segunda-feira, 16 de setembro de 2024

Vitorino Nemésio: Retrato

RETRATO

Cruel como os Assírios
Lânguido como os Persas,
Entre estrelas e círios
Cristão só nas conversas.

Árabe no sossego,
Africano no ardor;
No corpo, Grego, Grego!
Homem, seja como for.

Romano na ambição
Oriental no ardil,
Latino na paixão,
Europeu por subtil:

Homem sou, Homem só
(Pascal: “nem anjo nem bruto”):
Cristãmente, do pó
Me levante impoluto.


Vitorino Nemésio

Nota: Do livro "Mário Soares - os poemas da minha vida"

domingo, 15 de setembro de 2024

O Homem: questão para si mesmo

Crónica de Anselmo Borges
no Diário de Noticias

A tensão de um corpo-pessoa


Raramente alguém disse de modo tão realista o ser humano na sua tensão como Vergílio Ferreira neste texto magnífico: “Um corpo e o que em obra superior ele produz. Como é fascinante pensá-lo. Um novelo de tripas, de sebo, de matéria viscosa e repelente, um incansável produtor de lixo. Uma podridão insofrida, impaciente de se manifestar, de rebentar o que a trava, sustida a custo a toda a hora para a decência do convívio, um equilíbrio difícil em dois pés precários, uma latrina ambulante, um saco de esterco. E simultaneamente, na visibilidade disso, a harmonia de uma face, a sua possível beleza e sobretudo o prodígio de uma palavra, uma ideia, um gesto, uma obra de arte. Construir o máximo da sublimidade sobre o mais baixo e vil e asqueroso. Um homem. Dá vontade de chorar. De alegria, de ternura, de compaixão. Dá vontade de enlouquecer.”
O Homem vive-se a si mesmo numa tensão insuperável.
Por um lado, o corpo é o seu peso, a sua limitação - parece que, se fôssemos espírito puro, poderíamos, por exemplo, estar em todo o lado. Com o tempo, o corpo decai, envelhece e, aparentemente, envilece-nos. Adoecemos e desmoronamo-nos. Depois, com a morte, o que resta do corpo é lixo biológico e coisa que apodrece. Referindo-se ao nascimento, Santo Agostinho, nada exaltado, tem estas palavras cruas: “Inter faeces et urinam nascimur”, nascemos entre fezes e urina.

sábado, 14 de setembro de 2024

Ponta de Sagres


Há anos que ainda não consegui descobrir, nós estivemos lá, eu e a Lita, num Verão quente e ventoso, na Ponta de Sagres, onde vivemos uma sensação especial. Dali terão partido navegadores portugueses à descoberta do mundo, contactando povos das mais diversas raças e culturas. 

As nossas praias - Costa Nova


 No sótão encontrei um Guia de Praias (prio) com as indicações fundamentais para os veraneantes. É claro que ainda hoje não faltam informações semelhantes, mais atualizadas. E continuo a gostar do que vou lendo o  me vem à mão. Pela janela vejo que está um lindo dia.

Voltei ao sótão



Voltei ao sótão depois de uma limpeza geral com sacos e mais sacos de papelada e livralhada sem qualquer interesse. É certo que ainda falta muita coisa sem préstimo para tirar daqui, mas com tempo tudo se resolverá.
No sótão há uma paz tranquilizante e a comodidade necessária. Pela única janela vejo um mundo de silêncio emoldurado pela mata da Gafanha, ao longe.E a música, baixinho, completa o quadro acolhedor.

FM

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

O Google — Grande Servidor



O Google é, realmente, um Grande Servidor. Hoje, por exemplo, perguntou-me se eu me recordava desta foto. Confesso que não recordava e, por isso, ela aqui fica, com muito gosto.

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Figueira da Foz - Centro de Artes e Espetáculos


As fotografias que guardamos têm, normalmente, histórias  que nos permitem reviver o passado, por mais antigo que seja. Quando aprecio este registo, sinto-me no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz (CAE), que frequentava naquela linda cidade, quando por ali estagiava.

Fotografias antigas



Gosto de ver e rever fotografias antigas com marcas do tempo, sobretudo de pessoas que conheço ou conheci. A Lita está presente e bem visível, com os seus olhos que não enganam. Normalmente, estas fotografias eram registadas por curiosos e as máquinas eram primárias. A Lita e a amiga terão respeitado a sugestão do fotógrafo(a): "Não olhem para mim!"

Evocando Francisco do Vale Guimaréns



Francisco José Rodrigues do Vale Guimarães nasceu em Aveiro, em 22 de Setembro de 1913. Frequentou a faculdade de Direito em Coimbra, mas acabou por terminar a licenciatura, em 1938, em Lisboa.
Entrou para os CTT e rapidamente ascendeu à categoria de Director de Serviços, tendo posteriormente sido nomeado Administrador-Geral. Desempenhou o cargo de Governador Civil de Aveiro, pela primeira vez, entre Abril de 1954 e Janeiro de 1959. Retirou-se, então, por divergências com o governo do Professor Oliveira Salazar. Foi alvo de importantes manifestações de apreço, tendo-lhe sido atribuída, nessa época, a Medalha de Ouro da Cidade.

terça-feira, 10 de setembro de 2024

Padre Miguel na procissão pela ria



A procissão pela Ria em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, paróquia da Gafanha da Nazaré, foi uma criação do nosso prior de então, o saudoso Padre Miguel de Lencastre. Venho com esta memória para que não se esqueça o facto.
Quando ele um dia me falou da procissão adiantou de imediato que iria fazer os contatos necessários. E frisou que a inspiração lhe veio de uma procissão que viu no Brasil.
Já contei a história, mas é sempre bom recordar.
Na foto, o Padre Miguel já não era o nosso prior, mas marcou presença como convidado.

domingo, 8 de setembro de 2024

Nossa Senhora dos Navegantes - 15 de Setembro





1 - Podem ler o cartaz;
2 - Tenham em conta a espetacular procissão pela Ria;
3 - A procissão pela Ria permitirá fotografias semelhantes.

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