sábado, 19 de agosto de 2023

Dia Mundial da Fotografia - Evocando um amigo

Neste dia quero, em especial, evocar um amigo, Ângelo Ribau, que me sensibilizou para a arte fotográfica. O Ângelo apaixonou-se pela fotografia nem sei como. Sei que, seguindo literatura porventura dos seus tios já falecidos (Padre Diamantino e Dr. Josué Ribau), começou a fazer experiências, revelando fotos em vidro que nos exibia entusiasmado. O Ângelo era um apaixonado pela inovação. E o seu prazer passou para mim, que nunca dei grande importância às técnicas que ele manobrava.
Feita esta evocação com a oportunidade que me veio do dia que hoje se celebra, permitam-me a ousadia de evocar uma tarefa jornalística que muito me entusiasmou. Na qualidade de Director de o Correio do Vouga, o semanário da Diocese de Aveiro, habituei-me à ideia de fotografar os meus entrevistados e cenas alusivas a reportagens. Tarefa que sempre levei a cabo com prazer.
Sinto que as fotografias valem por mil palavras, com o dom de nos levarem a reviver momentos importantes das nossas vidas. E mesmo sabendo que não sou artista, nunca me cansei de fotografar.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Festa de Nossa Senhora da Nazaré


Nos dias 26 e 27 de agosto, a Paróquia celebra a festa da nossa Padroeira, Senhora da Nazaré. No sábado, durante todo o dia, haverá um convívio de angariação de fundos, organizado pela Paróquia com auxílio da Junta de Freguesia e das nossas associações, com tasquinhas, feira de artesanato e animação durante todo o dia pelos grupos musicais Sequência, Aura Band e Universidade Sénior. Podemos almoçar e jantar no local, Jardim 31 de Agosto.

No domingo haverá missa solene às 10H30 e procissão às 16h30. Convidam-se os elementos da Irmandade, os movimentos, o CNE, as crianças da Comunhão solene e todos os crentes.

Confesso que gostei de conhecer o programa, com o qual concordo perfeitamente. Há convívios e animação, comes e bebes ao nosso estilo, simples e partilhado, e conjuntos que o nosso povo aprecia. E também não falta a procissão. Haverá despesas? Certamente. Porém, nada que se pareça  com as das festas de antigamente, uma dor de cabeça para os mordomos. Parabéns.  


Em maré de recordar - Costa Nova

 

Não sei a data desta fotografia que "mora" nos meus arquivos. Vê-se bem que é muito antiga, mas não deixa de ser interessante. Aqui a deixo para meditação e para nos lembrar que vivemos num século muito diferente. Para melhor, julgo eu.

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Em maré de recordar - De uma viagem pelo Douro

O DOURO FICA SEMPRE NA ALMA DE QUEM O VISITA





“Nenhum outro caudal nosso corre em leito mais duro, encontra obstáculos mais encarniçados, peleja mais arduamente em todo o caminho…


Beleza não falta em qualquer tempo, porque onde haja uma vela de barco e uma escadaria de Olimpo ela existe.”

Miguel Torga, in “Portugal”

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Em maré de recordar

 

Gosto imenso de recordar tempo idos. Esta foto transportou-me à minha juventude. E ali estou eu, penso que já curado da tuberculose que me afetou, daí o agasalho a que estava sujeito. Do lado direito está o Ângelo Ribau e do outro lado está o seu irmão Plínio. Ambos falecidos. o Ângelo era o tal amigo que me visitava todos os dias. Com que saudades os recordo!

quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Jaime de Magalhães Lima - Vale de Lafões

Se me fossem necessárias provas da perversão ou debilidade dos costumes e da educação nacionais, tê-Ias-ia na ignorância, no abandono e na geral indiferença dos portugueses que ou não conhecem ou não querem conhecer, ou mesmo desprezam, depois de o conhecerem, esse delicioso cantinho da nossa terra chamado o Vale de Lafões. Percorri-o durante três dias e em todas as direcções, e lá encontrei empregados públicos e médicos e advogados e proprietários e gente de toda a condição e toda possuída dum mesmo enfado, maldizendo a sua sorte e suspirando por terras melhores. Encontrei também muitas vezes estradas desertas, palácios escalavrados e aldeias misérrimas. O que, porém, em parte alguma encontrei, foram viajantes jornadeando por simples interesse e curiosidade de conhecerem aquelas terras, que são nossas e que são belas; nem gente que as procurasse corno um lugar de tranquilidade salutar onde recuperasse as forças perdidas no ar empestado das cidades; nem habitações, não de luxo ou de recreio, que as não cobiço para o meu país, mas significando um amor consciente da natureza, um carinhoso aferro ao silêncio e à majestade das montanhas, à contemplação das coisas em que a grandeza da vida se revela na serenidade plena da sua harmonia, cativando a nossa alma e depurando-a. Nada disso lá encontrei, e nem sequer quaisquer leves vestígios de semelhante tendência me autorizaram a sonhá-la.
Porquê?!... Será que o português não viaje? Será que lhe faltem meios económicos para despender alguma coisa em um repouso duplamente sadio, moral e fisicamente, longe do bulício das cidades e da sua diversa corrupção? Com certeza, não. Não faltam portugueses que tenham percorrido as montanhas da Suiça, e os seus lagos e os Pirinéus e o Reno e a Escócia. Não falta quem nos assegure que viu lá paisagens magníficas e não falta quem esteja disposto a ir vê-las. As viagens de portugueses ao estrangeiro multiplicam-se e amiúdam-se constantemente. E até não falta quem de lá nos traga e praticamente nos mostre a poder de dinheiro e com um zelo digno de melhor sorte, chalets, jardins arrelvados e muita outra coisa linda que do estrangeiro importou como  nota da civilização.

Jaime de Magalhães Lima

Nota. Excerto de texto publicado em Aveiro e o seu Distrito

terça-feira, 15 de agosto de 2023

Férias cá dentro


Cada vez me convenço mais de que vale a pena passar férias cá dentro. Portugal, que é um país pequeno, tem ainda muito por descobrir e cabe a cada um de nós divulgar cantos e recantos porventura ignorados, mas dignos da nossas admiração.
Não sendo muito viajado, ainda gosto de saber mais sobre o nosso país, pelo que me encanto quando alguém me descreve, com minúcia, paisagens e monumentos de aldeias, vilas e cidades de recantos do nosso país. Um dia destes, um familiar,  que andou pela raia de Portugal com Badajoz à vista, "fez-me sair de casa", descrevendo, com minúcia, o que viu, sentiu e saboreou nestas férias de 2023. E com que apetite fiquei eu de o imitar, coisa difícil ou mesmo impossível, dada a minha dificuldade em sair de casa. Ficarei, contudo, com a imaginação muito mais rica.

  

sábado, 12 de agosto de 2023

Miguel Torga nasceu neste dia


ANIVERSÁRIO

Mãe:
Que visita tão pura me fizeste
Neste dia!
Era a tua memória que sorria
Sobre o meu berço.
Nu e pequeno como me deixaste,
Ia chorar de medo e de abandono.
Então vieste, e outra vez cantaste,
Até que veio o sono.

Miguel Torga - Gerês, 12 de Agosto de 1948

No livro - Miguel Torga -  Poesia  Completa - 2.ª edição

Nota: O poeta completaria hoje 116 anos.

Festival do Bacalhau – 2023





Cumpri hoje a devoção de visitar o Festival do Bacalhau no Jardim Oudinot, sala de visitas da nossa terra. Saboreei feijoada de samos, pataniscas e bolos de bacalhau regados por vinho branco fresquinho. Serviço rápido a cargo de gente jovem, filhos de amigos. Sobremesa e café completaram a refeição. Olhares furtivos  para identificar pessoal que não via há muito.
A Lita e o Fernando, comigo à ilharga, também se mostravam compostos à saída para a volta da praxe, apreciando o pessoal que começa a encher o Jardim Oudinot para uma tarde aberta ao calor deste Verão que convida ao lazer. Animação diversa e comércio próprios destes festivais.
O pavilhão do artesanato exibia a habilidade de mãos de muita gente. Peças de arte muito variada, que a Lita não se cansa de apreciar e lá vai comprando segundo os seus gostos. Atrás dela vou pagando, mas não me assustei nem se assustem que ela contenta-se com peças bonitas e baratinhas. Regressámos quando o Oudinot começava a ficar repleto. A festa vai continuar até o sono convidar ao descanso. Amanhã termina o festival, mas o bacalhau, por estas bandas, continua presente nas mesas de quem o sabe apreciar.

F. M.
Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias



1. Só uma cegueira maldizente não reconheceria que a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa foi um êxito. Houve muitas críticas à Igreja, umas justas, outras não, e ela só tem de reflectir, pois há imensos buracos negros na sua história - para mim, a maior tragédia são a Inquisição e a pedofilia do clero. Houve, por vezes, referências críticas aos gastos públicos, e é bom que se reflicta, mas, desde já, é fundamental pensar no retorno, e, quando se reflecte sobre o retorno, não se trata apenas de pensar que, por exemplo, o próprio altar servirá para eventos futuros e que o país acabou por ser publicitado por todo o mundo, pois impõe-se pensar também no retorno imaterial do evento: pense-se no que significa a vivência dos grandes valores, como a alegria, a amizade, a solidariedade, toda a mensagem transmitida pelo Papa, a fé. Por vezes, invocou-se uma possível agressão ao Estado laico. Penso que, evidentemente, é preciso estar criticamente atento, pois a laicidade enquanto Estado não confessional é essencial para garantir a liberdade religiosa de todos, incluindo a liberdade de não ter religião, mudar de religião - aliás, o Papa fez questão de receber representantes de várias religiões, pois o diálogo inter-religioso é essencial para a promoção da consciência da fraternidade universal e a paz -, mas, por outro lado, é preciso prevenir que não se pode confundir laicidade com laicismo, que pretenderia reduzir a religião à esfera privada, sem lugar no espaço público.

segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Férias em Agosto

Vou aproveitar este mês de Agosto para descansar um pouco nesta azáfama diária de alimentar os meus blogues. Arrumados que estão os aspetos gráficos dos blogues (Pela Positiva, Memórias Soltas e Galafanha), só voltarei a eles esporadicamente durante o mês de Agosto. É que, como é sabido, em tudo na vida temos de ser criativos.
Espero agradar aos meus habituais seguidores e mesmo aos que, pelas suas buscas na internet, encontram nas suas pesquisas textos elaborados por mim e oferecidos ao mundo do ciberespaço.
Depois retomarei o trabalho e o prazer de estar no mundo.

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