Linguajar dos gafanhões de outros tempos
Numa das minhas passagens pelos meus blogues, encontrei este texto de Maria Donzília Almeida. Resolvi republicá-lo para não se perder com a passagem dos anos PARA SORRIR... Em tempos que já lá vão, apresentaram-se duas comadres para baptizar uma criança, juntamente com a mãe, da mesma. O abade inquiriu: Então como se vai chamar a criança? A 1.ª comadre respondeu: — Botelhana, Sr Prior! Botelhana! A 2.ª comadre retorquiu: — Prantelhana, Sr Prior, Prantelhana! Por fim, a mãe da criança também se pronunciou e anuiu: — Eu Cudcana. Depois de ter ouvido as três versões, o padre ficou confuso e levou algum tempo até descobrir. Afinal, isto traduzia a maneira de falar das gentes da Gafanha, nos princípios do século passado e todas queriam dizer o mesmo. Já naquela altura, como sempre, se aplicava à linguagem oral, a lei do menor esforço, pelo que, o povo despende a menor energia possível, para pronunciar as palavras (acto de fonação). Assim, o que as comadres queriam, realment...