segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

Parar um pouco para pensar



Com a azáfama da vida, nem sempre temos tempo para pensar. Um banco pode ser um bom desafio.

Descobrir a música do Evangelho

Crónica de Bento Domingues 
no PÚBLICO

O Papa João Paulo II talvez tenha exorbitado, ao declarar que as mulheres nunca podiam prestar o serviço que os homens prestam, na Eucaristia, ao povo de Deus

1. É uma banalidade dizer que os Evangelhos provocaram grandes músicos a produzir obras imortais. Como veremos, o Papa Francisco deseja que todos descubram a música do Evangelho, em todas as manifestações da vida.
O cardeal Jorge Mario Bergoglio, jesuíta, foi eleito Papa a 13 de Março de 2013 e escolheu Francisco de Assis, como inspiração, para o seu pontificado. A razão desta escolha surpreendente não era o de reconduzir a Igreja à Idade Média. Mostrava, pelo contrário, que Francisco de Assis era a figura mais actual do que ele desejava ser e fazer: viver a alegria do Evangelho fora dos esquemas do poder clerical. Francisco não era pobre, fez-se pobre e nunca quis ser clérigo. Era pelo exemplo que queria fazer, de uma Igreja em ruínas, uma nova esperança de liberdade e alegria. O Evangelho, longe de asfixiar o poeta, abria-lhe o mundo como um hino cósmico.
O Papa Francisco não o escolheu para o imitar. As imitações são a negação da criatividade. O santo de Assis tornou-se, para ele, a referência simbólica da reforma da Igreja do século XXI, na escuta atenta a todos os mundos. Um símbolo não é uma receita. É o contrário. Dá que pensar, dá que sonhar e abre, com humor, várias possibilidades e caminhos de futuro.

domingo, 6 de fevereiro de 2022

Domingo florido para todos

 

Para começar o dia, neste domingo luminoso, proponho esta flor do nosso quintal para nos estimular a alegria de viver. Todos sabemos que a seca está a alastrar pelo nosso país e decerto por muitos outros. Dizem os cientistas que a culpa será, em parte, pela ação do homem, pouco cuidadoso com o futuro do natureza. A planta de que a flor faz parte não foi nem será regada com a água da companhia, mas nunca lhe faltou o precioso líquido que do solo do meu quintal veio e para lá volta minutos depois.
Votos de um bonito e salutar domingo.

Sofrer novamente


Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer novamente.

William Shakespeare

sábado, 5 de fevereiro de 2022

Histórias muçulmanas sobre Jesus e o essencial

Crónica de Anselmo Borges 
no Diário de Notícias 

1 No Evangelho, Jesus faz apelo ao essencial: "De que vale ao Homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma", a sua vida, o essencial? Por isso, o amor a Deus e a avareza são inconciliáveis. Não se pode servir a Deus e à riqueza.
Jesus não é gnóstico (portanto, não é contra a matéria e os bens deste mundo), Jesus não é a favor da preguiça (pelo contrário, manda utilizar os talentos recebidos).
Jesus não combateu os ricos pelo facto de eles porem os talentos a render e criarem riqueza, recebendo o justo lucro. Aquilo a que Jesus se opôs de modo frontal e duro foi à avareza. E fê-lo, por dois motivos fundamentais. O primeiro refere-se à fraternidade e à generosidade. O rico, que o é de coração (neste sentido, até o pobre de bens materiais pode ser rico), o rico, que o é no seu íntimo, não é generoso nem fraterno. Por isso, banqueteia-se, enquanto ao lado o pobre geme e morre: lembremo-nos da terrível história contada por Jesus sobre o rico que se banqueteia enquanto o pobre Lázaro jaz para ali abandonado. Com a pandemia, segundo o último relatório da Oxfam, os 10 mais ricos do mundo duplicaram a sua fortuna e as desigualdades contribuem para a morte de pelo menos uma pessoa a cada 4 segundos... Face a esta situação explosiva, impõe-se tomar consciência de que é urgente acabar com este fosso entre ricos e pobres. Se o não fizermos por humanidade, façamo-lo ao menos por egoísmo esclarecido. De facto, este abismo intolerável pode incendiar o mundo, a ponto de o nosso bem-estar poder vir a transformar-se num inferno...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Para além da curva da estrada

Caramulo 

Para além da curva da estrada
Talvez haja um poço, e talvez um castelo,
E talvez apenas a continuação da estrada.
Não sei nem pergunto.
Enquanto vou na estrada antes da curva
Só olho para a estrada antes da curva,
Porque não posso ver senão a estrada antes da curva.
De nada me serviria estar olhando para outro lado
E para aquilo que não vejo.
Importemo-nos apenas com o lugar onde estamos.
Há beleza bastante em estar aqui e não noutra parte qualquer.
Se há alguém para além da curva da estrada,
Esses que se preocupem com o que há para além da curva da estrada.
Essa é que é a estrada para eles.
Se nós tivermos que chegar lá, quando lá chegarmos saberemos.
Por ora só sabemos que lá não estamos.
Aqui há só a estrada antes da curva, e antes da curva
Há a estrada sem curva nenhuma.

Alberto Caeiro 

Chamados por Jesus, rumam a novos mares

Reflexão de Georgino Rocha
para o Domingo V do Tempo Comum


O evangelho deste domingo faz-nos sentir o mar, a brisa, o azul celeste, e a liturgia da Palavra centra-se na vocação de Isaías que Deus escolhe para ser seu mensageiro, na vocação de Saulo/Paulo que Deus chama a ser Apóstolo de Jesus Cristo, e na vocação de Simão Pedro e seus companheiros de pesca que Jesus convida a seguirem-no, como discípulos a tempo inteiro. É este o cenário da nossa reflexão sobre o que acontece no mar da Galileia e sua incidência nos dias de hoje. Lc 5, 1-11.
“Deixando tudo o seguiram”. Decisão radical que vem coroar o encontro de Jesus com Pedro, Tiago e João, pescadores, entre outros, naquele mar. Que experiência tão marcante e que entrega tão confiante nascem deste encontro! E tomam um rumo novo para toda a vida. Novos mares não de águas, mas de pessoas e terras. Deixam tudo pela decisão tomada: o medo que os assaltava, os barcos e as redes, o ambiente acariciador da brisa suave. E respondem ao convite para serem “pescadores” de homens.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Boas companhias do meu sótão

MANDELA

Gosto de estar no meu sótão. No inverno mais duro, só passo por lá de vez em quando. Hoje, porém, encontrei condições para me sentir bem. Estou a ouvir uns LP e olhei à volta para ver quem tinha por companhia. Mandela é uma figura incontornável do nosso tempo. Do meu tempo, direi melhor. Esta gravura foi publicada no DN. Encaixilhei-a, como quem encaixilha a bondade, a persistência, a justiça, o sofrimento, o perdão, a simplicidade, a tenacidade, a verdade, a paz e o amor. Podia acrescentar mais uns substantivos, mas essa tarefa fica ao cuidado dos meus leitores.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

No molhe norte da Praia da Barra

Uma foto de Manuel Ferreira


No molhe norte da Praia da Barra, a dimensão das ondas e o seu colapso contra a estrutura captou a atenção do autor. Decidiu levantar o drone e apreciar o momento como se fosse uma ave.

Notas: 

1. Fui ontem agradavelmente surpreendido pela publicação com legenda, na revista National Geographic, desta fotografia de Manuel Ferreira. Os meus parabéns ao autor.
2. Como compreenderão, a fotografia está, na revista, com muito mais qualidade. Limitei-me a fotografar a imagem inserta na revista.
3.  O meu desejo é que consultem a National Geographic.

Não quis incomodar

Olharam de lado para mim, um pouco desconfiados. Um casalinho, ao que suponho, terá pensado nas minhas intenções. Não quis incomodar. Só quis registar o momento que hoje partilho com os meus amigos, em hora de um certo sossego interior.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Sol na eira e chuva no nabal

É PRECISO POUPAR ÁGUA
 
O frio persiste, de acordo com a estação. Não o estranhamos, mas sabe-nos bem, durante o dia, a visita do sol que nos aquece um pouco, como aconteceu hoje. Contudo, a chuva que o inverno não trouxe ameaça a seca. Os prejuízos poderão vir a caminho e é urgente poupar a água.
A natureza tem destas coisas. Ora chove torrencialmente, destruindo tudo o que encontra pela frente, ora se esquece de cair com o espírito de rega. E estamos nisto ciclicamente. Bom seria que a natureza fosse generosa, chovendo de noite, deixando-nos livres a partir do nascer do sol. O povo diz com razão: Sol na eira e chuva no nabal. Mas isto não passa de um sonho.

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