segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

NATAL: Um poema de Jaime Cortesão

Posted by Picasa Museu Nacional de Arte Antiga. Presépio de Gregório Lopes (1490-1550) ORAÇÃO DO DEUS-MENINO Era noite; e por encanto Eu nasci, raiou o Dia. Sentiu meu pai que era Santo, Minha mãe, Virgem-Maria As palhinhas de Belém Me serviram de mantéu; Mas minha mãe, por ser Mãe, É a Rainha do Céu. Nem há graça embaladora, Como a de mãe, quando cria; É como Nossa Senhora, Mãe de Deus, Ave-Maria! Está no Céu o menino, Quando sua mãe o embala. Ouve-se o coro divino Dos anjos, a acompanhá-la. Como num altar de ermida, Ando no teu coração; Para ti sou mais que a vida E trago o mundo na mão. Não sei de pais, em verdade, Mais pobrezinhos que os meus; Mas o amor dá divindade, E eu sou o filho de Deus!

Que democracia temos?

HÁ JÁ QUEM PROPONHA UM OUTRO PROCESSO PARA ESCOLHER O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Afinal, que democracia temos? A pergunta é pertinente, ou não houvesse, da parte dos órgãos estatais que têm por missão regulamentar os processos eleitorais, alguma displicência, face a certos candidatos à Presidência da República. Diz a lei portuguesa sobre a matéria que os candidatos a Presidente da República são independentes dos Partidos políticos e que todos, à partida, devem ter o mesmo tratamento, o que é inteiramente compreensível. Para que o processo eleitoral decorra com perfeita transparência, os vários candidatos à cadeira presidencial deviam merecer, obrigatoriamente, em especial nos média do Estado, o mesmo respeito, o que não está a acontecer. Quem está atento ao processo eleitoral em curso, já se habituou à ideia de que os candidatos são Cavaco Silva, Francisco Louça, Jerónimo de Sousa, Manuel Alegre e Mário Soares, quando, na verdade, há outros, continuamente ignorados pela comunicação social. É admissível (será?) que os média privados possam manifestar as suas preferência pelos candidatos que quiserem, mas já o mesmo não se pode dizer dos média que são pagos por todos os portugueses. Estes tinham a obrigação de ouvir e mostrar todos os candidatos, fossem ou não apoiados pelos Partidos políticos mais representativos do hemiciclo parlamentar. É sabido que a democracia não se esgota no leque partidário e as candidaturas à Presidência da República pretendem provar isso mesmo, com o objectivo de levar ao mais alto cargo do Estado uma personalidade que possa apresentar-se como Presidente de todos os portugueses. Infelizmente, não é assim, porque os Partidos políticos, na sua sanha de lutar pelo poder, a qualquer preço, não conseguem ficar alheios ao processo eleitoral presidencial, empenhando-se, com o envolvimento das suas estruturas, no apoio aos “seus” candidatos. É pena que isto aconteça e seria interessante que de futuro os Partidos (fundamentais numa democracia, é certo) deixassem o povo escolher em paz os seus candidatos, do universo português, tão cheio de personalidades independentes e capazes de desempenhar o mais alto cargo da Nação com total competência e muita dignidade. Creio, no entanto, que a nossa democracia tem ainda muito que crescer. Com tudo o que temos visto e ouvido, nem sempre com a dignidade que seria de esperar, já há vozes que se levantam contra esta forma de escolher o Presidente da República e não falta quem proponha um outro processo que acabe com algumas guerrinhas que se desenvolvem durante as campanhas eleitorais. Fernando Martins

Celebrar o Tempo entre culturas

Paulinas editam calendário inter-religioso
Sabia que no dia 1 de Janeiro, data em que a Igreja Católica celebra Santa Maria, Mãe de Deus, o cristãos Ortodoxos celebram a Circuncisão de Cristo? E que enquanto os cristãos Católicos e Anglicanos celebram a Epifania a 8 de Janeiro, nesse mesmo dia começa para o Islamismo a peregrinação a Meca (Dhul-Hijjah), e que para isso os peregrinos cortam o cabelo e usam túnicas brancas de forma a atenuar ao máximo as diferenças entre si? «Celebração do Tempo» é o novo calendário inter-confessional e inter-religioso editado pelas Irmãs Paulinas e pelo Secretariado Entreculturas, ligado ao Ministério da Educação, para o ano 2006.
Produzido por esta Editora católica desde há três anos, este calendário reúne informação relativa aos calendários por que se regem o Hinduísmo, o Judaísmo, o Budismo, o Cristianismo, e o Islamismo.Numa sociedade onde somos, cada vez mais, confrontados com outras culturas religiosas e outras formas de prestar culto divino, este calendário “tornou-se uma necessidade do quotidiano”, afirma o Pe. Peter Stilwell, Director da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa, na Apresentação que escreve de «Celebração do Tempo».
Torna-se importante “compreender o ritmo celebrativo dessas comunidades que reconhecemos já de vista, pela diversidade das suas vestes e o colorido das suas festas”, continua.De formato comprido e com uma agradável apresentação gráfica, o calendário «Celebração do Tempo» traz, para o ano 2006, como novidade a “referência à evocação dos Doutores da Igreja e dos santos portugueses no calendário litúrgico da Igreja Católica, as duas grandes festividades marianas de Lurdes e de Fátima – explica e o Pe. Peter Stilwell, também supervisor editorial desta publicação – e a escolha de fotografias para encimar cada mês obedecem aos temas da Missionação e da Diáspora”, escreve.
O azul de mar, uma antiga caravela e a imagem de São Francisco Xavier, na capa do calendário, remetem-nos desde logo para esse mesmo tema da Missão e da Diáspora. “Os primeiros gestos de Bento XVI – salienta ainda o Pe. Peter na Apresentação – mostraram como o Papa está atento à relação com as outras Igrejas e confissões cristãs e ao diálogo com as demais tradições religiosas”. Este é um gesto concreto desse diálogo.
Fonte: Ecclesia

domingo, 18 de dezembro de 2005

COMENTÁRIOS

Há tempos, vi-me obrigado a bloquear os comentários, tantos eram os que vinham carregados de publicidade, sem qualquer interesse.
Retomo agora a recepção dos comentários, na esperança de que os meus leitores participem. É que na partilha de opiniões todos lucramos.
F.M.

NATAL: Um conto de Eça de Queiroz

Posted by Picasa Notre Dame: presépio
O SUAVE MILAGRE
Nesse tempo, Jesus ainda se não afastara da Galiléia e das doces, luminosas margens do Lago de Tiberíade: - mas a nova dos seus milagres penetrara já até Enganim, cidade rica, de muralhas fortes, entre olivais e vinhedos, no país de Issacar.
Uma tarde, um homem de olhos ardentes e deslumbrados passou no fresco vale, e anunciou que um novo Profeta, um Rabi formoso, percorria os campos e aldeias da Galiléia, predizendo a chegada do reino de Deus, curando todos os males humanos. E enquanto descansava, sentado à beira da Fonte dos Vergéis, contou ainda que esse Rabi, na estrada de Magdala, sarara da lepra o servo de um decurião romano, só com estender sobre ele a sombra das suas mãos; e que noutra manhã, atravessando numa barca para a terra dos Gerassênios, onde começava a colheita de bálsamos, ressuscitara a filha de Jairo, homem considerável e douto que comentava sobre livros na sinagoga. E como em redor , assombrados, seareiros, pastores, e as mulheres trigueiras com a bilha no ombro, lhe perguntassem se esse era, em verdade, o messias da Judéia, e se diante dele refulgia a espada de fogo, e se o ladeavam, caminhando como as sombras de duas torres, as sombras de Gogue e de Magogue.
O homem, sem mesmo beber daquela água tão fria de que bebera Josué, apanhou o cajado, sacudiu os cabelos, e meteu pensativamente por sobre o Aqueduto, logo sumido na espessura das amendoeiras em flor. Mas uma esperança, deliciosa como o orvalho nos meses em que canta a cigarra, refrescou as almas simples; logo, por toda a campina que verdeja até Áscalon, o arado pareceu mais brando de enterrar, mais leve de mover a pedra do lagar; as crianças, colhendo ramos de anêmonas, espreitavam pelos caminhos se além da esquina do muro, ou de sob o sicômoro, não surgiria uma claridade; e nos bancos de pedra, às portas da cidade, os velhos, correndo os dedos pelos fios das barbas, já não desenrolavam, com tão sapiente certeza, os ditames antigos.
Ora, então, vivia em Enganim um velho, por nome Obede, de uma família pontificial de Samaria, que sacrificara nas aras do Monte Ebal, senhor de fartos rebanhos e de fartas vinhas - e com o coração tão cheio de orgulho como o seu celeiro de trigo. Mas um vento árido e abrasado, esse vento de desolação que ao mando do Senhor sopra das torvas terras de Assur, matara as reses mais gordas das suas manadas, e pelas encostas, onde as suas vinhas se enroscavam ao olmo, e se estiravam na latada airosa, só deixara, em torno dos olmos, e pilares despidos, sarmentos, cepas mirradas, e a parra roída de crespa ferrugem. E Obede, agachado à soleira da sua porta, com a ponta do manto sobre a face, palpava a poeira, lamentava a velhice, ruminava queixumes contra o Deus cruel.
Eça de Queirz
(Para ler todo o conto clique aqui)

Um artigo de Alexandre Cruz

Globalização
com Direitos Humanos? 1. Dezembro é mês de efemérides especiais, das quais se destaca o dia 10 de Dezembro, Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Um documento precioso de ideais a serem atingidos por todos os povos, um elo de coordenadas comuns dignificantes da vida e da construção social. Depois da II Guerra Mundial, diante de um impossível que foi real, as atrocidades clamorosas contra a dignidade humana espelhadas até ao limite do extermínio racial em campos de concentração, eis que por escrito, da Assembleia Geral das Nações Unidas de 10 de Dezembro de 1948, brotava um impulso de esperança, 30 Artigos da Declaração que contemplam múltiplas áreas da vida pessoal, familiar e social. Lembrar e revitalizar o espírito dos DIREITOS HUMANOS, como muitas instâncias, quer do ensino ao mundo associativo e humanitário fazem, significa colocar no mapa essencial das nossas preocupações o próprio mundo. Hoje, para todos, cidadãos do mundo global, preocupam, necessariamente, todas as notícias que chegam até nós que contêm atentados contra a proclamada dignidade humana. Quer do mundo oriental, na cruel e fugidia gigante comercial China, onde além da perseguição tudo é negócio para o Ocidente (da escravatura até aos órgãos dos mortos nas prisões chinesas), ao mundo ocidental, onde os recentes casos de pena de morte aplicada nos EUA espelham bem o quanto estamos longe de uma maturidade humana desejada. 2. Embora todo o sentido de esperança persistente, de representações e embaixadas e acordos entre as nações, de um século XX passado com o melhor (de evolução e noção do ideal) e o pior (de guerras e atrocidades desumanas), diante da aceleração da própria história e do encontro inevitável cada vez mais forte com formas diferentes de pensar, sentir, viver,… parecerá que a “incerteza” quanto ao futuro será hoje a grande palavra de ordem. Chamam-lhe tempo do crepúsculo, fim de uma era e princípio de outra; para uns pós-modernidade, outros era global, da comunicação, ou mesmo já inter-planetária…o certo é que cada vez mais é importante descer à terra, à nossa terra, pois não nos faltam missões e este será o tempo e o espaço da nossa vida e realização possíveis, que aproximem a realidade do sonho universal, os Direitos Humanos assumidos por todos. Mas como aproximar das crianças do Afeganistão ou Iraque a proclamação das Nações Unidas que nos diria ser possível “já” um futuro diferente? Como, acima de tantos maus hábitos culturais a compreender mas a mudar drasticamente (por exemplo em notícia de há dias, o hábito terrível de na Guiné procederem à mutilação genital às meninas, facto que leva muitas delas à própria morte), como mudar as mentalidades? Em termos universais, além de estarmos na Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (2005-2015), estamos também em plena Década para a Alfabetização (2003-2012); e, sem dúvida, nesta área educativa reside toda a esperança possível. Os Direitos Humanos (direitos e deveres) que querem ser levados a todas as pessoas das cidades, vilas e aldeias, só chegarão mesmo pela própria instrução, em regimes que assim se vão abrindo à liberdade e democracia. E se nos países ditos em desenvolvimento seria importante sentar na sala de aulas todos a aprender (para viver) os 30 artigos da Declaração, no chamado mundo ocidental que somos talvez fosse oportuno a liberdade obrigatória de estudar a sério a Declaração e todas as instâncias da ONU com suas coordenadas e Cartas de Princípios, nem que fosse, como vozes pertinentes sugerem, na existência de cadeiras de Ética Pessoal e Social, Cidadania, não facultativa (pois todo o ser humano é chamado a ser cidadão!), para gerar no próprio processo educativo mais o sentido do Outro, das noções do dever e promovendo o crescimento de vidas com sensibilidade… Ajudar os futuros pais de família, políticos, empresários, trabalhadores, a tomar mais consciência dos valores, sentido de Vida, direitos e deveres, algo que nunca foi nem será um acto mecânico, exige percepção justa, educada, da própria liberdade. Um caminho de “dúvida” no sentir da inquietação do como perceber neste mundo que “todo o ser humano tem direito à vida” (artigo III) e que “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”(artigo I)? 3. A globalização aí está, no seu crescer de consciência de aldeia mundial mas que não se pode desfocar do sentido de humanidade, deitando-se a perder unicamente em estratégias economicistas indignificantes onde vale tudo. Não está fácil o proporcionar um crescimento justo, equilibrado, gerador de “espírito de fraternidade”, antes pelo contrário. A 9 de Dezembro, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) apresentou relatório. A par da desigualdade crescente que conhecemos, claramente, com números, se prova que o crescimento económico mundial não está a gerar emprego, capaz de contribuir para a redução da pobreza. Mesmo na Ásia da expansão económica, apesar de algumas melhoras de condição de vida o panorama é desesperante. Dizendo-se que “todo o ser humano tem direito ao trabalho” (artigo XXIII), e promovendo as noções de responsabilidade de todos os actores em jogo, o certo é que, como observamos na própria União Europeia (na dificuldade de Orçamento da UE), há qualquer coisa de especial que falta para tornar possível um sentido de rumo e de esperança. Há dificuldades? Então e como estávamos há longas décadas, no tempo do Pais da Europa?! Irão os efeitos perversos da globalização cegando o sentido do horizonte? Assim não seja...para que seja Natal!
Alexandre Cruz

sábado, 17 de dezembro de 2005

NATAL: Árvore natalícia no Vaticano

Posted by Picasa Árvore de Natal gigante inaugurada no Vaticano
Vai ser inaugurada esta tarde a árvore de Natal que ornamentará a Praça de São Pedro durante o tempo do Natal. O abeto de quase 30 metros de altura e 7 toneladas de peso, proveniente de Eferding, na Alta Áustria, foi hoje oficialmente entregue ao Papa, no Vaticano.
Bento XVI lembrou que “este majestoso abeto permanecerá junto do Presépio, até ao fim das festividades natalícias, e será admirado por numerosos peregrinos que, de todas as partes do mundo, vêm ao Vaticano”. Outras árvores mais pequenas irão adornar o Palácio Apostólico e vários locais do Vaticano.
Aproveitando o facto de a árvore da Praça de São Pedro se iluminar hoje pela primeira vez, o Papa aludiu ao significado espiritual do Natal, referindo que, “com a sua presença luminosa, Cristo dissipou as trevas do erro e do pecado, trazendo à humanidade a alegria da fulgurante luz divina, da qual a árvore de Natal é um sinal e uma recordação”.“Acreditar em Cristo significa deixar-se envolver pela luz da sua verdade que dá pleno significado, valor e sentido à nossa existência”, acrescentou.
Perante os peregrinos austríacos, Bento XVI referiu-se ainda às “nobres tradições cristãs que fecundaram, com os seus valores espirituais, a cultura, a literatura e a arte do vosso país e de toda a Europa”.
Fonte: Ecclesia

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