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Um poema de Fernando Pinto do Amaral

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SEVER DO VOUGA Era sempre de noite que chegávamos como num sonho antigo, erva crescendo entre faróis acesos e a lua Todos sorriem nesse calendário de páginas iguais umas às outras e a solidão dos anos trás ainda a este pátio as vozes esquecidas: primos que nunca soube de onde vinham, almoços e jantares e um fumo alegre subindo na penumbra da cozinha. Hoje o outono desce lento e frio sobre ruínas de alma e alguns prédios construídos agora na encosta. Que silêncio é este? Que palavras resistem ao murmúrio desta morte? Um cão que ladra sob um céu de infância, as sombras de ninguém longe de mim. Nota: Do livro FOLHAS, LETRAS & OUTROS OFÍCIOS 21, do Grupo Poético de Aveiro

Lembrando o passado

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Esta foto foi registada no jardim da casa dos meus pais. Eu e um amigo de sempre, o Manuel Olívio, estávamos vestidos a rigor, com fato e gravata. Ambos usávamos óculos, tínhamos cabelo que era um regalo e ao lado uma velha macieira que todos os anos dava fruta que se fartava. Do lado esquerdo dos fotografados ainda se vê a bomba de tirar água para regar as flores e as árvores. Pela rua, duas mulheres vestidas de negro, regressavam a suas casas, porventura vindas da missa. Acho que ainda éramos solteiros. Um registo, afinal, para ganhar ânimo para o trabalho.

PAPA responde a hipócrates

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“Ninguém se escandaliza se eu der uma bênção a um empresário que talvez explore pessoas: e este é um pecado muito grave. Mas escandalizam-se se eu der a bênção a um homossexual. Isto é uma hipocrisia” Papa Francisco

CARNAVAL — 13 de fevereiro

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Não seria necessário, mas sinto que é preciso anunciar que temos o Carnaval com porta aberta no próximo dia 13, mas no domingo anterior já haverá ensaios na rua. Não é uma festa do meu agrado, mas aprecio as pessoas que investem muito nos festejos carnavalescos e noutros. Não me perguntem porquê porque não sei responder. E sempre fui assim. Quando era miúdo apreciava o meu irmão que se mascarava com um amigo, o Albino, e lá iam os dois dar umas voltas pela Gafanha da Nazaré. Disfarçam as vozes para o pessoal não os identificar e assim se divertiam. Era o entrudo da gente simples, que outros procuravam bailaricos nas eiras mais à mão ou em recintos fechados a pagar a entrada. Por temperamento, talvez, ficava sempre de lado e o carnaval dos simples também passou de moda. Agora, há grandes cortejos que atraem multidões. Haja alegria para todos, sim senhor, que na quarta-feira começa a quaresma.

Canais de TV parciais?

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UMA QUESTÃO "Certos canais de televisão colocam no ar comentadores de politica interna exclusivamente oriundos do mesmo lado do espetro político. Percebe-se que tal possa dar jeito à agenda política que pretendem favorecer, mas será que, jornalisticamente, isso não os envergonha?" Francisco Seixas da Costa 

FÉRIAS

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Monumento ao Bacalhau na minha terra Uns diazitos de férias para espairecer, mesmo por casa. O ritmo da vida também cansa e eu precisava de alguma folga para olhar o mundo, apesar do limite dos meus espaços. Por aqui, nesta terra que foi do bacalhau, com os horizontes das redes sociais, ainda vou vendo e lendo notícias com guerras em tantos recantos do mundo. E, meditando um pouco, na minha longa vida nunca houve paz.  Perto ou longe, os arautos das desgraças vão construindo conflitos. Mas a paz existe e está dentro de nós. O problema é que nem sempre a sabemos aplicar nos ambientes em que labutamos e nos divertimos. NOTA: Podem apreciar, por detrás do monumento, o símbolo real do fim da construção naval em madeira.

A religião confrontada com a razão crítica

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Anselmo Borges  no Diário de Notícias Afinal, o que justamente nos indigna noutros também já esteve presente, de uma forma ou outra, entre nós. E será que a tentação não continua lá? Vamos dar exemplos. Não foi há 1000 anos - muitos de nós ainda se lembram perfeitamente disso - que as mulheres só podiam entrar nas igrejas com o véu e que a missa era em latim, e as pessoas ali estavam durante uma hora ou mais a ouvir e a dizer o que exprimimos no dito: “Para mim, é chinês.” Tudo indica que, enquanto pôde, o clero controlou a vida sexual dos fiéis, a ponto de o historiador Guy Bechtel afirmar que a fractura entre a Igreja Católica e o mundo moderno se deu essencialmente na teoria do sexo e do amor: “Onde Estaline se detinha à porta da alcova, a Igreja pretendia deslizar para o meio dos lençóis”, pois o diabo estava também, e sobretudo, dentro da cama. A confissão inquisitorial centrada na actividade sexual terá sido causa determinante na descristianização da Europa. Neste sentido, o ...

Grupo Columbófilo da Gafanha da Nazaré

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A MAIS ANTIGA ASSOCIAÇÃO DA NOSSA TERRA Sede do GCGN em dia de festa Em 15 de janeiro de 1952 foi fundada a mais antiga associação da nossa freguesia, ainda em atividade: Grupo Columbófilo da Gafanha da Nazaré. Foram seus fundadores João Nunes Bola, Joaquim Robalo Campos, Augusto Francisco Ferreira e Joaquim Pereira. O Grupo tinha como objetivos principais cuidar, criar, selecionar e treinar pombos-correios para competição em concursos, quer a nível nacional quer internacional, organizados pela Federação Portuguesa de Columbofilia. Atualmente, João Manuel Bola preside à Assembleia Geral; Adelino Jorge Pinheiro Pina preside à Direção; Filipe José Ribeiro preside ao Conselho Técnico; e Vítor Manuel Marques Serôdio preside ao Conselho Fiscal.

MOLICEIROS - AMADEU DE SOUSA

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Vão no longe moliceiros De asas brancas, a voar, Ao vento, leves, ligeiros, Por sobre a ria a singrar. Vão no longe moliceiros De grandes velas a arfar. Andam na faina do dia, Desde a manhã ao sol-pôr. Buscam nas águas da ria, — O moliço, verde cor. Andam na faina do dia, Colorido, encantador. Vogam num lago de prata, Circundado de cristal, Qual sonho de serenata Numa noite sensual! Vogam num lago de prata Sob o céu celestial. Cortam as ondas de espuma Pelas águas a boiar, E essas vagas, uma a uma, Vão mais longe desmaiar. Cortam as ondas de espuma Erguidas na preia-mar.   Parecem os bandos de aves, Que no céu vão a subir, E depois voltam, suaves, Muito leves, a cair. Parecem os bandos de aves, A luz do sol a fugir. Descrevem curvas serenas, Como talhada magia, Umas maiores, mais pequenas, Duma estranha bizarria. Descrevem curvas serenas Nas transparências da ria. As proas são rendilhadas por coloridas pinturas, Com frases adequadas As populares formosuras. As proas são rendilhadas...

CAMÕES nasceu há 500 anos

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Luís Vaz de Camões nasceu há 500 anos. Em dia incerto, mas certamente, segundo apontam diversos especialistas, em janeiro de 1524. O mês do meio milénio termina hoje. Restam 11 meses para celebrar os 500 anos do nosso maior poeta. Não merecia tanto esquecimento. Li no Correio do Vouga A lei tenho daquele, a cujo império Obedece o visíbil e ínvisíbil Aquele que criou todo o Hemisfério, Tudo o que sente, o todo o insensíbil; Que padeceu desonra e vitupério, Sofrendo morte injusta e insofríbil, E que do Céu à Terra, enfim desceu, Por subir os mortais da Terra ao Céu. Luís de Camões, “Os Lusíadas”, Canto I, Estrofe 65

Moliceiros

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  No meu sótão encontro sempre novidades. No meio do  papelada e de livros, há sempre que ver e apreciar. Desta feita encontrei MOLICEIROS DA RIA DE AVEIRO, uma edição da CMA, com data de 2001. Bem ilustrada e elucidativa, com dados interessantes. Barcos existentes 1935              1008 1949                794 1959                542 1969                164