terça-feira, 23 de junho de 2009

Comercial, puro e duro?

1. Há dias o programa de entrevista Diga Lá Excelência convidou o director geral da TVI, José Eduardo Moniz. Para além das novelas geradas pelo jornal de sexta-feira e das “perseguições” à classe política ou da ex-futura candidatura sua à presidência do Benfica, falou-se da realidade da televisão em Portugal, ou não fosse Moniz um dos senhores mais poderosos da TV. Talvez a melhor síntese que se possa apresentar seja a de que, no limite, não valerá a pena termos grande ilusões ou grandes esperanças quanto ao papel das comunicações sociais, especialmente a televisão (?), nomeadamente no que se refere à sua esperada função pedagógica. É certos que as fronteiras da comunicação não tão fáceis de discernir… Mas a televisão que tem como critério o dar o que as gentes gostam fica bem aquém da sua função e missão.
2. Percebe-se o gosto da polémica geradora de audiência e o desejo, então, do contraditório clarificador. Tudo está previsto e tudo é estudado nos (melhores?!) referenciais do marketing do império da comunicação… Enquanto vai decorrendo o contraditório e o esclarecimento, a audiência vai estando garantida, a publicidade pesa mais e o comercial vai-se distanciando a anos-luz da ética. Na avaliação de programas como o Big Brother ou Morangos com açúcar, confirmamos este critério como valor absoluto. Talvez possa parecer ingenuidade o confiar-se e esperar-se frutos efectivos de uma Entidade Reguladora para a Comunicação Social; nos anos da sua vida, em quantos casos e situações conseguiu iluminar os critérios em ordem, por exemplo, à violência não ser uma quase-constante nas televisões?
3. Um alerta, volta e meia, vem do maior país das comunicações, os Estados Unidos: a vida social e as próprias as escolas são assaltadas com violência e criminalidade que quase reflectem filmes de alto espectáculo… Haverá algo que as entidades devidas ou as direcções editoriais poderão fazer? Quando?
Alexandre Cruz

Depois de umas horas de folga...

(Clicar na foto para ampliar)
Depois de umas horas de folga, que nem só de trabalho vive o homem, aqui estou de novo para o contacto quase permanente com os meus habituais leitores e amigos. E se vierem outros, que sejam bem-vindos.
FM

domingo, 21 de junho de 2009

Figueira da Foz: Forte de Santa Catarina

Forte de Santa Catarina
Para uma visita obrigatória
Quem chega à Figueira da Foz não pode deixar de visitar o Forte de Santa Catarina, ali na embocadura do Mondego, com mar e areal por perto. É, sem dúvida, uma marca histórica de singular significado. Trata-se de uma construção dos finais do séc. XVI, embora tenha sido concluída posteriormente. Serviu para defender da entrada do Mondego e durante a Guerra Peninsular, na luta contra as tropas napoleónicas, foi palco de fortes confrontos, a que me referi há tempos. Ao passar por este forte, não deixe de ler as lápides com anotações históricas interessantes e importantes.

TECENDO A VIDA UMAS COISITAS – 136

BACALHAU EM DATAS - 26

CONSTRUÇÃO NAVAL EM PARDILHÓ Caríssimo/a:
1916 - «Em 1916 foi despendida uma verba de 4.789.129$00 na importação de bacalhau e 7 anos depois [1923] este valor subia para 123.775.924$00. Quer dizer, neste período a saída de divisas aumentou quase 30 vezes.» [HPB,69] 1917 - «Os navios bacalhoeiros da Figueira da Foz não irão este ano [de 1917] à pesca nos bancos da Terra Nova, em virtude de o pessoal exigir remunerações exorbitantes”. [...] Também a subida dos preços dos seguros chegou a pôr em risco a companha de 1917. Acresce ainda que a navegação se fazia com receios dos submarinos alemães, o que obrigou diversas empresas a fazer seguro das cargas.»[Oc45, 85/86] «Apesar das contrariedades, iam surgindo novas empresas. Em 1917, nasce uma sociedade por quotas, com um capital de 32 contos, em que a maior quota pertence a D. Lucília Ferreira Duarte Pinto Basto.» [Oc45, 86] 1918 - «Após o final da Guerra, assistiu-se a um incremento da pesca do bacalhau e da construção naval, especialmente em Aveiro. Em 1918, a Companhia Aveirense de Navegação e Pesca, liderada por um importante comerciante da praça de Aveiro, com ligações fortes ao poder político e económico locais, lança às águas o lugre ALTAIR, construído no estaleiro de Manuel Maria Bolais Mónica, na Gafanha da Nazaré. A imprensa local dá um enorme relevo à festiva e mediática cerimónia do “bota-abaixo”.» [Oc45,869] 1919 - «Em Pardilhó (Estarreja), terra conhecida pelos construtores navais de barcos moliceiros, fora construído em 1919, pelo mestre Joaquim Dias Ministro, o lugre de madeira ENCARNAÇÃO.» [Oc45, 120 n. 13] «Depois de um período florescente durante a I Guerra Mundial e da formação de uma escola de carpintaria naval, em 1919, o renascimento da construção naval em madeira na Figueira da Foz dá-se somente na época da II Grande Guerra. A dinastia Bolais Mónica associou o seu nome à construção naval em madeira na Figueira da Foz, destacando-se os construtores António, Manuel, João, José Maria e Benjamim Bolais Mónica. Este último localizou as suas carreiras na tradicional Murraceira, em frente da cidade da Figueira da Foz.» [Oc45, 115] «Em 1919, perdeu-se o ARIEL. A arrematação dos salvados não rendeu mais de 3.000$00.» [Oc45, 88]
Em título, realcei a construção naval em Pardilhó... já que Pardilhó foi ( ainda será?...) a sede do Sindicato da Construção Naval! Contudo, e sem dúvida, qualquer um dos parágrafos daria assunto para pesquisa e muita investigação: aos nossos futuros estudiosos... Manuel

sábado, 20 de junho de 2009

Um pouco de História: Aqueduto das Águas Livres

A alergia dos cristãos à política

É interessante constatar que nos anos 60 e 70 os movimentos cristãos juvenis e universitários acalentavam um grande entusiasmo pelo compromisso social e político, discutiam-se acaloradamente as formas de participação política dos cristãos, qual o seu lugar e missão na edificação de um mundo novo ou de um mundo melhor. É verdade que houve ambiguidades e derivas, tornando-se a política não uma dimensão, mas o centro e, em alguns casos extremos, a totalidade, relegando para um plano secundaríssimo a função eminentemente espiritual da proposta cristã. Mas a verdade é que hoje se corre o perigo oposto: o de buscar apenas uma espiritualidade, desenhada à maneira de um bem-estar íntimo, ou intimista, em que a Fé se torna um assunto privado, uma gestão exclusiva do eu, onde as necessárias implicações históricas e colectivas não entram. Será possível conjugar um grande amor por Deus com um grande desinteresse pelos homens? A rarefação do entusiasmo e da presença dos cristãos nas várias dimensões da vida pública é um sintoma preocupante na Igreja portuguesa. O Deus em que os cristãos crêm não plana acima das questões escaldantes da história: Ele aparece claramente comprometido com a justiça e uma ordem social de equidade, manifestando-se a favor dos mais pobres. A opção pelos pobres, a escolha preferencial pelos sem voz nem vez remonta ao próprio Cristo e ressoa claramente nos textos das origens cristãs. Como resume a 1 Carta de São João (1 Jo 4,20): «Se alguém disser: “Eu amo a Deus”, mas não amar o seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê». A Fé para ser vital tem de aceitar o risco de ser uma Fé encarnada. O Evangelho para ser vital tem de ser recebido como palavra transformante, como fermento colocado na massa. O cristianismo não coincide com nenhuma realidade política, mas em todas introduz uma tensão de amor, de justiça e de verdade. O cristianismo tem um sonho. Aqueles cristãos que dizem, “eu não quero sujar as minhas mãos na realidade do mundo”, como lembra Charles Péguy, “acabam rapidamente por ficar sem mãos”. José Tolentino Mendonça

O Estado deve pagar a velhice de famílias ricas?

O Estado deve pagar a velhice de famílias ricas? O Estado é de confiança ou abusa? São questões pertinentes a que José Couto Nogueira responde hoje no jornal i. Vale a pena ler aqui. Ver Coluna Vertical, em Opinião.

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