sábado, 1 de agosto de 2009

Entrevistas a figuras públicas, todos os dias, no jornal i

Maria Cavaco Silva
Laurinda Alves está a entrevistar, para o jornal i, figuras públicas, durante todo o mês de Agosto. Começou hoje com a nossa primeira-dama, Maria Cavaco Silva. São entrevistas intimistas. Pelo que já li, parece-me que houve a preocupação, ao jeito da jornalista, de procurar o lado mais humano das pessoas convidadas.

O futuro: sem futuro?

Eles também nascem. E crescem. Também amam e esperam. São seres humanos como nós. Também sorriem, mas tristes: a alma afunda-se na negrura da impotência, da dor e da tristeza. Tentam trabalhar. Sofrem demais. Morrem cedo, demasiado cedo. De desnutrição, de falta de água e de higiene e de remédios. De fome. Faltou-lhes tudo. Eles são os pobres. Aos milhões, cada vez mais. E é uma vergonha para a Humanidade que, quando há possibilidade do mínimo para todos, tantos morram ao abandono da fome. E Deus a perguntar, como no princípio a Caim: "O que fizeste do teu irmão?" Como se pode tolerar que ao mesmo tempo que aumenta a riqueza mundial seja cada vez maior o fosso entre os ricos e os pobres, cujo número, com a crise, não cessa de crescer? São homens e mulheres, aos milhões - muitas crianças -, a quem foi negada a dignidade humana. Este é que é o problema maior da Humanidade, que tem de ter uma solução. Esperamos numa boa solução. Porque, se não for a bem, será a mal. De facto, quem julga que o tempo das revoluções acabou está enganado. Vem aí a revolução dos pobres e desesperados. Na sua última encíclica, Caritas in Veritate (A caridade na verdade), Bento XVI tentou dizê-lo, mas, segundo alguns, sem a força necessária. Daí, a par do merecido aplauso, as justas críticas ao documento. Que é demasiado longo, num amálgama para todos os gostos, o que é verdade. Que, ao falar a partir de um lugar soberano de pureza moral, ignora a necessária autocrítica da Igreja, o que também é verdade. Que a crítica do mercado e do universo financeiro tinha de ser muito mais severa e concreta. Que é equilibrista e tem míngua de análise crítica e denúncia e anúncio proféticos. Se há desafio gigantesco para a Humanidade, é o de encontrar um modelo económico que alie liberdade e justiça. De facto, com o comunismo, o que se queria era implantar a justiça, mas o resultado foi uma sociedade sem liberdade nem justiça. Com o capitalismo desenfreado, a liberdade é só para alguns e opressora. Como acaba de escrever o famoso bispo Pedro Casaldáliga, "impõe-se também uma recusa crítica do suposto 'triunfo' do capitalismo neoliberal. Porque nós, pelo menos, não vemos em lado nenhum esse triunfo, se nos referimos à imensa maioria da Humanidade. Acrescendo que o próprio capitalismo neoliberal triunfante não se sente tão seguro de si, frente às suas contradições internas. Mas, mesmo que esse triunfo do egoísmo estrutural se tivesse dado, seria um fracasso ético da família humana, pois estar-se-ia a evidenciar, mais uma vez, a impossibilidade de uma política e uma economia honestamente fraternas; ter-se-ia imposto outra vez, como única possível, a 'ética dos lobos'". A encíclica, inesperadamente, refere-se à necessidade de mais Estado, critica o neoliberalismo e diz que urge uma Autoridade política mundial reconhecida por todos. Mas não houve ousadia profética. Continua a inscrever-se, ainda que o seu fio condutor seja o do desenvolvimento humano integral, no horizonte do desenvolvimento aparentemente sem limites. Como escreveu J. Ignacio Calleja, não se colocou a questão do "decrescimento" como forma de mudar os estilos de vida. Eu próprio há muito tempo me pergunto se não continuamos inconscientemente instalados na ideia de um progresso ilimitado. Mas a pergunta é: é possível um desenvolvimento sem limites num mundo limitado? Por outro lado, não é verdade que se torna cada vez mais claro que o "trabalho" se tornou definitivamente um bem escasso e que é preciso partilhá-lo, com todas as consequências? Cá está o tal "decrescimento". Afinal, a questão é simples. O presente modelo de desenvolvimento não é universalizável. Quem tiver dúvidas pergunte o que acontecerá, quando, por exemplo, os quase três mil milhões de chineses e indianos quiserem e obtiverem os padrões de vida e consumo ocidentais. A contradição é esta: por um lado, impõe-se promover os pobres, que têm direito ao desenvolvimento, mas, por outro, no quadro do nosso modelo, isso é problemático, porque o planeta não aguenta ecologicamente. Então? Anselmo Borges

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE

Pintura de Van Gogh
Abrir a Sagrada Escritura Abrir a Sagrada Escritura e aí está! Não é um livro, não é o Livro, é o lugar da Palavra que se estende para além das palavras sonho sem sonho à margem do texto ressonância através de todas as espessuras da vida fonte cuja nascente é invisível, pensamentos, imagens, palavras movimentos sóbrios do coração a Letra é necessária o espírito vai porque o sentido da Escritura é a vida salva.

Maurice Bellet

Nota: Texto e foto do snpc

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Crianças austríacas na Gafanha da Nazaré

As fotos de crianças austríacas que viveram na Gafanha da Nazaré, depois da segunda grande guerra, já começaram a aparecer. Pode ver duas crianças aqui.

POR UM PORTUGAL MELHOR

SER SOLIDÁRIO
Ser Solidário. O povo português é solidário por princípios e por ideais. Sempre responde, principalmente quando as desgraça e as necessidades são divulgadas adequadamente e têm dimensões mais ou menos catastróficas, que originam necessidades extremas. E noutras de menor dimensão também responde. Veja-se o que num simples programa de televisão se pode fazer, como há semanas atrás. Fala-se em crise. Sabemo-lo e sentimo-lo. Somos cerca de 10 milhões de habitantes e se cada um desse um euro teríamos dez milhões de euros. Com estes dez milhões poderíamos minimizar as necessidades básicas de muita gente. Como quem coloca semana a semana, mês a mês, umas moedas no porquinho, seria uma campanha com continuidade periódica, devidamente divulgada, estruturada e transparente. Vamos a isto?
J. M. Ferreira

Momentos de franco optimismo

Parque de Campismo da Barra, onde passámos algumas férias juntos
Conviver com amigos é sempre uma experiência revigorante. E se um deles tem sentido alguns incómodos de saúde é, por norma, muito gratificante. Pelo prazer de marcar presença e pela convicção de que o optimismo está surtindo efeito benéfico. Foi o que aconteceu ontem, longe da Gafanha da Nazaré, de visita a um casal muito próximo. Há amizades que não desbotam com o tempo. Tal como o Vinho do Porto, costuma dizer-se a brincar. Ou a sério. De facto, o célebre néctar do Doiro vai enriquecendo com o passar dos anos. Como a amizade que nos liga a uma família, com quem, há muitos anos, valorizámos uma proximidade inseparável. Os incómodos de saúde do meu amigo, pelo que vi, já lá vão. Durante parte de uma tarde, conversas desfiadas ao sabor das nossas memórias vieram à tona, para reviver momentos inesquecíveis. De alegrias partilhadas, de estórias recontadas vezes sem conta, de projectos alcançados ou por concluir, de esperanças vivas, de férias em comum, de filhos meninos e hoje adultos. Para o casal amigo, os nossos votos de boas férias, com muita saúde e franco optimismo. Fernando Martins

FÉRIAS EM TEMPO DE CRISE

Tela de José Malhoa
Ler um livro Ler um livro de pensamento exigente com um forte desejo da verdade sem avidez em saber sem pretensão de disputar mas por gosto, por amor da verdade Abrir a porta profunda a todo o pensamento que emerge e deixá-lo permanecer em paz de modo que ele venha a dar o seu fruto. Maurice Bellet

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