quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Antigo Bispo de Aveiro ainda tem razão

Texto publicado no Correio do Vouga, 
Setembro de 2009


"Se o novo governo olhar com olhos objetivos e críticos a realidade do país, aceitar o contributo de uma oposição lúcida e esclarecida, não adaptar as exigências da democracia aos seus interesses, dispensar gente que já mostrou que mais divide que concilia e constrói, contar com as capacidades da sociedade civil, fizer uma política humanista com critérios claros e valores duradoiros, respeitar o povo com as suas convicções profundas e os seus valores religiosos, morais e éticos, tomar consciência de que o orgulho confunde e empobrece e só a humildade dá lucidez e coerência, respeitar e defender a família, única instituição natural indispensável, corrigindo os erros graves já cometidos que a destroem e minimizam, for vanguardista no respeito pela verdade e pela isenção, der aos pobres condições de vida digna e não apenas subsídios de dependência, proporcionar aos jovens perspectivas sérias de futuro, respeitar quem trabalha e lutar, sem tréguas, pelo direito ao trabalho e à paz social… então, o povo que votou maioritariamente PS não se sentirá iludido nem enganado e o partido vencedor não tirará da vitória senão a responsabilidade diária de melhor servir a todos e a ninguém esquecer."

António Marcelino, 
Bispo de Aveiro (1988- 2006)

Verão mais quente no Hemisfério Norte

A Terra viveu este ano o verão mais quente jamais registado no Hemisfério Norte, com um agosto recorde a culminar uma estação de temperaturas brutais e mortíferas, anunciou hoje a Organização Meteorológica Mundial (OMM). A  garantia desta verdade veio dos registos verificados pelos cientistas em equipamentos modernos. Agosto foi cerca de 1,5 graus Celsius mais quente do que as médias pré-industriais, que é o limiar de aquecimento que o mundo está a tentar não ultrapassar.
Os cientistas têm alertado para a necessidade de estarmos atentos, diminuindo as causas que contribuem para a subida das temperaturas, causadoras de desastres naturais.


segunda-feira, 4 de setembro de 2023

Forum e arredores


Andei ontem por Aveiro no Forum e arredores. O dia estava ameno e não faltava gente em maré de ócio que cirandava descontraidamente, ao jeito, como percebi, de passar o tempo. Pais com filhos e gente idosa a apreciar o movimento. Muitos casais com filhos pequenos e os barcos moliceiros lá andavam na sua tarefa de mostrar a cidade a partir dos canais da ria. Já fizemos a experiência e gostámos. A vista da cidade é uma coisa; outra é a cidade a partir dos canais. Por isso recomendo que façam uma viagem.
Li há dias que Aveiro está na linha da frente das cidades turísticas do nosso país. Graças apenas à ria? Ao seu povo acolhedor? Aos ovos moles e outra doçaria? À simpatia dos comerciantes? À gastronomia variada onde pode ser degustada uma caldeirada? Aos museus, particularmente o de Santa Joana? Ao artesanato concebido com arte? Talvez de tudo um pouco.
O Forum está no sítio certo para atrair turistas de perto e de longe, nacionais e estrangeiros. Porém, raramente encontro amigos da minha juventude e dos tempos em que na cidade trabalhei como jornalista. Sei que alguns já faleceram e muitos outros ter-se-ão tornado mais caseiros com o peso da idade. Bem olho para um lado e para outro, mas nada. Mas também é verdade que a alguns, que me interpelam, tenho de perguntar o nome. As memórias estão assim.

F. M. 

Figueira da Foz - Para matar saudades



Não sei se já pensaram que as fotografias e outras artes têm o dom de nos permitir matar saudades. Quem diria que a uns escaços 60 quilómetros da Figueira da Foz eu me sinta afastado dela como se o que nos separa é muitíssimo inferior à distância da Lua. Pois por aqui ando a ver se acerto agulhas para encetar a viagem. Depois conto.





domingo, 3 de setembro de 2023

“Todos, todos, todos”. Como?

Uma reflexão de Jorge  Pires Ferreira

Já lá vai um mês sobre aquele “Todos, todos, todos”, dito pelo Papa Francisco e repetido pela multidão de jovens, na Colina do Encontro / Parque Eduardo VII. A mesma ideia, a de uma inclusão eclesial que desafia os critérios tradicionais, tinha estado presente nas vésperas com clero e agentes pastorais, no dia 2 de agosto, no Mosteiro dos Jerónimos (a palavra “todos” é dita 32 vezes, muito concentradas em dois parágrafos) e estaria no encontro de Fátima, no dia 5 de agosto. A JMJ de Lisboa, no seu todo, foi a JMJ de e do “todos”.
Sem dúvida, que o “todos” a que Francisco de refere, e que é uma concretização do “ide por todo o mundo”, “anunciai a todos os povos”, representa um certo modo de ser Igreja entre outros possíveis. E entre os vários modos de ser Igreja há algumas tensões.

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

António Lobo Antunes nasceu neste dia

1 de Setembro de 1942

A Vaidade e a Inveja Desaparecem com a Idade

Com o passar do tempo, há dois sentimentos que desaparecem: a vaidade e a inveja. A inveja é um sentimento horrível. Ninguém sofre tanto como um invejoso. E a vaidade faz-me pensar no milionário Howard Hughes. Quando ele morreu, os jornalistas perguntaram ao advogado: «Quanto é que ele deixou?» O advogado respondeu: «Deixou tudo.» Ninguém é mais pobre do que os mortos.

António Lobo Antunes, 
in "Diário de Notícias (2004)"

Nota: A minha singela homenagem a um grande escritor. 

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

Bernardo Santareno - Nos mares do fim do mundo

Bernardo Santareno 



 Nota: Clicar no texto para ler melhor.

Nas minhas horas de ócio, que também as tenho, dei comigo a procurar registos feitos ao longo do tempo e dei com este texto de um livro de Bernardo Santareno - Nos mares do fim do mundo. Vale a pena lê-lo. 

Farol da Barra - Inaugurado há 130 anos


Farol em construção






O nosso farol celebra hoje 130 da sua inauguração, data que nunca poderá ser por nós esquecida. Esta idade, redonda como se diz, merecia ser celebrada, mas não sei se alguém se lembrou. De qualquer modo, aqui fica o meu registo, com datas que fazem parte integrante da sua história.

1808 — Abril, 3 … Abertura da Barra de Aveiro;

1812 — Documentação diversa atesta a falta de um farol;

1856 — Janeiro, 28 … O Ministro das Obras Públicas, Fontes Pereira de Melo, ordenou a escolha do local para a construção de um farol, entre o Douro e o Mondego;

1862 — Julho, 4 … José Estêvão, na Câmara dos Deputados, solicitou ao Governo a construção de um farol na nossa costa;

1863 — Setembro, 15 … A Câmara Municipal de Aveiro apresentou a El-Rei D. Luís I uma exposição, impetrando a edificação de um farol ao sul da Barra;

1863 — Setembro, 26 … Portaria governamental ordenando que se fizesse o projeto e o orçamento;

1884 — Abril, 5 … Conclusão do projeto;

1885 — Março … Início dos trabalhos da construção;

1893 — Agosto, 31… Inauguração oficial do farol;

O Conselheiro Bernardino Machado, Ministro das Obras Públicas, ido de Aveiro, onde chegara na véspera, procedeu à inauguração do Farol da Barra: «subindo à lanterna, aí se lavrou o auto de inauguração, acendendo-se nessa ocasião pela primeira vez o mesmo farol». (Marques Gomes, Subsídios para a História de Aveiro). In Calendário Histórico de Aveiro.

1893 — Outubro, 15 … Aceso definitivamente o aparelho iluminante que funcionava a petróleo;

1936 — Montagem de grupos eletrogéneos;

1951 — Rede de distribuição de energia elétrica;

1958 — Ascensor;

1987 — O Farol da Barra de Aveiro foi escolhido para figurar numa exposição filatélica; Sobre ele foi publicado um artigo no n.º 4 do mesmo ano do Boletim da Associação Internacional de Sinalização Marítima, que o ostenta na capa.


Fernando Martins

Férias em Serrazes


Quando abri um pc fora de uso, encontrei uma foto que logo me trouxe à memória férias de outros tempos, desta vez em Serrazes, aldeia perto de São Pedro do Sul. O campismo estava na moda e nós íamos atrás de outros. Tenda comprada no Porto com todos os apetrechos fundamentais, e assim iniciámos férias ambulantes de tenda às costas, durante bons anos.
Serrazes foi-nos sugerida por um casal amigo e tanto gostámos do ambiente que perdi a conta às férias que por ali vivemos em pleno contacto com a natureza pura e dura.
Quando acampávamos, normalmente em aldeias, a minha preocupação centrava-se em descobrir o que haveria de histórico por ali à volta para iniciar as  minhas buscas, com compra de literatura adequada.
Em Serrazes soube da Pedra da Escrita, desconhecida de muita gente dos arredores. Foi um camponês que lá me levou, atravessando o matagal que me deixou marcas no corpo, que as silvas não perdoam. E a foto exibe a nossa alegria em férias, de tempos que não voltam.

Uma manhã na Praia da Barra...

Há 10 anos 



Os meus amigos e leitores já devem ter percebido que não sou um gafanhão que aprecie pisar as areias das praias. Mete-me impressão, pronto! Porquê? Não sei. Mas gosto de passear pelos acessos empedrados, de respirar o ar iodado, de sentir o sol forte no corpo, de ver as pessoas que correm, saltam e mergulham. Na Praia da Barra montaram um biblioteca, no afã de dar prazer aos leitores. Não vi por ali ninguém a ler a sério. O pessoal queda-se mais numas revistas ligeiras, daquelas que não dão muito que pensar. Também, quem é que se dá ao luxo de pensar muito numa praia? Mas não reprovo, antes aprovo, a possibilidade dada às pessoas que gozam com boas leituras.

Nota: Texto e fotos publicados há 10 anos. Não alterei nada. Votos de saúde para todos os veraneantes.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

Beco dos Carpinteiros na Gafanha da Nazaré

Em muitas localidades da região aveirense a toponímia homenageia profissões que marcaram as respetivas localidades, como acontece na Gafanha da Nazaré com este “Beco dos Carpinteiros”. Nesta cidade ilhavense, os carpinteiros tiveram grande relevância não só na construção civil e na produção de mobiliário, como também na construção naval, desde a construção das embarcações tradicionais da ria a navios de alto mar. C.F.

NOTA: O Correio do Vouga tem uma rubrica interessante para divulgar curiosidades sobre a toponímia de diversas localidades. A Gafanha da Nazaré tem sido contemplada. Desta vez, o jornalista Cardoso Ferreira apresenta o Beco dos Carpinteiros.

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