata-se de um projecto inovador, criado por três casais da nossa comunidade atentos às questões educativas e à importância do envolvimento dos pais na catequese dos seus filhos. Foi de imediato aceite pelo nosso prior, Padre Francisco Melo, que considerou pertinente a proposta. Tem por título “Nós, Deus e os Filhos” e como objectivo máximo contribuir para que o amor dos pais pelos seus filhos seja o reflexo do amor de Deus.

Leia mais aqui

Não há dinheiro, mas há sentimentos




Há tempos, Portugal foi apontado como um país exemplar no acolhimento dispensado aos imigrantes. Gostei de saber que, apesar das dificuldades por que passamos, temos tempo para repartir com os imigrantes a nossa generosidade.
O Público de hoje entrevistou quatro imigrantes. Revelaram as dificuldades que encontraram, mas um não deixou de dizer, em Portugal “não há muito dinheiro, mas há sentimentos”. Ao menos isso.

Para este domingo, com votos de boas leituras...

Num mundo pluralista,
a viagem é comum a laicos e religiosos,
interpretada de formas diferentes

"Durante muito tempo, o enjoo causado por péssimas 'vidas de santos' fez-nos perder de vista que a santidade é uma viagem de permanente transformação até encontrar o essencial da vida,  segundo as características de cada um. O Reino de Deus está dentro de nós, se nos tornarmos lugares de escuta do Espírito, no íntimo da consciência e na beleza e agonia do mundo."

Frei Bento Domingues,

In Público de hoje

sábado, 7 de novembro de 2009

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 156

BACALHAU EM DATAS - 46
.

Primeiro Navegante

O NAUFRÁGIO
DO PRIMEIRO NAVEGANTE

Caríssimo/a:

Já vimos algumas imagens trágicas deste naufrágio.
Contudo, Deus louvado, há sempre outra imagem da mesma realidade – agora até no futebol nos dão sempre o ângulo oposto. Ora, nem mais: vamos mudar a máquina de filmar e captemos outros cenários.
A Dra. Ana Maria Lopes, no seu blogue, mas a 2 de Agosto de 2008, sobre este mesmo tema, escrevia:

«Contava-me o meu Pai que, nesse ano, bacalhaus escalados, espalmados e salgados tal como são acamados no porão do navio, após a salga, deram à costa, a boiar, chegando a aparecer na própria ria.
Nesse ano, é que houve, pelos vistos, festival do bacalhau, a sério, sem encenações.»

Pois bem, continuemos com a mesma perspectiva e divaguemos:
Num «Postal do Porto», publicado no Timoneiro de Novembro de 1983, escrevia (há um preâmbulo que não suprimi porque está ligado ao contexto...):

1. Vamos hoje partilhar este bocadinho de prosa que vinha no Gaiato, assinada pelo Padre Moura:
«Naquele mesmo dia demos um saltinho à Gafanha da Nazaré, a uma empresa de pesca ligada ao bacalhau. Fomos lá buscar dois fardos, oferecidos.
Um dia, nos fins de Setembro, em Paço de Sousa, recebemos a visita da família que administra a empresa. Até nos foram oferecidos, para além de outros valores, dois fardos de bacalhau bem cada mês do ano!
Deus seja louvado pelo Homem que dá o que é seu! Pelos pescadores de rosto queimado, habituados a subir e a descer as ondas do mar, tão longe da sua terra! Pelo mar, sinal de vida, um movimento para o Infinito!... E pelos peixes, escondidos na profundeza das águas, que são uma maravilha para os olhos e alimento para nós. Por tudo, a nossa gratidão!»


2. Esta oferta de BACALHAU recordou-me uma outra que o mar fez aos «pobres» da zona onde vivia, deve haver para aí uns trinta e tantos anos.
Foi o caso... Afundou-se, ali à boca da Barra, um navio – O PRIMEIRO NAVEGANTE, salvo erro.
O bacalhau libertou-se dos porões e, levado pela corrente e «atraído» pelas pedras, foi refugiar-se nas rochas da Meia Laranja, nas tocas. Era meter-se lá, fugir às ondas, e vir a pingar bacalhau e a escorrer água e areia.
Aquilo foi uma fartura! Trazia-se para casa às carradas.
Chegado aí – cada casa era uma seca e cada família, uma empresa -, era lavado e limpo da areia e posto a secar. Nenhum se estragou, que, enquanto havia bacalhau fresco a secar, não mais se provou outro conduto. E afinal nenhum peixe chegou a secar nem se guardou de reserva... a não ser na «barriga».

Felizmente neste naufrágio não houve vítimas a lamentar e talvez por isso o bacalhau era tão saboroso com o pequeno (!) senão de um ou outro grão de areia fazer música nos dentes.

Manuel

A questão da homossexualidade...



Homossexualidade e casamento


As religiões, concretamente as monoteístas, condena(ra)m, nos seus textos, por vezes sob ameaça de morte, a homossexualidade.
Assim, lê-se no Levítico: "Se um homem coabitar sexualmente com um varão, cometeram ambos um acto abominável; serão os dois punidos com a morte".
Mas, segundo M. Darnault, em Le monde des religions, o texto que está na base da homofobia cristã é o relato bíblico de Sodoma e Gomorra. Dois homens, enviados de Deus, chegaram a Sodoma e Lot acolheu-os pela noite, mas a população encolerizou-se: "Ainda se não tinham deitado, quando os homens da cidade rodearam a casa e chamaram Lot: 'Onde estão os homens que entraram na tua casa esta noite? Trá-los para fora, a fim de os conhecermos." Avançaram para arrombar a porta, mas os dois homens feriram-nos de cegueira, mandaram Lot fugir com a família e "o Senhor fez cair sobre Sodoma e Gomorra uma chuva de enxofre e de fogo", que tudo destruiu. Aquele "a fim de os conhecermos" é um eufemismo para relações homossexuais e de Sodoma proveio sodomia.
É também sobre esta narrativa do "povo de Lot" que se apoia o Alcorão para reprovar esta "acção infame" e "torpe". A suna prescreve a pena de morte, a maior parte das vezes por lapidação.
O fundamento da estigmatização teológica e canónica da homossexualidade, apoiada por especialistas da teologia moral, como São Tomás de Aquino, encontra-se no desenvolvimento do tema da depravação de práticas consideradas "contra a natureza", como já São Paulo tinha escrito na Carta aos Romanos: "Foi por isso que Deus os entregou a paixões degradantes. Assim as suas mulheres trocaram as relações naturais por outras que são contra a natureza. E o mesmo acontece com os homens: deixando as relações naturais com a mulher, inflamaram-se em desejos de uns pelos outros".
O Catecismo da Igreja Católica diz: "Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a Tradição sempre declarou que 'os actos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados'. São contrários à lei natural, fecham o acto sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afectiva sexual, não podem, em caso algum, receber aprovação. Um número não desprezível de homens e mulheres apresenta tendências homossexuais profundas. Eles não escolhem a sua condição de homossexuais; essa condição constitui, para a maior parte deles, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta".
Parece seguir-se o princípio da condenação do acto, não das pessoas. Também o Dalai Lama, em 2001, declarou que "a homossexualidade faz parte do que chamamos 'uma má conduta sexual'", rectificando depois: "Só o respeito e a atenção ao outro deveriam governar a relação do casal, hetero ou homossexual". Na Igreja anglicana, há debates acesos por causa da ordenação de bispos gays e bênçãos de casais homossexuais.
Entretanto, em 1993, a OMS retirou a homossexualidade da sua lista de doenças mentais.
Recentemente, houve um apelo lançado por 66 países para a despenalização universal da homossexualidade a que se associou o Vaticano. Ainda bem. E não deve haver lugar para discriminação. Julgo também que não há razões para negar a comunhão a quem tem essa orientação.
O Estado deveria encontrar uma forma de união com consequências jurídicas semelhantes às dos casados. Mas, como já aqui escrevi, a questão reside em saber se há-de chamar-se-lhe casamento. O problema é mais do que religioso e as palavras não são indiferentes, pois não pode dar-se o mesmo nome ao que é diferente. Como disse o filósofo ateu Bertrand Russell, "o casamento é algo mais sério do que o prazer de duas pessoas na companhia uma da outra: é uma instituição que, através do facto de dela provirem filhos, forma parte da textura íntima da sociedade, e tem uma importância que se estende muito para além dos sentimentos pessoais do marido e da mulher". Assim, o que a sociedade tem de resolver é se considera o casamento essa instituição ou uma mera contratualização de afectos.

Anselmo Borges

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